sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Economia, o grande complicador de Temer

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

Não será tão fácil como alguns pensam implantar o modelo de política econômica ensaiado pelo governo golpista, de consolidação do Brasil como um reduto mundial da especulação institucionalizada e dos negócios de ocasião. É o que mostra o péssimo desempenho do PIB, do emprego e do crédito e as disputas no governo e no Congresso quanto ao ritmo da regressividade social em marcha.

Os números anunciados pelo IBGE na quarta-feira, 30, anularam o esforço do governo e da mídia para maquiar a situação real da economia sob o comando de Temer. A crise prossegue, grave e crua, mostra a queda de 0,6% do PIB no segundo trimestre, o sexto seguido de retração. A taxa de investimento correspondeu a 16,8% do PIB, muito inferior aos 18,4% do mesmo período no ano anterior. O desemprego atingiu 11,6% nos três meses até julho, equivalentes a 11,85 milhões de trabalhadores sem emprego.

Cunha e a troca de Dilma por Temer

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Marcado para segunda-feira, o julgamento de Eduardo Cunha marca um episódio que exige mais do que um minuto de reflexão.

Ninguém tem o direito de questionar a punição de Cunha, com base em provas indiscutíveis, sustentadas por várias testemunhas e documentos, inclusive internacionais.

A questão é outra. A contrapartida para a investigação de Cunha foi o golpe parlamentar que derrubou Dilma, um golpe à margem da lei – sem crime de responsabilidade – que serviu como tiro de misericórdia contra um governo acuado, sob ataque desde a posse, em minoria no Congresso, mas com a legitimidade dos 54,5 milhões de votos recebidos em outubro de 2016.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Temer quer jornada diária de 12 horas

Por Altamiro Borges

Até o mais tacanho 'midiota', que foi às ruas manipulado pela imprensa patronal para esbravejar pelo impeachment de Dilma, já deve estar preocupado. Aos poucos, os objetivos do "golpe dos corruptos" ficam evidentes. Não têm nada a ver com o combate à corrupção, mas sim com o desejo do capital de impor violenta regressão nos direitos. Na reforma previdenciária, a proposta de aumento do tempo de aposentadoria para 65 ou 70 anos. Já na reforma trabalhista, as maldades começam a aparecer. Nesta quinta-feira (8), o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, informou que o covil golpista quer impor a jornada diária de até 12 horas de trabalho. Só faltou propor o fim da Lei Áurea!

Geddel Vieira, o "boca de jacaré"

Por Altamiro Borges

A mídia chapa-branca tem feito um baita esforço, mas está difícil ocultar a sujeira que infesta o covil de Michel Temer. Nesta semana, a insuspeita revista Época postou mais uma denúncia envolvendo um dos chefões do "golpe dos corruptos". Segundo a matéria, assinada pelo repórter Filipe Coutinho, o ministro Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, "tem boca de jacaré para receber" propina. A acusação tem como base as mensagens em celular do lobista Lúcio Funaro apreendidas pela Polícia Federal. Vale conferir alguns trechos da reportagem:

Míriam Leitão: a urubóloga surtou!

Por Altamiro Borges

A colunista Míriam Leitão, que rala em quase todos os veículos da famiglia Marinho - TV Globo, GloboNews, jornal O Globo, rádio CBN -, surtou de vez! Talvez seja o cansaço. Em seu comentário nesta quinta-feira (8) na CBN - a rádio que toca mentira -, ela afirmou que as vaias ao Judas Michel Temer são injustas. "Críticas ao presidente são por insatisfação com decisões tomadas antes de sua posse. População ainda vive com inflação e desemprego, o que são os motivos das vaias. Medidas que serão tomadas pelo novo governo terão solução em longo prazo". Coitadinho do Michel Temer e da famosa "urubóloga", agora convertida a otimista de plantão da Globo.

