sexta-feira, 10 de abril de 2020

Com Bolsonaro, o pão e a vida correm riscos

Editorial do site Vermelho:

A aceleração do ritmo da pandemia do coronavírus, a Covid-19, no Brasil deveria servir de alerta para o governo federal. Os próximos dias prenunciam, de acordo com as autoridades no assunto, um cenário dramático, com o cruzamento de fatores como, além da doença em si, a precária infraestrutura na saúde e a ausência de políticas públicas para socorrer os que ficaram sem fonte de renda.

Em meio a esse prognóstico sombrio, o chefe do Estado, o presidente Jair Bolsonaro, faz questão de dar a sua contribuição para fomentar o caos. O povo deve ignorá-lo e ter a consciência de que, acima de tudo e de todos, deve estar a vida, seja ela inspirada no que for. Mas os danos que sua postura de incentivar perambulações pelas ruas na busca do “pão de cada dia”, conforme seu pronunciamento oficial do dia 8, são incalculáveis.

A pandemia e o capitalismo de vigilância

Por Sergio Amadeu da Silveira, no site A terra é redonda:

A pandemia do novo coronavírus despertou a voracidade dos vendedores de dispositivos de vigilância. Tecnologias de rastreamento de pessoas estão em alta. O pressuposto é que a ciência de dados será fundamental para derrotar o inimigo invisível. Ao presumir o sucesso da China e da Coreia no combate ao novo coronavírus, líderes políticos das democracias liberais, da direita à esquerda, se encantaram com a capacidade de controle dos dispositivos digitais e da modelagem estatística dos algoritmos que extraem padrões e realizam predições. Câmeras, softwares, sensores, celulares, aplicativos, detectores são apresentados como as armas mais sofisticadas para o combate ao vírus.

A moeda de troca entre Mandetta e Bolsonaro

Por Bepe Damasco, em seu blog:

O principal ponto de pauta da reunião entre Bolsonaro e seus ministros, realizada nesta segunda-feira (6), girou em torno da construção de um acordo que pavimente o caminho para que o sonho dourado de Bolsonaro, o fim da quarentena, vire realidade

Não por acaso, ainda durante o transcurso da reunião, o Ministério da Saúde, em pleno avanço vertiginoso do número de mortos pela pandemia do coronavírus no Brasil, divulgou mais um boletim epidemiológico. Seu conteúdo põe a nu o acerto macabro costurado para garantir a permanência do ministro mais popular do governo atualmente.

Chocando-se com todos os estudos científicos e ações que deram certo em outros países, o Ministério da Saúde propõe a flexibilização da quarentena já a partir do próximo dia 13, em princípio nas cidades e estados em que o total de leitos na rede hospitalar não tenha superado os 50% de ocupação.

Cenários da pandemia e da pós-pandemia

Por Marcelo Zero

É certo que a pandemia do Covid-19 passará, como toda pandemia. Não se sabe ao certo, contudo, qual sua intensidade e extensão e que consequências trará para o mundo, especialmente sobre sua economia.

A última grande pandemia mundial, a da mal chamada gripe espanhola, ocorrida há pouco mais de um século, matou, de acordo com as estimativas mais conservadoras, cerca de 17,3 milhões de pessoas em todo o planeta. Na época, a população mundial era de 1,8 bilhão. Portanto, essa pandemia teria ceifado ao redor de 1% dos habitantes da Terra.

Como a população mundial é hoje de cerca de 7,7 bilhões de pessoas, a pandemia do Covid-19 teria de matar ao redor de 77 milhões de seres humanos para chegar ao nível de letalidade da gripe espanhola.

Pelo andar da carruagem, e apesar do terraplanismo sanitário de gente como Trump e Bolsonaro, parece pouco provável que isso aconteça, até mesmo porque hoje a ciência dispõe de armas muito mais poderosas para enfrentar esse tipo de pandemia. Além disso, atualmente muitos países dispõem de sistemas públicos de saúde, coisa que não existia na época da gripe espanhola. Na realidade, esses sistemas universais e públicos de saúde começaram a surgir, de forma embrionária, justamente após a pandemia da gripe espanhola.

