segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Dias decisivos para o presente e o futuro

Editorial do site Vermelho:

A disputa presidencial entra, na semana decisiva, sob o impacto das grandes manifestações que foram às ruas neste sábado (29), sob o dístico #EleNão, que simboliza a repulsa das mulheres e do povo ao fascismo e ao autoritarismo do candidato Jair Bolsonaro. Seu efeito político marcará esta semana decisiva que separa os brasileiros (as) do encontro com as urnas, a ocorrer em 7 de outubro.

Agora se pode afirmar que não apenas as pesquisas eleitorais, mas também as ruas indicam a polarização entre a barbárie fascista e o avanço civilizatório e democrático.

As eleições consolidam o fracasso do golpe

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

De terno cinza e gravata torta, Michel Temer abriu pela última vez, na terça-feira 25, a Assembleia-Geral anual das Nações Unidas, em Nova York. A honra cabe ao Brasil desde 1955, não importam a legitimidade e a popularidade do presidente. Nem o prontuário criminal, e o de Temer escapou de mais uma denúncia porque Raquel Dodge, a PGR que indicou, resolveu esperar o fim do mandato dele para tomar providências num caso de 10 milhões de reais odebrechtianos.

Quando o fascismo posa de rebelde

Por João Elter Borges Miranda, no site Outras Palavras:

Numa bela canção dos anos 1970, chamada “Acorda, amor”, Chico Buarque cantava uma letra na qual milicos invadem o seu sonho e atrapalham o seu sono. “Era a dura, numa muito escuro viatura”. Desesperado, Chico acordava a parceira e contava-lhe o pesadelo. Ao longo da música, percebia-se ser realidade e não sonho.

Com Palocci, Moro investe contra Lula

Da Rede Brasil Atual:

O advogado Cristiano Zanin, defensor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, emitiu nota na tarde de hoje (1º) criticando a retirada do sigilo de parte da delação do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato.

Segundo Zanin, a peça não pode ser utilizada na ação contra o ex-presidente e foi anexada ao processo “com o nítido objetivo de tentar causar efeitos políticos para Lula e seus aliados”. Em 2016, às vésperas do impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, Moro divulgou o conteúdo de uma conversa dela com Lula que, embora não houvesse qualquer ilegalidade, foi amplamente divulgada na imprensa. No final de setembro daquele ano, determinou a prisão de Antonio Palocci a poucos dias do primeiro turno das eleições municipais.

domingo, 30 de setembro de 2018

Conversa de virar mesa

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Atravessando um pedregal desde o esfaqueamento, a candidatura de Jair Bolsonaro parou de crescer e começou a ser apedrejada por forças que ainda sonham com sua troca por Geraldo Alckmin num segundo turno contra o PT.

Agora espocam denúncias sobre seus malfeitos nunca antes descobertos, por exemplo, pela revista Veja, com sua expertise.

Ontem ele reagiu com sua mais clara ameaça de virar a mesa se não ganhar: “Não posso falar pelos comandantes. Pelo que vejo nas ruas, não aceito resultado diferente da minha eleição”, disse em entrevista ao programa de TV Brasil Urgente.

Bolsonaro é Temer. Temer é Bolsonaro

Por Reginaldo Moraes, no site Carta Maior:

Negue seu amor, o seu carinho;
Diga que você já me esqueceu.
Pise, machucando com jeitinho

Este coração que ainda é seu.

Diga que o meu pranto é covardia,
Mas não se esqueça
Que você foi minha um dia!

Diga que já não me quer!
Negue que me pertenceu,
Que eu mostro a boca molhada
E ainda marcada pelo beijo seu.

(Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos)


Talvez a melhor caracterização do “mito” Bolsonaro tenha sido a de Ciro Gomes, um frasista de primeira: o Bolsonaro inventou um personagem, agora ele incorporou o papel e os jornalistas entraram na onda. Se isso é verdade, corremos o risco de ver realizada a profecia de Marx. A ditadura militar, que uma vez nos foi imposta como tragédia, reaparece agora como farsa.

