sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

A pressão dos EUA sobre o TRF-4

Por José Reinaldo Carvalho, no site da Fundação Maurício Grabois:

A visita nesta terça-feira (3) do conselheiro para Assuntos Políticos da Embaixada dos EUA em Brasília, Willard Smith, ao Tribunal da Lava Jato, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), onde foi recebido pelo presidente da corte, o desembargador Victor Luiz dos Santos Laus, é um inadmissível ato intervencionista nos assuntos internos do Brasil.

Insurgências e reações na América Latina

Ilustração: Pedripol
Por Jonnefer Francisco Barbosa, no site Outras Palavras:

Insurgência e contrainsurgência, em tempos de neocolonialismo explícito e da acumulação predatória como prática habitual de governo, deixam de expressar anomalias ou excepcionalidades e passam a ser o cotidiano político de territórios ocupados – como a América Latina conflagrada – dado que o próprio mundo hoje pode ser novamente dividido entre impérios e áreas de ocupação colonial.

Esta hipótese necessitaria de uma digressão histórica mais ampla, que aqui apenas resumirei: se o capitalismo no séc. XIX até a primeira metade do séc. XX estava baseado na mercadoria, e se a partir de 1970 passa a se ancorar na concorrência e no capital humano, vide a interpretação foucaultiana, o capitalismo cibernético contemporâneo, sob o terreno de quatro décadas de prevalência da governamentalidade neoliberal, tem a acumulação predatória ou primitiva (ursprüngliche Akkumulation), tal como chamada por Marx, como vetor principal de sua disseminação e gestão.

Agrotóxicos podem prejudicar exportações

Da Rede Brasil Atual:

A autora do Atlas Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia, professora Larissa Mies Bombardi, avalia que o governo Bolsonaro pode estar dando “um tiro no pé” com a liberação descontrolada do uso de agrotóxicos no país. Apenas este ano foram autorizados 382, maior quantidade desde o início da série histórica, em 2004. Ela teme que isso possa prejudicar a exportação para países que têm regras rígidas quanto à presença de resíduos de agrotóxicos nos alimentos, caso da União Europeia (UE).

Em vez da bonança prometida, caos e exclusão

Por Vanessa Grazziotin, no jornal Brasil de Fato:

Diante da divulgação do resultado do PIB (Produto Interno Bruto) com um pequeníssimo crescimento neste último trimestre, podemos perceber uma tentativa vigorosa da grande imprensa brasileira e das elites, de passar a ideia e a sensação ao povo brasileiro de que nós estamos encerrando um período de crise e entrando em um período de bonança. Isso, na prática, não corresponde à realidade. 

Se lidos, os próprios dados apontam que este é um crescimento muito momentâneo e que ocorre em determinados setores, porque um dos fatores fundamentais e determinantes, que seria o crescimento nos bens de produção, efetivamente não acontece.

Só Lula pode derrotar o bolsonarismo

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

De todos os números divulgados hoje pela nova pesquisa FSB/Veja, podemos tirar duas conclusões:
- Entre os possíveis candidatos da oposição de esquerda, Lula é o único que pode derrotar o bolsonarismo em 2022.

- O tal “centro”, como é chamada a velha direita envergonhada de FHC, simplesmente não existe. Perde até para “nenhuma das alternativas”.

No primeiro levantamento com o nome de Lula depois de deixar a prisão, o petista está empatado tecnicamente com o candidato do governo no primeiro turno.

'Quadrilhão do PT': outra farsa da Lava-Jato

Por Vilma Bokany, no site da Fundação Perseu Abramo:

A Justiça Federal absolveu no dia 4 de dezembro os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, os ex-ministros Guido Mantega e Antônio Palocci e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto na ação penal chamada de "quadrilhão do PT". A absolvição de Lula e os demais réus representa outra derrota a força-tarefa da Lava Jato. Segundo o advogado Cristiano Zanin, “perante um juiz imparcial, conseguimos hoje a absolvição sumária de Lula”.

