sexta-feira, 6 de março de 2020

A desmoralização das instituições

Por Bruno Luis Talpai, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

A insensatez, o discurso de ódio e a violência institucional mostram-se os baluartes e os principais fatores da derrocada do Estado brasileiro sem a expressa perda de vigência da Constituição de 1988. A crise política, somado às inúmeras reinterpretações de direitos e garantias fundamentais de governos legitimados sob uma cortina de fumaça democrática, simplesmente sobre o aspecto formal, mostram-se veementemente autoritários e representam risco iminente à ordem constitucional, pairando o estado de exceção a poucos passos.

O acordo militar suspeito com os EUA

Por Marcelo Zero

I. Foi anunciado, com pompa e circunstância, que o Brasil celebrará um “acordo inédito” na área militar com os EUA, um triunfo da diplomacia subalterna do governo Bolsonaro.

II. Tal acordo, denominado Acordo para a Pesquisa, Desenvolvimento, Teste e Avaliação de Projetos em Matéria de Defesa (RDT&E, no acrônimo inglês) seria firmado na próxima viagem de Bolsonaro aos EUA (Miami), que se inicia em 7 de março, e possibilitaria o acesso do Brasil ao bilionário fundo norte-americano para o desenvolvimento tecnológico da defesa (cerca de US$ 100 bilhões anuais) e o desenvolvimento de “produtos binacionais” em armamentos. Nessa viagem, frise-se, Bolsonaro visitará instalações militares do Comando Sul.

III. Ora, em primeiro lugar, tal acordo não tem nada de “inédito”. Segundo as informações do Office of the Under Secretary of Defense for Acquisition and Sustainment, os EUA mantêm parcerias tecnológicas-militares semelhantes com os seguintes países: Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Dinamarca, Países Baixos, Noruega, Suécia, Finlândia, África do Sul, Israel, Coreia do Sul, Taiwan, Japão, Filipinas, Malásia, Cingapura, Indonésia, Índia e Chile.

Sobre vírus, parasitas e vampiros

Por Sônia Fleury, no site Outras Palavras:

O Vírus

A emergência e disseminação global do coronavírus Covid-19 tem trazido à tona medos e inseguranças em todas as sociedades e enormes especulações nas áreas financeira e econômica. Com a maior economia do mundo afetada em sua capacidade produtiva, tanto a demanda de commodities quanto a exportação de insumos para indústrias eletroeletrônicas e farmacêuticas já estão sendo comprometidas. Inúmeros outros impactos na indústria do turismo e na produção de feiras e eventos internacionais, no comércio exterior, já começam a ser sentidos. Além disso, o capital financeiro especulativo busca reduzir riscos, transladando-se para portos vistos como mais seguros. Ou seja, a circulação de pessoas, de mercadorias e de capitais está sendo afetada por uma epidemia que, em uma economia globalizada, pode se transformar rapidamente em uma pandemia.

PIB de 2020 pode ser pior que o 1,1% de 2019

Da Rede Brasil Atual:

Para o economista Marcio Pochmann, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o resultado do PIB de 2019, com crescimento “pífio” de 1,1%, revela que as “reformas” neoliberais – trabalhista e da Previdência – não alcançaram os resultados defendidos pela dupla Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, com o apoio da mídia tradicional, além de escancarar o “descompasso” entre as projeções do governo e do mercado e a realidade. “Se não houver uma mudança de rumos, a tendência é que o crescimento em 2020 seja ainda pior, em função dos impactos globais da epidemia de coronavírus”, afirma.

As várias faces da violência contra a mulher

Por Nazaré Lima, na revista CartaCapital:

A violência contra as mulheres representa violação de direitos humanos que ocorre independente de raça, credo religioso, etnia, orientação sexual e faixa etária. Dentre essas violações estão o estupro, o abuso sexual, o feminicídio, o lesbocídio, a violência física, familiar, obstétrica, patrimonial, institucional e ainda a violência moral caracterizada por qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

8 de março: mulheres contra Bolsonaro

Por Jessy Dayane, no jornal Brasil de Fato:

O dia internacional das mulheres se aproxima e diversas iniciativas de luta no Brasil inteiro estão sendo organizadas. Destaco que o dia 8 de março tem suas raízes históricas na luta das mulheres trabalhadoras por direitos, por igualdade e pelo fim da exploração, e assim historicamente essa data tem cumprido um importante papel na luta do conjunto da classe trabalhadora com o protagonismo das feministas. É nesse contexto de um governo autoritário que avança na implementação de um projeto de retirada de direitos, as mulheres se colocam novamente na linha de frente da resistência.

Bolsonaro, as bananas e os gorilas

Por Sergio Araujo, no site Sul-21:

Uma ameaça de epidemia do Coronavírus (Covid-19) rondando a saúde dos brasileiros e ameaçando o crescimento da economia do país que, por sinal, apresentou um PIB com a menor evolução dos últimos três anos, e o presidente Bolsonaro arruma tempo para debochar da imprensa ao invés de usá-la para informar e tranquilizar a nação. Essa é a fotografia desse tempo de radicalismo e controversas atitudes que estamos tendo o desprazer de vivenciar.

