sábado, 20 de abril de 2019

Débitos à Previdência superam R$ 1 trilhão

Por Anelise Manganelli e Daniela Sandi, no site Brasil Debate:

A PEC 06/2019 encaminhada pelo governo Bolsonaro ao Congresso Nacional apresenta justificativa enviesada, uma vez que ignora um conjunto de elementos que determinam a capacidade de manter a Seguridade Social, uma das políticas públicas mais antigas e que já passou por inúmeros ajustes se adequando ao perfil populacional. A proposta é fundamentada em dados contestáveis, e um deles refere-se à questão relativa à dívida das empresas junto à previdência. Essa dívida totaliza 1,055 trilhão de reais.

Direita não vai fazer o serviço da esquerda

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Tudo leva a acreditar que governo Bolsonaro está com os dias contados. Afinal, a equipe de governo bate cabeça o tempo todo, desagrada os próprios aliados e não consegue articular nenhuma votação no Congresso com o mínimo de competência. Vem colecionando desgastes até mesmo com parceiros de primeira hora, como empresários, religiosos e imprensa, além de começar a desagradar a classe média com os seguidos vexames na franja, digamos, mais ilustrada da direita.

O que significa Lula voltar a dar entrevistas

Por Renato Rovai, em seu blog:

Lula está há um ano silenciado em Curitiba. Tem escrito apenas cartas e bilhetes, que o PT não conseguiu transformar em um modelo de comunicação mais massivo e de caráter político.

Mas seria possível ter feito isso? Sim, evidente que sim. As cartas do subcomandante Marcos, por exemplo, espalhavam-se mundo afora. Suas análises sobre o neoliberalismo e a realidade dos povos tocavam fundo. Eram um misto equilibrado de emoção e razão. Eram manifestos.

Lula poderia ter seguido este caminho produzindo comunicados articulados ao povo brasileiro. Nos quais apontasse caminhos às organizações populares para enfrentar o sequestro da democracia brasileira cujo elemento mais cruel é a sua injusta prisão.

O troca-troca de generais na pasta do Esporte

Por Altamiro Borges

Há algo de muito misterioso, típico das casernas militares, ocorrendo na chamada Secretaria Especial de Esporte do Ministério da Cidadania. Para a frustração ainda não confessada de muitos "atletas de elite" que fizeram campanha para Jair Bolsonaro, o governo atual tem adotado inúmeras medidas de enfraquecimento da área. O "capetão" extinguiu o Ministério do Esporte, cortou vários programas de apoio aos esportistas e reduziu drasticamente a verba do setor. Para complicar ainda mais a situação, ele transformou a pasta em um quartel, controlado por generais que batem cabeça e não têm qualquer transparência em suas iniciativas. Nesta semana, mais uma alteração sinistra ocorreu na secretaria.

Bolsonaro acelera privatização dos Correios

Por Altamiro Borges

Para agradar o "deus-mercado", que ajudou a aplainar o terreno para sua chegada à presidência e que ainda lhe dá sustentação no poder, o "capetão" Jair Bolsonaro decidiu acelerar a entrega da fatura. Com a acelerada queda de popularidade, que inclusive abortou a "lua de mel" dos 100 primeiros dias, o valentão teme ser esfaqueado e traído pelos seus volúveis apoiadores.

Como está difícil aprovar a contrarreforma da Previdência, que novamente teve sua votação adiada na Comissão de Constituição e Justiça, o presidente decidiu entregar de vez as estatais – para o desespero dos otários dessas empresas que acreditaram na "redenção" com o "mito". Nos últimos dias, a mídia privatista especulou alegremente que a Petrobras já estaria na linha do tiro. 

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Golpe na Previdência afetará municípios

Por Ronnie Aldrin Silva, no site da Fundação Perseu Abramo:

Em quase metade dos municípios do Ceará (44%) e da Bahia (43,8%) os benefícios que a população recebe da Previdência são superiores à receita total dos municípios. Em consequência, caso a Reforma da Previdência atual seja aprovada, é praticamente inevitável um forte abalo na economia destes dois estados.

O mapa a seguir também permite perceber que além de Bahia e Ceará, os estados de Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul possuem mais de um terço de seus municípios na mesma situação.

