quarta-feira, 31 de março de 2021

Bolsonaro esticou demais a corda

Por Luis Felipe Miguel

O único nome de algum peso nas nomeações de ontem é o novo ministro da Justiça, reforço à ala mais truculenta do governo.

Bolsonaro esticou demais a corda e gerou a crise que culminou na dança das cadeiras de ontem - e que prossegue hoje, com os comandantes das três armas colocando os cargos à disposição.

Foi incapaz de manter a fachada de civilidade e racionalidade, que é tudo que "as instituições" esperam dele e de seu governo.

Seria talvez difícil para Ernesto Araújo se "reinventar" como um sujeito equilibrado, mas Bolsonaro poderia tê-lo substituído antes, sem esperar que a situação se tornasse explosiva.

Mas para isso Bolsonaro também teria que se reinventar - e ele parece incapaz disso. Está preso à persona política que sempre cultivou.

Entre o mito e seus seguidores destacados há uma notável continuidade.

O Brasil que poderia ter sido, e será

Enviado por Silvio Tendler

O Brasil que poderia ser e será
Abaixo a morte. Viva a vida!

Jair Messias Bolsonaro, o genocida, defende o que de pior aconteceu durante a ditadura que teve início em 1964 e durou 21 anos: sequestros, prisões, tortura, estupros, assassinatos.

Sabotou as vacinas, não quis comprá-las, incentivou a população a não usar máscaras e a contaminar-se. Este genocida é o maior responsável por mais de 320 mil mortes, mais de 12 milhões de contaminados, unidades de saúde e UTIs abarrotadas, pessoas morrendo nas filas dos hospitais, profissionais de saúde esgotados, caos no sistema.

Hoje, 31 de março, 57 anos após o golpe de 64, o genocida orquestrou mais uma de suas provocações: convocou para comemoração nos quartéis. Generais apijamados, por falta do que fazer, fizeram coro. Na Ordem do Dia, o ministro da Defesa recém-empossado, celebrou o golpe que impediu as reformas agrária, urbana, tributária e política que modernizariam o Brasil.

A crise do cotovelo e a questão militar

Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:


Não fôssemos antes, somos obrigados agora a olhar com mais atenção às movimentações militares. Dito de outra maneira, às manobras do atual presidente, sobretudo com a demissão do general Fernando Azevedo do Ministério da Defesa, causadora de turbulência nas três forças só comparável à demissão de Ednardo D’Ávila Melo, em 1976, e Sylvio Frota por Ernesto Geisel, em 1977, anos de mortes e turbulências. Nas últimas horas, os comandantes das três forças decidiram pedir demissão em nítido protesto contra a demissão de Azevedo. Colocaram seus cargos à disposição do novo ministro da Defesa, general da reserva Walter Braga Neto, Edson Leal Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Bermudez (Aeronáutica).

Bolsonaro fecha o cerco

Por José Dirceu, no site Poder-360:


Sempre é arriscado escrever em cima dos fatos. Mas temos experiência suficiente e já conhecemos bem nosso personagem para dizer, a exemplo de outros analistas, que o presidente da República, na prática, saiu das cordas e reforçou seu controle sobre peças-chave do xadrez de seu governo. Braga Netto assume o Ministério da Defesa no lugar de Fernando Azevedo, que, pela sua nota e por fatos recentes como declarações do diretor de RH do Exército, general Paulo Sérgio, na linha oposta à do governo na mais importante questão hoje do país, a pandemia, caiu porque pretendeu manter as Forças Armadas fora da estratégia bolsonarista.

Bolsonarismo derrete e arma barricadas

Por Simão Zygband, no site Construir Resistência:

Anteriormente escrevi na minha coluna que o presidente em decomposição, Jair Bolsonaro, como todo bom psicopata, iria criar problemas maiores do que criou o seu amigo Donald Trump ao perder as eleições norte-americanas. O ex-presidente dos EUA demorou para reconhecer a derrota e quase teve que ser posto para fora da Casa Branca a pontapés.