#ForaLadrão reforça o grito de #ForaTemer

Por Altamiro Borges

O marqueteiro Elsinho Mouco, do PMDB, deve ser um infiltrado no covil golpista - ou, no mínimo, um aloprado. Segundo revelou a jornalista Mônica Bergamo, da Folha, ele decidiu criar "um novo slogan para se contrapor ao 'Fora, Temer'. Será o 'Fora, ladrão', diz ele. O publicitário afirma não haver 'vacina melhor contra os desaforos da oposição'. A ideia é lançar o slogan nas redes sociais". Mouco deu uma de louco e pode até ser defenestrado nos próximos dias. Nem bem a notícia circulou e os criativos internautas partiram para a galhofa. Hilário! Vários sugeriram juntar as duas hashtags: #ForaLadrão e #ForaTemer". A proposta bombou nas redes sociais nesta quinta-feira (8).

Qual ajuste fiscal?

Por Paulo Kliass, na revista Caros Amigos:

Como era de se esperar, o governo Temer tem insistido cada vez mais no tema do ajuste fiscal. A ameaça catastrofista tem por base as informações relativas ao descompasso entre receitas e despesas no Orçamento da União para o ano em curso e as expectativas para o desempenho das contas públicas em 2017.

Ocorre que os porta-vozes governamentais nada mencionam a respeito das causas que têm contribuído para provocar a redução da capacidade arrecadatória ao longo dos últimos tempos. Em última instância, o diagnóstico equivocado a respeito da crise foi incorporado como avaliação oficial e a sugestão da terapia do austericídio continuou a ser implementada no dia-a-dia da política econômica.

O duplo desafio depois do golpe

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Por Reginaldo Moraes, no site Brasil Debate:

Este artigo ainda não é uma análise. É uma exposição inicial dos motivos pelos quais a esquerda e a frente progressista precisam de muita análise e, principalmente, de ações que deem consequência a tais reflexões.

O golpe de estado de agosto de 2016 abre um novo período para a luta política no Brasil. Nada será como antes amanhã ou depois de amanhã.

O que tivemos nessa decisão do Senado foi a confirmação do que vinha sendo planejado pelos poderes de fato há bastante tempo. Não se trata apenas de interromper um mandato. Trata-se de mudar o regime político, cassando a soberania popular e substituindo-a pela “opinião dos homens de bem”, isto é, pelos homens de bens. Acabou aquilo que se conquistou há mais de 30 anos, acabou a escolha dos governantes pelo voto direto. Não mais “diretas-já”, nem mesmo aquelas que tivemos até aqui, corrompidas pelo dinheiro das empresas. Eleição só vale se tiver o resultado desejado pelos homens de bens.

Jovens e mulheres: destaque nos protestos

São Paulo (08/9/16). Foto: Eduardo Figueiredo/Mídia Ninja
Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                    

Os movimentos sociais , centrais sindicais e partidos políticos organizam as manifestações e marcam presença com suas lideranças, bandeiras, faixas e palavras de ordem. Mas, a ampla maioria dos que estão nas ruas protestando contra o golpe e pelo resgate da democracia é formada por jovens e mulheres.

E, aqui entre nós, um movimento tão fortemente protagonizado por rapazes e moças que dedicam sua juventude ao país está "condenado" ao sucesso. A combatividade e a sensibilidade das mulheres qualifica a resistência democrática, ao mesmo tempo em que fortalece o empoderamento feminino, requisito fundamental na luta contra contra a opressão machista e sexista.

Mesóclises, mediocridade e ameaça fascista

Por Fran Alavina, no site Outras Palavras:

Não é apenas um golpe. Não é somente a sanha neoliberal que transformada em logística estatal precariza o trabalho e transforma direitos em bens de consumo. É tudo isso, mas além da faceta golpistae neoliberal há também o caráter fascista. O mais horrendo dos três âmbitos, com certeza. É golpe; é a volta do neoliberalismo ao poder; e, é também o começo da institucionalização de práticas fascistas. Aí reside a diferença com momentos anteriores: na perigosa passagem do campo da prática e do pensamento privado para o âmbito público da institucionalização.

Oposição a Temer será permanente

Por Antônio Augusto de Queiroz, no site Vermelho:

Engana-se quem pensa que a oposição ao governo Temer irá esfriar após passar o calor da votação do impeachment, assim como supostamente teria acontecido entre o início e o desfecho do processo de impeachment, em que o volume e o ritmo das manifestações pró-Dilma foram diminuindo ao longo do tempo.

