quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

A “retomada” do crescimento para pior

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Duas notícias de hoje chamam a atenção.

Uma a de que os empregos informais – sem carteira ou “por conta própria”, na imensa maioria, os “bicos” – , em 2018, superaram o número de empregos formais, e com folga.

33 milhões de carteiras assinadas, – quatro milhões a menos que em 2014 – contra 11,5 milhões de trabalhadores sem carteira (2 milhões a mais que antes) e 23,8 milhões trabalhando “por conta própria”, também dois milhões a mais que no início da crise, segundo as contas do IBGE.

Lula, seu irmão Vavá e o estado de direito

Foto: Ricardo Stuckert
Editorial do site Vermelho:

O ambiente de ódio e rancor que prevalece no Brasil e que resultou no golpe de 2016, acentuado desde a eleição do direitista Jair Bolsonaro para dirigir os destinos do país, ficou nítido mais uma vez com a decisão de parte do o judiciário e da Polícia Federal de proibir que o ex-presidente Lula, aprisionado em Curitiba (PR), compareça ao funeral de seu irmão mais velho, Genival Inácio da Silva, o Vavá, morto de câncer nesta terça-feira (29), em São Bernardo do Campo (SP).

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Brumadinho e a privatização da Vale

Por Mouzar Benedito, na revista Fórum:

O que interessa a uma empresa? Lucros. Qualquer despesa que diminua os lucros vai contra o interesse dos acionistas. Esta é a lógica. E parece que empresas estatais, quando privatizadas, querem mais ainda “mostrar serviço”, provar que nas mãos de capitalistas elas são muito mais “eficientes”. Entenda-se como “eficientes” lucrativas.

Então, tragédias como as de Mariana e Brumadinho estão dentro desta lógica, embora tenhamos governos (há muito tempo, talvez sempre, não é de hoje) que agem como donos de empresas. Mas lembro que algumas empresas estatais assumiam um monte de responsabilidades sociais, como custear sistemas de educação e saúde em municípios em que atuavam.

O destino de Jair "Bagagem de Dejeitos"

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                   

Nas redes sociais não faltam críticas de pessoas do campo democrático e progressista à inação dos partidos de esquerda, sindicatos e movimentos sociais diante das inacreditáveis primeiras semanas do governo Bolsonaro.

Dois fatores, na minha visão, contribuem para fortalecer a sensação de que o cavaleiro das trevas que ocupa a cadeira presidencial não vem sendo cobrado e pressionado pela oposição na proporção do festival de imbecilidades protagonizado pelo seu governo.

O discurso da servidão voluntária

Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:

Certamente, são poucos os que hoje ostentam certezas sobre a conjuntura que atravessamos no Brasil, e quem sabe no mundo. Mais do que nunca, o pensamento de Romain Rolland, retomado por Gramsci, pessimismo da inteligência, otimismo da vontade, torna-se útil, necessário. Une a necessária capacidade de analisar o que nos cerca com todo rigor com a indispensável interferência da política, da ação para enfrentar os obstáculos que se colocam à nossa frente. A democracia sofreu uma grave derrota nas últimas eleições para uma candidatura que em nenhum momento escondeu suas predileções autoritárias extremadas. Uma derrota que atinge todos os democratas e, de modo especial, a esquerda, que precisa se armar teoricamente para enfrentar os novos desafios.

É certa a indicação de Lula ao Nobel da Paz

https://www.humanite.fr/
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Para que Lula vença a disputa pelo Nobel da Paz de 2019, falta muito. Apesar de ser mundialmente reconhecido por ter promovido a maior redução da pobreza, da miséria e da desigualdade que já se viu, as questões políticas que envolvem essa premiação dificultarão a vitória. Mas que ele será indicado ao prêmio, isso já é praticamente certo.

A mera indicação de Lula ao Nobel da Paz causará um terremoto político no Brasil – quantos brasileiros você acha que já foram indicados para receber a premiação internacional mais cobiçada do mundo?