'Coringa' e o medo da burguesia histérica

Por João Paulo Rillo, no blog Viomundo:

“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento, mas ninguém diz violentas às margens que o comprimem” - Bertold Brecht

Depois de 10 dias em cartaz, fui assistir ao filme Coringa e notei relativo esvaziamento nas salas de exibição.

Já era recorde de público no mundo inteiro, por isso estranhei a não lotação. Sucessos inferiores de bilheteria lotaram por mais tempo as salas dos shoppings paulistas pelo Estado.

Mas o estranhamento durou pouco, logo fui abduzido pela magia da sétima arte, comi um saco de pipoca e aproveitei cada segundo da obra de arte projetada na tela.

Agente dos EUA se reuniu com juiz do TRF-4

Por Jeferson Miola, em seu blog:

No dia 3/12 o presidente do TRF4 Victor Luiz dos Santos Laus reuniu-se com Willard Tenney Smith, que é um agente de inteligência do Departamento de Defesa dos EUA que usa a camuflagem de “conselheiro político” da embaixada estadunidense em Brasília.

Em 2015, ainda no governo Obama, Willard Smith também havia sido designado como “conselheiro político” da embaixada dos EUA na Venezuela.

A nomeação de Smith para Caracas coincidiu com a retomada, em patamar mais agressivo e provocativo, dos movimentos do Comando Sul dos Estados Unidos na América do Sul e no Caribe. A presença dele em Caracas também coincidiu com o aumento das pressões, do boicote e da agressividade dos EUA em relação ao governo legítimo de Nicolás Maduro.

Mãe de Greenwald e a imundície bolsonarista

Por Fernando Brito, em seu blog:

Morreu Arlene Greenwald, mãe do jornalista Glenn Greenwald.

Seria uma dor pessoal, familiar, digna da solidariedade humana, como a qualquer pessoa se teria nestas horas.

Mas, neste caso, um episódio vergonhoso para quem perdeu todo o respeito aos seres humanos, como parte da matilha bolsonarista que afirmava ou insinuava que a doença terminal de D. Arlene era fantasiosa, simples pretexto para que o jornalista deixasse o Brasil, com os filhos, para visitá-la.

Estaria fugindo do ridículo “Pavão Misterioso”.

Derrota de Moro e vitória da frente ampla

Editorial do site Vermelho:

A derrota do ministro da Justiça Sérgio Moro na aprovação do projeto de lei do “pacote anticrime” na Câmara dos Deputados tem grande dimensão. Na sua origem, o projeto tinha um conjunto de medidas antidemocráticas, que foi rejeitado. Ele representava um instrumento de Estado de exceção, uma arma de repressão ao povo, como o “excludente de ilicitude”, a prisão após a condenação em segunda instância e o “plea bargain” (fala-se "pli bárguein"), uma variação da “delação premiada”, regulamentada pelo texto-base aprovado em outros termos.

Justiça absolve Lula e Dilma; Globo esconde

Por Altamiro Borges

Em decisão assinada pelo juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara do Distrito Federal, a Justiça finalmente fez justiça e absolveu sumariamente os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff no grotesco processo do chamado “quadrilhão do PT”. Como apontou em sua sentença, “a denúncia apresentada traduz tentativa de criminalizar a atividade política”. Ainda de acordo com o juiz, a acusação descreveu “ilícitos penais autônomos sem que revele a existência de estrutura ordenada estável e atuação coordenada dos denunciados, traços característicos de uma organização criminosa. Numa só palavra, não evidencia a subsistência do vínculo associativo imprescindível à constituição do crime”.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Jornal Mutirão na luta contra a ditadura

Por Altamiro Borges

Num momento político sombrio, em que os militares retornam ao poder central – são oito generais vassalos no ministério do capitão Jair Bolsonaro – e uma ditadura híbrida avança no país, a publicação do livro sobre a história do jornal cearense Mutirão (1977-1982) é bastante oportuna. O amigo Benedito Bizerril, advogado e militante das causas populares, acertou em cheio ao se dedicar à pesquisa e à redação da obra. Protagonista dessa empreitada heroica, ele mostra a importância da mídia alternativa em tempos de resistência.