Pode parecer contraditório, mas para os movimentos sociais, parcela importante de partidos como o PT e o PCdoB, e até parte da esquerda é mais confortável protestar contra o governo Temer, acusando-o de ter patrocinado um golpe e ter assumido a agenda do mercado, do que promover mobilizações em defesa do governo Dilma, especialmente no segundo mandato, quando ela acenou com uma agenda na eleição e adotou outra no governo, inclusive levando Joaquim Levy para implementá-la.

"Fora Temer" poderá desequilibrar o jogo

São Paulo (08/9/16). Foto: Eduardo Figueiredo/Mídia Ninja
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A campanha “Fora Temer” está crescendo em uma velocidade surpreendente. Não se trata mais de mero esperneio. Caminha para se tornar elemento relevante, capaz de desequilibrar o jogo político.

***

O golpe político encaixa-se perfeitamente na estratégia denominada de “teoria do choque” - desvendado pela escritora e ativista Naomi Klein.

A estratégia foi desenvolvida pela Escola de Economia de Chicago e consiste em se valer de grandes tragédias – terremotos, guerras, golpes de estado, hiperinflação – para trabalho de desconstrução do passado, desarticulação do normal político para impor rapidamente um receituário radical, como se fosse a única rota de salvação.

Grito dos Excluídos denuncia o golpe

Brasília (07/9/16). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual:

"Como podemos comemorar a independência da pátria se sofremos um golpe?", questiona Maria dos Remédios, que saiu cedo de casa, em São Mateus, zona leste da capital paulista, para reivindicar a saída de Michel Temer da presidência da República, novas eleições e a manutenção de todos os direitos civis e trabalhistas. Com ela, cerca de 15 mil pessoas protestaram na Avenida Paulista, na manhã de hoje (7), durante o 22° Grito dos Excluídos. A estimativa é dos organizadores.

Temer e a cerimônia do entreguismo

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A liturgia do cargo recomenda que os presidentes mantenham alguma distância dos negócios do Estado. Temer, entretanto, vai receber pessoalmente no Palácio do Planalto o executivo Eldar Saetre, CEO da Statoil e outros diretores do grupo norueguês que adquiriu o Campo de Carcará, um dos mais valorizados do pré-sal brasileiro. Algo assim como a entrega solene do presente em papel de seda.

Até quando Temer vai fugir dos brasileiros?

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Até quando Temer vai fugir como um poltrão dos brasileiros?

Você pode resumir assim seus já mais de três meses no Planalto: fugiu.

Fugiu nas Olimpíadas, fugiu na posse, vai fugir neste 7 de Setembro. Acoelhado, trocou o tradicional Rolls Royce de capota conversível em que presidentes desfilavam por um carro fechado em que se esconderá.

Foi para isso que ele foi um monstro moral, um traidor imundo, um conspirador abjeto? Para fugir?

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Wall Street ordenou a queda de Dilma?

Por Altamiro Borges

Neste 7 de setembro, Dia da Independência, vale a pena reler o texto do intelectual canadense Michel Chossudovsky postado no site russo Sputnik – em sua versão brasileira. O artigo levanta a hipótese de que o golpe perpetrado contra a presidenta Dilma Rousseff no tribunal de exceção do Senado foi orquestrado pelos abutres financeiros de Wall Street. Só a história, inclusive com a desclassificação dos documentos secretos do governo dos EUA, poderá dizer se a tese do estudioso das ações do império é verdadeira. Mas apenas os ingênuos descartam por completo as conspirações imperialistas contra a independência dos povos. Reproduzo abaixo a matéria do Sputnik e retorno em seguida:

Recatada e do lar ganha gabinete no Planalto

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Na semana passada, a “primeira-dama” Marcela Temer – que, segundo a revista Veja é “recatada e do lar” e não tem qualquer experiência em políticas públicas – ganhou de presente do maridão um cargo no governo. Segundo o noticiário, ela ocupará a função de “embaixadora” do programa “Criança Feliz”, que deverá ser lançado ainda neste mês pelo covil golpista. A mídia chapa-branca, talvez empolgada com a grana da publicidade oficial, preferiu evitar maiores estardalhaços contra a patética nomeação. O assunto não foi capa dos jornais e das revistas e nem motivo de ácidos comentários nas emissoras de rádio e tevê. A “recatada e do lar” foi acolhida com carinho pelos barões da mídia.