O início da campanha de Dallagnol à PGR

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

É fácil entender os objetivos por trás da matéria “Os 500 dias de Raquel Dodge e o enterro da Lava Jato” publicada na última edição da revista Época.

Trata-se de mais um capítulo da parceria da mídia com a Lava Jato, visando interferir nas eleições internas para a Procuradoria Geral da República. Agora, como parte da estratégia montada com respaldo do Ministro da Justiça Sérgio Moro, visando emplacar Deltan Dallagnol na próxima lista tríplice.

Vamos a um histórico dessa parceria:


Uma Vale e muitos crimes

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A criação da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) foi mais uma das muitas decisões estratégicas adotadas por Getúlio Vargas. Com um projeto bastante definido a respeito dos rumos de um desenvolvimento nacional autônomo, ele deixou um legado fundamental para o futuro da sociedade brasileira. A constituição de uma empresa pública federal para se ocupar da exploração da riqueza do subsolo (em especial o minério de ferro) ocorreu mais de uma década antes do lançamento da Petrobrás.

Bolsonaro aprofunda desmonte da EBC

Por Cristiane Sampaio, no jornal Brasil de Fato:

As últimas informações oficiais divulgadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) a respeito do futuro da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) aumentaram o estado de alerta na estatal, que vive um processo de desmonte desde setembro de 2016, sob a gestão de Michel Temer (MDB), após o golpe que depôs Dilma Rousseff (PT).

Em nota interna publicada nesta segunda-feira (28), a direção da empresa anunciou o corte de cargos comissionados nas sedes de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Maranhão. Além disso, informou que o programa Repórter Brasil Maranhão, produzido pela TV Brasil no estado, deixa de existir a partir desta terça-feira (29).

Sobre a imprensa e a classe trabalhadora

Por Elaine Tavares, no blog Palavras Insurgentes:

Jornal Nacional. Rede Globo. O presidente da Vale fala por um tempo gigante, a considerar o valor do tempo num jornal global. Repete insistentemente que o que houve em Brumadinho foi um acidente. Um acidente? Com todos os laudos técnicos que mostram o risco dessas barragens? Com todos os avisos de gente muito especializada que milita nos movimentos? Com a trágica experiência de Mariana? Acidente? Foi um crime.

O respeito à soberania da Venezuela

Por Jeferson Miola, em seu blog:       

A autoproclamação de Juan Guaidó como presidente insulta a Constituição venezuelana e despreza o senso do ridículo.

Não fosse apenas outra tentativa de golpe de Estado numa Venezuela continuamente agredida pelos EUA, o gesto seria considerado como puro delírio da extrema-direita oposicionista.

Não existe previsão, na Constituição venezuelana, de mecanismo pelo qual, de repente, um indivíduo tresloucado desperta na manhã do dia que se celebra o 61º aniversário do fim da última ditadura do país [23/1] e se autoproclama ditador.

Vale: a trajetória da tragédia

Por Luiz Alberto Gomes de Souza, no site Outras Palavras:

Estamos diante da terrível e criminosa tragédia do dia 25 de janeiro, quando se rompeu a barragem de rejeitos de Córrego Feijão, da Vale, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, com um rio de lama cobrindo rapidamente uma área administrativa da Vale e uma comunidade próxima. Essa lama está contaminando o rio Paraopeba, afluente do São Francisco, podendo chegar até este, com um resultado catastrófico.

Uma barragem é um reservatório destinado a reter resíduos resultado do processo de beneficiamento de minérios. Estes resíduos são armazenados numa espécie de lixeira, para evitar que, soltos, causem danos ambientais. Entretanto, rompida a barragem, a saída violenta da lama represada dos resíduos produz danos ainda maiores.

Crime de Brumadinho e a luta por justiça

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Não foi desastre. Foi crime! (Milton Nascimento, resumindo a tragédia de Brumadinho, na abertura do seu show, sábado, no Mineirão).

“Não esperem da Vale nada. Vocês que vão conseguir, unidos, resolver o problema de vocês” (Promotor André Sperling, do MP de Minas Gerais, falando a 200 atingidos pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho).