Assange e a ameaça à liberdade de expressão

Por Glenn Greenwald e Micah Lee, no site The Intercept-Brasil:

O conteúdo da acusação contra Julian Assange, revelado nessa semana pelo Departamento de Justiça de Trump, representa grande ameaça à liberdade de imprensa, não apenas nos EUA, mas em todo o mundo. O documento de denúncia, acompanhado do pedido de extradição pelo governo dos EUA, que foi usado pela polícia do Reino Unido para prender Assange tão logo o Equador suspendeu oficialmente o asilo diplomático, pretende criminalizar diversas atividades que fazem parte da essência do jornalismo investigativo.

Lula ficou um pouco livre

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A autorização para Lula dar entrevistas a Monica Bergamo e Florestan Fernandes Junior, bloqueada por uma decisão do Supremo desde outubro de 2018, tem uma importância que não pode ser desprezada.

Reafirma a liberdade de expressão como um direito absoluto dos brasileiros, assegurado pelo inciso IX do artigo 5o. da Constituição: "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença".

No prazo de 72 horas, o país assistiu a uma mudança importante nesse terreno.

O massacre de Eldorado do Carajás

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

Preso por policiais militares que, tal jagunços, escondiam a própria identidade, Oziel Alves Pereira foi espancado, arrastado pelos cabelos, algemado com as mãos para trás e então assassinado com quatro tiros, três na cabeça e um no peito. Aos 17 anos, o garoto foi o mais jovem dos 19 mortos em ataque na Curva do S, no Pará, naquilo que a história registra como o Massacre de Eldorado de Carajás.

Ocorrido em 17 de abril de 1996, o crime foi transformado em motivo de resistência e luta para o movimento popular - em especial o movimento camponês - no mundo inteiro, que hoje celebra o Dia de Luta pela Reforma Agrária.

O avanço autoritário no Brasil

Bandido bom é bandido crucificado

Por José Barbosa Junior, no site Jornalistas Livres:

Relembrar esta data traz consigo significados para além da espiritualidade, transpondo a barreira religiosa do fato. Jesus foi morto por desafiar um sistema perverso, que aliou um Império cruel e genocida a uma religião vendida e ameaçada pela mensagem de libertação do profeta galileu.

Reforçando a ideia defendida por Marx, de que a história acontece “primeiro como tragédia, depois como farsa”, não tenho dúvidas em denunciar que vivemos uma farsa terrível, fantasiada de moralismo e que insiste em fazer alusão à fé cristã.

Nada mais mentiroso! Nada mais falso! Nada mais perverso.

Suicídio no Peru e o mecanismo da Lava-Jato

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

De que era acusado Alan Garcia, o ex-presidente do Peru, que se matou com um tiro na cabeça ao ser preso pela Lava Jato local?

“O único benefício pessoal, ainda investigado pela procuradoria, seria o pagamento de US$ 100 mil por uma palestra que ele efetivamente deu na brasileira Fiesp. A ação foi delatada por um advogado terceirizado da Odebrecht”, informa a coluna de Mônica Bergamo na Folha.

Ao ler esta notícia me lembrei que o ex-presidente Lula foi condenado e preso sem provas, há mais de um ano, acusado de receber de propina um “triplex” no Guarujá que não é dele.

Lula assombra instituições em guerra

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Quer dizer, então, que o capitão nazista é a favor da liberdade de expressão? Desde quando?

E o general Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, hein? Subitamente fez um voo sem escala de paranoico anticomunista a democrata, inimigo número 1 da censura.

A doutora Raquel Dodge saiu-se melhor ainda. Descobriu a pólvora. Segundo a chefe do Ministério Público, os ministros Toffoli e Moraes afrontam o estado de direito quando desempenham ao mesmo tempo os papeis de acusadores e juízes. Como assim, vossa excelência? Por acaso Moro e a tal força-tarefa da Lava Jato não fazem há anos justamente isso colocando num balaio só juízes, procuradores e delegados? Essa aberração constitucional só é válida quando a finalidade for caçar Lula e o PT?

Bolsonaro aciona milicos contra indígenas

Por Altamiro Borges

Nas próximas semanas, Brasília lembrará com mais força a ditadura militar que amordaçou, castrou e ensanguentou o país de 1964 a 1984. Por determinação do “capetão” Jair Bolsonaro, soldados da Força Nacional ocuparão a Esplanada dos Ministérios e a Praça dos Três Poderes por 33 dias. O motivo são os protestos marcados na capital, em especial o dos povos indígenas.

A portaria que autorizou a ocupação militar foi publicada no Diário Oficial da União, sendo assinada por Sergio Moro, o ex-juiz que virou ministro da Justiça no covil de milicianos fascistas. A medida foi solicitada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), com base em protocolo de segurança que permite o emprego das forças policiais para proteger o patrimônio público.