Evo Morales: a história o absolverá

Por Boaventura de Sousa Santos, no site Carta Maior:

Os acontecimentos dramáticos ocorridos na Bolívia seguiram um guião imperial que os latino-americanos começam a conhecer bem: preparar a mudança de regime de um governo considerado hostil aos interesses dos Estados Unidos (ou melhor das multinacionais norte-americanas). Fazem-no orquestrando um plano duplo: anular uma vitória eleitoral “inimiga” e consolidar rapidamente o novo regime que toma medidas que não são próprias de um governo de transição. Certamente que o que aconteceu nos surpreende, mas também o modo imediato como foi comentado, de modo maioritariamente desfavorável ao governo de Evo Morales a partir de quadrantes ideológicos supostamente opostos. Proponho-me contribuir para este debate pois vejo nos recentes acontecimentos na Bolívia as sementes de muito do que se passará no continente e no mundo nas próximas décadas.


A zorra total do bolsonarismo no Congresso

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Metida num discreto terninho preto, a loiríssima Dona Cacilda, supostamente arrependida por ter feito parte da turma do fundão, senta-se ao lado do amado mestre na carteira do professor, pronta a detonar os antigos coleguinhas, hoje desafetos. Seu primeiro alvo é a ex-melhor amiga dona Bela, toda faceira na fila da frente da classe:

- Sua burra! O presidente me perguntou se você tinha sido prostituta na Espanha. Seu ex-marido já confessou publicamente ter problemas com drogas. Você fez uma foto na avenida Paulista com dizeres fofos na barriga e na segunda o aborto já estava marcado. Mentirosa! Manipuladora! Psicopata! Beijinho, beijinho, pau, pau!

Nossa América Latina tão desigual

Por Frei Betto, no site Correio da Cidadania:

A Amé­rica La­tina, com 638 mi­lhões de ha­bi­tantes, é hoje a re­gião de maior de­si­gual­dade no mundo. Após uma dé­cada de re­dução da po­breza e da de­si­gual­dade, os ín­dices voltam a pre­o­cupar, de­vido à so­ne­gação fiscal e o corte de pro­gramas so­ciais. Como as eco­no­mias na­ci­o­nais re­tro­ce­deram, hoje 20% da po­pu­lação são con­si­de­rados vul­ne­rá­veis. E 122 mi­lhões de pes­soas que dei­xaram a po­breza, mas não con­se­guiram se in­cluir na classe média, podem perder o pouco que ob­ti­veram.

Em 2002, 44,5% dos la­tino-ame­ri­canos vi­viam na po­breza, dos quais 11,2% na mi­séria. Hoje, entre a po­breza e a mi­séria vivem 30% da po­pu­lação do Con­ti­nente, ou seja, 210 mi­lhões de pes­soas.

Protesto contra o genocídio em Paraisópolis

Os bolsonaristas arrependidos

Guedes ataca salário de servidores públicos

Joice Hasselmann e a CPMI das Fake News

EUA demandam repressão e prisão de Lula

Quilombo do Campinho em Paraty (RJ). Foto: Ricardo Stuckert
Por Marcelo Zero

Não há dúvida de que há uma crise mais ou menos generalizada dos sistemas democráticos no mundo.

A causa última e fundamental dessa crise tange à crescente desigualdade social, à erosão do Estado de Bem-Estar e à falta de geração de empregos de qualidade, ocasionadas pelas políticas neoliberais e de austeridade, combinadas com uma crise econômica que não dá mostras de ser efetivamente superada.

A eleição de Trump e de outros líderes do chamado “populismo de direita”, o Brexit, a ascensão de forças de extrema direita e uma insatisfação generalizada com os partidos e as instituições democráticas são sintomas claros dessa crise política e democrática.