Espero que meu amigo Guilherme Boulos, líder dos sem teto, e demais lideranças do que sobrou da oposição, tenham lido estas sábias lições do grande e eterno Milton e do promotor Sperling publicadas pela imprensa nesta terça-feira de luto no Brasil.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Veja, IstoÉ e Época detonam o clã Bolsonaro

Por Altamiro Borges

As quatro principais revistas do país deram capa nesta semana para Flávio Bolsonaro, o filhote do “capetão” Jair, aquele que se elegeu presidente da República posando de ético e que enganou tanto inocente – ou otário – com seu discurso anticorrupção.

A revista Veja, da falida e caloteira Editora Abril, deu uma foto sombria do novo senador carioca e estampou o título em letras garrafais: “A lambança do zero um”.

Já a IstoÉ, mais conhecida no meio jornalístico como QuantoÉ por seu histórico mercenarismo, também publicou uma foto do bem-sucedido agente imobiliário e adorador das milícias cariocas e deu a manchete: “O filho problema”.

Mas quem ou o que elegeu Bolsonaro?

Por Marcos Verlaine, no site do Diap:

Dragada por profunda crise, que começou com as jornadas de junho/julho de 2013, a sociedade brasileira chegou nas eleições de 2018 moralmente, eticamente, socialmente, politicamente e, sobretudo, economicamente exaurida. O processo eleitoral não produziu nada de novo ou palpável que pudesse apontar caminhos para a solução ou pelo menos, a redução dos graves problemas econômicos e sociais que acometem o País.

Diante desse quadro, os eleitores foram levados à optar pela volta do PT ou algo, em tese novo, que foi se consolidando como o candidato antipetista ou antilulista visceral - o eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Flávio Bolsonaro repercute nas redes sociais

Por Natasha Bachini e João Feres Jr., no site Manchetômetro:

A despeito da bandeira anticorrupção que conduziu Jair Bolsonaro e seus filhos Flávio, Eduardo e Carlos ao sucesso eleitoral, não tardou a estourar um escândalo de corrupção envolvendo a família e que tem no senador eleito pelo Estado do Rio de Janeiro seu pivô.

Em dezembro de 2018, a imprensa [1]divulgou dados do relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividade Financeiras) para a Operação Furna de Onça, braço da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, que identificou movimentações atípicas de cerca de R$1,2 milhões na conta do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, entre os anos 2016-2017. O relatório informava ainda que uma das favorecidas por essas movimentações foi Michele Bolsonaro, esposa do presidente, que teria recebido R$ 24mil reais em cheque. Na época, Flávio saiu em defesa de Queiroz, e Bolsonaro e a primeira-dama preferiram não se manifestar sobre o assunto.

O governo vai mudar de fora para dentro

O amadorismo do clã Bolsonaro

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

O Brasil não é para amadores, diz o adágio.

Pois os estrambóticos 20 e poucos dias iniciais do governo Bolsonaro não deixam dúvidas quanto à precisão do ditado.

Comecemos por Flávio Bolsonaro. O que antes parecia um clássico - não por isso menos vergonhoso - esquema de confisco de parte dos salários dos seus funcionários está tomando contornos de House of Cards.

A ligação de Flávio com suspeitos do assassinato de Marielle Franco é escandalosa e potencialmente explosiva. O fato de Flávio colocar a culpa pela contratação de parentes de um chefe de milícia no ex-assessor Queiroz é mais uma de suas justificativas que apenas deixam tudo mais suspeito ainda.

Brumadinho não foi acidente, é crime!

Por Beatriz Cerqueira, no blog Viomundo:

Voltei a Brumadinho neste sábado.

Uma sofrida retrospectiva do outro crime cometido por mineradoras, em Mariana, me veio à memória.

Vi o local do rompimento da barragem em Córrego do Feijão.

Como uma mineradora coloca o refeitório, sua área administrativa e enfermaria na beira da barragem?

Não consegui compreender como fizeram isso e como nenhum órgão fiscalizador fez nada a respeito.

O avanço do poder das milícias no Brasil