quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Um ano decisivo para o Brasil

Editorial do site Vermelho:


A virada de ano foi marcada por um sentimento de esperança para o povo brasileiro. Mesmo diante da crise explosiva pela qual o País passa, a chegada de 2022 nos faz iniciar a contagem regressiva: estamos no ano das eleições presidenciais que podem decretar o fim do governo Jair Bolsonaro. Primeiro e segundo turno estão marcados, respectivamente, para 2 e 30 de outubro. Se o pior presidente na História do Brasil não cair antes por vias como o impeachment ou a renúncia – hipóteses mais improváveis a esta altura –, poderá ser expelido do cargo, enfim, pelo voto.

Um ano marcado pela destruição ambiental

Futebol-empresa: capitalismo chega no futebol

Por Marcos Dantas

É comum, nas semanas finais de um ano ou iniciais do seguinte, o noticiário futebolístico ser ocupado por negociações de compra ou venda de jogadores, renovação de contratos, contratação de técnicos. Nesta virada de 2021 para 2022, o noticiário futebolístico foi invadido por um novo tipo de negociação: a compra de times inteiros por algum investidor. O ex-jogador Ronaldo "Fenômeno" comprou o Cruzeiro de Minas Gerais. Um cidadão estadunidense de nome John Textor está comprando o Botafogo do Rio de Janeiro. O Vasco da Gama, também do Rio, estaria à "venda". Toda essa movimentação tem por trás uma lei que pode transformar totalmente a atual estrutura político-econômica do futebol brasileiro: a lei 14.193/2021 que criou a "sociedade anônima do futebol" (SAF).

Direito trabalhista e reação da plutocracia

Por Leonardo Attuch, no site Brasil-247:

A possível aliança entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador Geraldo Alckmin criou a falsa percepção de que um provável governo Lula-3 seria um período de conciliação e confraternização nacional, em que o bode do fascismo seria retirado da sala, mantendo-se todas as políticas neoliberais implantadas após o golpe de estado de 2016 e que fracassaram de maneira incontestável.

Bastou um elogio de Lula à revogação pelo governo espanhol de uma reforma trabalhista também fracassada por lá para que a plutocracia brasileira começasse a se movimentar. Lula disse apenas que os brasileiros devem olhar para a Espanha, sinalizando que é possível travar uma discussão madura sobre políticas públicas que não trouxeram os resultados prometidos:

A polarização política na América Latina

Arte do blog Cultura y Resistencia
Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência


Há dois aspectos salientes na conjuntura política latino-americana neste início de ano.

1) Em 2021 houve um acúmulo de lutas políticas e sociais, o que enriquece a experiência dos povos e forças políticas progressistas. Não farei aqui um inventário dessas múltiplas lutas, mas assinalar duas campanhas populares que se destacaram pela força da mobilização, o caráter de massas, a combatividade e o elevado grau de politização. Uma delas foi a jornada de lutas dos colombianos nos meses de abril e maio, um verdadeiro levante popular de mais de 50 dias, duramente reprimido pelo governo de extrema direita de Iván Duque. Apesar de toda a brutalidade das forças policiais, o movimento conquistou vitórias políticas, entre as quais a tramitação no Congresso Nacional de um caderno de reivindicações de direitos humanos, civis e sociais, que se constituirão nas linhas programáticas da luta política das forças de esquerda em 2022.

Orçamento secreto no governo Bolsonaro

Charge: Zé Dassilva
Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:


O orçamento público é o instrumento que os governos usam para planejar e estabelecer as prioridades de gastos do Estado. Um pressuposto da legitimidade do orçamento público, além de sua destinação, está na clareza e na transparência, que são duas condições indispensáveis para que haja controle social e a sociedade seja ao mesmo tempo a protagonista e a beneficiária efetiva dos recursos arrecadados compulsoriamente de todos. O segredo na arrecadação de receitas, na efetivação de despesas e na destinação de recursos financeiros é incompatível com a forma republicana e o regime democrático de governo. Assim, nem a elaboração do orçamento público nem a execução podem ser secretas.

Jovem Pan News naufraga em audiência

Charge: Clóvis Lima
Por Lucas Rocha, na revista Fórum:


O canal de notícias de extrema-direita Jovem Pan News teve uma piora na sua média de audiência entre os meses de novembro e dezembro e caiu 8 posições no ranking geral da TV paga.

Segundo dados da Kantar Ibope no Painel Nacional de Televisão (PNT), a Jovem Pan News registrou média de 0,03 ponto de audiência, ou 0,09% de share. Isso a coloca como a 53ª no ranking da TV Paga de dezembro.

Em novembro, a emissora tinha ficado na 45ª posição. A queda de oito posições aconteceu no terceiro mês da Jovem Pan como emissora de TV.

Entre os canais de notícias, o canal de extrema-direita só conseguiu superar a BandNews, ficando atrás de RecordNews, GloboNews e CNN Brasil.

Vacinação das crianças é esperança para 2022

Por Vanessa Grazziotin, no jornal Brasil de Fato:

O ano se inicia e temos esperanças de que ele seja melhor. A aprovação da vacina para crianças de 5 a 11 anos, após pedido da Pfizer, é uma grande notícia. Tivéssemos um governante sério, as crianças já estariam sendo vacinadas. Mas a irresponsabilidade com a saúde da população continua sendo marca desse governo.

