segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Ser Cunha ou não ser: eis a questão

Ilustração: Marcio Baraldi

Por Tadeu Porto, no blog O Cafezinho:

Sei da heresia. Sei, também, das maldições que o próprio Shakespeare deve me lançar, sabe-se lá da onde, por eu ter ligado o nome do Eduardo Cunha a sua célebre frase… Mas convenhamos: pelo menos com a caveira de Yorick dá uma boa combinação.

Todavia, não vejo oração que se adapte melhor com o contexto atual. Uma indagação filosófica que entra como uma luva de lã numa mão a ser aquecida num inverno que está pra chegar. Afinal, é impossível dissociar o presidente da câmara do processo de golpeachment (créditos para o José Simão da Folha), portanto, a angustia de escolher o caminho do impedimento passa, inclusive, em levar de brinde uma imagem full HD do deputado carioca.

PCdoB conclama todos a barrar o golpe

Do site Vermelho:

Intitulada “Derrotar o golpe, preservar a democracia e retomar o crescimento”, a resolução política do PCdoB foi aprovada na reunião do Comitê Central que ocorreu entre sexta (4) e domingo (6), na capital paulista. Para os comunistas, diante da grave ameaça à democracia, as forças progressistas e populares devem se unir em torno de uma campanha de enfrentamento para derrotar o golpe e preservar a democracia.

Segue abaixo a íntegra da resolução política do Comitê Central:

Quem é quem no jogo do impeachment

Por Najla Passos, no site Carta Maior:

O acolhimento do pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), motivou posicionamentos diferenciados entre os setores do campo progressista brasileiro. Os principais movimentos sociais e sindicais do país defendem a permanência da presidenta no cargo, mas entre os partidos tidos como de esquerda que não compõem a base do governo, há divergências fundamentais.

Cunha é o calcanhar de Aquiles do golpismo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

É importante a batalha jurídica contra a absoluta inépcia do pedido de impeachment de Dilma Rousseff.

É indispensável a luta para ficar com a maioria do PMDB, diante do poderio do Presidente da Câmara e da posição dúbia de Michel Temer.

Mas nada, nada é tão vital para enfrentar a tentativa de deposição quanto a identificação que o próprio Eduardo Cunha provocou entre o impeachment e sua indefensável condição.

A luta pelo socialismo na Venezuela

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

Pela primeira vez em 17 anos, a contrarrevolução venezuelana alcança uma vitória eleitoral expressiva e constitui maioria na Assembleia Nacional, o parlamento unicameral do país.

A oposição, agrupada na coalizão direitista Mesa da Unidade Democrática (MUD), elegeu 99 deputados, contra 46 da coalizão Grande Polo Patriótico, em que se aglutinam os partidos da Revolução Bolivariana, sob a liderança do Partido Socialista Unificado da Venezuela, o PSUV. Ainda há 22 cadeiras em disputa, que se definem nesta segunda-feira (7), com o término da apuração.

Para onde caminha a América Latina?

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:


Nesta segunda-feira (7), às 19 horas, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp) promovem a segunda atividade do Ciclo de Debates Que Brasil é este?. Em pauta, os desafios dos projetos progressistas na América Latina e a ameaça da ofensiva conservadora.

Por que o chavismo perdeu na Venezuela?

Por Breno Altman, em seu blog:

As urnas foram implacáveis com o Grande Polo Patriótico, frente eleitoral comandada pelo Partido Socialista Unificado da Venezuela.

A oposição conservadora, organizada ao redor da Mesa de Unidade Democrática, segundo estimativas parciais, alcançou 99 entre 167 cadeiras da Assembleia Nacional, enquanto o governismo ficou reduzido a 46. Ainda restam para escrutinar 22 vagas.

domingo, 6 de dezembro de 2015

McDonald's será investigado por sonegação

Por Altamiro Borges

Além de explorar os trabalhadores e de envenenar os consumidores, a rede de fast-food McDonald’s ainda sonega impostos. Esta é a suspeita da Comissão Europeia, que se prepara para deflagrar uma investigação formal contra a multinacional estadunidense. Segundo reportagem do jornal “Financial Times”, publicada na quinta-feira (3), a suspeita de sonegação surgiu no bojo do escândalo do “Luxleaks”, que revelou que centenas de megacorporações empresariais fecharam acordos secretos em Luxemburgo para furtar bilhões de euros em tributos.