Mas o que faz a imprensa ser a bola da vez? Qual a motivação para tamanha motivação ofensiva contra veículos de comunicação e jornalistas não adesistas? Mas especificamente, o que levou Jair Bolsonaro a escolher a “banana”, seja no gesto desaforado feito com os braços, seja na distribuição da fruta in natura, como marca do seu desprezo pela imprensa?

Mulheres, a democracia nos chama às ruas

Por Carina Vitral* e Cláudia Rodrigues, na revista Fórum:

Este 8 de Março é um dia que, para além de reafirmar as lutas, os desafios e as conquistas das mulheres no mundo inteiro, adquiriu maior significado aqui no Brasil, depois que o presidente da República cometeu crime de responsabilidade ao convocar seus seguidores para desestabilizar outros poderes da República. Na campanha, ele falava em acabar com os “vermelhos”, agora afronta o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional. Nós, mulheres, iremos às ruas neste domingo em defesa do regime democrático, da harmonia entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, em favor dos direitos coletivos e individuais, em prol da liberdade de expressão, da liberdade de organização, da liberdade religiosa e de tantos outros preceitos essenciais à humanidade.

Milícia digital mantém ensaio golpista

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

O governo Bolsonaro talvez não tivesse chegado até aqui sem a ajuda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, seja na aprovação de matérias relevantes, como a reforma previdenciária, seja bloqueando as propostas mais insanas e desgastantes para o próprio governo.

Mas nesta terça-feira os bolsonaristas, ouvindo o assobio do Planalto, partiram para cima de Maia nas redes sociais, acusando-o de querer “meter a mão” em R$ 30 bilhões do Executivo no Orçamento.

É com esta fúria anti-Congresso que eles vão para a rua no dia 15. Ou seja, o ensaio golpista segue firme.

Bolsonaro também fez uso de sua conhecida manipulação da verdade.

quinta-feira, 5 de março de 2020

Direitos humanos e desmoralização do Brasil

Jornalistas viram as costas para Bolsonaro

Ronaldinho Gaúcho é preso no Paraguai

É hora do impeachment de Bolsonaro?

Palhaços anunciam PIB de 1% e gargalham

E o PIB, presidente?

A fome volta a ser pauta no Brasil

Europa vira o novo centro do coronavírus

Por Fernando Brito, em seu blog:

Deve ter leitor me achando chato com esta história do coronavírus e a crise econômica em que ele está lançando o mundo.

Desculpem, mas é a principal notícia do planeta há cinco semanas.

E as consequências, se são sérias na economias chinesa, por esta ser o motor do comércio mundial, são mais sérias ainda na Europa, que segue sendo o principal hub de conexão mundial.

E ela está se tornando o novo polo da doença e de suas consequências de retração ou paralisia da economia.

Mídia destaca ‘pibinho’ de Guedes-Bolsonaro

Por Olímpio Cruz Neto, no site Vermelho:

Todos os jornais trazem nas manchetes desta quinta-feira, 5 de março, o ‘pibinho’ de 1,1% de 2019, divulgado pelo IBGE, e a perspectiva de novas frustrações para 2020, cujo crescimento não deve ultrapassar 1,5%. O pior ainda pode estar por vir, diante da iminente queda da economia global, por conta do coronavírus e a apreensão com uma nova crise da dívida que se avizinha. O Valor Econômico destaca que a desaceleração mundial é inevitável.

Na imprensa estrangeira, o “crescimento lento” do Brasil – pelo terceiro ano consecutivo – também ganhou repercussão, com destaque no New York Times, Washington Post, Financial Times e Wall Street Journal. O Financial Times fala em ‘previsão anêmica’ para 2020 e dos “desafios” para Bolsonaro. O principal jornal econômico do planeta ainda traz alerta do presidente do BID: a América Latina deve conter desigualdade, sob pena de ver seu declínio.

O ambiente tóxico no Congresso Nacional

Por João Guilherme Vargas Netto

Na cobertura da Folha (4) sobre as tratativas inflamadas no Congresso Nacional a respeito do orçamento, das emendas parlamentares e dos vetos presidenciais, quero citar o pé da matéria (assinada por sete jornalistas) que é autoexplicativo.

“O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), deu sinal de distensão já pela manhã, quando articulou para que seu projeto sobre política de valorização do salário mínimo fosse retirado da pauta da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos). A matéria é vista como uma pauta bomba, pois altera a proposta do governo de corrigir o mínimo só pela inflação”.

Os jornalistas vão abandonar Bolsonaro?

Por Moisés Mendes, no Diário do Centro do Mundo:

Pela primeira vez os jornalistas deixaram Bolsonaro falando sozinho nesta quarta-feira, ao lado da cerquinha na saída do Alvorada. Foram embora e não participaram da farsa armada com um humorista da extrema direita que fazia propaganda da TV Record.

Pelo relato do repórter Gustavo Uribe na Folha, a decisão de virar as costas e ir embora foi tomada ali, na hora, de improviso.

Se não há uma orientação dos comandos das redações e uma decisão em conjunto de todos os veículos, isso quer dizer que nesta quinta os jornalistas poderão estar lá de novo?