terça-feira, 3 de maio de 2016

Primeiros passos da ditadura pós-moderna

Por Renato Rovai, em seu blog:

Neste momento já não são mais nem poucos e nem tão discretos os sinais de que avança com força a constituição de um regime de força jurídico-midiático-policial no Brasil que deve ter o futuro governo Temer como parceiro, mas também como refém.

Três casos muito recentes merecem destaque e reflexão:

a) A invasão do Centro de Paula Souza pela PM de São Paulo, comandada pelo secretário de Segurança Pública Alexandre de Moraes, sem mandado judicial.

Sobre a noite escura no Brasil

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

O golpe tem inspirado projeções bastante sinistras para o futuro próximo, em especial de aumento da taxa de coação estatal, diminuição das liberdades, aprofundamento do processo de criminalização das atividades políticas.

No entanto, essas coisas apenas serão uteis politicamente ao golpe se a mídia corporativa assumir uma hegemonia ainda maior da que já possui hoje, e puder controlar a narrativa de todos os fatos.

O impeachment como uma antirrevolução

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Sou um dos poucos que tem dito e repetido que a ascensão do PT e de seus aliados ao poder central do estado tem significado a verdadeira revolução pacífica brasileira que, pela primeira vez, ocorreu no Brasil. Florestan Fernandes escreveu sobre “A revolução burguesa no Brasil” (1974) que representou a absorção pelos empreendedorismo pós-colonial de um padrão de organização da economia, da sociedade e da cultura, com a universalização do trabalho assalariado, com uma ordem social competitiva e com uma economia de mercado de bases monetárias e capitalistas (cf.em Intérpretes do Brasil, vol 3, 2002 p. 1512).

Dilma já governa com a rua e resistirá

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

A história apertou o passo no país e quem não entender isso será atropelado pela velocidade dos acontecimentos.

Esse é um tempo em que jornais de hoje amanhecem falando de um remoto mundo de ontem; tempo em que a tergiversação colide com a transparência; tempo em que nenhum discurso faz mais sentido dissociado da tríade: ‘rua’, ‘resistência’ e ‘organização’.

As sirenes da história anunciam confrontos intensos no front.

6 razões do trabalhador contra o golpe

Por Railídia Carvalho, no site Vermelho:

Como ficaria o Brasil sem a política de valorização do salário mínimo, iniciada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e consolidada pela presidenta Dilma Rousseff? Um impeachment contra Dilma e um eventual governo do vice Michel Temer atacam a Consolidação das Leis Trabalhistas, proteção do trabalhador brasileiro. Com Temer será o fim das políticas de inclusão social, que melhoraram a vida dos mais pobres, e o início da agenda de exploração sem limites do trabalhador.

Confira o que propõe o Plano de Michel Temer para os trabalhadores:

Michel Temer, o títere como convém

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

A rapidez de raciocínio de Michel Temer pareceu-me demonstrada na quarta-feira 20. Disse ele que a história do golpe prejudica a imagem do Brasil no exterior. Observação impecável. Prejudica muito. Além da conta.

Mundo afora, ganha substância a percepção de que o paraquedista do impeachment, arguto professor, prepara-se para assumir o comando de um governo inexoravelmente ilegítimo. A despeito de sua sagacidade, permito-me formular uma pergunta aos meus céticos botões: será que percebe sua condição de títere do momento?

Zezé 'Helicoca' Perrela e o impeachment

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Quando você pensa que o circo em torno do impeachment não poderia piorar eis que aparece Zezé Perrela. Ele é integrante da Comissão do Senado que julga Dilma.

A posteridade terá que decifrar, no futuro, como um homem como Perrela teve poder para remover alguém como Dilma.

Perrela virou senador por herança. Era suplente de Itamar Franco, morto em 2011.

Investigação sobre Aécio não vale nada

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Houve gente que me achou pessimista quando disse que a investigação sobre Aécio Neves solicitada ao STF por Rodrigo Janot não servia para nada.

Têm razão estes leitores, isso foi produto de um velho vício meu, fora de moda, de acreditar na isenção das instituições brasileiras.

Mas não porque possam, afinal, “andar” estas apurações.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Caiado, o jagunço que "rouba e mente"



Por Altamiro Borges

O senador Ronaldo Caiado, fundador da truculenta União Democrática Ruralista (UDR) na década dos anos 1980, adora posar de valentão. Descontrolado, ele vive ameaçando os seus adversários políticos. Até parece um jagunço das fazendas da sua família em Goiás - algumas delas acusadas de explorar trabalho escravo e perseguir camponeses sem-terra. Na madrugada desta segunda-feira (2), o líder do DEM - a sigla fisiológica dos latifundiários e do que há de mais retrógrado no país - resolveu chamar para briga o senador Lindbergh Farias. Ele não gostou de ser chamado de "mentiroso" pelo petista diante das câmeras de televisão e promoveu mais uma cena patética.


PM de Alckmin invade Centro Paula Souza

Por Gabriel Valery, na Rede Brasil Atual:

Estudantes secundaristas que ocupam o Centro Paula Souza (CPS), na região central da capital paulista, foram surpreendidos hoje (2), por volta das 11h, com a presença de um grupo da Tropa de Choque da Polícia Militar na parte interna do prédio. A justificativa da PM seria proteger a integridade dos funcionários, já que uma liminar de reintegração de posse, expedida ontem, não foi apresentada em ofício para os alunos nem para autoridades competentes, o que torna qualquer ação neste sentido ilegal.