Além de retardar a imunização das crianças, o Ministério da Saúde não tem nenhum controle sobre o número de infectados pela variante ômicron. As plataformas que consolidam as informações dos estados foram hackeadas e o governo não consegue resolver o problema. Com isso, o diagnóstico sobre a circulação da variante no Brasil está prejudicado pela subnotificação de casos.

Bolsonaro e sua “vitimização”

Charge: Cau Gomez
Por Fernando Brito, em seu blog:


Bem, ficamos de novo de “alarme falso” de uma complicação séria de saúde do sr. Jair Bolsonaro e de mais um caso de Lactopurga mais caro do planeta.

A essa altura, já pouco importa se há problemas reais – e certamente há, com o histórico de cirurgias e a vida loca das farras praiana do ex-capitão, regadas a pão com leite Moça e frituras de toda espécie – o mais importante é observar a saída pela via hospitalar nos maus momentos políticos em que Bolsonaro se mete.

Vai para um leito, posa de pijama e sonda nasogástrica e alivia a pressão política.

A arte perversa de Vargas Llosa

Por César Locatelli, no site Carta Maior:


Quando Mario Vargas Llosa afirmou que sua tarefa como escritor era dizer mentiras que parecessem verdades, referia-se a suas ficções e, possivelmente, não esperava que o mesmo fosse dito de seu proselitismo político.

“Sem dúvida, Vargas Llosa (VLl) é um escritor que cativa seus leitores e maneja com maestria essa arte perversa de ‘contar mentiras que parecem verdade’, como ele disse e escreveu repetidas vezes. Além disso, combina muito bem a ficção com o ensaio, o que muitas vezes induz seus leitores a darem crédito, como se fosse real, a algo que nada mais é do que uma ficcionalização ou, se quiser, uma fantasia do escritor”, diz Atilio Boron em seu livro de 2021: El sueño del marqués: Mario Vargas Llosa, una pluma al servicio del imperio.

As costuras para a aliança com Lula

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Um revés para as estratégias bolsonaristas

Como funciona o "orçamento secreto"?

Julgamentos que mudaram o Brasil em 2021

Bolsonaro pode tentar golpe em 2022?

Dois anos da pandemia na América Latina

A destruição da soberania do Brasil

Charge: Biratan
Por Marcelo Zero

Costuma-se comparar, com razão, a figura lamentável de Bolsonaro com fascistas históricos, como Hitler e Mussolini. De fato, ele compartilha ideologia e práticas políticas semelhantes com aqueles grandes ditadores.

Contudo, talvez a figura histórica que mais se assemelha a Bolsonaro não seja algum desses ditadores do século XX, ou ainda alguma outra liderança autoritária deste século, como Trump, mas sim um personagem ainda mais sinistro e violento: Átila, o Huno.

É que esses outros ditadores e lideranças autoritárias conseguiram, algumas vezes, construir alguma coisa, antes de seu final apocalíptico. Hitler, por exemplo, conseguiu reconstruir a economia alemã, arrasada pelo fardo da derrota da Primeira Guerra Mundial e a recessão de 1929.

A estratégia burra de Bolsonaro

Charge: Lézio Júnior
Por Bepe Damasco, em seu blog:


Sempre acompanhei com espanto certas análises de gente respeitável intelectualmente apontando méritos na estratégia de Bolsonaro de falar apenas para sua legião de seguidores fanáticos.

Essa turba de apoiadores, composta por estúpidos de todos os calibres, orgulhosos e incuráveis analfabetos políticos, fundamentalistas neopentecostais e gente de ideologia abertamente fascista já deu seguidas demonstrações de que está com Bolsonaro faça chuva, faça sol.

O problema para o capitão é que esse contingente da população e do eleitorado não ultrapassa 20%, no máximo 25%, dos brasileiros e brasileiras, percentual claramente insuficiente para se vencer uma eleição presidencial em dois turnos.

As Big Techs podem destruir você

Por Renata Mielli, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A Netflix acertou em cheio na sua estratégia de audiência para o final de 2021. Produziu um filme concebido milimetricamente para fazer sucesso no mundo algorítmico: impulsionado pela polêmica, pela lacração e polarização. As redes sociais já estão fervendo entre os que consideram Não Olhe para Cima, filme roteirizado por Adam Mckay e David Sirota e dirigido por Mckay, um grande filme ou um péssimo filme.

Entre críticas e elogios e busca de personagens da vida real análogos aos da obra de ficção, as redes sociais estão bombando e, com isso, a audiência da plataforma de streaming também. Afinal, no mundo dominado pelas Big Techs não dá para ficar de fora dessas polêmicas.

A falsidade do discurso fiscalista

Charge: Toni
Por Paulo Kliass, no site Vermelho:


O início do ano já nos oferece um pouco das orientações de como deverá ser levada a agenda política até as eleições marcadas para o mês de outubro. Bolsonaro reafirma, pela enésima vez, sua mais absoluta falta de empatia com a dor e o sofrimento do outro. Ao privilegiar a postagem de imagens de suas férias no litoral de Santa Catarina, o Presidente da República passou o recado mais autêntico de seu estado de espírito: está pouco se lixando para a desgraça alheia, desde que ele e seu entorno familiar estejam desfrutando da tranquilidade e do conforto viabilizados com recursos públicos. Afinal, sempre tem sido assim, desde que se elegeu deputado federal pela primeira vez, em 1990. A tragédia que se abateu sobre o território e a população da Bahia não mereceu sequer uma palavra de conforto ou um gesto de solidariedade por parte do chefe de Estado.