domingo, 6 de março de 2016

A Lava Jato atravessou o Rubicão

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A Lava Jato atravessou definitivamente o Rubicão, com a história da condução coercitiva de Lula para prestar depoimento.

A nota de Moro – transferindo a responsabilidade do pedido ao Ministério Público Federal, conclamando por tolerância e compreensão “em relação ao outro lado” – mostra o risco de se colocar a estabilidade política do país na dependência de um grupo de investigadores provincianos, conduzidos pelas cenouras do Jornal Nacional.

Globo e Moro não desistirão do golpe

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Flavio Aguiar, da Cidade México, na Rede Brasil Atual:

Interrompo momentaneamente minhas séries de outros comentários, diante da estripulia que foi a operação de 4 de março contra o ex-presidente Lula, seus familiares e auxiliares. Dá para perceber um roteiro na ação projetada e em sua falha.

O roteiro começa, a longo prazo, com aquilo que Eric Nepomuceno definiu muito bem: já temos o criminoso, agora precisamos encontrar o crime, coisa que cabe muito bem nas tradições inquisitórias, nazistas, estalinistas, macartistas, pinochetistas etc.

"MPF e Moro deveriam ser punidos"

Foto: Nathalia Gregory/Mídia NINJA
Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

"Foi cometida uma ilegalidade grosseira. Não se conduz coercitivamente alguém se não quando este alguém se recusa a depor". Com esse esclarecimento, o jurista e professor emérito da PUC-SP, Celso Antônio Bandeira de Mello, afirma que o juiz Sérgio Moro e o Ministério Público Federal do Paraná deveriam ser punidos por autorizar a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta sexta-feira (4).

Contra Lula, Moro superou a ditadura

Por Marcelo Auler, em seu blog:

Em 1965, ainda faltavam sete anos para o futuro juiz Sérgio Moro vir à luz. Ele nasceu em 1972, portanto, não vivenciou a Ditadura Militar que terminou quando o menino completava 13 anos. Certamente, na escola, ainda sob influência dos currículos traçados pelo governo ditatorial, não se aprofundou nesse período da História Contemporâneas. Mas, a literatura em torno desse período arbitrário é farta, suficiente para que descobrisse que seu despacho autorizando a 24ª fase da Operação Lava Jato – Aletheia, a “busca da verdade” – permitiu aos policiais federais algo que nem os militares fizeram com adversários como Juscelino Kubitschek.

O autoritarismo do 'partido do judiciário'

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A nota da Força Tarefa (o nome, de origem bélica, já bem denota a sua natureza) chamando de “cortina de fumaça” às inúmeras críticas à condução coercitiva de Lula a uma sala do Aeroporto de Congonhas – críticas vindas de todas as partes, inclusive de um Ministro do Supremo, Marco Aurélio Mello – é só uma patética demonstração do autoritarismo que impera do que, sob a inação de seus órgãos superiores, transformou-se o “Partido do Judiciário e Arredores”, porque a ele também se filiam o Ministério Público e a Polícia Federal.

O manifestante que 'invadiu' a GloboNews

Por Ivan Longo, na revista Fórum:

Uma imagem ganhou as redes sociais na tarde desta sexta-feira (4) em meio à exaustiva cobertura da imprensa da nova fase da operação Lava Jato, que aplicou a condução coercitiva para que o ex-presidente Lula prestasse depoimento à Polícia Federal. Em um dos boletins ao vivo do canal a cabo GloboNews sobre o assunto, um homem aparece no vídeo segurando uma placa com os dizeres: “Mansão Marinho em Paraty”. Só a placa já causou constrangimento na repórter da emissora dos Marinhos, que ainda foi surpreendida com um sussurro do jovem que ecoou em rede nacional: “Globo golpista”.

Grafite reverte ataque ao Instituto Lula

Pesquisa explica pressa para deter Lula

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

O espectro de um Lula eleitoralmente competitivo, que assombra os dias e atormenta as noites do conservadorismo, ganhou números sugestivos esta semana.

E são eles que explicam a sofreguidão conservadora nas últimas horas, a uivar pela única forma segura de afastar o perigo de vez: deter Lula de uma vez por todas.

A pesquisa mais recente do Datafolha, divulgada esta semana, espeta em torno do ex-presidente e de sua liderança três percentuais cuja sedimentação definirá o futuro eleitoral do ex-presidente e o do projeto de restauração neoliberal no Brasil.

Che Guevara entrou clandestino no Brasil

Por Raul Varassin

Ernesto Che Guevara esteve no Paraná em l966, antes de seguir para a Bolívia onde foi executado. Em l961 também esteve no Brasil, em Brasília, onde recebeu a Ordem Cruzeiro do Sul do então presidente Jânio Quadros.

A filha do major Cerveira, Neusa Romanzini Pires Cerveira, conta em seu depoimento à Comissão da Verdade do Paraná que as reminiscências de infância a levam até o bairro Água Verde em Curitiba, onde moravam. O pai, defensor da revolução democrática cubana, recebe Ernesto Che Guevara para um pernoite em l966. “Não houve reunião com nenhuma organização. Ele apenas estava em trânsito”.

sábado, 5 de março de 2016

Era uma vez um "pixuleco"

É chegado o momento de tomar posição

Por Hildegard Angel, em seu blog:

A sociedade precisa refletir sobre a gravidade do atual momento brasileiro, quando o que se parece pretender não é o cumprimento da lei, é a perseguição a um político que um grupo não aprova: Lula. Quando exorbita-se com 1, exorbita-se com 1 milhão. Já vimos esse filme. Os golpistas são os mesmos, as táticas iguais às de 54 e 64, os caminhos percorridos idênticos, os argumentos se repetem. Sequer têm imaginação para tirar novidade da cartola, um discurso que não seja aquele mesmo velho discurso lacerdista da corrupção, quando sabemos que os políticos da oposição que mais batem no peito simulando honradez têm todos “a mão amarela”.