Bolsonaro, um admirador do torturador Brilhante Ustra – e só por isso jamais deveria ter sido eleito e sim preso por apologia à tortura, crime previsto no Código Penal, – vendo que sua popularidade despenca a cada dia, que México, Argentina, Bolívia, entre outros colocaram fim à era de governos de direita, decidiu armar uma “barricada” para tentar se perpetuar no poder.

O governo mais militarizado desde 1985

Acuado, Bolsonaro vai até se vacinar?

Big Brother Brasília: quem será o próximo?

Crise militar e o desespero de Bolsonaro

O auxílio emergencial de R$ 150,00

Um momento decisivo para o Exército

terça-feira, 30 de março de 2021

Bolsonaro está preparando o golpe?

Bolsonaro em guerra com as Forças Armadas?

Estado de Sítio no Brasil?

As aventuras antidemocráticas de Bolsonaro

O fim do capitão ficou mais próximo

Bolsonaro e o Exército para chamar de seu

Por Fernando Brito, em seu blog:

Perdoem-me pela crueza os arrependidos, os que “não sabiam” que Jair Bolsonaro é um fascista, um autoritário e alguém que cuida do poder como de uma empresa familiar, se há algo que não se pode dizer do atual ocupante do Planalto é que ele deixa bem claro o que é e o que quer.

Pouca gente deu a devida importância quando, dias atrás, falando às suas falanges de fanáticos, referiu-se a “seu” Exército.

Pois é esta ideia de instrumento pessoal de poder que Bolsonaro tem das Forças Armadas, não a de serem “instituições de Estado”, como frisou ontem em seu “bilhete de despedida” o agora ex-ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva.

Cavalo de Troia pode deixar militares a pé

Arte: Gladson Targa
Por Maria Inês Nassif, no Jornal GGN:

É falsa a imagem construída de Jair Bolsonaro, de líder popular de extrema-direita que ganhou as eleições e escolheu militares para ocupar a avassaladora maioria das posições de comando de seu governo. Um raciocínio invertido pode tornar muito mais compreensível a crise militar que eclodiu dentro do gabinete do presidente-capitão, com a demissão do ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva.

A perigosa cartada do desespero

Por Gilberto Maringoni, no site Outras Palavras:


1. A maior ameaça à democracia das últimas horas não partiu da Esplanada dos ministérios com sua frenética dança das cadeiras. O perigo morava nas imediações do Farol da Barra, em Salvador, e do uso que hordas bolsonaristas queriam fazer do delírio suicida do soldado Wesley Soares. Este abriu fogo de fuzil em praça pública na noite de domingo, depois de se paramentar como boina verde de filme da Marvel.

2. Qual era a ideia? A de Soares morreu com ele. A do bolsonarismo era previsível. A inacreditável Bia Kicis, com a habilidade de um capitão de mega cargueiro no canal de Suez, deu o tom. “Morreu porque se recusou a prender trabalhadores. Disse não às ordens ilegais do governador Rui Costa da Bahia. Esse soldado é um herói. Agora a PM da Bahia parou. Chega de cumprir ordem ilegal!”. Era a senha para um motim, logo engrossada pelo siderado Soldado Prisco, ex-PM e atual deputado estadual. Seriam imprevisíveis as repercussões nas forças policiais de outros estados, base fértil do bolsonarismo.

O Partido Militar e a mudança ministerial

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Não é nada trivial, para não dizer raríssimo, acontecer a súbita demissão de 6 ministros e, em pouco mais de 2 horas, todas as substituições serem velozmente processadas.

Igualmente raro é o clima geral de normalidade na imprensa e nos meios políticos com os novos titulares acomodados nas vagas abertas, sem maiores celeumas.

É custoso acreditar que haja improviso neste vertiginoso e, aparentemente, metódico processo. O contexto leva a crer que possa ter sido uma operação planejada previamente.

Afinal, só se tinha como certa e inevitável a demissão de um único ministro, o lunático Ernesto Araújo, e não se tinha a menor ideia de que o substituto seria o inerte diplomata Carlos França, que fará de boca fechada o mesmo que o bufão antecessor fazia com histrionismo.