Cadê o amiguinho rico do Temer?

Por Altamiro Borges

Quando a mídia monopolista quer destruir uma reputação, seja por motivos políticos ou econômicos, ela promove um cruel bombardeio. Manchetes garrafais, fotos deformadas, matérias diárias e o coro dos colunistas venais nos jornais, revistas, sites e emissoras de rádio e televisão. Já quando ela deseja proteger alguém, ela simplesmente realiza uma operação de blindagem. A denúncia até é feita, mas logo depois some do noticiário, não vira capa dos impressos e nem motivo de comentários ácidos na rádio e tevê. É um refinado padrão de manipulação, conforme já ensinou Perseu Abramo, que realça ou omite o que interessa aos barões da mídia. O caso do Judas Michel Temer é bastante emblemático.

Livro "Golpe 16" será lançado em SP

Da revista Fórum:



A obra Golpe 16 será lançada com um ato na próxima segunda-feira (12/9), às 19h, no Sindicato dos Engenheiros (Rua Genebra, 25 – São Paulo/SP). Trata-se da versão da blogosfera de uma história de ruptura democrática que ainda está em curso. É um livro feito à quente, mas imprescindível para entender o atual momento político brasileiro.

Liberdade de expressão em tempos de golpe

Do site do FNDC:


Guilherme Boulos (MTST e Frente Povo Sem Medo) e João Pedro Stédile (MST e Frente Brasil Popular) já confirmaram participação no debate "Liberdade de expressão em tempos de golpe: a urgência da democratização da mídia", marcado para esta sexta (9/9), na sede do Barão de Itararé, em São Paulo. A atividade será realizada pelo FNDC e marcará o primeiro dia da reunião ampliada do Conselho Deliberativo da entidade. A mesa de debate também contará com a participação da jornalista Renata Mielli, coordenadora geral do Fórum.

Quem insufla o ódio nos protestos?

Foto: Miguel Schincariol/AFP
Por Jean Wyllys, na revista CartaCapital:

"Dilma insufla ódio", diz o secretário de Redação da Folha de S.Paulo, Vinícius Mota, num artigo cheio de delírios paranoicos e escrito com uma terminologia retrô que parece saída do túnel do tempo.

Possuído pelo espírito do senador americano Joseph McCarthy, Mota denuncia supostos planos da "elite vermelha" (!) para — inspirada nas "derivações subletradas do marxismo" — promover a violência política e o "prazer estético pela depredação", deixar "mortos e feridos" e produzir um "banho de sangue"; mas, ao mesmo tempo, justifica a violência real, não imaginária, que as polícias militares produzem diariamente há décadas no país.

As conquistas sociais serão "tratoradas"



Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Na 10ª edição do Ciclo de Debates Que Brasil é Este?, o economista Ladislau Dowbor e Márcia Helena Carvalho Lopes, ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, discutiram os avanços e os limites das políticas sociais no Brasil. A discussão ocorreu nesta segunda-feira (5), no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo.

Para os debatedores, houve uma sistematização importante de políticas ao longo dos últimos 15 anos, mas o processo de inclusão social e universalização de direitos está sob risco.

O desespero da mídia para defender o golpe

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

O vício adversativo da mídia voltou, agora com sentido inverso. Antes era sempre algo assim:

"Vendas aumentam, mas analistas prevêem que alta não irá durar".

"Comércio cresce 4% no mês, mas é pior dos últimos três anos".

Agora, a coisa vem assim, como nessa chamada no site da Folha:



"Mas ritmo de piora desacelera..."

Álvaro Uribe, o senhor da guerra

Por Mariana Serafini, no site da UJS:

No próximo dia 3 de outubro 33 milhões de colombianos vão às urnas decidir em plebiscito se aprovam, ou não, o acordo de paz firmado entre o governo e as Farc para dar fim aos mais de 50 anos de conflito. O ex-presidente de extrema direita Álvaro Uribe se tornou um porta-voz da guerra ao defender que a população vote pelo “não”, ou seja, um “não à paz”.