Quem botou a cabeça de Bolsonaro pra fora?

sábado, 29 de setembro de 2018

Fux mostra que o golpismo está no STF

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Deve-se ao Ministro Luiz Fux a melhor contribuição até agora ao jogo democrático, ao explicitar de maneira inédita onde se trama o golpe. Agora, rasgaram-se as fantasias e Luis Roberto Barroso não poderá prosseguir mais no seu jogo de negaças, de tomar as decisões de forma partidária e tentar escondê-las em espertezas processuais que já não iludem ninguém.

Agora é Bolsonaro, ame-o ou deixe-o!

Ao derrubar a liminar concedida pelo Ministro Ricardo Lewandowski à Folha e à TV Minas, para poder entrevistar Lula, Fux cometeu as seguintes irregularidades?

A Europa foi Hitler e Mussolini. E o Brasil?

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

Muitos livros têm o péssimo hábito de nominar, elogiar ou responsabilizar uma única pessoa por acontecimentos históricos, mesmo quando eles são praticados coletivamente ou por meio de um emaranhado de infindáveis atos e múltiplas ações. É como se toda a complexidade da vida em sociedade pudesse ser definida por uma só pena escritora, independentemente da criação coletiva que inspira, motiva, ensina ou colabora com o artista eleito condutor da narrativa anotada. Assim, apontam Hitler e Mussolini como escritores exclusivos das páginas mais violentas, genocidas, intolerantes, racistas e obscuras da história contemporânea.

O povo responderá a Fux nas urnas

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Luiz Fux, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Luis Roberto Barroso se tornaram uma espécie de braço do juiz Sergio Moro no STF. Atuam com claro viés político em tudo que concerne a Lula e chega ao Supremo.

Rosa Weber e Dias Toffoli (ora presidente do STF), apesar de não agirem com intenções políticas, acovardam-se diante das ameaças dos milicos e da mídia e acabam votando com o núcleo “morista” na Corte Superior.

A última dos “moristas” do STF, porém, foi protagonizada por aquele que talvez atue com maior desfaçatez naquela Corte, quando se trata de impedir que Lula exerça os direitos políticos plenos que ainda detém segundo a Constituição: Luiz Fux.

Uma visita ao acampamento em Curitiba

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Há quase 200 dias, desde que Lula foi levado para as masmorras do juiz Sergio Moro em Curitiba, que um grupo de pessoas, a maioria delas do MST (Movimento dos Sem-Terra), se reveza em vigília ao ex-presidente nas proximidades da Superintendência da Polícia Federal. Aproveitei que fui fazer uma oficina para jovens sindicalistas na capital paranaense e visitei o lugar onde estes irredutíveis lulistas esperam seu líder ser libertado.

Bolsonaro e o antídoto contra a "Veja"

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Durante a semana, o exército virtual de Bolsonaro espalhou nas redes sociais uma falsa capa da Veja que revelava um esquema de fraude nas urnas eletrônicas para favorecer o PT. Era mais uma mentira entre tantas que a família Bolsonaro e sua militância têm espalhado sem o menor pudor. O boato voou e foi compartilhado até pelo cantor, compositor e bolsonarista Lobão, o que também não chega a ser uma novidade. Ironicamente, a Veja se preparava para publicar uma reportagem devastadora para a candidatura Bolsonaro. Mas, para seus militantes, a reportagem fake anunciada em uma montagem de Photoshop teria mais credibilidade do que a verdadeira.

Censura de Fux e a selvageria contra Lula

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A decisão do ministro Luiz Fux, que tenta proibir duas entrevistas de Lula - ao jornalista Florestan Fernandes Junior, do programa Voz Ativa, da Rede Minas, e a Monica Bergamo, da Folha de São Paulo - marca a perseguição judicial no ponto máximo.

Depois de impedir Lula de disputar a presidência e cassar 3,4 milhões de títulos eleitorais em regiões que são uma tradicional base de apoio do Partido dos Trabalhadores e do PSB, o Judiciário afronta a Constituição ao tentar censurar a voz de Lula como cidadão.