Candidatura de Russomanno será impugnada?

Por Altamiro Borges

Em sua estranha cruzada contra Celso Russomanno, a Folha tucana plantou na semana passada uma notícia curiosa. “Uma decisão do Supremo Tribunal Federal pode tirar o deputado e apresentador de TV Celso Russomanno (PRB-SP) da corrida pela prefeitura de São Paulo. A candidatura de Russomanno – que é líder da disputa, com 34% das intenções de voto, segundo o Datafolha – depende do julgamento de um recurso que ele mesmo apresentou contra uma sentença de primeira instância que o condenou em 2014 por peculato (desvio de dinheiro). Para permanecer na disputa, ele precisa vencer no STF. Ou torcer para que a corte demore a fazer o julgamento”, relatam Catia Seabra e Reynaldo Turollo.

Os “líderes” de João Doria estão presos


Por Altamiro Borges

Na caça dos votos tucanos para viabilizar a sua candidatura à prefeitura de São Paulo, o empresário-picareta João Doria ainda não teve tempo para visitar os seus heróis – e talvez financiadores da sua campanha – na cadeia. Segundo o site do Grupo Lide, entidade que congrega e bajula os principais ricaços do país, o banqueiro André Esteves, em 2013, e o empreiteiro Marcelo Odebrecht, em 2012, foram agraciados com o prêmio “Líderes do Brasil”. Será que nas eleições do próximo ano, caso consiga seduzir os convencionais do PSDB, o elitista João Doria exibirá nos programas eleitorais de rádio e tevê as festanças destas premiações em pleno Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo?

Processo contra AeroAécio virou pó!

Por Altamiro Borges

No final de novembro, o Conselho Superior do Ministério Público de Minas Gerais decidiu arquivar o inquérito que apurava as irregularidades na construção de um aeroporto na cidade de Cláudio, no interior mineiro, durante a gestão de Aécio Neves (PSDB). A escandalosa decisão não mereceu maior destaque na mídia seletiva e falsamente moralista. A Folha deu apenas uma pequena nota na quinta-feira (3). "Por sete votos a quatro, o órgão considerou que não há elementos para prosseguir com as investigações". Ou seja: o caso está encerrado! Virou pó! Os tucanos são puros e santos!


Michel Temer nem disfarça mais!

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

No dia 23 de novembro, Michel Temer esteve na sede do Estadão para uma reunião com, entre outros, o diretor de conteúdo Ricardo Gandour. Jornalistas da empresa contaram para o repórter Pedro Zambarda o teor do encontro.

De acordo com o relato, Temer e Gandour falaram, principalmente, sobre o impeachment. O vice presidente e seus anfitriões batizaram carinhosamente a iniciativa de “golpe paulista”.

A imolação de Eduardo Cunha

Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:

Não foi por qualquer razão de natureza técnica. Ao contrário. A decisão tomada por Eduardo Cunha, presidente da Câmara de Deputados, de acolher o pedido deimpeachment de Dilma foi, acima de tudo, um ato de desespero.

Este é o fator preponderante de um movimento, muito além de mero jogo político, temperado pelo sentimento de vingança. Cunha jogou a toalha. Um gesto simbólico de desespero.

Ele confiava desconfiando no acordo com feitio de chantagem imposto por ele ao Partido dos Trabalhadores. Esperava contar com os votos de três angustiados deputados petistas, integrantes do Conselho de Ética.

#NãoVaiTerGolpe. Fora Cunha!


Do site da UJS:


Ao longo de todo ano de 2015, a UJS tem se mobilizado contra qualquer tentativa de golpe na nossa democracia. Essa posição clara e definida se reafirma após o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, ter aceitado o pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff na quarta-feira, 02 de dezembro.

Manteremos nosso ritmo de mobilização em torno dessa decisão porque:

A primeira derrota em 20 anos do PSDB-SP

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

Longe de significar o fim da reorganização da rede estadual de ensino reivindicada por alunos que ocupam escolas há 25 dias, a suspensão do projeto do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), anunciada hoje (4) em meio a protestos e repressão policial, parece apontar para a primeira derrota em mais de 20 anos de gestão tucana.