Pai de Neymar negocia calote com Bolsonaro

Foto: Reprodução
Por Altamiro Borges

O “capetão” Jair Bolsonaro parece que não liga muito com quem aparece nas fotografias. Talvez ele imagine que a onda conservadora e anticivilizacional será eterna e que ele e seus “amigos” de selfies ficarão impunes pelo restante da vida.

Antes de virar presidente, o fascistoide posou para várias fotos com milicianos assassinos, pastores salafrários, empresários sonegadores, ruralistas truculentos e com candidatos oportunistas, laranjas e corruptos – entre outros bandidos.

Já como ocupante temporário do Palácio do Planalto, o fascistoide segue tirando fotinhos com figuras sinistras – o que deveria gerar constrangimento até nos bolsominions menos tapados, se isso é possível.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Pastor Feliciano fuzila general Mourão

Por Altamiro Borges

O “capetão” Jair Bolsonaro gerou três falsas expectativas na sociedade. Ele prometeu combater a corrupção, resolver o drama da segurança pública e retomar o crescimento econômico – “taokey”! Mas era tudo fake news. Seu governo é um laranjal de corruptos; sob intervenção, os milicos agravaram a violência no Rio de Janeiro; e a economia afunda celeremente. Diante desses fiascos, as pesquisas apontam a abrupta queda de popularidade do presidente e o caos se estabelece no bordel. Até a lua de mel dos 100 dias foi para o vinagre. O clima é de desconfiança e de facadas. Nesta zorra, um dos vice-líderes do governo no Congresso, o deputado Marco Feliciano, pede o impeachment do vice-presidente Hamilton Mourão. É pastor esbravejando pelo fuzilamento do general!

Crise ajuda Guedes a privatizar a Petrobras

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Paulo Guedes prepara-se para aplicar o ditado chinês de transformar “crise em oportunidade”. Num sentido inverso do que os chineses o aplicam, claro: a crise é para o país, a oportunidade é para o dinheiro.

Disse ontem, na Globonews, que Jair Bolsonaro, diante dos discursos em favor da privatização da Petrobras, “levantou a sobrancelha”:

“O presidente levantou a sobrancelha… Ué, se o preço de petróleo sobe no mundo todo inteiro e não tem nenhum caminhoneiro parando no Trump, na Merkel ou na porta do Macron, será que tem um problema aqui?”, disse.


Crime contra o salário mínimo

Por José Pascoal Vaz, no site Carta Maior:

Atentado à justiça social a proposta de Bolsonaro de se retirar da fórmula de reajuste do salário mínimo (SM) o aumento do PIB. Sabe-se de sobejo a influência das boas políticas de SM sobre o combate à desigualdade, como provam os primeiros 15 anos deste século.

A desigualdade é um grave problema ético, ao gerar pobreza injustificada. Segundo o IBGE, a metade (45 milhões) da população ocupada (90 milhões) no Brasil tem renda média de R$ 848,00/mês, 15% menor do que o SM que, em si, equivale apenas a 25% do SM necessário para cumprir o mínimo exigido pelo art. 7º.-IV da Constituição (R$ 4.053,20 – Dieese, fev/19), enquanto há executivos de empresas ganhando mil e quinhentas vezes mais.

Século do Judiciário e a volta da barbárie

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

De um bravo Ministro do Supremo Tribunal Federal, anos atrás ganhei um livro do jurista italiano Luigi Ferrajoli e a crença de que o século 21 seria o século do Judiciário, trazendo luzes, direitos, sede de Justiça, o poder contra-hegemônico levando a justiça às minorias e aos órfãos da política.

O Século 20 havia sido o do Legislativo, no início impondo o poder da maioria sobre os direitos das minorias, insuflado por massas ululantes e levando ao poder ditadores terríveis. Depois da Segunda Guerra, as maiorias legislativas acabaram sendo contidas por constituições, que definiam princípios civilizatórios e limites que não poderiam ser ultrapassados pela legislação comum, impedindo golpes de Estado de maiorias eventuais.

Governo a serviço da desconstrução nacional

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Na residência oficial do embaixador brasileiro em Washington, em jantar a representantes da extrema-direita dos EUA, onde tem sua alma, o capitão declarou haver chegado ao poder “não para construir”, mas para “desconstruir muita coisa’. Sua palavra está sendo cumprida com dedicação e competência exemplares. A economia soçobra e a dignidade nacional foi ao chão.