quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Herói do financismo. Sombra de Paulo Guedes

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

A divulgação do nome de Joaquim Levy para ocupar a presidência do BNDES pode ter sido mais uma importante decisão de Bolsonaro na composição do mosaico de seus mais estreitos colaboradores. Apesar de toda a bateção de cabeça que tem caracterizado as primeiras semanas posteriores à conformação da vitória eleitoral, o fato é que não se deve menosprezar a capacidade de articulação política do capitão.

A errância preocupante de Bolsonaro

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Na terceira semana como presidente eleito, Jair Bolsonaro continua emitindo dois tipos de sinais preocupantes.

O primeiro diz respeito aos avanços e recuos em decisões sobre a montagem do futuro governo, despertando o receio de que não apenas agora, antes da posse, seu estilo decisório seja errático.

O segundo continua sendo sobre a capacidade operacional de seu governo na política, na construção da agenda e da maioria parlamentar. Ontem, a oposição barrou a Medida Provisória 844, marco para a privatização do saneamento, que devia ter despertado o interesse do futuro governo tão privatista.

A importância do diálogo na política externa

O chanceler bolsominion do Brasil

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Vou deixar por conta da insuspeita Míriam Leitão descrever quem é o chanceler escolhido por Bolsonaro – neste caso, se me permitem o palpite, por Eduardo Bolsonaro, mais que por Jair – para chefiar o Itamaraty:

O novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, nunca chefiou uma missão diplomática. Ele só este ano chegou ao posto máximo da carreira. Mas desde o primeiro turno tem enviado sistematicamente textos sobre política externa para a equipe de Jair Bolsonaro, e acabou ficando com o posto.

Governo Bolsonaro não tem plano econômico

Charge: Rodrigo de Matos/Portugal
Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Para Miriam Belchior, ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão no primeiro mandato de Dilma Rousseff (2011-2014), é um contrassenso a ideia de fusão ou "parceria" entre o Banco do Brasil, o maior banco brasileiro, com o Bank of America. A ideia se tornou pública na quarta-feira (7), por meio de Paulo Guedes futuro 'superministro' da Economia do governo de Jair Bolsonaro. "Não consigo entender. Todo mundo diz que é necessário ampliar a concorrência bancária do Brasil, porque quatro bancos concentram 80% do crédito", diz a ex-ministra.

As eleições e a política da trapaça

Charge: Stephff/Tailândia
Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

A eleição de Jair Bolsonaro está envolta em suspeitas e dúvidas. Elas precisam ser esclarecidas o quanto antes. Não se trata de iniciar o “terceiro turno” da eleição, por inconformismo com o resultado. Vimos, em 2014, o grave dano causado pelo gesto de Aécio Neves, que resolveu questionar uma eleição normal, sem sinal de interferências que pudessem haver distorcido a vontade do eleitorado.

A destruição do "Mais Médicos"

Foto: Araquém Alcântara
Por Dilma Rousseff, em seu site:

O fim do Convênio entre o governo de Cuba e a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), sob o qual era garantida a participação dos médicos cubanos no “Programa Mais Médicos”, deve-se a declarações intempestivas do presidente eleito Jair Bolsonaro, que ignora a dimensão diplomática que cerca a relação entre países. Em especial, ofende a exigência de respeito aos convênios legalmente firmados, bem como à civilidade necessária aos acordos de cooperação entre nações.

Disputa de valores e ataque às Universidades

Por Pedro Tierra, no site Carta Maior:

“Mueralainteligencia! Viva lamuerte!

Os ataques às universidades nos últimos dias, em meio à tempestade do segundo turno das eleições presidenciais e nos dias que se seguiram, a pretensão se intervir nas provas do ENEM, sinalizam o que podemos esperar do advento do consulado que se inicia a partir de 1º de janeiro de 2019. O que estamos assistindo agora é um trailer do que pode vir a ser um longa-metragem cujo final tragicômico já conhecemos.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

A direita mais tosca do mundo

Por Marcelo Zero

O Brasil não é uma ilha. O processo acelerado de “fascistização” do país e a profunda crise da democracia brasileira não podem ser abstraídos de um pano de fundo internacional que é a grande crise do capitalismo, em sua atual fase de acumulação.

Com efeito, a configuração hodierna do capitalismo, sua crise e a prevalência de políticas econômicas ortodoxas e neoliberais vêm configurando um quadro social muito negativo, que repercute fortemente nas democracias e nos sistemas de representação política.

Ministros já falam em pedir demissão

Por Mário Magalhães, no site The Intercept-Brasil:

Paulo Guedes é um Roberto Campos com menos livros lidos e mais fanatismo pelo cada-um-por-si na economia e na vida social. O economista e diplomata Campos ganhou dos detratores a alcunha brejeira de Bob Fields, tamanho o fetiche pelo capital estrangeiro e a devoção pelos Estados Unidos.

De 1964 a 1967, o seminarista que desistira do sacerdócio foi o primeiro ministro do Planejamento da ditadura. Era tão brilhante que não se converter à sua lábia hipnotizante constituía exercício intelectual desafiador. No alvorecer da década de 1980, o cardeal brasileiro do liberalismo foi esfaqueado na barriga – pela amante, e não por um abilolado. Morreu em 2001.

Lula "vai apodrecer na cadeia"?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Uma semana antes do segundo turno da eleição presidencial, o então candidato do PSL Jair Bolsonaro fez um pronunciamento que se tornará um registro histórico para o dia de hoje, 14 de novembro de 2018, véspera do 139o. aniversário da República:

"Seu Lula da Silva, se você estava esperando o Haddad ser presidente para assinar o decreto de indulto, vou te dizer uma coisa: você vai apodrecer na cadeia”.

