sábado, 3 de março de 2018

A Petrobras e a postura de avestruz

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Lançado na noite de quinta-feira, no Rio de Janeiro, numa cerimônia que contou com a presença de Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras entre 2005 e 2012, além de economistas do gabarito de José Luíz Fiori e Marcio Pochmann, o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível Zé Eduardo Dutra (INEEP) tem a vocação de cumprir uma função essencial num país que procura encontrar caminhos para interromper o processo de destruição iniciado pelo golpe de 2016.

A proposta do INEEP é debater ideias, avaliar tendências e estudar as opções estratégicas necessárias para fazer o necessário um caminho de volta, num cenário mais adverso, no qual o esquartejamento da Petrobras e o leilão na bacia das almas das reservas do pré-sal promovidos pelo governo Temer não podem ser vistos como episódios locais.

Um recado aos carrascos de Lula

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Tudo leva a crer que as instituições da República, corrompidas até a medula pelo ativismo político de direita, estão apostando suas fichas na reação popular de baixa intensidade à prisão de Lula. Afinal de contas, se o golpe de estado, a regressão social jamais vista, a pilhagem do patrimônio público e a entrega das riquezas do país não provocaram a comoção das ruas, por que o encarceramento do ex-presidente teria o condão de fazer o povo se revoltar?

EUA, Rússia e a nova corrida armamentícia

Do site Vermelho:

O presidente Russo Vladmir Putin anunciou, na quinta-feira (1), que seu país desenvolveu um novo arsenal estratégico capaz de levar ogivas nucleares e que não seria capaz de ser interceptado, como resposta a flexibilização dos limites para a utilização de armas nucleares nos EUA promovidos pela administração Trump

Putin declarou, em rede nacional, que a Rússia testou uma série de novas armas nucleares no final de 2017, incluindo um míssil que poderia atingir todos os pontos do mundo e que não poderia ser bloqueado por outros sistemas antimisseis.

Intervenção no Rio e o avanço do fascismo

Por Carlos Eduardo Martins, no Blog da Boitempo:

A intervenção federal militar na segurança do Rio de Janeiro e sua possível extensão a outros Estados marca uma nova etapa da escalada repressiva que avança no Brasil desde o golpe de 2016, configurando tecnicamente um Estado de Exceção.

Constitucionalmente, são três os níveis de Estado de Exceção: Intervenção Federal, Estado de Defesa e Estado de Sítio. Cumprimos com esta iniciativa o primeiro nível do Estado de Exceção: até o final de 2018, o Congresso terá suas prerrogativas reduzidas e, no Rio de Janeiro, a Justiça Militar substitui em parte a Justiça Civil para assuntos de segurança pública, situação que incidirá basicamente sobre a vida das camadas populares. A intervenção federal realiza-se de maneira açodada e não atende aos requisitos constitucionais substantivos para sua realização: não há grave desordem pública no Rio de Janeiro, como demonstram os indicadores da cidade no ranking da violência no país e os que atestam a redução dos índices de criminalidade deste carnaval em relação ao de 2017.

Greve de Moro é bofetada no Brasil

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Deu no jornal O Globo que os juízes federais brasileiros aprovaram “paralisação nos trabalhos” no próximo dia 15 de março. A Associação dos Juízes Federais (Ajufe) credita essa “greve de um dia” à “indignação” de Suas Excelências contra as reclamações que explodiram no país quando veio a público que são gastos BILHÕES do dinheiro público para pagar auxílio-moradia para essas “excelências indignadas” mesmo quando têm imóvel próprio e não precisam desse “auxílio” pago pelo meu, pelo seu, pelo nosso SUADO dinheirinho.

sexta-feira, 2 de março de 2018

Poder Judiciário: um sistema podre!

Temer: de "decorativo" a "pato manco"

Por Antonio Barbosa Filho

“Pato manco” é uma expressão que surgiu nos Estados Unidos ( “lame duck”, em inglês) para designar aquele presidente da República, governador ou prefeito que vive o período entre a eleição e a posse do seu sucessor, especialmente quando este é seu adversário, ou não foi eleito com seu apoio. É uma fase melancólica, porque todas a atenções estão voltadas ao novo titular, que assumirá em breve. O governante que se despede perde toda a importância e, nos EUA e em qualquer parte, fica limitado a medidas sem maiores consequências – talvez a mais importante delas seja dar o indulto de Natal e presos...

