sexta-feira, 29 de maio de 2020

Rechaçar arreganho golpista de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

Enquanto o país convive com a tragédia da pandemia do coronavírus, que ceifa mais de mil vidas por dia, o presidente da República, Jair Bolsonaro, se ocupa em radicalizar seu ataque a democracia. Diante da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de desencadear a operação que envolve três dezenas de arrolados no inquérito das fake news, Bolsonaro reagiu num tom de verdadeiro ultimato às instituições do Estado Democrático de Direito.

Reação ou golpe: evitar as ilusões de 64

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

No final de 1963 e começo de 1964, a conspiração contra a democracia era febril, envolvendo as Forças Armadas, as elites nacionais e poder norte-americano, mas liberais e progressistas se iludiam com a resistência que viria do suposto "dispositivo militar" anti-golpe do presidente João Goulart.

Deu no que deu.

Agora há um golpe anunciado e novas ilusões: diz-se que as instituições vão funcionar e que os militares da ativa não embarcarão em uma aventura com Bolsonaro.

Não é possível que repitamos o erro de 64.

O STF não pode fraquejar, não pode ser deixado só, e o Congresso precisa ir além dos panos quentes.

PIB em queda. Guedes propõe mais do mesmo

Por Umberto Martins

Estatísticas divulgadas nesta sexta-feira (19) pelo IBGE revelam que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 1,4% no primeiro trimestre do ano (janeiro a março). Em abril a situação se agravou, como sugerem os dados do instituto sobre a taxa de desemprego, que subiu para 12,6%, e a população ocupada, que recuou 5,4% (menos 4,9 milhões de pessoas), na maior queda da história.

Na opinião da coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, a retração foi causada, principalmente, pelo recuo de 1,6% nos serviços, setor que representa 74% do produto. A indústria declinou 1,4%, enquanto a agropecuária cresceu (0,6%). O consumo das famílias registrou recuo de 2%, o maior desde a crise de energia elétrica em 2001, segundo Rebeca.


Brasil na encruzilhada

Por Marjorie Marona e Fábio Kerche, no site A terra é redonda:

Chegamos a um ponto em que a sustentação do governo Bolsonaro tornou-se muito difícil, embora a saída também não seja simples.

A crise sanitária, de proporções mundiais, ganha ares de genocídio diante da completa falta de capacidade do governo para enfrentá-la: mortos são empilhados em valas comuns.

E Bolsonaro fez da pandemia de Covid-19 seu campo de batalha: em guerra declarada com atores políticos fundamentais, atira contra governadores, prefeitos, ministros do STF e congressistas.

Os crimes de responsabilidade do presidente se acumulam quase no mesmo ritmo que as suspeitas de crimes comuns.

Um país à deriva e um governo que compromete as possibilidades de manutenção do próprio regime democrático. Diante deste cenário, a grande questão que se coloca hoje é a de como encerrar o mandato de Bolsonaro, salvando o que restou da democracia.

Contra a barbárie do receituário neoliberal

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

A parada econômica que resultou da correta opção de combater a onda de coronavírus pelo isolamento social derrubou a arrecadação fiscal. Na mesma medida em que o conjunto das despesas se manteve, ou até se elevou, por decorrência da calamidade pública, o déficit nas contas públicas cresceu.

Neste sentido, o argumento dos neoliberais em defesa do programa de ajuste fiscal permanente, até certo ponto suavizado pela excepcionalidade da pandemia, volta-se para o seu aprofundamento tão logo superado o quadro de isolamento social.

Ou seja, o retorno mais acentuado da situação de fracasso econômico e social vigente no Brasil antes da pandemia.

Boa notícia cheia de simbolismo

Por João Guilherme Vargas Netto

Passados dois, três ou quatro meses de pandemia (quem não perdeu ainda o senso estrito dos números e do tempo?) os mortos já se contam por dezenas de milhares, os adoecidos por centenas de milhares e os desempregados por milhões.

É o rastro mortal deixado pela doença, pela imprevidência, pela desorientação, pelo egoísmo e que assombra o caminho de um presidente da República genocida e de seus acólitos criminosos.

Os trabalhadores e o movimento sindical, agredidos como todos, procuram se defender como podem e sabem, da doença, do desemprego, do desalento e da falta de renda.

Instigar ódio não é liberdade de expressão

Por Eugênio Aragão, no site Congresso em Foco:

Era só o que faltava! Fico a imaginar Julius Streicher, o raivoso editor do tabloide nazista antissemita “Der Stürmer”, se levantar no Tribunal de Nuremberg e protestar: “O que nós queremos é falar a verdade. Às vezes tem um fato e várias versões, eu sempre coloco a minha versão sobre aquele fato.” E aí conclui: “A mídia é importante neste país para levar boas notícias, notícias verdadeiras. Todas as coisas que eu faço, eu coloco [nos meus tabloides], ou seja, eu fabrico notícia e coloco elas [nos meus jornais] para que todo mundo tenha a minha posição sobre qualquer assunto. Isso se chama liberdade de expressão. Este país é um país democrático. Nós temos que temos que ter a liberdade de expressão, a liberdade de pensamento".

