quinta-feira, 6 de abril de 2017

TSE faz teatro sem prazo para sair de cartaz

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Becas negras com adornos vermelhos combinando com o cenário ao fundo, tudo fazia lembrar um teatro do absurdo, jogo de cena de cartas marcadas para não se chegar nunca ao final do espetáculo.

Afinal, a esta altura da temporada, a cassação da chapa Dilma-Temer não interessa mais a ninguém, nem ao PSDB, que deu início ao processo, com quatro ações por abuso de poder econômico no Tribunal Superior Eleitoral, logo após a sua derrota em 2014.

Temer só pensa em chegar ao final do mandato, Dilma não quer perder seus direitos políticos e os sete ministros do TSE, com transmissão de TV ao vivo, não têm a menor pressa em sair de cena.

Lula e a estabilidade possível

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Eu reproduzo abaixo artigo do amigo Rodrigo Vianna, publicado em seu blog, mas antes queria acrescentar alguns comentários.

Eu concordo com a análise de Rodrigo Vianna a um nível filosófico mais profundo: a estabilidade política só poderá ser alcançada se trouxer junto uma série de avanços sociais. Sem melhorar a vida do trabalhador, sem lhe dar um mínimo de liberdade para eleger seus representantes políticos, nunca haverá paz. E sem um mínimo de paz não haverá jamais crescimento econômico sustentável.

Quando saímos do campo da filosofia política abstrata, todavia, e fazemos uma análise da realidade concreta, a tese de Vianna me parece excessivamente otimista. E olha que eu sempre me considerei o mais otimista dos analistas!

São Paulo, uma cidade em liquidação?

Por Antônio Donato e Roberto Garibe, na revista Teoria e Debate:

Desde 1989, com a eleição de Collor, o liberalismo exacerbado vem ganhando força na agenda política como alternativa hegemônica de ajuste ao Estado brasileiro. A estagnação econômica observada a partir da crise da dívida na década de 1980 e a imposição das ideias presentes na cartilha do Consenso de Washington constituíam o pano de fundo para um ataque contra um Estado tido como inchado, letárgico e intervencionista. A reforma desse Estado e a revisão do seu papel foram vendidas como caminho para o reencontro do país com a modernidade.

Câmara atenua punição a Jean Wyllys

Da Rede Brasil Atual:

O deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) foi praticamente absolvido hoje (5) pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara por ter cuspido no deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) na histórica sessão em 17 de abril do ano passado. que aprovou a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

O conselho recomendou uma censura escrita contra Wyllys, o que representou uma derrota para o relator do processo, o deputado Ricardo Izar (PP-SP). Inicialmente, Izar havia pedido a suspensão do mandato do deputado do Psol por quatro meses. Hoje, ele mudou a recomendação para suspensão do exercício do mandato pelo prazo de 30 dias. Mesmo assim, seu parecer não foi acolhido. Ele teve quatro votos favoráveis e nove contrários. Coube ao deputado Julio Delgado (PSB-MG) ler o parecer vencedor, pela censura escrita, que recebeu 13 favoráveis e nenhum contrário.

Filme sobre Lava-Jato usa até avião da PF

Deputados Damous, Pimenta e Teixeira. Foto: Lula Marques/Agência PT
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Imaginem, apenas imaginem, se Dilma Rousseff fosse presidente e a Polícia Federal cedesse agentes, helicópteros, armas, uniformes e até um avião para um filme contra Fernando Henrique Cardoso ou contra Aécio Neves. Segundo os deputados petistas Wadih Damous, Paulo Teixeira e Paulo Pimenta, foi isso que aconteceu com o filme sobre a Lava-Jato que está sendo produzido e que tem Lula como “protagonista”. Os deputados vão entrar com uma representação junto ao Ministério Público Federal para investigar o filme, que conta com um “investidor secreto” além da “gentileza” da PF.

Três medos que povoam a Internet

Por Tim Berners-Lee, no site Outras Palavras:

Em 12 de março, completaram-se 28 anos desde que submeti minha proposta original para a internet global. Imaginei a rede como uma plataforma aberta que permitiria a todo mundo, em todo lugar, partilhar informações, ter acesso a oportunidades e colaborar rompendo limites geográficos e culturais. De várias maneiras a internet deu conta dessa visão, embora tenha sido uma recorrente batalha para mantê-la aberta. Mas, nos últimos doze meses, tenho me tornado cada vez mais preocupado com três novas tendências, que acredito devemos enfrentar para que a rede cumpra seu verdadeiro potencial como uma ferramenta que serve toda a humanidade.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Bolsonaro e a memória do Holocausto

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A presença de Jair Bolsonaro na Hebraica do Rio de Janeiro, onde produziu um espetáculo deprimente e previsível, ilustra a contradição que enfrentam determinadas lideranças da comunidade judaica no atual momento da evolução humana.

