quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Ódio da direita. E agora PT?

Por Gilberto Carvalho, na revista CartaCapital:

De repente, os ventos mudaram, as águas se agitaram, velas se romperam e o barco parece sem controle... muitas previsões de naufrágio. Sentimos a barra, clamamos por um comando milagroso, mas nuvens carregadas não permitem que se vislumbre nenhum sinal do sol.

Não é a primeira vez, nem a primeira tempestade, tampouco os marujos são inexperientes. Ao contrário. A vida os calejou impiedosamente, desde os primeiros movimentos. Agora, a conjunção de fatos parece insuperável: crise econômica com sabor amargo de inflação no cotidiano dos cidadãos e medo de desemprego, crise da falta de água e reiterada e cotidiana profecia de crise de energia, crise política no Parlamento, onde, como diria Zé Múcio, bezerro não reconhece vaca, crise na Petrobras, com suas calculadas gotas diárias de novidades delatadas, tomadas como verdades comprovadas, num martelar poderoso e insistente para pregar a imagem de um partido e um governo irremediavelmente na podridão da corrupção.

Dilma, FHC e a corrupção

Por Fabio de Sá e Silva, no site Carta Maior:

Em evento destinado ao recebimento de credenciais de novos embaixadores, Dilma concedeu entrevista a repórteres, na qual tratou de vários temas.

Ao ser perguntada sobre a Operação Lava Jato e seus efeitos sobre a Petrobras, a Presidenta vocalizou o discurso com o qual intelectuais e sindicatos de trabalhadores têm conclamado a defesa da estatal: o de que quem se envolveu em corrupção deve ser punido, mas de que a empresa, por ser estratégica, deve ser preservada.

A mídia e o fim da economia

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:

Se o país tem uma safra recorde de grãos, isso é bom ou ruim? Se há oferta excessiva de grãos, é uma boa nova ou má notícia?

Pela lei da oferta e da procura, uma safra recorde pode expandir as vendas internas e a exportação, mas tende a pressionar os preços para baixo, certo? Não de acordo com a imprensa brasileira: no noticiário fragmentado da mídia tradicional, uma coisa é uma coisa e outra coisa pode ser a mesma coisa.

Não, o Syriza não se rendeu

Por Tom Walker, na revista Fórum:

Rendição! Capitulação! Traição! O Syriza ainda nem há um mês chegou ao governo mas já tem quem lhe escreva os obituários.

É claro que alguns na esquerda já os escreveram bem antes das eleições de janeiro. Vejam lá, o Syriza não declarou a revolução. Até agora, soa familiar. Mas nos últimos dias algumas forças mais sensatas parecem – como aconteceu nos primeiros dias com a negociação da coligação – ter-se descontrolado no seu horror ao acordo desta semana, acreditando na retórica exultante do governo alemão de que o Syriza sofreu uma humilhação total.