Álvaro Uribe atualmente é senador e traz em seu currículo o histórico de quem apoiou e fomentou o paramilitarismo para “combater a guerrilha”. Durante seu mandato (2002 – 2010) implementou um verdadeiro terrorismo de Estado que aprofundou os já elevados níveis de violência na Colômbia. Neste domingo (4), iniciou sua campanha pelo “não” com a justificativa de que o plebiscito é uma “excursão pedagógica”.

O rio que desceu a Paulista já mudou o país

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

O que era verdade no Brasil até sábado, deixou de sê-lo a partir de domingo.

Um banho de rua a renovou a agenda da nação.

O levante de 100 mil pessoas contra o golpe desautorizou a soberba conservadora e sacudiu a letargia de setores progressistas.

Gigantesca no tamanho, ampla na pluralidade e democrática nas bandeiras, a mobilização que tomou conta de São Paulo depois de o governo ter tentado proibi-la, reafirmou a experiência social: nas encruzilhadas da história, os fatos caminham à frente das ideias.

Mídia patrociona golpe e criminaliza protesto

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Os três jornalões em estado pré-falimentar se uniram para atacar os manifestantes que, em todo o país, estão indo às ruas para protestar pacificamente contra o golpe parlamentar que arrancou do cargo uma presidente da república legitimamente eleita. Repetem assim o papel sujo que tiveram em 1964 de não só promover o golpe como legitimá-lo, criminalizando a oposição. Qual será a próxima etapa? A Folha emprestar veículos para transportar jovens aos porões da tortura?

Previdência mostra quem manda em Temer

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Quarenta e oito horas depois de a PM baixar o porrete e jogar bomba de gás em cidadãos do patamar de baixo que protestavam contra o golpe, o governo Michel Temer afinou a voz para atender aos de cima e apressar a reforma da Previdência.

Numa cena ilustrativa, na manhã de ontem o Estado de S. Paulo noticiou, na primeira página, o receio de Aécio Neves e Geraldo Alckmin de que a reforma – a mais impopular entre tantas ideias nocivas em curso desde a posse de Temer – fosse debatida depois das eleições municipais.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

CBF golpista proíbe 'Fora Temer' em Manaus

Pedro Patrus/Reprodução Facebook
Por Altamiro Borges

Os cartolas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que festejaram o "golpe dos corruptos" que depôs a presidenta Dilma, decidiram proibir os protestos políticos no jogo da seleção desta terça-feira (6), em Manaus (AM), pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. Com certeza, os conhecidos mafiosos ficaram preocupados com a exibição de faixas do "Fora Temer" que poderiam atrapalhar a transmissão da partida pela "parceira" TV Globo. Segundo o noticiário esportivo, a entidade orientou os seguranças a confiscarem qualquer material de protesto das mãos dos torcedores.

“Dona Folha” exigiu e a PM barbarizou!

Por Altamiro Borges

No início da noite desta segunda-feira (5), os 26 jovens presos arbitrariamente durante a marcha do “Fora Temer” em São Paulo foram soltos por ordem da Justiça. Eles permaneceram incomunicáveis por várias horas sob a acusação de “associação criminosa e corrupção de menores”. O juiz Rodrigo Tellini, do Foro Central Criminal da Barra Funda – que ordenou a soltura –, lamentou a truculência da tropa de choque da Polícia Militar sob o comando do governador tucano Geraldo Alckmin. “Vivemos dias tristes para a nossa democracia. Triste do país em que seus cidadãos precisam aguentar tudo de boca fechada. Triste é viver em um país que a gente não pode se manifestar", declarou em seu despacho.

Eliane Cantanhêde reza por Temer

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

A jornalista Eliane Cantanhêde, que nunca escondeu a sua relação amorosa com a “massa cheirosa” do PSDB, está preocupadíssima com o futuro do Judas Michel Temer. Ela já percebeu que o covil golpista pode naufragar. Em artigo publicado nesta terça-feira (6) no jornal Estadão, a ex-colunista da Folha explícita os seus temores: “O início do governo efetivo de Michel Temer está mais tumultuado do que já se previa, com pressões vindas do exterior, dos movimentos aliados ao PT, dos analistas políticos e até de Aécio Neves, presidente do principal partido da sua base aliada”. Ela também reclama da divisão e da postura dúbia do PMDB, principalmente da ala liderada por Renan Calheiros, presidente do Senado.

