quarta-feira, 18 de maio de 2016

A tonitruante diplomacia do Barão da Mooca

Por Marcelo Zero

Com o golpe, o Barão do Rio Branco anda em baixa no Itamaraty. Sua figura ímpar de negociador hábil e arguto, afeito à força dos argumentos, vem sendo substituída por figura menor, prosaica, mais afeita ao argumento da força e à discutível efetividade dos decibéis, das ameaças e dos insultos.

Claro está que o governo ilegítimo tem um problema muito sério de imagem internacional. O motivo é óbvio. Golpes contra a democracia não são mais tão populares como eram há algumas décadas. Antes saudados como “ressurgimentos da democracia” e “revoluções” que nos salvavam da “ameaça comunista”, os golpes agora costumam ser vistos (pasmem!) como golpes.

"Ponte para o passado" de Michel Temer

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Em menos de uma semana, o governo ilegítimo de Michel Temer, vice-presidente que chegou ao comando da Nação graças a um processo de impeachment juridicamente questionado, mas apoiado entusiasticamente por uma imprensa simpatizante da ditadura militar, já ameaça tirar direitos constitucionais dos brasileiros. Além disso, as mudanças que se anunciam vão na contramão do que todos os países ditos civilizados do mundo estão fazendo ou planejando –inclusive os Estados Unidos, espécie de Terra Prometida da direita brasileira.

Chomsky detona o golpe dos corruptos

Quem é o general nomeado por Temer?

Por Marco Weissheimer, no site Sul-21:

O general Sérgio Westphalen Etchegoyen, indicado pelo vice-presidente Michel Temer para assumir como ministro-chefe da Secretaria de Segurança Institucional – pasta à qual ficará subordinada a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) –, é um crítico feroz dos trabalhos de investigação dos crimes da ditadura realizados pela Comissão Nacional da Verdade. Etchegoyen vinha atuando, desde março de 2015, como chefe do Estado-Maior do Exército. De 2011 a 2012, comandou a 3ª Divisão do Exército em Santa Maria (RS).

Temer e os orgasmos do financismo

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

O anúncio dos principais nomes a ocuparem postos estratégicos na área econômica do Presidente Interino Michel Temer foi saudado com muita festa e fogos de artifício pelos mais límpidos representantes do sistema financeiro em nosso País.

Na verdade, tal reação não pode ser encarada como uma grande surpresa. Muito pelo contrário, trata-se tão somente da confirmação de um jogo de cena muito bem desenhado pelos dirigentes das instituições do setor em articulação com os principais responsáveis pelos meios de comunicação.

"Mulheres correm riscos com Temer”



Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Quem quiser entender a resistência de brasileiros e especialmente das brasileiras contra o golpe de abril-maio deve prestar atenção ao movimento de mulheres. Elas podem ser vistas em toda parte onde se questiona a posse de um governo que assumiu o Planalto sem legitimidade. Estão à frente dos grandes atos de protesto - muitos de natureza essencialmente espontânea - realizados até aqui, que surpreenderam pelo volume, pela regularidade e pela ressonância política imediata. O mais importante ocorreu domingo, na Paulista. Novos atos virão.

Em defesa da EBC e da comunicação pública

Do site do FNDC:

Dezenas de entidades dos movimentos sociais, intelectuais, artistas, jornalistas, professores universitários e pesquisadores já assinaram o abaixo-assinado lançado nesta terça (17/5) em defesa da Empresa Brasil de Comunicação Pública (EBC) e da Comunicação Pública. O texto repudia a decisão do governo interino de destituir o diretor-presidente da EBC na vigência de seu mandato e exige revogação imediata da medida. Leia na íntegra e assine:

Pesquisa da CNI inicia ataque à Previdência

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A CNI publicou hoje uma pesquisa – de encomenda, nos dois sentidos – em que se afirma que a maioria dos brasileiros concorda com o estabelecimento de idade mínima para a aposentadoria.