Ao mesmo tempo em que prezam - com toda razão - a memória das 6 milhões de vítimas do Holocausto nazista, partilham o mesmo campo ideológico de forças a que representam a intolerância e a violência contra populações discriminadas e oprimidas de nossa época.

As "reformas" e os puxadinhos golpistas

Ilustração: Fernando Carvall
Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

O presidente não eleito tem enchido a boca para falar de reformas. Quase sempre seguindo um jogo de chantagem pré-política, de quem não sustenta o debate democrático, apresenta seus projetos destrutivos como se fossem a salvação do país e a garantia preventiva para um cenário de caos anunciado. Ele mente de graça em discursos para empresários e paga para mentir nos meios de comunicação.

Próprio da condução autoritária do atual poder ilegítimo, são desqualificados todos os canais de consulta e participação popular. O Congresso entra nesse jogo como fiador da representatividade, ainda que manchado em sua maioria pelo alinhamento fisiológico explícito. Tem feito o serviço sujo de forma sabuja e sem constrangimento. Maia e Eunício não ficam nada a dever a Cunha e Renan.

A perseguição implacável de Gilmar Mendes

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Gilmar Mendes e Sérgio Moro têm várias coisas em comum. Atropelam os procedimentos e a compostura jurídica, são poupados pela mídia e pelos colegas, e reagem a qualquer crítica abrindo ações contra os críticos.

Trata-se de um atentado grave à democracia. Os abusos de ambos são reconhecidos por todo o meio jurídico. Mas, amparados ou pela mídia ou pelo clamor público, valem-se disso para despertar solidariedade ou intimidar o Judiciário e partir para a perseguição implacável dos críticos, valendo-se de seu poder de Estado.

Acabo de ser alvo da quarta ação de Gilmar.

O babaquinha da Gestapo paulistana

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Eu sou um cara antiquado.

Por isso, torço que uma professora daquelas com mais de vinte anos de magistério, como era minha mãe, ponha para correr esta caricatura de agente da Gestapo que é o tal Fernando Holiday.

De preferência, com uma bela bofetada (verbal, é claro) , daquelas de mão aberta, que machuca pouco mas faz um grande barulho.

Este moleque está divulgando nas redes, com o apoio do “padrinho” Kim, vídeos onde faz “fiscalização-surpresa” nas escolas para ver se os professores estão “doutrinando” os pobres alunos.

Temer e a restauração neoliberal

Ilustração do blog Pataxó
Por Pedro Rossi e Guilherme Mello, no site Brasil Debate:

Uma associação de interesses levou ao golpe político que destitui Dilma Rousseff do poder. De um lado, os membros da classe política inconformados com a resistência (ou incapacidade) da presidenta eleita em atuar para “estancar a sangria” ou salvá-los da operação Lava Jato. De outro lado, os interesses em torno do projeto econômico neoliberal, fortalecidos pela crise econômica e por um sentimento de insatisfação generalizado. Temer assume para atender a esses dois grupos de interesse: governa para “estancar a sangria” e terceiriza a gestão econômica para os porta-vozes do novo projeto econômico. Assim, em um acordo frágil, as elites golpistas aceitaram o escárnio e a impunidade em troca da implementação de uma agenda para desmontar o Estado social e o Estado indutor do crescimento.

Equador: Derrotado imita golpismo de Aécio

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                        
São incríveis as semelhanças entre as eleições presidenciais do Brasil em 2014 e do Equador, cujo segundo turno que aconteceu neste domingo, 2 de abril, apontou a vitória do candidato de esquerda Lenín Moreno, apoiado pelo atual presidente Rafael Correa.

A margem apertada do resultado final em ternos percentuais foi praticamente a mesma do pleito brasileiro em favor de Dilma contra Aécio : 51,16% para Moreno e 48,84% para o banqueiro Guilherme Lasso, candidato oposicionista de direita.

Cresce rejeição popular a Temer e ao golpe

Editorial do site Vermelho:

O resultado da pesquisa CNI/Ibope divulgada em 31 de março é devastador para a imagem, já cambaleante, de Michel Temer: 79% dos brasileiros não confiam no mandatário ilegítimo, 73% rejeitam o modo como ele governa, e 55% avaliam seu governo como péssimo ou ruim.

A avaliação negativa, que em dezembro de 2016 já era péssima, aumenta a olhos vistos. Os números que a estatística revela dão maior expressão à realidade que se manifesta de forma crescente nas ruas e volta a animar o movimento popular em luta pela democracia, pela retomada do desenvolvimento, do emprego e da renda, e em defesa da soberania nacional.

A ditadura do superávit primário

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

O Banco Central (BC) acaba de divulgar seu Relatório Mensal sobre a Política Fiscal do governo brasileiro. Dentre as inúmeras informações relativas ao desempenho da equipe econômica no campo da administração da questão fiscal, vale a pena destacar os números que retratam o comportamento das despesas financeiras da administração pública federal.