O golpe em marcha e a teoria do avestruz

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O processo de fechamento político obedece a uma lógica conhecida:

Etapa 1 – o golpe inicial nas instituições, com a destituição do presidente eleito.

Etapa 2 – a perseguição implacável aos derrotados.

Etapa 3 –reação dos atingidos, na forma de protestos.

Etapa 4 – superdimensionamento e criminalização dos protestos, para induzir a mais repressão.

Etapa 5 – o golpe final, com a suspensão formal das garantias individuais.


De uma Diretas Já a outra, o sentido da luta

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

O lema Diretas Já volta à atualidade brasileira para expressar a vontade do povo de se reapropriar do direito de decidir os destinos do país. Foi o lema fundamental da fase final da luta contra a ditadura e naquele momento significava a rejeição da eleição do primeiro presidente civil depois da ditadura fosse feita por um Colégio Eleitoral recheado de membros biônicos nomeados pela ditadura.

Era a denúncia do caráter ilegítimo do governo que não surgisse do voto popular, expropriado dos brasileiros desde 1964 pelo golpe. Derrotada a Diretas Já, que teve ampla maioria no Congresso, mas sem chegar aos dois terços necessários para mudar a Constituição imposta pela ditadura, veio o governo ilegítimo escolhido pelo Colégio Eleitoral, que acabou colocando na presidência José Sarney, ex-presidente da Arena, o partido da ditadura e que havia comandado, desde o governo militar, a campanha contra as Diretas Já. Era o primeiro presidente do PMDB, eleito sem voto popular

O retrocesso na Comissão de Anistia

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Na sexta-feira passada, dois dias depois do afastamento definitivo da ex-presidente Dilma Rousseff, o governo de Michel Temer promoveu a troca da maioria dos membros da Comissão Nacional de Anistia, nomeando 19 novos integrantes, um deles acusado de ter sido colaborador da ditadura. As mudanças quebraram uma tradição que vinha do governo FHC, de compor a comissão com pessoas comprometidas com a luta contra a ditadura, a defesa dos ex-presos e perseguidos políticos e a reparação moral e econômica dos anistiados ou de suas famílias, no caso dos mortos e desaparecidos.

Folha não aceita ser chamada de golpista

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A Folha é igualzinha a Temer. Foi peça vital no golpe, mas não aceita ser chamada de golpista.

Um editorial desta sexta é exemplar.

O jornal investe furiosamente contra os manifestantes anti-Temer que têm tomado as ruas de São Paulo. Chama-os de baderneiros, vândalos e coisas do gênero.

O motivo: os manifestantes elegeram a Folha como um dos alvos do esculacho. Foram até a sede do jornal na Barão de Limeira, no centro de São Paulo. Picharam “Folha Golpista”.

Os sinais das ruas contra o ilegítimo Temer

Rio de Janeiro (04/9/16). Foto: Silvia Izquierdo/AP Photo
Editorial do site Vermelho:

Crescem e se diversificam as formas de manifestação contra o governo imposto ao país através de um golpe parlamentar, jurídico e midiático. Das grandes manifestações com milhares de pessoas nas ruas até sessões de exibição do filme Aquarius – alvo de uma tentativa de boicote do governo ilegítimo – todas externam a insatisfação de expressivas parcelas dos brasileiras e brasileiros quanto aos rumos do país e a defesa de seus direitos ameaçados desde que o golpe de 31 de agosto.

Dois sonhos excludentes da direita liberal

Foto: Fernando Donasci/Reuters
Por Luiz Carlos Bresser-Pereira, em sua página no Facebook:

Os brasileiros que tanto lutaram pela democracia estão de luto desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mais do que isto, estão envergonhados. Este é, pelo menos, o meu caso. A democracia foi uma conquista do povo brasileiro, eu a considero consolidada, e por isso, diante do golpe parlamentar, senti vergonha e tristeza pelo meu país.

Ontem houve uma impressionante manifestação popular contra o impeachment em São Paulo. E a demanda foi por “diretas já”. Não creio, porém, que esta seja uma boa tese para as forças populares. Sem dúvida, o ideal seriam eleições presidenciais o mais breve possível, mas como aprová-las se o PMDB e o Centrão apoiam o novo governo?

