terça-feira, 16 de julho de 2019

"Como enganar os trouxas e ficar rico"

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

O título acima é uma sugestão gratuita para o próximo ciclo de palestras dos heróis da Lava Jato.

Com a fama que ganharam de homens de negócios nas últimas semanas, após as revelações da Vaza Jato, seria o maior sucesso.

Platéia não vai faltar. Em síntese, é o que todos os bolsominions estão sonhando fazer antes que a farra acabe.

Tinha pensado num outro tema para as palestras da dupla, mas me falaram que pode não pegar bem: “Pequenos homens, grandes negócios”.

Se eles podem debochar de nós, por que os levaríamos a sério?

MP 881 e a sopa das bruxas

Por João Guilherme Vargas Netto

As bruxas de Macbeth bem que poderiam ter preparado com seus ingredientes nojentos o que saiu da comissão especial do Congresso que analisou a MP 881, dita da “liberdade econômica”.

Foram acrescentados, como artifícios de feiticeira, aos 19 artigos originais da MP outros 55 que alteram no que diz respeito as relações do trabalho pelo menos 26 artigos da CLT e em alguns casos a desconsideram integralmente. O projeto libera, por exemplo, o trabalho aos domingos para todas as categorias, acaba com as restrições de horários nas atividades agrícolas, afrouxa as regras para composição das CIPAs e remete ao direito civil os trabalhadores de altos salários.

A guerra de Trump contra a Huawei

Por Vijay Prashad, no jornal Brasil de Fato:

A maior delegação de fora da Rússia no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, no início de junho, veio da China. A equipe chinesa foi liderada pelo presidente do país, Xi Jinping. Nesse 23º Fórum, o mandarim juntou-se ao russo e ao inglês como um dos idiomas presentes nos avisos e conversas. Xi e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pareceram confortáveis um com o outro, e a camaradagem entre os dois Estados ficou clara. Durante o evento, os dois países realizaram um concerto de gala para celebrar o 70º aniversário do restabelecimento de seus laços diplomáticos. Putin disse que os laços entre os dois países atingiram atualmente um “nível sem precedentes”, com acordos de alinhamento comercial e militar.

Por que a Rússia e a China consolidaram esse novo arranjo?

Um presidente que acelera o retrocesso

Por Eric Nepomuceno, no site Carta Maior:

“Fala inglês e espanhol, é amigo da família Trump, viajou pelo mundo”. Com esses argumentos, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro justificou a intenção de nomear seu filho, o deputado Eduardo, para ocupar o posto de embaixador em Washington. Na manhã seguinte, o eleito acrescentou outra credencial às mencionadas pelo pai presidente: “conheço bem o país, já fritei hambúrguer no frio do Maine”. E Bolsonaro pai agregou outro argumento para justificar sua ideia: “é como se o presidente Mauricio Macri indicasse um filho para ser embaixador da Argentina no Brasil. Teria, claro, um tratamento especial”.

Bolsonaro amplia precarização do trabalho

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

Especialistas têm apontado que a Medida Provisória (MP) 881 é uma “minirreforma” trabalhista, dadas a quantidade e profundidade das mudanças propostas.

No fim de abril, Bolsonaro assinou a MP 881 com a bandeira genérica de “ampliar a liberdade econômica”. Ao longo da tramitação da MP em comissão mista, no entanto, ela sofreu diversos adendos, inclusive os chamados “jabutis”, que são trechos alheios à temática inicial da MP. Na tramitação, a MP passou a mexer em 36 artigos da CLT.

A razão real da privatização da Eletrobras?

Por Artur Araújo, no site Outras Palavras:

Basta atentar para isto:

“É preciso lembrar que o setor privado virá comprar ativos existentes. Como aconteceu na década de 90, nada novo será construído. Agora, dificilmente ocorreria um racionamento, pois a demanda está estagnada e temos uma ‘oferta’ cara de térmicas. Mas é bom lembrar que o interesse do capital está associado ao desmonte da tarifa imposta pela intervenção da MP 579. Pode-se imaginar o que ocorrerá quando cerca de 14.000 MW deixarem de custar R$ 40/MWh e passarem a cobrar R$ 200/MWh.

A onda conservadora no Brasil e nos EUA

Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:

Quem estiver em São Paulo na quinta-feira da outra semana, dia 25 de julho, uma sugestão: o lançamento e debate do livro O novo conservadorismo brasileiro: de Reagan a Bolsonaro, de Marina Basso Lacerda. A advogada Valeska Martins, fundadora do Instituto Lawfare, participará.

Será às 19 h, na Livraria Tapera Taperá, bem no centro da capital: galeria Metrópole, avenida São Luís 187, centro, 2º andar, loja 29.

A ‘jabalândia” de Deltan & cia no Ceará

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Monica Bergamo, na Folha, põe uma cereja cearense na história da lucrativa exploração de prestígio de Deltan Dallagnol, que empresariou a Operação Lava Jato para lhe render um bom dinheiro “por fora” em palestras e eventos.

Numa quinta-feira à noite, 20 de julho de 2017, o ubíquo procurador estava em Fortaleza, ensinando aos empresários cearenses as virtudes da honestidade.

Mas como a vida não é só feita de sacrifícios, além dos “30 k” – a maneira pela qual se refere ao cachê de R$ 30 mil por cada palestra nas mensagens trocadas com Sergio Moro – Dallagnol arrancou também passagens de avião e hospedagem para sua mulher e filhos no caríssimo hotel e complexo de lazer aquático Beachpark – coisa de R$ 1 mil a diária – para o resto do final de semana.