“O debate sobre a situação da educação paulista acabou sendo feito por vias tortas, em meio às manifestações. O governo tentou colocar na agenda a seu modo, mas foram os movimentos que acabaram agendando a educação”, disse a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp) Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira.

Os retrocessos na América Latina

Por Frei Betto, no site da Adital:

O processo de desmonte das políticas neoliberais, tão em voga nas décadas de 1980 e 1990, teve início com a eleição de Chávez na Venezuela, em 1998. Em seguida, foram eleitos vários presidentes progressistas: Lula no Brasil, Lugo no Paraguai, Zelaya em Honduras, Funes em El Salvador, Bachelet no Chile, Morales na Bolívia, e Mujica no Uruguai. Cuba e Nicarágua foram pioneiras nesse processo.

Esse avanço neutralizou a proposta da ALCA e favoreceu a criação de instituições de articulação regional e continental, como Aliança Bolivariana, Unasul, Celac, e fortaleceu o Mercosul.

Como o Google determina o que você vai ver

Por Ivan Longo, na revista Fórum:

Antes do rompimento de uma barragem que causou um dos maiores desastres naturais do mundo em Mariana (MG), o termo “Samarco” era ignorado pela maioria das pessoas. Isso por que ele só veio à tona nas discussões da internet por se tratar do nome da mineiradora responsável pela construção e gestão da barragem que rompeu. Para o Google Imagens, no entanto, aparentemente a empresa não tem qualquer relação com a tragédia. Em uma busca por imagens relacionadas ao termo, os resultados mostrados são, em sua maioria, imagens institucionais e de cunho propagandístico.



Nos subterrâneos da indústria farmacêutica

Por Quentin Ravelli, na site Outras Palavras:

“Percebi que estava grampeado, que sabiam exatamente o que eu receitava”, indigna-se um médico instalado em Paris. “Fui ingênuo, não fazia ideia. [Um dia], uma representante comercial me disse: “Você não prescreve muito!” Eu me perguntei: “Como ela pode saber disso?” Essa prática de vigilância, que choca muitos profissionais, é articulada pelos serviços comerciais dos laboratórios. Para aumentar ou manter sua fatia do mercado, os grandes grupos farmacêuticos implementam artifícios de engenhosidade mirabolante. Não hesitam, por exemplo, em alterar as indicações de seus medicamentos para conquistar novos clientes.

A mídia privada, o coronel e o lobisomem

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

O que Aécio Neves, Sarney Filho, Collor de Mello, Agripino Maia, Jader Barbalho e Tasso Jereissati têm em comum, além de não ser o tipo de pessoa que você convidaria para tomar uma cerveja? Resposta rápida: não respeitam a Constituição Federal. E não é de hoje. Os políticos acima, juntamente com outros 34 parlamentares, entre senadores e deputados, fazem parte da lista de proprietários de concessões de rádio e TV, o que é explicitamente vedado pelo artigo 54 da lei maior. Procuradores dos estados de origem de suas excelências estão ajuizando ações em todo o Brasil, com o patrocínio do Ministério Público Federal, a partir de mobilização da sociedade civil, capitaneada pelo Coletivo Intervozes. Demorou.

A direita privatizou a liberdade

Por Cynara Menezes, na revista Caros Amigos:

Liberdade é uma calça velha, azul e desbotada, que você pode usar do jeito que quiser. Não usa quem não quer”, dizia o jingle de uma marca de roupa jovem nos anos 1970. É incrível a capacidade que o capitalismo tem de encampar os símbolos de contestação para lucrar com eles. Foi assim com as calças jeans, originalmente criadas como vestimenta para os trabalhadores e que caíram no gosto dos hippies e da contracultura, como forma de protesto contra a caretice geral. De olho no nicho de mercado que se abria, rapidamente o jeans foi transformado em produto rentável, embora continuasse a ser associado ao conceito de “insurreição”, de “resistência”, na publicidade - ao mesmo tempo que, assinado por estilistas famosos, passava a custar os olhos da cara.