Os valores obscenos do futebol-negócio

Por Irlan Simões, na revista Caros Amigos:

Lembra aquele zagueiro que fez o Brasil inteiro passar raiva no fatídico jogo de semifinal da Copa do Mundo de 2014? Está sendo vendido, mais uma vez, por um valor estratosférico.

Depois de ser vendido pelo Vitória para o Benfica, por 500 mil euros em 2007, David Luiz já acumula 113 milhões de euros movimentados em suas transferências. Do Benfica para o Chelsea foram 25 milhões em 2011; do Chelsea para o Paris Saint-Germain foram 49,5 milhões de euros em 2014. E agora, ele retorna ao Chelsea por nada menos que 38,5 milhões de euros.

A escalada autoritária de um governo fraco

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A coluna de Merval Pereira, o Cardeal de Richelieu do golpismo na mídia, traz hoje dois sintomas de que as coisas vão se complicando para o governo ilegítimo de Michel Temer.

A primeira é que a rua foi ganha pela oposição a Temer e perdida pelo golpismo, que a dominava, quase todo o tempo, desde o início do processo de deposição, já no primeiro mês do segundo mandato.


O arbítrio subiu no telhado

Largo da Batata, São Paulo/SP, em 04/9/16. Foto: Sebastião Moreira/EFE
Por Renato Rovai, em seu blog:

Até para quem acompanha passo a passo os acontecimentos tem tido imensa a dificuldade não só para entender o processo que estamos vivendo, como para tentar fazer prognósticos sobre ele.

Mesmo assim, já é possível arriscar algumas previsões.

Na linha do gato subiu no telhado, aquela velha maneira de contar um caso trágico, pode-se dizer que o arbítrio já desfila sobre as telhas das nossas cabeças.

Eleições 2016, o palanque dos milionários

Por Miguel Martins, na revista CartaCapital:

Dono da maior fortuna entre os pretendentes ao comando das capitais brasileiras nas eleições municipais deste ano, João Doria Júnior, do PSDB, vê-se obrigado a adotar hábitos populares e vestir a carapuça do Candidato Caô Caô. Gravado há quase 30 anos por Bezerra da Silva, o samba narra a campanha de um político em uma favela.

Ele sobe o morro sem gravata, bebe cachaça e usa “a lata de goiabada como prato” apenas para se enturmar com a comunidade e angariar votos. Doria segue o roteiro a contragosto. Nos primeiros dias da campanha à prefeitura de São Paulo, iniciada em 16 de agosto, deixou-se fotografar enquanto provava, visivelmente incomodado, um pingado de padaria em um copo americano.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Bancários enfrentam os agiotas golpistas

Por Altamiro Borges

A partir desta terça-feira (6), os bancários de todo o Brasil entram em greve por tempo indeterminado contra a intransigência patronal. A pauta de reivindicação da categoria foi entregue no início de agosto e, após cinco rodadas de negociação, a federação dos banqueiros (Fenaban) fez uma contraproposta humilhante e provocativa. Os trabalhadores reivindicam um reajuste de 14,78% (aumento real de 5%) e bancos propuseram apenas 6,5% – o que representa uma perda nos salários de 2,8%, com base na inflação de 9,57%. Diante do impasse, os bancários decidiram em assembleias enfrentar os agiotas financeiros, os principais pivôs do “golpe dos corruptos” que têm como maior objetivo arrochar os assalariados.

Reforma da Previdência: Acorda midiota!

Por Altamiro Borges

A jornalista Mônica Bergamo publicou nesta segunda-feira (5) na Folha fascista – o jornal da abjeta famiglia Frias que apoiou o golpe de 1964, chamou a sanguinária ditadura militar de “ditabranda” e prega maior repressão contra os manifestantes que exigem o “Fora Temer – uma nota que deveria servir de alerta até para os “midiotas” mais tapados:

“O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, aconselhou o governo a não mandar para o parlamento a proposta que estabelece a idade mínima das aposentadorias antes das eleições municipais. Michel Temer tem dado declarações de que o projeto sobre o tema será enviado ainda em setembro”.