Omissão de Raquel Dodge é vergonhosa

Por Jeferson Miola, em seu blog:                           

É estarrecedor o silêncio da Procuradora-Geral da República Raquel Dodge acerca do escândalo que atinge em cheio o coordenador da autodenominada força-tarefa da Lava Jato e vários procuradores e procuradoras.

É inquestionável que estamos diante de um abrangente e corrosivo escândalo de corrupção no Ministério Público brasileiro, com respingos escabrosos sobre desembargadores, juízes e ministros das instâncias superiores do judiciário.

No mínimo, trata-se de improbidade administrativa, desvio funcional, organização criminosa e aparelhamento do Estado para satisfazer interesses privados, políticos e de um projeto de poder coordenado desde os EUA.

Vaza jato: é hora de apurar os crimes

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Um mês depois das primeiras revelações do Intercept-Brasil sobre a Lava Jato, é hora de cobrar responsabilidades das autoridades que têm a obrigação de garantir o cumprimento da lei no país.

Como sempre acontece diante de um escândalo, não custa lembrar um ponto essencial. Mesmo envolvendo uma competência particular para investigações delicadas, tarefa para a qual o jornalista Glenn Greenwald já exibiu talento reconhecido e premiado, a fase das reportagens e denúncias é a menos difícil, quando se compara com as etapas seguintes.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Mídia vai abafar o escândalo de Deltan?

Previdência e a diplomacia em 'famiglia'

Defesa Nacional está ameaçada!

Enviado por Manuel Domingos Neto

Somos pesquisadores acadêmicos dedicados aos Estudos de Defesa. Temos como objeto de atenção as Forças Armadas, as relações entre civis e militares, as formulações geopolíticas e outros temas relacionados à Defesa Nacional. Em diversas instituições de ensino, predominantemente públicas, formamos graduados, mestres e doutores civis e militares.

Desde o século XIX, o militar brasileiro compreendeu a importância do conhecimento científico e do domínio de tecnologias para a preservação de nossa soberania. Essa compreensão aprofundou-se durante o regime republicano. Tornou-se indiscutível para soldados, marinheiros e aviadores que, sem a produção do saber científico, do desenvolvimento industrial e da autonomia energética, o Brasil estaria condenado a submeter-se às potências estrangeiras.

A destruição do Itamaraty é "um projeto"

Por Tiago Angelo, no jornal Brasil de Fato:

O ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou em entrevista ao Brasil de Fato nessa sexta-feira (12) que o processo de desmonte da diplomacia brasileira, em curso desde que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) assumiu o governo, não ocorre por falta de habilidade, mas “é um projeto” político.

O diplomata, que foi chanceler durante as administrações de Itamar Franco e Luiz Inácio Lula da Silva, comentou a possível nomeação de Eduardo Bolsonaro como embaixador em Washington, a degradação da imagem do Brasil em fóruns internacionais e a quebra das tradições diplomáticas do país.

Bolsonaro e a despedida da economia nacional

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

A concretização das estimativas desfavoráveis em 2019 no desempenho da produção, emprego e renda confirmará o quanto os anos de 2010 se transformaram na primeira década perdida para economia brasileira neste início do século 21. Se contabilizar os anos de 1980, o país terá acumulado duas décadas perdidas somente nos últimos 40 anos.

Este fato, inédito desde a implantação do capitalismo – ainda na década de 1880 – revela significativa perda de vitalidade em sua capacidade de produzir, empregar força de trabalho e gerar renda. Recorda-se que, entre as décadas de 1930 e 1970, o Brasil apresentou notável crescimento econômico ao longo da industrialização nacional, comparável, por exemplo, ao desempenho chinês na atualidade.

Os mistérios e os laranjas de Dallagnol

Por Moisés Mendes, no Diário do Centro do Mundo:

A Lava-Jato sempre ensinou que é preciso correr atrás dos laranjas e fragilizá-los, para então chegar ao dono do pomar.

É o que o jornalismo deve fazer agora para tentar esclarecer os mistérios em torno de Deltan Dallagnol.

A mulher de Sergio Moro, Rosângela Moro, criou no ano passado uma empresa de palestras para administrar a vida empresarial do marido no mundo das conferências.

A mulher de Dallagnol, Fernanda, e a mulher do procurador Roberson Pozzobon, Amanda, teriam feito o mesmo?

Antipetismo ainda é uma cegueira

Por Esther Solano, na revista CartaCapital:

Desde que começou, a Lava Jato cheirava mal. Cheirava a podre, mais podre que um mercado de peixes sem refrigeração e em pleno verão. Qualquer pessoa que não sofresse da cegueira do antipetismo poderia supor que Sérgio Moro guardava mais esqueletos no armário do que um serial killer. Mas, olha, poucas vezes vi na minha vida cegueira tão visceral como o antipetismo, uma cegueira que sai das entranhas, do fígado, e que se espalhou pelo Brasil como uma epidemia. Contagiou, inclusive, gente de esquerda que apoiava a Lava Jato com fervor, como se esta fosse acabar com a corrupção no Brasil.

O desmonte ideológico do país

"Última canção do beco", por Paulo Henrique

Bilhões em isenção para os agrotóxicos

Por Por Lizely Borges e Naiara Bittencourt, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Neste momento da política brasileira domina a agenda da austeridade econômica e o enxugamento da máquina da administração pública, com cortes nos investimentos sociais. O discurso é certeiro: a reforma da previdência é necessária para não quebrar o Estado brasileiro. Contudo, nenhuma palavra é dita sobre os bilhões estimados que se deixa de arrecadar para beneficiar setores do agronegócio, especialmente os benefícios diretos de isenção de impostos aos agrotóxicos – nem se fala aqui dos subsídios diretos de crédito ou políticas de infraestrutura e pesquisa para o setor e nem dos custos indiretos arcados pela administração pública com tal política.