Globo obriga TRF1 a recuar em sua decisão

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A desmoralização da Justiça segue ladeira abaixo.

No dia 22 de fevereiro passado, o G1, da Globo, noticiou a mudança de juízes em processos envolvendo Lula, Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha e Henrique Alves.

Até então, os processos estavam sob o controle do juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal, seguidor do padrão Sérgio Moro.

Doria troca saúde e educação por asfalto

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Depois de triplicar a reprovação ao seu governo (de 13% para 39%) no último Datafolha, o que o fez desistir dos sonhos presidenciais, o prefeito João Doria se conformou em disputar a sucessão de Geraldo Alckmin em São Paulo.

Como as ruas esburacadas na cidade foram um dos motivos da sua queda nas pesquisas, o prefeito resolveu dar um cavalo de pau nos investimentos municipais pois tem pouco tempo para mostrar serviço.

O desemprego e as fake news da Globo

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

O IBGE acaba de divulgar os últimos números do mercado de trabalho, atualizado até janeiro deste ano.

Não acreditem nas mentiras da Globo. É um quadro absolutamente dramático, uma prova de que o problema da violência que avança no país não será resolvido jogando dinheiro fora com intervenções militares puramente circenses.

O trimestre de novembro até janeiro encerrou com a destruição de quase 600 mil empregos formais em relação ao ano passado.

Quase 600 mil!

A inspiração da política externa de Trump?

Por Olivier Zajek, no site da Fundação Maurício Grabois:

No dia 6 de novembro de 2017, em uma nota virulenta do New York Times intitulada “Aniversário do apocalipse”, a editorialista Michelle Goldberg evocou com intensidade o primeiro ano de administração de Donald Trump. Um “pesadelo”, ataca ela, durante o qual “o impensável se tornou cotidiano” [1]. A julgar pela quantidade de reprovações expressas por especialistas e formadores de opinião do eixo BosNyWash (Boston, Nova York, Washington), Goldberg não parece ser a única a experimentar um sentimento de expropriação quanto à evolução pela qual passa os Estados Unidos depois das investidas do 45º presidente.

IBGE confirma: Brasil virou país do “bico”

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar(Pnad) do IBGE confirmam a tendência que aqui e em muitos outros lugares tem sido motivo de alerta para o fato de que estamos nos tornando o país do “bico”.

Alem de não haver queda no nível de ocupação – que se manteve nos estratosféricos 12,2%, em um ano, quem acha trabalho trocou os direitos e garantias da carteira de trabalho assinada por ocupações autônomas, informais ou não.

Isso que está aí não é mais democracia

Por Mauro Lopes, em seu blog:

A democracia no Brasil entrou em colapso e estamos nos primeiros momentos de um novo regime de tipo ditatorial.

Há resistências quanto a esta assertiva.

Na direita, a rejeição é óbvia: são as forças políticas que estão demolindo a democracia e jamais admitirão isso. Como em 1964, sufocam a democracia dizendo defendê-la. Basta ver a reação dos jornais das elites em 1 de abril de 1964: “Vitorioso o movimento democrático” (manchete de O Estado de S.Paulo) e “Ressurge a democracia” (editorial de O Globo) . Agora, não é diferente, como temos assistido à farta.

Selic cai, produção patina e bancos lucram

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

As estatísticas de crédito bancário divulgadas pelo Banco Central na terça-feira, 28 de fevereiro, revelaram alguns números um tanto intrigantes, principalmente quando comparados à elevada lucratividade dos bancos brasileiros em 2017, quando os quatro maiores bancos de varejo (Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil) registraram em conjunto um lucro recorde de 65 bilhões de reais, alta de 21% em relação a 2016.

