São Paulo (08/9/16). Foto: Eduardo Figueiredo/Mídia Ninja |
Os movimentos sociais , centrais sindicais e partidos políticos organizam as manifestações e marcam presença com suas lideranças, bandeiras, faixas e palavras de ordem. Mas, a ampla maioria dos que estão nas ruas protestando contra o golpe e pelo resgate da democracia é formada por jovens e mulheres.
E, aqui entre nós, um movimento tão fortemente protagonizado por rapazes e moças que dedicam sua juventude ao país está "condenado" ao sucesso. A combatividade e a sensibilidade das mulheres qualifica a resistência democrática, ao mesmo tempo em que fortalece o empoderamento feminino, requisito fundamental na luta contra contra a opressão machista e sexista.
A juventude, vítima preferencial das bombas jogadas pelos facínoras da Polícia Militar, e das prisões da ditadura Temer, vem dando seguidos exemplos de coragem e generosidade, respondendo à repressão com mais gente na rua no ato seguinte. Quem combate o bom combate e sabe que está do lado certo da história não recua.
Grande parte dos meninos e meninas do Fora Temer torcia o nariz para os governos do PT, principalmente para a política econômica do último ano de Dilma e para o pragmatismo que marcou as alianças em nome da governabilidade. Contudo, agora eles dão lições de generosidade política. Sabem separar as coisas, enxergando com clareza que a defesa da democracia e dos direitos está acima de tudo.
Não contem com essa turma arejada e sem os vícios provocados pela realpolitik para gestos de sectarismo, tais como vaiar políticos ligados ao PT durante os protestos. É que esses jovens têm clarividência política suficiente que perceber que, embora o partido tenha cometido erros, e não foram poucos, ele acabou defenestrado do governo por suas qualidades, pelo seu compromisso popular.
Não há dúvida de que uma nova esquerda está emergindo do enfrentamento com os golpistas. E os partidos de esquerda caminharão para o ostracismo e para a burocratização definitiva se não captarem essa energia cívica renovadora emanada dos jovens e das mulheres, se não entenderem que o novo não necessariamente se expressa por canais partidários, se não forem capazes de formular e implementar politicas voltadas para uma aproximação estratégica com as lutas sociais, em detrimento dos arranjos de cúpula. O desafio para o PT é fazer o caminho de volta.
1 comentários:
Mas é isso que o partido precisa. Pressão das massas também. Se tivessem feito isso desde o governo Lula muitas coisas não
teriam acontecido.Não sei se é verdade a história que relato.Reproduzo o que foi dito no vídeo" Doutrina do Choque" .Roosevel
quando presidente recebeu os sindicalistas . Estes fizeram uma série de reinvidicacoes.Concordou com tudo , e disse: Agora vão para rua e me obriguem a fazer."
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