Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Aos 44 minutos do segundo tempo, com seu time todo na defesa, quando parecia que o jogo estava decidido a favor dos adversários, o velho Lula foi ao ataque sozinho e mudou tudo de novo.
Quando saí para almoçar, a Lava Jato estava ganhando de goleada em todos os noticiários e comentários nos portais e nas TVs, que acompanhei desde cedo, ao ser acordado pela minha filha Mariana.
Volto duas horas depois, e o jogo já era outro. Aconteceram dois fatos novos e inesperados: Lula falou e, para minha surpresa, as emissoras de televisão transmitiram seu discurso ao vivo. Até antagonistas ferozes do PT vieram me contar que ficaram impressionados com seu discurso.
De fato, fui ver na internet, e o ex-presidente me lembrou seus melhores momentos no estádio de Vila Euclides, quando falava só para metalúrgicos em greve e se tornou, em pouco tempo, uma liderança política nacional, na passagem dos anos 70 para os 80 do século passado. Ali nasceria o PT. Eu estava lá.
Após quatro horas de depoimento numa sala do aeroporto de Congonhas, para onde fora levado pela Polícia Federal, sob "condução coercitiva", por ordem do juiz Sergio Moro, em vez de voltar para casa Lula foi para a sede nacional do PT, no centro velho de São Paulo, junto á praça da Sé, onde deu a sua resposta na linguagem crua que todos os brasileiros conhecem:
"Embora tenham me magoado, e eu tenha me sentido ofendido, ultrajado, apesar do tratamento cortês do delegado da Polícia Federal, queria dizer, se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo e a jararaca está viva."
Lula bateu duro na imprensa e no Ministério Público Federal. "Hoje, a primeira coisa que você faz é determinar quem é o criminoso e depois vai criar os crimes que ele cometeu. Eu, sinceramente, já passei por muitas coisas na vida, não sou de guardar mágoas, mas nosso País não pode continuar amedrontado. Não pode ver um juiz que ganhou premio da rede Globo, da revista Veja, e depois ter que prestar contas(...). É lamentável que uma parcela do MP esteja trabalhando em associação com a imprensa".
Nem o PT escapou da sua indignação. "O que aconteceu hoje era o que precisava para o PT levantar a cabeça. Todo santo dia alguém faz o PT sangrar. A partir da semana que vem, quem quiser um discursinho do Lula, é só acertar a passagem de avião que eu estou disposto a viajar por esse País. Não é possível ver um País como o nosso sendo palco de um espetáculo midiático".
Em seu velho estilo palanqueiro, Lula ironizou as investigações que estão sendo feitas e denunciadas pela imprensa sobre dois pedalinhos de seus netos que foram encontrados no agora famoso sítio de Atibaia, um dos alvos da Lava Jato. "Se eles estão preocupados com os pedalinhos que a Marisa comprou por dois mil reais para os netos, eu gostaria de dizer que, se pudesse, dava um iate para ela. Eu quero saber quem vai me dar o apartamento, se é a Globo ou o Ministério Público. A Globo bem que poderia me oferecer um triplex em Paraty".
Ao chegar de volta à sua casa em São Bernardo do Campo, agora no final da tarde, Lula sentiu a mudança do vento: em lugar de conflitos entre manifestantes, como aconteceu de manhã, encontrou uma festa à sua espera, com a pequena multidão cantando "olê, olê, olá, Luuuula, Luuuuula", o refrão do jingle da sua primeira campanha presidencial, em 1989. Entre o passado e o presente, o nosso futuro balança, ao sabor dos ventos.
E vamos que vamos.
Aos 44 minutos do segundo tempo, com seu time todo na defesa, quando parecia que o jogo estava decidido a favor dos adversários, o velho Lula foi ao ataque sozinho e mudou tudo de novo.
Quando saí para almoçar, a Lava Jato estava ganhando de goleada em todos os noticiários e comentários nos portais e nas TVs, que acompanhei desde cedo, ao ser acordado pela minha filha Mariana.
Volto duas horas depois, e o jogo já era outro. Aconteceram dois fatos novos e inesperados: Lula falou e, para minha surpresa, as emissoras de televisão transmitiram seu discurso ao vivo. Até antagonistas ferozes do PT vieram me contar que ficaram impressionados com seu discurso.
De fato, fui ver na internet, e o ex-presidente me lembrou seus melhores momentos no estádio de Vila Euclides, quando falava só para metalúrgicos em greve e se tornou, em pouco tempo, uma liderança política nacional, na passagem dos anos 70 para os 80 do século passado. Ali nasceria o PT. Eu estava lá.
Após quatro horas de depoimento numa sala do aeroporto de Congonhas, para onde fora levado pela Polícia Federal, sob "condução coercitiva", por ordem do juiz Sergio Moro, em vez de voltar para casa Lula foi para a sede nacional do PT, no centro velho de São Paulo, junto á praça da Sé, onde deu a sua resposta na linguagem crua que todos os brasileiros conhecem:
"Embora tenham me magoado, e eu tenha me sentido ofendido, ultrajado, apesar do tratamento cortês do delegado da Polícia Federal, queria dizer, se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo e a jararaca está viva."
Lula bateu duro na imprensa e no Ministério Público Federal. "Hoje, a primeira coisa que você faz é determinar quem é o criminoso e depois vai criar os crimes que ele cometeu. Eu, sinceramente, já passei por muitas coisas na vida, não sou de guardar mágoas, mas nosso País não pode continuar amedrontado. Não pode ver um juiz que ganhou premio da rede Globo, da revista Veja, e depois ter que prestar contas(...). É lamentável que uma parcela do MP esteja trabalhando em associação com a imprensa".
Nem o PT escapou da sua indignação. "O que aconteceu hoje era o que precisava para o PT levantar a cabeça. Todo santo dia alguém faz o PT sangrar. A partir da semana que vem, quem quiser um discursinho do Lula, é só acertar a passagem de avião que eu estou disposto a viajar por esse País. Não é possível ver um País como o nosso sendo palco de um espetáculo midiático".
Em seu velho estilo palanqueiro, Lula ironizou as investigações que estão sendo feitas e denunciadas pela imprensa sobre dois pedalinhos de seus netos que foram encontrados no agora famoso sítio de Atibaia, um dos alvos da Lava Jato. "Se eles estão preocupados com os pedalinhos que a Marisa comprou por dois mil reais para os netos, eu gostaria de dizer que, se pudesse, dava um iate para ela. Eu quero saber quem vai me dar o apartamento, se é a Globo ou o Ministério Público. A Globo bem que poderia me oferecer um triplex em Paraty".
Ao chegar de volta à sua casa em São Bernardo do Campo, agora no final da tarde, Lula sentiu a mudança do vento: em lugar de conflitos entre manifestantes, como aconteceu de manhã, encontrou uma festa à sua espera, com a pequena multidão cantando "olê, olê, olá, Luuuula, Luuuuula", o refrão do jingle da sua primeira campanha presidencial, em 1989. Entre o passado e o presente, o nosso futuro balança, ao sabor dos ventos.
E vamos que vamos.
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