Mais do que a estratosférica (e renitente) rentabilidade do oligopólio financeiro que atua no país, o que mais surpreende é que tais resultados tenham se dado em um contexto de redução de 5,75 p.p. da taxa Selic e de mísero crescimento de 1% do PIB, isto é, de estagnação da renda per capita.

"Mercado" já discute chapa Alckmin-Meirelles

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Por Renato Rovai, em seu blog:

Após a condenação do ex-presidente Lula em segunda instância, consolidou-se no mercado financeiro a certeza de que a sua candidatura a presidente está inviabilizada. Mesmo que não venha a ser preso, Lula seria cassado pela ficha limpa. Com isso, o cenário de segundo turno das eleições teria se tornado menos ameaçador para o projeto neoliberal que vem sendo implementado após o golpe contra Dilma Rousseff.

As misérias da intervenção no Rio

Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:

Começo a coluna com o último parágrafo do artigo de Benjamim Steinbruch estampado na Folha de S.Paulo na terça feira 20 de fevereiro: “Políticas econômicas irresponsáveis, que provocam desemprego, jogam jovens desocupados nos braços da criminalidade. O País precisa com urgência de crescimento econômico e criação de postos de trabalho. E isso não é tarefa para generais”.

Neste espaço, já aborreci o leitor de CartaCapital com o tema da violência no Brasil. Mas vou insistir. Com raras e pontuais interrupções, o Estado oligárquico brasileiro ocupa-se há séculos da produção da insegurança: omite-se diante das tragédias do desemprego, da falta de saúde e de moradia e recua diante da violência dos criminosos.

A esperança não pode morrer

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Apesar de toda a alegria do carnaval passado em quase todas as cidades de nosso pais, há um manto de tristeza e desamparo que se pode ler nos rostos da maioria que encontramos nas ruas das grandes cidades como o Rio e São Paulo entre outras.

É que politicamente o golpe parlamentar-jurídico-mediático (e hoje sabemos apoiado pelos órgãos de segurança dos USA) nos fechou o horizonte. Ninguém pode nos dizer para onde vamos. O que aponta de forma inegável é o aumento da violência com um número de vítimas que se igualam e até superam as regiões de guerra. E ainda sofremos uma intervenção militar no Rio de Janeiro.

quinta-feira, 1 de março de 2018

Do fim das aposentadorias à privataria

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

O início do processo de definição das candidaturas às eleições presidenciais de outubro próximo contribui também para a antecipação de alguns temas que podem ser norteadores no debate entre os postulantes ao cargo. O mais importante de todos parece ser a tentativa de impedir que o ex-presidente Lula consiga manter o registro de sua candidatura ao Palácio do Planalto. Com isso, o Brasil corre o vergonhoso risco de promover uma escancarada fraude antes mesmo do início do pleito. O candidato que todas pesquisas apontam como o virtual vencedor não poderá concorrer? Mas existem também outras ameaças.

A intervenção na Venezuela e o Brasil

Por Marcelo Zero, no blog Viomundo:

Aparentemente, os EUA estão pretendendo acelerar os preparativos para uma intervenção mais aberta e incisiva na Venezuela.

Após as declarações de Trump, de que não descartaria uma intervenção militar naquele país, o Secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, em discurso na Universidade do Texas, em 1º de fevereiro, sugeriu que solução para a Venezuela poderia vir de um golpe.

Tillerson, em recente passagem pela América Latina, onde visitou México, Peru, Colômbia e Argentina, concentrou todos os seus esforços em convencer os governos desses países a apoiarem medidas mais duras contra o regime chavista da Venezuela.

Temer e seu mapa do medo

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Atitude autoritária. Medida eleitoreira. Erro sociológico. Equívoco técnico. Ameaça aos direitos humanos. Militarização de política pública. Essas são apenas algumas das características mais destacadas da intervenção federal na segurança no Rio de Janeiro. A elas se somam o populismo, o incentivo à discriminação e a criação de um ambiente de medo.

O autoritarismo se expressa desde a forma como foi anunciada a intervenção, como no objeto imediatamente apresentado à sociedade: tratar a situação como se fosse guerra. O militarismo explícito, com suas tristes evocações na memória brasileira, foi resgatado como signo de uma eficiência improvável.