domingo, 17 de novembro de 2019

Racismo vai de mal a pior em São Paulo

Da Rede Brasil Atual:

Sete em cada 10 pessoas acreditam que o racismo se manteve no mesmo patamar ou aumentou nos últimos 10 anos na capital paulista. O dado faz parte de um levantamento feito pelo Ibope a pedido da Rede Nossa São Paulo. A pesquisa mostra que para quase 70% dos entrevistados, shoppings e supermercados são os locais onde mais se percebe a diferença de tratamento para brancos e negros.

A aposentada Jussara de Souza, estudante de Psicologia, já percebeu esse racismo na maneira de atender e de olhar, relata reportagem de Jô Miyagui, da TVT. “Dentro do shopping, se é um menino negro uma menina negra, já tem um olhar diferente. A gente nota isso.”

Ideal republicano em tempos de bolsonarismo

Editorial do site Vermelho:

Os 130 anos de vida republicana no Brasil, assinalados nesta sexta-feira (15), representam as marchas e contramarchas de uma história ao mesmo tempo rica em conquistas e trágica em ações contra as aspirações populares. O ideal proclamado em 15 de novembro de 1889 tem como marco principal a construção nacional, com um Estado laico e representativo da diversidade do povo brasileiro.

A história mostra que a República é vista pela ampla maioria da sociedade como sinônimo de independência nacional. Sua trajetória traz as marcas de choques e confrontos entre dois projetos antagônicos: o de um Brasil soberano, desenvolvido e democrático, e o de um país sem autonomia, autoritário, com desenvolvimento truncado e subalterno. O governo Bolsonaro é a expressão radicalizada desse segundo projeto.

O previsível fracasso do Império

Por Marcelo Zero

A Cúpula do BRICS em Brasília sinalizou uma clara mudança de rumo na recente geopolítica do Brasil.

Em vez das declarações altissonantes olavistas em defesa da Civilização Ocidental e do Messias Trump e contra o “globalismo” e o “marxismo cultural”, o que se viu foi o reconhecimento pragmático das lideranças da China, da Rússia e do próprio BRICS.

Bolsonaro, o enamorado de Trump, teve de curvar-se à realidade e chegou até mesmo a pedir desculpas à China.

Pode tê-lo feito a contragosto, com sentimento de culpa pela traição ao ídolo.

Mas o fez. Melhor: foi obrigado a fazê-lo.

Temer e MBL, o encontro dos golpistas

Reprodução do Facebook
Por Fernando Brito, em seu blog:

Não sei se é mais melancólico para Michel Temer, o homem que deu o golpe e alcançou a Presidência para desaparecer como um inseto, fazer sua rentrée no congresso do decadente MBL ou se, para este, ter Michel Temer como grande convidado é o sinal adequado de seu estado de pré-extinção, depois de ter perdido para Jair Bolsonaro a turba fanática que ajudou a formar durante o impeachment que preparou as trevas atuais.

Seja como for, é um encontro simbólico da decadência de ambos: um perdeu sua máquina, que fazia voto; o outro, perdeu sua boiada, que fazia barulho.

América Latina: a ultradireita contra-ataca

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Última lição do dia: os homens, eles voltam sempre. É preciso estar sempre de olhos abertos… Na peça Os Saltimbancos, recriada por Chico Buarque, o aviso é dado pelo Jumento, personagem de fina inteligência. Os Bichos espantaram os Barões e têm, enfim, onde dormir. Mas ainda não podem descansar em paz, porque prepara-se a revanche. Na América Latina, um Outubro Rebelde abalou os governos neoliberais do Chile e do Equador, destronou Maurício Macri na Argentina e continua a sacudir o Haiti. Novembro, porém, começou em refrega.

Afinal, quem deu o golpe na Bolívia?

Por Eric Nepomuceno

A presidente provisória, que logo deve convocar eleições, se chama Jeanine Árñez.

Como na cerimônia de posse ela teve o senador direitista Álvaro Murillo sussurrando junto ao seu ouvido o que deveria dizer, é fácil entender qual será sua autonomia como presidente interina.

Essa senhora insignificante teria força para chegar onde chegou? Não. Era um zero à esquerda até anteontem, continua sendo hoje e continuará amanhã. Chegou onde chegou graças ao golpe desfechado depois que Evo Morales conquistou mais um mandato ao derrotar no primeiro turno o ex-presidente Carlos Mesa.

Inconformado com o resultado, Mesa fez uma denúncia de fraude. Foi essa denúncia que derrubou Evo Morales?