De acordo com o levantamento apresentado pelo BC, ao longo do mês de fevereiro, o valor referente ao total de juros pagos pelo governo atingiu o montante de R$ 30,7 bilhões. Isso significa que, no acumulado dos últimos 12 meses, a União transferiu ao setor financeiro um volume de R$ 388 bi, em razão dos compromissos assumidos com cada uma das muitas modalidades do extenso cardápio que compõe o estoque de títulos de nossa dívida pública.

Chomsky e os cinco filtros da mídia

Lula é a estabilidade contra o caos

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Por trás da fumaça que vem do Tribunal Superior Eleitoral (o TSE, como se sabe, decidiu adiar o julgamento da chapa Dilma-Temer, oferecendo sobrevida ao moribundo consórcio Temer/PMDB/PSDB) e de Curitiba (a Lava-Jato se consolida como um Tribunal de Exceção, conduzido por um juiz desequilibrado que manda prender blogueiro), alguns movimentos quase imperceptíveis no mundo da política indicam que o cenário mudou.

O fato político mais importante dos últimos 10 dias não foi, tampouco, a capa da “Veja”, que indica Aécio Neves no mesmo caminho trilhado por Carlos Lacerda em 64: implorou pelo golpe, achando que herdaria o poder, e terminou cassado pelo processo que ajudou a fomentar. Aécio é um cadáver, e será devorado, mas deixemos os mortos vivos em paz… O fato mais importante foi outro: a declaração enfática de Nelson Jobim (ex-ministro do STF, mas que é sobretudo um peemedebista com trânsito no PT e no PSDB) defendendo que “proibir Lula de ser candidato é fazer o que fizeram os militares”.

Qual é a base do otimismo com a economia?

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

Perde-se a conta das vezes em que o otimismo até certo ponto misterioso das frequentes sondagens de expectativa empresarial sucumbe à realidade da economia. O mantra incessante de Brasília sobre o fim da recessão e o raiar da recuperação também não adiantou.

Os dados de fevereiro do IBGE, divulgados na sexta-feira 31, mostram um aumento drástico do desemprego, de 11,7% no trimestre de dezembro a fevereiro, na comparação com o período de setembro a novembro.

A variação correspondeu ao acréscimo de 1,4 milhão de desempregados, elevando o total para inéditos 13,5 milhões de trabalhadores sem ocupação. A taxa de desemprego, de 13,2%, é a mais alta para trimestres desde que o instituto começou a publicar a pesquisa, em 2012. Em um ano, são 3,2 milhões de pessoas a mais sem emprego, um aumento de 30,6%.

Ampliar as alianças contra o retrocesso

Por Verônica Couto, no site SOS Brasil Soberano:

A necessidade de ampliar as alianças políticas, de modo a fortalecer a resistência ao projeto implantado após o impeachment, foi defendida pela maior parte dos palestrantes do I Simpósio SOS Brasil Soberano, realizado nesta sexta-feira (31/03), no Rio de Janeiro. Os debates de alternativas “Contra a crise, pelo emprego e pela inclusão”, tema do evento, também apontaram a urgência da retomada do investimento público. Especialmente na construção civil, para gerar empregos e estimular a economia, proposta do professor Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES, e na tecnologia nacional, para assegurar posições estratégicas na indústria e no mercado internacional, como destacou o engenheiro Alan Paes Leme Arthou, ex-coordenador do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear da Marinha (Prosub). Tais medidas, voltadas à proteção de direitos e da soberania nacional, poderiam constituir, na avaliação do ex-ministro de C&T, Roberto Amaral, uma plataforma de unidade na resistência democrática e contra o programa em curso, de desconstrução do Estado.

Doria, o Berlusconi da Lava-Jato?

Por Jeferson Miola

O prefeito paulistano João Dória é uma das apostas da classe dominante caso a Lava Jato fracasse na condenação arbitrária do Lula e não consiga impedir sua candidatura. Estariam reservando a Dória, o “João trabalhador” do marketing eleitoral, o mesmo papel que o fascista Sílvio Berlusconi desempenhou na Itália pós-Operação Mãos Limpas?

O PIB da Itália em 1992, então a quinta economia do planeta, era de U$$ 1,28 trilhões. Em 1994, no auge das apurações da Mãos Limpas, o PIB desabou 17%, para US$ 1,06 trilhões, significando o derretimento de US$ 221 bilhões da economia do país em decorrência do fechamento de empresas e de prisões e suicídios de empresários.

TSE deixou claro: é para inglês ver

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Se alguém tinha ilusões com o julgamento da chapa Dilma-Temer pelo TSE, é bom ir enfiando a viola no saco. A sessão de abertura do julgamento deixou claro como será o jogo: com prazos, recursos e procrastinações, o julgamento vai terminar quando Temer não for mais presidente. Ou quando faltar tão pouco tempo para a eleição presidencial que os ministros poderão dizer candidamente: para o bem do país, que fique tudo como está.