quarta-feira, 22 de abril de 2020

Um caminho perigoso e sem volta

Por Eric Nepomuceno

Dizem que Luiz XIV, o monarca do absolutismo francês, disse o que ninguém conseguiu provar que disse: “O Estado sou eu”. Anos depois, morreu de gangrena.

Jair Messias diz que não disse o que disse e foi gravado e mostrado para quem quisesse ver.

Na manhã seguinte, se desdisse.

Até aí, nada de novo: em sua versão tão peculiar de integridade, já chegou a desmentir o que havia dito não no dia anterior, mas horas antes.

Agora, uma inovação: ao dizer que não tinha ido apoiar a manifestação de extrema-direita que pedia um golpe militar com ele no poder, Jair Messias lançou sua versão pessoal da tal frase.

Bolsonaro, militares e a escalada ditatorial

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A ofensiva de Bolsonaro contra as instituições domingo, 19 de abril, foi o mais acintoso, mais grave e mais afrontoso ataque contra o pouco que resta do Estado de Direito no Brasil.

A pauta bolsonarista e as circunstâncias da participação do Bolsonaro não poderiam ser mais impactantes: [1] o protesto aconteceu no dia do Exército brasileiro; [2] o ato com a presença presidencial foi realizado no portão do Quartel-General do Exército do qual ele é o Comandante Supremo; e [3] a matilha bolsonarista reunida, em quem Bolsonaro disse “acreditar”, pedia “intervenção militar com Bolsonaro no poder”, o fechamento do Congresso e o fechamento do STF.

Abaixo o moralismo financeiro

Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:

O sistema financeiro é a instância dominante nas relações econômicas do capitalismo de todos os tempos e em todos os tempos.

Um sábio atilado chamou o dinheiro e suas instituições capitalistas de comunidade.

Na posteridade da Segunda Guerra, os sistemas financeiros foram severamente disciplinados.

Salvo pequenos incidentes, a economia deslizou nos trilhos do crédito dirigido, dos controles de capitais entre os países, do gasto público amparado em sistemas fiscais progressivos.

A coisa andou tão bem que, nos anos 1970, o sistema regulado de relações monetárias e financeiras sucumbiu ao seu próprio sucesso.

Cai a blindagem dos Bolsonaro na Justiça

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A opinião pública, na mídia, mas especialmente nas corporações públicas são extremamente suscetíveis aos movimentos de manada.

Cria-se o movimento em uma direção. A manada vai atrás, endossando.

Não sei a terminologia das boiadas autênticas.

No caso da boiada da opinião pública, há um conjunto de personagens padrão.

Na frente, vai o boi condutor, liderando o estouro.

Até que vai se aproximando de um precipício.

Surgem os radares, sinalizando o perigo, mas não sendo ouvidos de cara.

Bolsonaro é perigoso para a democracia

Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:

Está lá, no artigo 78 da Constituição, que sintetiza o dever inaugural de um presidente da República, um juramento obrigatório, no dia da posse: "Manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil".

Parte do ritual obrigatório da República, sem esse juramento um presidente eleito nem toma posse.

Por isso, desde ontem, a questão é saber como as forças comprometidas pela defesa da democracia irão reagir a um presidente que, em vez de "manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis", insistiu em fazer o contrário, na frente de todos.

A aliança e as vozes dos povos da floresta

A sua privacidade está em perigo

terça-feira, 21 de abril de 2020

Paranoico, Bolsonaro agora fuzila Maia

O “mensageiro da morte” ataca o Maranhão

Por Altamiro Borges

Mensageiro da morte, Jair Bolsonaro ainda dificulta as ações de quem procura salvar vidas. Em mais uma ação macabra, a Receita Federal, ligada ao presidente-coveiro e ao abutre Paulo Guedes, "afirma que a operação do governo do Maranhão para trazer 107 respiradores da China foi ilegal", informa a Folha nesta segunda-feira (20).

O jornal relata que a Receita "tomará medidas legais cabíveis contra as pessoas envolvidas" na arrojada operação do governo do Maranhão. "Ela envolveu o envio dos respiradores à Etiópia, para escapar dos radares dos EUA e Europa, e o fretamento de avião de Guarulhos para São Luís" para escapar da sabotagem do miliciano Bolsonaro.

"O desembaraço na Receita foi feito no Maranhão, e não em São Paulo, para evitar risco de que os equipamentos fossem retidos. A estratégia foi montada depois que o governador Flávio Dino (PCdoB) reservou respiradores três vezes e foi atravessado pelo governo federal, pela Alemanha e pelos EUA".


Bolsonaro quer um novo AI-5

O Maranhão enfrenta o coronavírus

O mito morreu de Covid-19

Por Luís Fernando Vitagliano, no site Brasil Debate:

Mais uma vítima fatal do Covid-19 foi confirmada: o mito de Bolsonaro. Não, o governo ainda não morreu; embora sua sustentação se torne cada vez mais crítica daqui em diante. Tampouco e muito menos o próprio presidente tenha morrido. Este, pelo contrário, aparenta desfrutar de boa saúde. O que morreu, de fato, foi a subjetividade construída em torno da figura do presidente. Subjetividade tão cara que o tornou popular nas urnas e nas redes e que o fez sustentar medidas bastante impopulares de governo.

Bolsonaro promove ‘desordem e regresso’

Da Rede Brasil Atual:

Para o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o presidente Jair Bolsonaro estimula o desrespeito à hierarquia militar ao participar de manifestação, em frente ao quartel-general do Exército, neste domingo (19), na capital federal. “Em vez de ordem e progresso, temos desordem e regresso”, afirmou, em alusão ao lema da bandeira nacional.

Segundo Belluzzo, o presidente pretende manter o “controle absoluto” do Estado brasileiro, para subjugá-lo aos interesses particulares da sua família. “É uma desordem total. Tem muito a ver com o seu espírito destruidor. Ele não está aí para construir nada. Está para destruir, assim como fazem, sem saber, os seus adeptos”, disse a Glauco Faria e Marilu Cabañas, para o Jornal Brasil Atual, nesta segunda-feira (20).

Bolsonaro não é a Constituição, é o golpismo

Editorial do site Vermelho:

A participação do presidente da República Jair Bolsonaro no ato em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, no domingo (19), é a prova cabal de que ele, como militante do golpismo, desrespeita a institucionalidade democrática do país. Ao confrontar a Constituição e se perfilar num ato que defendia a intervenção militar, e criminalizar a política com o pretexto de defender a “nova política” contra a “velha política”, Bolsonaro escancara seus intentos golpistas. Ao confrontar a Constituição e se perfilar num ato que pregava a intervenção militar.

Os retrocessos na questão agrária

Dá para confiar nos dados oficiais?

Até onde vai o fascista Bolsonaro?

Começa o cerco sobre Bolsonaro

A distribuição de renda na crise

segunda-feira, 20 de abril de 2020

O “QG” da subversão bolsonarista

Por Fernando Brito, em seu blog:

Magras e ralas, as milícias bolsonaristas que urram nas ruas pelo “abre tudo” que manda as pessoas à morte não teria muita importância se isso não correspondesse à vontade presidencial de provocar entre nós uma tragédia humanitária de grandes proporções.

Faz parte do seu projeto de destruição do que resta de institucionalidade no Brasil e do desaparecimento de qualquer autoridade que não seja a dele e a de seu doentio clã.

O “QG”, como o chamam, tem uma metralhadora na parede e um “1776” que não se refere à independência do Brasil, mas à do país ao qual, mentalmente pertencem, como quinta-colunas que são: os Estados Unidos.