Não: foi só o primeiro estopim.

Bolsonaro reage com cautela a Lula

Foto: Ricardo Stuckert
Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

A soltura do ex-presidente Lula criou a expectativa de que o presidente Jair Bolsonaro se daria bem, ao tirar proveito do antipetismo que o ajudou a eleger-se no ano passado.

As reações iniciais do ex-capitão mostram-no cauteloso, no entanto, apesar de ele ter invocado a Lei de Segurança Nacional contra o petista e de tê-lo chamado de “canalha”.

Após inaugurar casas na Paraíba dia 11, Bolsonaro comentou: “Não vou polemizar com esse cara, que continua condenado”.

Na antevéspera, tinha tuitado que não responderia “a criminosos que por ora estão soltos”. E pedia aos apoiadores para não brigarem entre si nem cometerem erros.

“Não dê munição ao canalha, que momentaneamente está livre, mas carregado de culpa”, escreveu.

sábado, 16 de novembro de 2019

Folha de S.Paulo na mira do "capetão"

Bolsonaro no dia do assassinato de Marielle

Novos ventos sopram sobre o Judiciário

Crise na América Latina e os Brics

Tirem suas próprias conclusões!

Bolsonaro recuou na invasão da embaixada

As movimentações financeiras dos Bolsonaro

A influência dos EUA no golpe na Bolívia

República da desigualdade completa 130 anos

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Lula livre, monstros à solta

Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:

A libertação de Lula é um acontecimento de repercussão mundial. Aqueceu os corações de milhões de brasileiros. Despertou novas esperanças na esquerda de todo o mundo. O significado dessa saída da prisão não será apreendida tão rapidamente. Registro: Lula provou estar certo. Não cabia, como tantos propuseram, asilar-se numa embaixada, como não era acertado resistir em São Bernardo no dia 7 de abril de 2018, provocando, quem sabe, um morticínio. Lula sabia: falaria de um jeito ou outro ao povo brasileiro e ao mundo, lutando por sua inocência, e um dia a verdade surgiria, transparente, seus algozes desmascarados, pequenos mentirosos, incapazes de apresentar quaisquer provas, até porque não existiam.

De golpe em golpe, a República estrebucha

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Sexta-feira, 15 de novembro de 2019, feriado da Proclamação da República.

Para mim, que trabalho de domingo a domingo, hoje é um dia como outro qualquer, nada vejo para comemorar, 130 anos depois.

Se não me falha a memória dos tempos de escola, o que houve no dia 15 de novembro de 1889 foi um golpe militar para destituir o imperador D. Pedro II, seguido de muitos outros golpes até chegarmos aos tenebrosos dias atuais com um ex-militar no poder.

Muita gente não deve lembrar, mas nossos dois primeiros presidentes republicanos foram marechais do Exército.

América Latina na mira dos milicianos

Por Luís Fernando Vitagliano, no site Brasil Debate:

Ao que tudo indica, o que está acontecendo na Bolívia de hoje não é um levante popular. Foram as milícias as responsáveis pelos atos que geraram a total desestabilização do sistema político boliviano. Nos dias que sucederam as eleições, inúmeros representantes do governo, do judiciário e dos parlamentares eleitos foram atacados em suas casas, com suas famílias, por milicianos e renunciaram aos seus mandatos. Não por pressão política, mas por violência explícita. O caso mais escandaloso noticiado pela imprensa brasileira é o da prefeita Patrícia Arce, da pequena cidade de Vinto, próxima a Cochabamba, que foi arrastada pelas ruas, agredida, humilhada e teve seu cabelo cortado. Considerou-se a sua renúncia, mas como se pode discutir renúncia nesse contexto de violência?

Mídia e instrumentalização do direito penal

Por Natália Pinto Costa, no site da Fundação Maurício Grabois:

A atual conjectura política tem corroborado ainda mais com a instrumentalização do direito penal, explica-se melhor, a institucionalização da insegurança, o descrédito em outras instancias de proteção, entre outros motivos que podem ser listados, elevam o direito penal como um instrumento para a solução dos problemas, muitas vezes de cunho social para então criar uma simbolismo penal, perpassando a ideia de que a criação ou o endurecimento das leis penais são a solução para todas as demandas.

A exploração midiática, caracterizada pelo senso comum, por meio de um discurso, sobretudo, hiperpunitivista, contribui para a criação de um inimigo em comum, criando no imaginário social indivíduos que são estereotipados como os responsáveis pela violência e a desordem social, além da exploração do crime como um produto altamente rentável.