As críticas dos governadores do Nordeste

As iniciativas de solidariedade do MST

A briga de egos e o mito da cloroquina

O coronavírus e as crianças de rua

Cinco razões da tragédia nos EUA

Bolsonaro e a farsa da cloroquina

A propina bilionária para o PSDB

"Ainda não há remédio contra o Covid-19"

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Petardo: Gilmar Mendes critica sumiço de Moro

Por Altamiro Borges

Um dos culpados pela eleição do fascista “BolsoNero”, o juizeco Sergio Moro – que ganhou um carguinho no laranjal – desapareceu em plena crise do coronavírus. Quem registrou seu sumiço foi o ministro Gilmar Mendes, do STF. "Eu tenho sentido a ausência do Ministério da Justiça", cutucou.

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Sem citar o nome do juizeco, Gilmar Mendes explicou que Moro teria papel a desempenhar durante a pandemia. "Temos controversas jurídicas complexas entre União, estados e municípios, conflitos que são qualificados, e eu não tenho visto o Ministério da Justiça participar do debate".

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Na entrevista ao UOL, o ministro do STF ironiza que só ouviu o "muxoxo" punitivista de Moro. "No máximo tenho ouvido um muxoxo ou outro sobre liberação de presos. Acho que o Ministério da Justiça, pela sua tradição, precisa se fazer presente". O "marreco de Maringá" é um fiasco!

O pacto da morte do "capetão"

O mais patético dos ministros de Bolsonaro

Mandetta vira alvo das hordas bolsonaristas

Pandemia atingirá principalmente os pobres

Subnotificação esconde dimensão da Covid-19

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

A flexibilização do isolamento social defendida pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta – e que já vem sendo adotada em muitas cidades em diversos estados –, é uma irresponsabilidade. Em vez disso, devem ser adotadas medidas mais rigorosas em relação à única estratégia capaz de diminuir a velocidade de contágio pelo novo coronavírus causador da covid-19. O alerta é do médico epidemiologista Francisco Job Neto, do Distrito Federal, doutor em epidemiologia de doenças infecciosas no sistema prisional pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Domínio militar, equilíbrio instável

Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:

Tempos estranhos.

Não apenas pelo coronavírus, esse Deus ex machina.

Mas, pelo modo como a política se move, como o poder se movimenta, e como há dificuldade de dar nome aos bois.

Luís Nassif, intrépido jornalista, teve a ousadia de manchetar no dia 29 de março, agora agorinha: “Xadrez do novo período, em que Bolsonaro não mais governa”.

Li com atenção o texto. Essencial a quem quiser entender os meandros da atual conjuntura, penetrar a sua complexidade, entender singularidades.

A grande mídia não trata do assunto. Ao menos, dessa maneira. Prefere vociferar, e o faz, depois de ter sido parte indissociável da eleição do atual presidente.

Bolsonaro usa vidas em seu pôquer mortal

Por Fernando Brito, em seu blog:

Traz O Globo, hoje, o retrato, na Favela da Rocinha, do que chamei no TV Afiada de “Quarentena da Porcina”: a que deixou de ser sem nunca ter sido.

“60% a 70% das lojas abriram [e] o mercado popular está funcionando”, diz um líder comunitário que fala em “uma avalanche de pessoas” nas ladeiras estreitas da comunidade.

É mais, muito mais do que se registrou nos primeiros dias de isolamento parcial e infinitamente além do que seria prudente na hora em que a epidemia se prepara para exibir sua escalada de números.

Com o presidente da República defendendo a volta ao trabalho, contra as orientações médicas e a estas fazendo se dobrar com a “cura-jabuticaba” da cloriquina, as ruas da pobreza vão se encher mais e mais.