Juristas e parlamentares criticam Aras

Inquérito das fake news irrita Bolsonaro

A onda de agressões a jornalistas

PF de Bolsonaro caça Witzel

Torcidas antifascistas estão na luta!

quinta-feira, 28 de maio de 2020

O cerco se fecha contra o clã Bolsonaro

Venezuela enfrenta a pandemia e os EUA

Estamos entre loucos, nazistas e genocidas

Por Roberto Tardelli, na revista CartaCapital:

A reunião presidencial, tantos já disseram, tantos já falaram, me deu a impressão de ser um filme ou uma peça de teatro, de roteiro horrível, de atores canastrões e de um protagonista que estaria a fazer para sempre na carreira de ator o mesmo papel: um déspota, bronco, paranóico e de baixíssima amplitude vernacular.

A seu lado, dois generais, dois.

Na falta de um, havia três, porque ao fundo sentava-se um terceiro general.

Dos celerados reunidos, cada qual puxou para si um fato típico penal para chamar de seu.

Sinistro, o cara da Educação deixa clara sua missão de vida: destruir Brasília.

A insuportável leveza da liberdade

Por Flávio Aguiar, no site Carta Maior:

O mais espantoso mistério da reunião ministerial de 22 de abril no Planalto não é a reunião em si.

Afinal, o que esperar daquele bando de depravados, que não fosse depravação?

A reunião em si, os palavrões, a desfaçatez, a sem-vergonhice, a falta de pudor, o oportunismo, a falta de vergonha na cara, a estupidez de todas as propostas na mesa, o descaso e o desprezo para com as aflições do povo e do país, nada disto surpreende ou choca. O que surpreende e choca, o mistério dos mistérios, o espanto dos espantos, é o fato dela ter sido gravada.

O fato dela ter sido imortalizada, preservada para a posteridade.

Chile taxa fortunas no combate ao Covid-19

Karol Cariola/Reprodução Facebook
Por Leonardo Wexell Severo

A Câmara dos Deputados do Chile aprovou nesta terça-feira (26) um projeto de taxação das grandes fortunas - que atinge em cheio banqueiros, especuladores e a casta empresarial - para financiar uma nova renda mínima de emergência durante a pandemia da Covid-19. A proposta é cobrar de uma única vez 2,5% da nata dos recursos de 1% que concentra 22,6% da riqueza nacional.

“Por uma grande maioria, foi aprovado na Câmara de Deputados e Deputadas um projeto de acordo que solicita ao presidente Sebastián Piñera um Imposto aos Super Ricos de 2,5% para uma Renda Familiar de Emergência. A proposta é viável, agora o presidente deve responder”, tuitou Karol Cariola, do Partido Comunista do Chile, autora da iniciativa. Enquanto isso, a enfermidade já causou oficialmente mais de 800 mortes e 80 mil contagiados, números considerados expressivos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para uma população de 17,9 milhões de habitantes.

O capitão e seus generais

Por Gilson Reis

A frágil democracia brasileira caminha a passos largos para o precipício do imponderável e do inimaginável regresso ao estreito leito do país das botas e fuzis. Os últimos acontecimentos, envolvendo altas patentes das Forças Armadas, da reserva e da ativa, contra o Estado democrático de direito, indicam que a tropa armada de balas e ideologias conservadoras/liberais está de volta. Os mesmos que ao longo da história amam brincar de governos e “foder” o país. Isso desde a proclamação da República até meados dos anos 1980, um século de ditaduras civis/militares.

Quando será o golpe?

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Em fevereiro de 1962, no premonitório ensaio Quem dará o golpe no Brasil?, o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos antecipou com pouco mais de 2 anos o desfecho da conspiração que culminaria no golpe civil-militar de 31 de março de 1964.

No Brasil de hoje não cabe repetir a pergunta formulada por Wanderley Guilherme há 58 anos, porque os autores do golpe desfilam a olhos vistos. Com retóricas, armas e ataques violentos, deixam muito claros seus propósitos antidemocráticos e inconstitucionais.

A pergunta que se coloca hoje, portanto, é outra. A essas alturas, é de se perguntar quando será o golpe? Aliás, Eduardo Bolsonaro afirmou que nas reuniões da sua facção criminosa não se discute “se” terá ruptura da ordem, “mas, sim, quando vai ocorrer” a ruptura.

Apurar e punir a propagação de fake news

Editorial do site Vermelho:

O combate às falsas notícias, popularizadas como fake news, faz parte da defesa da democracia. Nesse sentido, merecem apoio duas iniciativas que estão em andamento: o inquérito sob a responsabilidade do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) em curso no Congresso Nacional.

Essa prática deletéria ganhou escala no Brasil desde a campanha eleitoral de 2018, quando as redes bolsonaristas atuaram no submundo da internet distribuindo mentiras e acatando reputações. Um esquema vil que produz, propagandeia e dissemina uma onda de ódio, intolerância, racismo e preconceitos, de ataques à honra de pessoas e de investidas contra o regime democrático e as instituições que o sustentam. Com o seu crescimento, as instituições do estado de direito também passaram a ser alvos, em especial o Congresso Nacional e o STF.