Os fatos seguintes sobre o destino de Lula, uma linha cruzada com os destinos brasileiros há pelo menos 40 anos, vieram em sequência.

Bolsonaro e a cobertura boçal da mídia

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Jair Bolsonaro se beneficiará, por um tempo, da cobertura boçal e acrítica de seu cotidiano pela velha imprensa.

O UOL registra que o “presidente eleito foi a uma agência bancária pela terceira vez nos últimos quatro dias”.

Segue:

O político saiu de casa, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, com escolta da Polícia Federal, e dirigiu-se a uma agência do Banco do Brasil. O motivo do deslocamento não foi divulgado.

Bolsonaro concentra poder e caça opositores

Por Alexandre Guerra, no site da Fundação Perseu Abramo:

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) nem começou e já é possível enxergar um conjunto de intervenções que pretendem concentrar seu poder e perseguir os que se opõe aos seus posicionamentos. Entre as medidas destaca-se a expansão de poder do Ministério da Justiça, que irá receber a função de controle externo do Estado por meio de Controladoria Geral da União, somado ao exercício da força policial, bem como o controle fiscal se a pasta assumir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) - alocado atualmente no Ministério da Fazenda. O ministério será coordenado pelo juiz Sérgio Moro, conhecido por executar medidas jurídicas de exceção contra o campo progressista.

O desastre anunciado de Paulo Guedes

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O Brasil sempre cultivou uma cultura livresca – com exceção dos tempos escabrosos atuais. Bastava o sujeito ostentar diploma em universidade reputada, para ser pau para toda obra, até para funções que nada tinham a ver com sua especialidade.

Foi o que aconteceu com os economistas pós-ditadura.

Aprendi a apreciar os programas de gestão e qualidade vendo a completa disfuncionalidade de economistas no exercício do poder. Começou com o Plano Cruzado. Os economistas que assumiram a Fazenda – respeitáveis como intelectuais – tinham ojeriza aos funcionários de carreira, que acusavam de terem sido “cúmplices” da ditadura.

Militares: Na caserna, mas ativos

Por Jaime Sautchuk, no site Vermelho:

É inegável que os quartéis entram fortalecidos na atual fase da história do Brasil. Mas não é correta a interpretação de que os militares estão de volta ao poder só pelo fato de o presidente eleito ser ex-militar e anunciar membros das reserva das Forças Armadas na linha de frente de seu futuro governo.

Ele próprio faz grande esforço pra parecer que conta com apoio maciço das três armas. Simula um caráter militar a eventos públicos e reuniões fechadas, bate continência até pra poste e só falta andar fardado, mas tudo é mais invencionice dele do que uma efetiva militarização do poder.

A primeira infância no governo Bolsonaro

Por Rafael da Silva Barbosa, no site Brasil Debate:

Desde a redemocratização, com a constituição do Sistema Único de Saúde (SUS), um dos principais indicadores da qualidade vida na primeira infância (cinco primeiros anos de vida) melhorou significativamente. A taxa de mortalidade infantil no Brasil caiu dos 54,8 óbitos por mil nascidos vivos para 14,6 óbitos por mil nascidos vivos, antecipando em cinco anos o cumprimento da meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio em diminuir a mortalidade infantil em dois terços.


A perversa 'cordialidade' brasileira

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Em 31/10/2014 publiquei no JB online um artigo sobre o que significa o brasileiro como “homem cordial”. Republico-o, modificado, por sua alta atualidade. Nos últimos dois anos temos conhecido uma onda de ódio e discriminação sem precedentes em nossa história. Particularmente durante a campanha eleitoral para presidente. Houve injúrias, calúnias, milhões de fake news e todo tipo de palavrões. Ai se mostrou o lado perverso do assim chamado povo brasileiro como “cordial”.

A perigosa politização dos quartéis

Por Bepe Damasco, em seu blog: 

A politização dos quartéis, que o comandante do Exército, general Villas Bôas, diz temer ante o fenômeno bolsonarista, já é realidade. E não apenas porque as teses fascistas do ex-capitão encontram eco na caserna. O abandono gradual, mas consistente, da postura profissional que as tropas adotaram nos anos que se seguiram à redemocratização, em nome de um ativismo político cada vez mais pronunciado, pode ser constatado a partir de duas evidências:

Feminicídio cresce entre negras e indígenas

Do blog Socialista Morena:

O feminicídio está crescendo no Brasil entre as mulheres negras e indígenas, embora esteja caindo entre as mulheres brancas. Entre as negras e indígenas, o índice de assassinatos relacionados a gênero chega a ser o dobro do que entre as mulheres brancas. O alerta foi feito pela doutora em demografia pelo Instituto de Filosofia e Ciência Humanas da Unicamp, Jackeline Aparecida Romio, em debate sobre feminicídio na Câmara dos Deputados.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Não é a palavra que importa, são as atitudes

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

O presidente eleito, o capitão reformado Jair Bolsonaro, tem sido tratado como fascista e representante da extrema-direita por cientistas políticos estrangeiros e pela imprensa internacional. No Brasil, onde sua ação radical se renova e aprofunda a cada dia, há uma suavidade constrangida que escorre dos manuais de redação do jornalismo dito profissional e de acadêmicos titulados. Tem sido vendido como de centro-direita e tratado com uma condescendência servil. Para seu futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, ele “parece moderado”.