Marota como o julgamento de Eduardo Cunha, a pesquisa foi feita pelo Ibope no início de dezembro do ano passado e divulgada só agora, quando é possível, politicamente, lançar o ataque aos trabalhadores.

A imagem já desgastada de Temer

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

Na mais recente pesquisa CUT/Vox Populi, a comparação entre dois resultados chama atenção. Não por ser inédita, pois outros levantamentos já a haviam apresentado, mas por seu significado e consequências.

São os números da avaliação com que Dilma Rousseff chegou à semana em que, aos olhos da população, seu governo termina, comparados àqueles de Michel Temer no início do seu. Para a opinião pública, ainda que restem lances por jogar, a saída de Dilma do Palácio do Planalto, depois de inaugurado no Senado o processo de impeachment, representa o fim de um ciclo e o começo de outro.

O extraordinário na comparação é constatar que Dilma, no fundo do poço, é mais bem avaliada que Temer antes de começar. Como se vê na tabela que ilustra este texto, no fim de abril a avaliação negativa do peemedebista era maior e a positiva menor que a da petista. 


Temer compra brigas demais na chegada

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Foi complicada e quase engraçada, se não fosse tudo triste, a conversa que tive ontem com um correspondente estrangeiro. Ele não consegue entender que Michel Temer, sendo presidente interino, palavra que ele toma em seu sentido literal como sinônima de provisório, esteja governando como alguém que acabou de ser eleito. Muito menos que possa anular as últimas medidas tomadas por Dilma, que não feriram a lei e foram tomadas quando ela ainda era presidente em pleno gozo de suas prerrogativas presidenciais. Ou seja, antes de seu afastamento do cargo pelo Senado, em 12 de maio. E menos ainda porque é que um governo estreante compra tantas brigas na primeira semana.

Golpe aplica 'mídia técnica' contra blogs

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

Blogueiros sujos receberam o seguinte e-mail:

"Olá pessoal, boa tarde!

Todos bem?

Por motivos de força maior (sic), a SECOM nos solicitou a interrupção (sic) da campanha.

Só temos autorização para realizar o pagamento do que foi veiculado até o dia de hoje, 17/05.

Protesto de Cannes é devastador para Temer

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Os golpistas levaram meses para consumar seu crime contra a democracia. Mas poucos dias bastaram para a completa, absoluta, irrevogável desmoralização do golpe.

É um marco, neste processo fulminante, o que acaba de ocorrer no festival de cinema de Cannes. A mensagem épica antigolpe que a equipe do filme brasileiro Aquarius correu instantaneamente o Brasil e o mundo nos sites e nas redes sociais.

O grupo, no qual estava incluída a estrela do filme, Sônia Braga, posou segurando cartazes em inglês e francês que denunciaram ao planeta o caráter do golpe.

A obsessão doentia da 'Veja' contra Lula

Por Altamiro Borges

O ex-presidente Lula é, sem dúvida, o recordista das capas terroristas da “Veja”. Nesta semana, mais uma vez a revista do esgoto, obrada pela falida famiglia Civita, publicou uma matéria de capa contra o líder petista, que segue na dianteira nas pesquisas de opinião pública como o melhor governante da história do país. A ilustração é macabra e a manchete, “A ruína do PT”, é apocalíptica. A obsessão doentia visa exatamente detonar sua provável candidatura à Presidência da República em 2018. Vale conferir a incisiva resposta dos advogados do ex-presidente, que rechaça a matéria “absolutamente fantasiosa” do pasquim da direita nativa, que segue perdendo leitores e anunciantes:

terça-feira, 17 de maio de 2016

Janaína Paschoal já foi despachada?