Os 100 mil na Paulista e a ditadura Temer

1964 e 2016: o mesmo golpe de classe

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Entre o golpe de 1964 e o golpe de 2016 há uma conaturalidade estrutural. Ambos são golpe de classe, dos donos do dinheiro e do poder: o primeiro usa os militares, o outro o parlamento. Os meios são diferentes mas o resultado é o mesmo: um golpe com a ruptura democrática e violação da sobernia popular.

Vejamos o golpe de 1964. René Armand Dreifuss em sua monumental tese na Universidade de Glasglow: “1964: a conquista do Estado, ação política, poder e golpe de classe” (Vozes 1981), um livro de 814 páginas das quais 326 são de documentos originais, deixou claro: “o que houve no Brasil não foi um golpe militar, mas um golpe de classe com uso da força militar”(p.397).

Marcha contra Macri prepara greve geral

Do site Carta Maior:

A Argentina viveu, nesta sexta-feira (2/9), mais uma multitudinária manifestação contra a administração do presidente Mauricio Macri. A chamada Marcha Federal reuniu mais de 200 mil opositores ao atual governo no centro de Buenos Aires, além de outros protestos menores que se replicaram em outras províncias do país.

Centenas de milhares de pessoas foram às ruas contra uma política econômica macrista. Medidas que vão do aumento das tarifas de serviços básicos (água, gás e energia elétrica) ao corte de despesas com programas sociais, além de outros ajustes que levaram ao aumento do desemprego, da inflação e também dos níveis de pobreza.

Mídia e PM: destaques negativos do protesto

Foto: Jornalistas Livres
Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Mais de 100 mil manifestantes marcharam, neste domingo (4), da Avenida Paulista ao Largo da Batata, em São Paulo, para rechaçar o golpe que alçou Michel Temer à presidência do país. Ao longo dos pouco mais de 5km, a multidão entoou, de forma pacífica, palavras de ordem como "Fora Temer", "Nenhum direito a menos" e "Diretas Já". Mas não teve jeito: a Polícia Militar e a mídia mantiveram a tradição e foram os destaques negativos de mais um capítulo da luta em defesa da democracia.

Ministro da Cultura vira alvo: “golpista”



Por Altamiro Borges

Todo metido a valentão, o vaidoso Marcelo Calero, ministro da Cultura, está virando um dos principais alvos dos protestos contra o “golpe dos corruptos”. Na noite de sexta-feira (2), durante o festival de cinema de Petrópolis (RJ), ele foi vaiado e chamado de golpista pela plateia. Irritadinho, ele insultou os presentes e fez gestos ofensivos com as mãos. Segundo relatos, o cínico chegou a afirmar que “sou golpista sim, com muito orgulho”. Até quem não participou do protesto aplaudiu os manifestantes e deu as costas ao truculento. A sua valentia, porém, não durou muito tempo e o sujeito teve que deixar o auditório escoltado por seguranças.

O papel dos EUA no golpe contra Dilma

Temer é o nosso Mick Jagger das previsões

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Michel Temer havia chamado de inexpressivas as manifestações que protestam contra o processo de impeachment que o conduziu ao poder presidencial. ''São pequenos grupos, parece que são grupos mínimos, né? Não tenho numericamente, mas são 40, 50, 100 pessoas, nada mais do que isso.''

Daí, neste domingo (4), manifestações reuniram uma multidão de pessoas em várias cidades do país contra o seu governo e a favor de eleições diretas para a Presidência da República. Apenas em São Paulo, os organizadores do evento estimaram em 100 mil almas.

Acredito que, sem querer, tropeçamos em uma descoberta científica que pode mudar a história do país: o desdém de Michel, com ou sem o uso de mesóclises, é capaz de levar à mobilização popular.

A prova do crime do impeachment de Dilma

Por Marcelo Zero

Passou despercebida uma mudança muito significativa que ocorreu no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2017, enviado pelo governo golpista ao Congresso Nacional.

No caput do artigo 4º agora se lê que os decretos suplementares são permitidos desde que estejam “de acordo com a meta de resultado primário fixada para o exercício de 2017”. Na LOA de 2015, esse mesmo artigo tinha uma redação diferente. Naquele ano, a redação dizia que os decretos suplementares seriam permitidos “desde que as alterações promovidas na programação orçamentária sejam compatíveis com a obtenção da meta de resultado primário estabelecida para o exercício de 2015”.