O neoliberalismo além dos clichês

Por George Monbiot, no site Outras Palavras:

Imagine se a população da União Soviética nunca tivesse ouvido falar de comunismo. A ideologia que domina nossas vidas não tem nome, para a maioria das pessoas. Mencione-o numa conversa e você verá que seu interlocutor dá de ombros. Mesmo que tenha ouvido o termo antes, encontrará dificuldade para defini-lo. Neoliberalismo: você sabe o que é isso?

As empresas que doaram milhões a Cunha

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Estamos todos de mal com algum político atualmente, ou com vários. A direita (e parte da esquerda) ataca Lula e Dilma. A esquerda (e parte da direita) ataca os tucanos e Michel Temer. A maior parte de nós, creio, atacamos Eduardo Cunha, e queremos ele fora da presidência da Câmara – embora tenha gente por aí se aproveitando do poder de Cunha para executar o golpe em Dilma, enquanto aparentemente o ataca.

Temer não terá um dia sequer de paz

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                  

Engana-se redondamente a quadrilha de corruptos que articula a ruptura da ordem constitucional quando imagina que terá o mínimo necessário de paz social para governar.

A ação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto nesta quinta-feira (28) parando 30 avenidas e rodovias em oito estados e no Distrito Federal é só o começo de uma onda crescente de radicalização contra o golpe de estado.

Mídia golpista dividiu a sociedade

Por Silvio Caccia Bava, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

A campanha sistemática da mídia golpista contra o governo e o PT, estimulando o antagonismo da população contra os “petralhas”, está dando resultado. Os ânimos estão se acirrando, os ódios vêm à tona, aprofundam-se a polarização social e política, a intransigência, a violência, a repressão. Episódios recentes atestam que essa polarização é promovida pela direita. Guilherme Boulos, coordenador do MTST, afirma: “não somos nós, é a direita que está incendiando o Brasil”.

Xadrez de um período obscurantista

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Tem-se o seguinte jogo na mesa:

Peça 1 - Um presidente interino, prestes a assumir o poder, com escassa legitimidade, dentro de um caso clássico de golpe parlamentar.

Peça 2 - uma guerra política prévia que dividiu o país ao meio espalhando o ódio.

Peça 3 - um aglomerado de forças dispersas, divididas entre vários núcleos de micro poder, prestes a tomar a cidadela adversária, sem obedecer a um comando central.

"Meninas do Jô" e o ódio fascista

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Se não estiver enganado, o quadro do programa Jô Soares “Meninas do Jô” foi criado em 2006. A formação original de “meninas” reunia as jornalistas Cristiana Lobo, Lilian Witte Fibe, Ana Maria Tahan e a socióloga Lúcia Hippolito. Elas tinham como objetivo falar mal do PT uma vez por semana. Era a primeira guerra da Globo contra Lula, a do “mensalão”, vencida pelo petista.

O quadro atravessou a segunda metade dos anos 2000 e a primeira metade dos anos 2010 exibindo um partidarismo escrachado a favor do PSDB.




Raízes do golpe parlamentar contra Dilma

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Membro do Conselho Nacional do Ministério Público por dois mandatos e um dos mais aplicados estudiosos da Filosofia do Direito no país, o professor Luiz Moreira Junior conversou com o 247 sobre o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Roussef. A entrevista:

Por que falar em golpe parlamentar?

O golpe parlamentar em curso replica no Brasil estratégia já adotada em Honduras e no Paraguai, ou seja, um golpe à democracia pavimentado pelo direito. Novamente teremos entre nós um estado de exceção devidamente convalidado pelo direito e pelas instituições jurídicas. Chega a ser chocante o quadro que se desenhou: um presidente da Câmara dos Deputados, réu no STF por crime de corrupção, por evasão de divisas e por lavagem de dinheiro, articulando-se com o vice-presidente da República para depor a Presidenta eleita e o STF assistindo, inerte, a esse conluio. Nesse caso, a atuação do STF não diferiu de sua atuação nas ditaduras brasileiras do século XX .

Dilma aumenta contraste com Judas Temer

Do blog Viomundo:

A presidenta Dilma Rousseff anunciou, durante evento do primeiro de maio no Anhangabaú, em São Paulo, um reajuste de 9% nos benefícios do Bolsa Família a partir de junho e correção de 5% na tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas a partir de 2017.

Dilma negou que tenha sido parte de pauta bomba que será herdada pelo vice Michel Temer se o Senado abrir processo de impeachment contra ela, o que resultará em afastamento imediato da mandatária por 180 dias.

O 1º de Maio da resistência democrática

domingo, 1 de maio de 2016

Marta Suplicy é vaiada no ato do 1º de Maio

Por Altamiro Borges

Não será nada fácil a vida dos golpistas - principalmente para os que, de forma oportunista, traíram o seu passado e jogaram a sua história no lixo. Que o diga a senadora Marta Suplicy, que foi eleita para diversos cargos públicos com o apoio do PT e que até o final de 2014 era ministra de Dilma Rousseff. Hoje, filiada ao PMDB do mafioso Eduardo Cunha, ela se traveste de vestal da ética e desponta como uma das líderes da cavalgada golpista pelo impeachment da presidenta. Haja botox!