quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

América Latina terá mais uma década perdida?

Por Marcos Aurélio Ruy, no site da CTB:

O “Balanço Preliminar das Economias da América Latina e do Caribe 2019”, divulgado nesta quarta-feira (18), pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), apresenta o pior cenário na economia da região dos últimos 40 anos de 2014 a 2020. Já são seis anos, entrando para o sétimo, de baixo crescimento econômico e as previsões para 2020 não são otimistas.

Flávio Bolsonaro e o juiz de garantias

Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:

Sabemos que as contradições mais surpreendentes podem funcionar como grandes motores da evolução humana.

O último exemplo ocorreu no Planalto, quando Jair Bolsonaro preservou a figura do juiz de garantias, incluída pela Câmara de Deputados no projeto anti-crime de Sérgio Moro.

Bolsonaro deu de ombros para as queixas em voz alta de Sérgio Moro e outros auxiliares, o que só confirma a gravidade das descobertas produzidas pelas investigações sobre o filho Flávio, o amigão Queiroz e a turma das milícias.

Por uma dessas contradições próprias da vida pública, em determinadas circunstâncias mesmo os ditadores mais empedernidos são obrigados a fazer concessões impensáveis em situações de normalidade.

Cadê o Moro no caso "Porta dos Fundos"?

Por Fernando Brito, em seu blog:

Explodir coquetéis molotov contra um prédio, se não me engano, é algo contido em "usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa”.

E isso é enquadrado como ato terrorista pela Lei 13.260.

E, portanto, segundo a mesma lei, cabe “à Polícia Federal a investigação criminal, em sede de inquérito policial, e à Justiça Federal o seu processamento e julgamento, nos termos do inciso IV do art. 109 da Constituição Federal .”

Weintraub, o nazismo e os resistentes

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

O meu tio-avô Carl Herz era Prefeito de Kreusberg - então distrito berlinense - quando os nazis chegaram ao poder. Judeu, jurista e socialdemocrata, militou junto com Ebert, Rosa Luxemburgo e Liebnekecht. Hoje Carl Herz é “nome de rua em Berlim”. Faço uma homenagem a ele, nestes dias derradeiros de fim de ano, respondendo ao ministro Weintraub, que num vídeo do Youtube me “acusou” de ser descendente deste judeu socialista, pensando que Carl fosse meu avô. Carl, irmão de Hermann meu avô, intelectual socialdemocrata e militante de esquerda sofreu a perda do seu filho e meu primo, Gunter, assassinado no Campo de Auschwitz. Na mesma fala, Weintraub disse que tenho descendentes socialistas - minha filha Luciana e meu neto Fernando - o que para mim é a mais pura e orgulhosa das verdades.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

A hora de abraçar o monstro

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Chegou a hora. É o momento daquele reencontro. Natal, Ano Novo, festas. A família reunida e vem aquela figura, braços abertos para o abraço. Aquele tio, aquele irmão, aquele cunhado.

Aquele tio mesmo que, quando Moa do Katendê foi assassinado com 12 facadas, postou que faltara mais uma para fechar o 13. Aí então seria perfeito. Aquele irmão que, quando Marielle foi assassinada com três tiros na cabeça e um no pescoço, curtiu todas as postagens onde ela foi chamada de “vagabunda”. Aquele cunhado que postou selfie com Bozo ambos sorrindo e fazendo arminha.

Clima de ódio e o ataque ao Porta dos Fundos

Da Rede Brasil Atual:

Um Jesus Cristo gay no especial de Natal do Porta dos Fundos é o provável motivo do atentado contra a produtora O2 na madrugada desta terça-feira (24). “Assustador. Eles não estão sós. É um ódio que tem sido pregado na mídia conservadora e no Congresso”, disse o humorista, ator e roteirista Gregório Duvivier ao El País.

Ele é um dos atores de A primeira tentação de Jesus, produzido para a Netflix. O filme de humor enlouqueceu conservadores e cristãos fundamentalistas, incluindo o clã presidencial e pastores. Um abaixo-assinado pede o veto à produção dizendo que é considerada “ofensiva à fé cristã” já passou de 2 milhões de assinaturas.

Bolsonaro quer criar boi em terra indígena

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Temos que criar boi em terra indígena para reduzir preço da carne, diz Bolsonaro”: título da matéria de Gustavo Uribe, publicada no online da Folha, na manhã desta quinta-feira.

Trata-se do maior crime ambiental contra a humanidade anunciado há pouco pelo presidente da República no cercadinho do Alvorada, como se estivesse falando numa reunião de condomínio nas “Vivendas da Barra Pesada”.

Sem mostrar a menor preocupação com as gravíssimas consequências para o meio ambiente desta nova ofensiva contra a Amazônia, Bolsonaro só queria mudar de assunto.

Pauta de costumes?

Por Julian Rodrigues, no site A terra é redonda:

“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”. (Rosa Luxemburgo)

Ao informar, em fevereiro, que o STF iria decidir sobre a “criminalização da homofobia”, o Estadão noticiou que se tratava de um assunto com potencial de operar colisão do Judiciário com o Congresso Nacional – pois seria o primeiro tema de uma lista da “pauta de costumes”.

O ex-presidente do Banco Central no governo FHC, Armínio Fraga, elogiou, em outubro, no Valor, a pauta econômica do governo Bolsonaro, mas criticou duramente sua “agenda de costumes”.