Fux toma decisão típica de ditaduras

Por Kennedy Alencar, em seu blog:

O ministro do STF Luiz Fux matou no peito, contrariando a Constituição e precedentes legais, afrontando decisão de colega que tem o mesmo poder e assegurando um absurdo (eventual censura prévia). Fux suspendeu decisão do colega Ricardo Lewandowski que liberou duas entrevistas com o ex-presidente Lula, preso em Curitiba.

A decisão de Fux é típica de ditaduras que fazem do Judiciário um simulacro de poder.

Não podemos eleger nosso próprio algoz

Por Maíra Kubík Mano, no jornal Brasil de Fato:

Hoje vi a foto de uma pessoa, do meu mais profundo afeto, posicionada em cima de um tanque de guerra, dizendo que estava “pronta para votar”.

Fiquei em choque. “Um tanque de guerra não precisa de votos”, pensei. “Ele resolve tudo na bala”, comentei. Assim como foi na ditadura cívico-militar. Assim como já tem sido nas periferias do Brasil desde sempre, com a recente inovação tecnológica de que os tiros também vêm de cima, por helicópteros. Prisões arbitrárias, torturas, execuções.

Os militares que querem tutelar o país

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

“Eles queriam pegar o Lula. Alguns grupos econômicos internos e externos queriam tirar o Lula e o projeto progressista no Brasil. Mas, para fazer isso, eles acabaram debilitando todas as instituições políticas. E aí os militares ressurgem. O que eles não perceberam é que, para desacreditar o Lula, eles acabaram tendo que desacreditar a política como um todo, e o filho disso é o Bolsonaro. Agora que está chegando ao final eles estão assustados”.

Fux leva o Brasil de volta à censura

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Para além da política eleitoral, é extremamente grave o que aconteceu ontem à noite, quando o exótico ministro Luiz Fux revogou, por liminar, a decisão de seu colega Ricardo Lewandowski, de permitir que a Folha de S. Paulo e o SBT entrevistassem o ex-presidente Lula.

Tão grave que, dificilmente, terá sido apenas uma iniciativa pessoal de Fux, que não a tomaria sem ter a certeza que não ficará sozinho na posição esdrúxula em que se colocou: derrubar, por liminar, a decisão de um colega de Corte.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

#EleNão pode marcar reviravolta na eleição

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A campanha do Bolsonaro não está conseguindo sair da espiral caótica em que mergulhou há cerca de um mês.

Tanto mais alguém da sua tropa – ou os filhos, ou o dublê de guru econômico e posto Ipiranga, ou o vice que só consegue pensar com rebenque em punho – expõe a cosmovisão medieval e sádica desse exército do atraso – [quer seja sobre costumes e valores, quer seja sobre economia, políticas públicas e fim do 13º], tanto mais Bolsonaro é aspirado para o centro do caos.

Bolsonaro solta a direita e esfarela o PSDB

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

De onde vieram os votos que garantiram a liderança de Bolsonaro nas pesquisas com índices próximos a 30%?

Basta olhar para a posição do tucano Geraldo Alckmin nos mesmos levantamentos, empacado em torno de 8%, para saber o que aconteceu na campanha de 2018.

Em outras eleições, estes votos do capitão do Exército iriam naturalmente para o PSDB, principal adversário do PT nas últimas seis eleições presidenciais.

A radicalização política do país que se seguiu ao golpe de 2016 e a implosão dos partidos pela Lava Jato produziu esta anomalia chamada bolsonarismo, para se contrapor ao petismo.

Ameaças à democracia no mundo

Foto: Mila Frati
Por Kjeld Jakobsen e Rose Spina, na revista Teoria e Debate:

Noam Chomsky, um dos mais importantes intelectuais da atualidade, é referência mundial, tanto no domínio da linguística, sua área de especialização científica, como para a esquerda por suas posições políticas. Convidado a participar do seminário “Ameaças à Democracia e a Ordem Multipolar”, organizado pela Fundação Perseu Abramo, Chomsky concedeu esta entrevista à Teoria e Debate,na qual falou sobre os perigos que nos rodam, a onda conservadora que toma conta do mundo, o golpe no Brasil e o papel dos Estados Unidos nesse cenário