Amado ou odiado, Lula é um símbolo

Primitivismo penal e fascismo à espreita

Por Maria Carolina Trevisan, no site Jornalistas Livres:

Na manhã desta sexta-feira (4/3), o juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, em atitude contrária aos princípios do devido processo legal, obrigou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a prestar depoimento sob “condução coercitiva”. Agiu como um justiceiro, à revelia do que propõe um Estado Democrático de Direito. A atitude foi desnecessária e leviana. Lula declarou que falaria se tivesse sido convocado, como o fez outras vezes. Para conduzi-lo coercitivamente, o ex-presidente teria de haver recusado duas vezes o convite para depor, mas não houve nem a primeira intimação.

Lula, guerreiro do povo brasileiro

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:


Sei que quando eu publicar este texto, irão mais uma vez me acusar de receber dinheiro público ou do PT. Gente capaz de vender a própria consciência em geral pensa que os outros fazem o mesmo. Este tipo de acusação, por outro lado, é um elogio para mim, porque ninguém é caluniado e perseguido se não estiver incomodando. Sei que os reacionários do Brasil me temem, temem a minha voz e o poder que conquistei nas redes sociais. Me orgulho disso. A maior especialidade dos comunistas sempre foi enfrentar fascistas. Não tenho patrões, só devo satisfação aos meus leitores e à minha própria consciência.

Petição Pública em defesa da democracia

Do site do Fórum-21:

Democratas reagem com Petição Pública contra o arbítrio cometido pela PF, nesta sexta-feira, em São Paulo, quando o ex-presidente Lula foi objetivamente sequestrado, para prestar esclarecimentos aos quais nunca se negou, a uma Justiça que sempre fortaleceu.

A partidarização de uma parte do judiciário, a obscena sintonia de véspera da mídia conservadora na lubrificação da opinião pública, bem como o desrespeito às urnas, condensados neste episódio, infestam o ar de qualquer democracia com a carniça inconfundível do velho golpe de Estado.

Lula foi sequestrado com aval da Globo

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Há duas formas de avaliar as reações aos abusos cometidos pela Polícia Federal nesta sexta-feira de infâmia judicial e midiática.

Uma é constatar a imensa capacidade de mobilização dos cidadãos, dos movimentos sociais, dos sindicalistas e trabalhadores. Foi impressionante a forma como as pessoas, sem nenhuma liderança aparente, passaram a se articular e se manifestar desde as primeiras horas do dia, percebendo a gravidade da situação.

O golpe judicial-midiático do pedalinho

Por José Carlos Ruy, no site Vermelho:

Sem conseguir acusação melhor contra o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e sua esposa, Marisa Letícia, o consórcio direitista de setores da polícia Federal, do Judiciário e a mídia golpista inovou e colocou em ação o golpe do pedalinho.

Lula é acusado de ter cometido ações nefastas ou ter tolerado muitas delas. Mas as provas não aparecem!

Passado obscuro do procurador da Lava-Jato


Por Carlos Fernandes, no blog Diário do Centro do Mundo:

O espetáculo midiático em que se transformou a condução coercitiva do ex-presidente Lula apenas um dia após o “furo” da revista IstoÉ, finalmente deixou escancarado o que todos já sabiam: o alvo principal da Lava Jato é, e sempre foi, o maior líder popular do Brasil.

Se antes os procuradores que coordenam os trabalhos da Lava Jato tergiversavam utilizando argumentos republicanos como o de que a operação não investiga pessoas mas fatos, a impressão que ficou na entrevista dada pelo MPF é que já nem mais investigam Lula, a sua culpa já foi decretada. Provas para os procuradores são detalhes insignificantes.

O velho Lula está de volta

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Aos 44 minutos do segundo tempo, com seu time todo na defesa, quando parecia que o jogo estava decidido a favor dos adversários, o velho Lula foi ao ataque sozinho e mudou tudo de novo.

Quando saí para almoçar, a Lava Jato estava ganhando de goleada em todos os noticiários e comentários nos portais e nas TVs, que acompanhei desde cedo, ao ser acordado pela minha filha Mariana.

Volto duas horas depois, e o jogo já era outro. Aconteceram dois fatos novos e inesperados: Lula falou e, para minha surpresa, as emissoras de televisão transmitiram seu discurso ao vivo. Até antagonistas ferozes do PT vieram me contar que ficaram impressionados com seu discurso.

A criminalização do presidente Lula

Por Luiz Moreira, no blog O Cafezinho:

Pode-se afirmar que a luta pelos direitos consiste em restringir os abusos cometidos pelas autoridades estatais frente aos cidadãos.

Para tanto, as democracias constitucionais desenvolveram uma estrutura jurídica que consiste na afirmação política dos direitos e no controle do exercício do poder estatal. Desse modo, a sociedade dota as ações estatais de legitimidade na proporção em que essas ações coincidem com a satisfação das carências da população. Como a satisfação dessas carências pode resultar na eliminação das diferenças, as democracias constituíram órgãos cujo propósito é o de servirem como obstáculo à ditadura da maioria, não lhes cabendo, porém, constatar as vontades dos cidadãos.