Charge: Miguel Morales Madrigal/Cartoon Movement |
Para além dos acontecimentos, existe uma história inconsciente – ou mais ou menos consciente – que escapa à lucidez dos atores, dos responsáveis ou das vítimas: elas fazem a história, mas a história as arrasta. F. Braudel, “História e Ciências Sociais” Editorial Presença, Lisboa, 1972, p. 130
As grandes epidemias repetem-se através da história, mas não existe nenhuma explicação sobre sua periodicidade. E, no caso da epidemia da Covid-19, ainda não se decifraram as variações do vírus, nem o desenvolvimento provável da própria pandemia porque não se sabe se poderá haver recidivas nacionais até o desenvolvimento de medicamentos e vacinas eficientes. Nestes momentos de grande medo e imprevisibilidade é comum as pessoas utilizarem comparações e analogias que parecem úteis num primeiro momento, mas que são parciais e às vezes prejudicam mais do que ajudam, como no caso da referência às duas crises econômicas de 1929 e 2008. Ou também a comparação com algumas pestes que teriam provocado grandes “rupturas históricas”, como foi o caso da Peste de Justiniano, no século VI, ou mais ainda, da Peste Negra, no século XIV, que matou metade da população europeia e parece ter contribuído decisivamente para o fim do sistema feudal.
As grandes epidemias repetem-se através da história, mas não existe nenhuma explicação sobre sua periodicidade. E, no caso da epidemia da Covid-19, ainda não se decifraram as variações do vírus, nem o desenvolvimento provável da própria pandemia porque não se sabe se poderá haver recidivas nacionais até o desenvolvimento de medicamentos e vacinas eficientes. Nestes momentos de grande medo e imprevisibilidade é comum as pessoas utilizarem comparações e analogias que parecem úteis num primeiro momento, mas que são parciais e às vezes prejudicam mais do que ajudam, como no caso da referência às duas crises econômicas de 1929 e 2008. Ou também a comparação com algumas pestes que teriam provocado grandes “rupturas históricas”, como foi o caso da Peste de Justiniano, no século VI, ou mais ainda, da Peste Negra, no século XIV, que matou metade da população europeia e parece ter contribuído decisivamente para o fim do sistema feudal.