Em setembro, Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, em entrevista à Folha, demarcou: “a pauta de costumes do governo Bolsonaro não vai sair do papel”.

Papai Noel para os bancos

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

Paulo Guedes bem que tentou passar a medida sem muito barulho nem holofotes. Afinal, às vésperas do Natal ele acertou com Bolsonaro o envio de uma verdadeira bomba de impopularidade para ser apreciada e votada pelo Congresso Nacional. Tanto que o sistema eletrônico aponta o protocolo da matéria na Câmara dos Deputados como sendo às 17:10 do dia 23 de dezembro de 2019. Seria cômico que se não fosse trágico.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

O mal estar da mitomania no Brasil

Por Flavio Aguiar, no site Carta Maior:

Aprendi que o mitômano é alguém que mente compulsivamente. É um obsessivo. Não pode parar de mentir. Mas não é um alucinado. O que ele conta tem ares de verdade. Só que não é. A sua mentira é ele mesmo.

Como não sou especializado em psicos - psicologia, psicanálise, psiquiatria - não me sinto capacitado a fazer uma análise das figuras do nosso governo, como Bolsonaro e família, Damares, Weintraub, Moro, Guedes et alii. Entretanto, tenho larga e profunda experiência acadêmica em analisar personagens de ficção. Assim, me sinto autorizado a analisar as personas que aquelas figuras criaram e recriam todos os dias para sobreviver politicamente. E são todas elas mitômanas, ou seja, mentirosas compulsiva e obsessivamente.

Como derrotar a 'direita Trump-Bolsonaro'

Por Nick Dearden, no site Outras Palavras:

“Viajei 24 horas, de Manila ao Rio, para estar aqui e ainda assim, politicamente, sinto que não deixei minha casa”. Walden Bello, principal guia do “movimento anti-globalização” e ex-deputado das Filipinas, refletiu sobre o ascenso dos “homens fortes” autoritários de direita, das Filipinas até o Brasil. Juntei-me à ele no Brasil para avaliar o que mudou nos últimos 20 anos desde que os protestos massivos em Seattle levaram a Organização Mundial do Comércio a paralisar e anunciaram o nascimento de um novo movimento internacional ao mundo. “Mas 20 anos atrás, Seattle era uma questão exclusivamente da esquerda” continuou Bello. “Nós precisamos entender como a extrema-direita conseguiu comer o nosso almoço”.

Cresce a desaprovação ao governo Bolsonaro

Lula livre e Lava-Jato desmoralizada

Lawfare é uma arma geopolítica!

Por que há pobres que apoiam Bolsonaro?

É preciso reinventar os sindicatos

Quem tentou sequestrar Lauro Jardim?

Por Jeferson Miola, em seu blog:                 

Em momentos de aperto e dificuldades, Bolsonaro apela para a técnica diversionista do vigarista: despista para desviar a atenção do principal.

Nesses dias em que foram revelados detalhes dos negócios criminosos conduzidos pelo seu dublê de filho e preposto Flávio em associação com Fabrício Queiroz e com o chefe miliciano Adriano da Nóbrega, do Escritório do Crime, Bolsonaro ressuscitou o episódio da facada para desviar a atenção pública.

Bolsonaro insinuou que foi vítima de uma trama planejada por um ex-ministro do seu governo para matá-lo. E deixou subentendido que o conspirador, presumivelmente interessado em ocupar a vaga de vice na chapa presidencial, seria Gustavo Bebbiano.

domingo, 22 de dezembro de 2019

Direito é vítima do avanço da ignorância

Por Pedro Serrano, na revista CartaCapital:

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, a concepção de democracia nos planos político e jurídico tem sido reformulada. 

Ela deixa de ser entendida sob o ponto de vista meramente formal, de regras de procedimentos de disputa entre interesses conflitantes, e passa a ser concebida como instrumento para a preservação e garantia de direitos.

Isso foi possível principalmente por conta do que Luigi Ferrajoli chama de “semente antifascista” plantada nas Constituições rígidas elaboradas a partir de então e que surgem para limitar as decisões políticas e judiciais, no plano jurídico interno das nações, impedindo que elas contrariem os direitos de liberdade, e levando os Estados a realizar os direitos sociais.

A corrupção no ninho bolsonarista

Editorial do site Vermelho:

O escândalo envolvendo o clã Bolsonaro, com a exposição de supostos malfeitos do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, tem potencial explosivo. As suspeitas de corrupção chegam ao Palácio do Planalto e, se desdobradas, tendem a atingir proporções imponderáveis. É importante partir da ideia vendida de que o bolsonarismo é imune à corrupção para se chegar à conclusão de que esse caso pode evoluir para uma grave crise política.

Jornalistas deviam evitar circo do Alvorada

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

O circo montado há meses por Bolsonaro na entrada do Palácio da Alvorada foi dividido assim:
de um lado, o gradil do chiquerinho dos jornalistas, com uma plataforma de microfones, mantendo os repórteres à distância para a “entrevista coletiva”; de outro, bem ao lado, outro chiqueirinho para o “grupo de apoiadores” de camisas amarelas, que ficam batendo palmas e atiçando o capitão a bater pesado nos jornalistas.

Até hoje não entendi como as empresas e os profissionais podem se submeter a isso.