Por Altamiro Borges

Após várias encenações teatrais e demoníacas, a advogada Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment da presidenta Dilma, parece que já foi despachada pelos golpistas que assaltaram o Palácio do Planalto. Ela sequer foi lembrada para ocupar um cargozinho no governo do Judas Michel Temer, que esbarra em tantas dificuldades para nomear uma mulher para o seu “ministério de notáveis” – composto por homens, brancos e ricaços. E nem dá para alegar falta de experiência em cargos públicos. Afinal, a fugaz líder da extrema-direita brasileira, que sempre tentou se travestir de “apartidária”, já ocupou várias funções em governos tucanos, segundo reportagem do Jornal do Brasil:

Temer quer aparelhar a TV Brasil

Por Altamiro Borges

Em mais um gesto arbitrário, o Diário Oficial da União publicou nesta terça-feira (1) a exoneração do diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o jornalista Ricardo Melo. A medida autoritária fere a autonomia do órgão, responsável pela TV Brasil, Agência Brasil e vários canais de rádio. Segundo diversos juristas, ela inclusive avilta a Constituição Federal. Mas, pelo jeito, o Judas Michel Temer pretende seguir os passos dos tucanos paulistas, que aparelharam a TV Cultura, e do correntista suíço Eduardo Cunha, que transformou a TV Câmara num instrumento dos seus golpes e manobras. O "presidente interino" cada vez mais se parece com um ditadorzinho de quinta categoria!

Por que o governo Temer acabou

Por Renato Rovai, em seu blog:

Temer, o ilegítimo, já entrou para a história como ex-presidente da República mais trapalhão e obtuso desde a democratização.

E olha que tivemos Collor, mas ao menos o caçador de marajás teve votos. Temer também, mas apenas 367. E a história dirá como foram amealhados.

Mas este post não se dedicará a falar dos motivos que garantiram a tomada de poder pela turma de Temer, o ilegítimo, mas se dedicará a explicar seu obituário.

Como funcionam os paraísos fiscais

Serra prepara quinto abandono de cargo

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Em mais um capítulo parcialmente divulgado pela mídia tradicional do diário do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, enquanto ocupou a Presidência da República (1995-2002), o tucano maior narra que o escolhido do governo provisório de Michel Temer para ser o ministro das Relações Exteriores, José Serra, teve reentrada problemática no ministério em 1998. Serra havia sido ministro do Planejamento de FHC (1995-1996). De difícil convivência, José Serra teve divergências com a equipe econômica, deixou o cargo para disputar a prefeitura de São Paulo. Perdeu (o eleito foi Celso Pitta) e queria voltar para o governo em algum cargo na área econômica.

A nova correlação de forças no Congresso

Por Marcos Verlaine, no site Vermelho:

Queda de Dilma e ascensão de Temer muda a correlação de forças no Congresso Nacional. Na prática, antes do afastamento da presidente essa correlação de forças já existia, mas não estava formalizada. Isto é, Dilma, do ponto de vista formal tinha uma grande base, mas na prática era o que podíamos chamar de “base paraguaia”.

A votação da admissibilidade do impedimento na Câmara, no dia 17 de abril, evidenciou esse fato, que agora na prática está configurado. A admissibilidade do impeachment foi aprovada na Câmara por 367 votos contra 137 e sete abstenções. No Senado, o pedido foi aceito na comissão especial por 15 a 5; no plenário, cuja votação ocorreu no dia 11 de maio, o placar foi 54 a 22.

Honduras, Grécia e o destino do Brasil

Pedro X. Molina/Rebelión
Por Marcelo Zero

Por causa do golpe, o Brasil se converteu, aos olhos do mundo, numa espécie de grande Honduras. Um país sem instituições democráticas sólidas, instável, sujeitos a golpes de todos os tipos. Uma típica e caricata república de bananas.

Graças ao golpe, o Brasil se converteu em motivo de chacota em todo o mundo. Nunca a imagem do nosso país esteve tão baixa. Até mesmo jornais conservadores, como o New York Times, fazem editoriais condenando o golpe e afirmam o óbvio: a destituição de Dilma Rousseff piorará a crise política brasileira. Já a nossa mídia plutocrática e bananeira dedica-se, agora com vocação para grande partido da situação, a ocultar o óbvio e a defender o indefensável.