sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Pandemia e economia penalizam o trabalhador

Esquerda tem de reconectar e não demarcar

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

“Nossa turma ainda não entendeu que internet não é só comunicação, é sobre uma nova forma de organização na sociedade”, diz a certa altura a ex-deputada gaúcha Manuela D’Ávila (PCdoB). Candidata a prefeita de Porto Alegre – e em primeiro lugar, segundo pesquisa divulgada ontem –, ela repetirá algumas vezes a expressão “nossa turma”. Para ao mesmo tempo se referir ao campo progressista e mostrar preocupação com a necessidade de a esquerda se comunicar melhor.

A unidade entre os que combatem o fascismo

Por Claudia Rocha, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:


Na noite desta terça-feira (22), o evento "Barão Entrevista" recebeu o pré-candidato a prefeito na cidade de Belém, capital do Pará, Edmilson Rodrigues. Arquiteto de formação e com longa trajetória política e parlamentar, Edmilson conversou com integrantes do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé sobre diversos temas da conjuntura política - em especial, a unidade partidária no campo da esquerda em sua região.

Risco Bolsonaro afugenta investidores

Editorial do site Vermelho:


O Brasil registrou uma queda nos investimentos diretos de estrangeiros de 85% em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2019, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC). Foram US$ 1,4 bilhões contra US$ 9,5 bilhões. É o menor montante para um mês de agosto desde 2016. Já na comparação com o mês anterior, a queda foi de 48%.

Essa modalidade de investimento é feita por multinacionais, representa importante fonte de recursos para a economia brasileira e já estava em queda desde o primeiro ano do Bolsonaro; com a pandemia se acentuou. Mas as causas principais são a desconfiança crescente no governo Bolsonaro, em meio à recessão global somada à deterioração da imagem do país no exterior, agravada com o desmatamento e as queimadas na Amazônia e no Pantanal.

"O dilema das redes'' humaniza os culpados

Por Mariana Serafini, no site Carta Maior:
 

Há poucas semanas a Netflix lançou “Dilema das redes”, o documentário dirigido por Jeff Orlowski que denuncia o mau uso feito pelas Big Techs (Google, Facebook, Instagram e várias outras) com os dados dos usuários. Apesar de uma ou outra informação interessante - nada necessariamente novo - o filme peca no ponto chave da questão: não é um dilema. Fora isso, traz entrevistas com meia dúzia de designers, engenheiros de software e programadores do Vale do Silício. Eles trabalharam para construir esse sistema que hoje nos controla. E não é porque se arrependeram, depois de ver o estrago, que são inocentes.

Capitão da Marinha na Casa de Rui Barbosa

Por Jotabê Medeiros, na revista CartaCapital:

O governo federal nomeou hoje o capitão de Mar e Guerra da reserva Carlos Fernando Corbage Rabello como o novo número 2 da Fundação Casa de Rui Barbosa, uma das mais prestigiosas e tradicionais instituições culturais do País, inaugurada em 13 de agosto de 1930. O posto de capitão de Mar e Guerra é a maior patente da Marinha e equivale ao de coronel no Exército e na Aeronáutica. É mais um passo rumo à militarização das instituições culturais do Estado – o governo já entregou a Fundação Nacional de Arte (Funarte) a um coronel do Exército também da reserva, Lamartine Barbosa, e tinha colocado um capitão PM da Bahia, André Porciuncula, na Secretaria de Fomento à Cultura, mas aparentemente recuou nessa última nomeação. O Superintendente de Prestação de Contas da Agência Nacional de Cinema (Ancine) também é um capitão de Mar e Guerra, Eduardo Cavalcanti Albuquerque, nomeado pelo governo Bolsonaro.

Os fardados no poder

Por Roberto Amaral, em seu blog:


Os manuais de história dizem que o Império foi o nosso “regime civil”, em contraste com a República, quando a preeminência da farda extrapola para a intervenção direta. Na realidade, a ascensão política dos militares já se estabelece, num crescendo, a partir da guerra contra o Paraguai, e se assume de corpo inteiro na sequência do golpe de 1889. O vestibular foram as ditaduras dos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Ali tomaram gosto. O poder agrário - reacionário, anti-progresso, que sustentara a monarquia atrasada, nascida velha, e que deveria haver sucumbido com ela -, emerge e reina no curso de toda a república velha, até pelo menos 1930. Seu símbolo foi a política cognominada de “café-com-leite”, caracterizada pelo rodízio de paulistas e mineiros na presidência da república.

Dois grandes economistas brasileiros

Por Paulo Nogueira Batista Jr.

O ano de 2020 marca o centenário do nascimento de Celso Furtado, e as homenagens a ele têm-se multiplicado. Nada mais justo, foi o maior economista brasileiro do século 20. Quem poderia rivalizar com ele? Talvez Mário Henrique Simonsen. E pode ser interessante fazer o contraste entre os dois.

Furtado estudou e ensinou na França. Passou também por Cambridge, na Inglaterra, escola fortemente marcada por Keynes e pela primeira geração de keynesianos, entre eles Nicholas Kaldor e Joan Robinson. A sua formação intelectual traz fortes influências europeias, portanto. Já Simonsen, embora nunca tenha estudado fora do Brasil, tinha suas raízes fincadas na economia tal como praticada nos Estados Unidos.

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Brasil e a economia capitalista pós-pandemia



Entrevista com o economista Marcio Pochmann, professor da Unicamp, autor de mais de 60 livros, ex-presidente do Ipea e da Fundação Perseu Abramo e recém-eleito presidente do Instituto Lula

Barão de Itararé entrevista Manuela D'Ávila

Na ONU, Bolsonaro foi Bolsonaro

Por Jeferson Miola, em seu blog:


No discurso na Assembleia Geral da ONU, Bolsonaro não surpreendeu; Bolsonaro foi genuinamente Bolsonaro.

Ele foi autêntico e transparente, não disse nada diferente daquilo que estamos acostumados a ouvir e a acompanhar todo dia. E não transpareceu ser alguém menos torpe, tosco e vomitável que de fato é.

A diferença, talvez, é que no discurso preparado para a ONU Bolsonaro concatenou entre si as peças da lógica destrutiva, mentirosa e perversa representada por ele. E, talvez por isso, visto no seu conjunto, o discurso pareceu mais infame, delirante e distópico que todo caos cotidiano que ele vem produzindo abertamente desde a eleição de 2018.

Dois números redondos: 600 e 1000

Por João Guilherme Vargas Netto

Os números redondos são mais fáceis de memorizar e, às vezes, representam algo mais do que quantificam; são símbolos mágicos.

Este é o caso dos números 600 e 1000 na atual conjuntura brasileira.

600 reais é o que as centrais sindicais lutam para garantir como auxílio emergencial até dezembro.

1000 é o número da medida provisória do governo que corta pela metade o auxílio e elimina milhões de possíveis beneficiários.

A campanha das centrais sindicais – baseada em um abaixo assinado virtual cujo apoio cresce a cada dia, mas ainda se revela insuficiente – visa mobilizar a base sindical, influenciar os partidos de oposição e todos os outros e comover a opinião pública, levando o presidente da Câmara dos Deputados a colocar em votação a MP 1000.

Aumento da fome e pobreza: até onde?

Foto: Marcello Casal/Agência Brasil
Por José Álvaro de Lima Cardoso, no site Outras Palavras:


Segundo dados do IBGE, divulgados em 17 de setembro, o número de brasileiros que enfrentam insegurança alimentar grave subiu 43,7% em cinco anos. Em 2018 havia no Brasil 10,3 milhões de pessoas nessa situação, contra 7,2 milhões em 2013. Conforme a pesquisa, entre a população de 207,1 milhões, 122,2 milhões eram moradores em domicílios com segurança alimentar, enquanto 84,9 milhões viviam com algum nível de insegurança alimentar. Deste último conjunto, 56 milhões estavam em domicílios com insegurança alimentar leve, 18,6 milhões, insegurança alimentar moderada, e 10,3 milhões de pessoas em domicílios com insegurança alimentar grave.

Discurso de Bolsonaro foi primor de cinismo

Por Marcelo Zero

O discurso de Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral da ONU foi, como esperado, um primor de cinismo.

Segundo ele, o Brasil é exemplo no combate à pandemia, na preservação ambiental e no campo dos direitos humanos.

As críticas vêm da politização desses temas pela imprensa e por países que têm inveja do Brasil.

O governo fez de tudo para combater a pandemia, com distribuição de recursos para os Estados e para a população, e foi a oposição, com sua tese do isolamento social, que causou uma recessão no país.

As queimadas são ocasionadas pela seca e pelos caboclos e índios que botam fogo em áreas degradadas para pode sobreviver.