domingo, 20 de setembro de 2020

A volta do servidor público de cabresto

Por Rafael da Silva Barbosa, no site Brasil Debate:


O pai da sociologia e um dos maiores teóricos do Estado, Max Weber (1864-1920) identificou que uma das principais linhas divisórias que definem as nações é o modelo de Estado adotado pelos países. Segundo o intelectual, o poder do Estado moderno não se manifesta exclusivamente pela coação direta e ou nos discursos e declarações dos monarcas, como em estágios anteriores de organização e dominação das sociedades. Em suas palavras, o domínio efetivo no Estado moderno “encontra-se, necessária e inevitavelmente, nas mãos do funcionalismo”.

As batalhas perdidas do general Pazuello

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

A confirmação do general Eduardo Pazuello como titular do Ministério da Saúde não chegou a surpreender. Ela reafirma o descaso com a pandemia, o vazio de quadros competentes na órbita bolsonarista e a concepção ultrapassada de que tudo no mundo pode ser traduzido em guerra. Para tal situação, nada melhor que um soldado, capaz de obedecer sem questionar e mandar sem saber muito bem do que está falando.

A submissão de Bolsonaro ao senhor da guerra

Editorial do site Vermelho:


A recepção por parte do governo brasileiro ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, em Boa Vista, capital do estado de Roraima, com uma comitiva chefiada pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, é uma prova de total subserviência ao imperialismo estadunidense. Esse périplo do representante da Casa Branca começou pela Guiana e se estende à Colômbia, países que fazem fronteira com a Venezuela.

Bolsonaro muda em função da reeleição

Por André Singer, no site A terra é redonda:


Jair M. Bolsonaro disse, no decorrer da semana, que irá dar cartão vermelho a quem, dentro de sua equipe de governo, falar em corte de benefícios.

Podem-se inferir desta afirmação algumas indicações sobre as intenções do presidente.

A primeira coisa que cabe notar é o estilo da linguagem, a escolha de uma metáfora ligada ao futebol visando uma forma de comunicação de fácil compreensão, a opção por um discurso que é muito direto e talvez efetivo.

Bolsonaro está se referindo às notícias de que havia na equipe econômica estudos que propunham como fonte de recursos para o programa Renda Brasil o congelamento de benefícios tanto das pessoas carentes com necessidades especiais como dos idosos que recebem aposentadorias, medida que produziria uma economia nos próximos dois anos de 10 bilhões de reais.

Brasil em chamas

Por Frei Betto, em seu site:


Muito antes de a revista “The Economist” qualificar o presidente do Brasil de BolsoNero, eu já havia cunhado a antonomásia. O que não esperava é que os fatos comprovariam a semelhança de atitudes entre o imperador romano, conhecido por tocar lira enquanto Roma pegava fogo, e o principal ocupante do Palácio do Planalto.

O Brasil é incendiado pelo descaso do governo, enquanto o presidente ignora o desastre ambiental e econômico, assim como faz com o genocídio sanitário que já ceifou a vida de quase 140 mil vítimas da Covid-19.

Na primeira quinzena de setembro, houve mais queimadas na Amazônia do que em todo o mês de setembro de 2019. Até o dia 15 foram registrados 20.485 focos de calor no bioma amazônico pelo programa Queimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). No mesmo período do ano passado foram 19.925 focos.

"Bolsonaro mente" e as manchetes dos jornais

Por Luis F. Miguel, no site Diário do Centro do Mundo:

Se a imprensa brasileira seguisse o compromisso sempre alardeado de relatar os fatos a seu público, todas as manchetes começariam com a expressão “Bolsonaro mente”.

Não é “Bolsonaro diz”, “Bolsonaro afirma”, “Bolsonaro declara”, “Bolsonaro opina”. É “Bolsonaro mente”.

A mentira é a base da comunicação de Bolsonaro e de seu governo.

Ele mente sobre seus propósitos, mente sobre suas ações e mente também sobre fatos de conhecimento público.

sábado, 19 de setembro de 2020

Pandemia e o cartão vermelho para Guedes



Entrevista com João Sicsú, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sobre a gravidade da crise econômica e o papel do Estado

Tempero da Notícia: Um Brasil em chamas

Tutorial: como incendiar um país

Você é a favor da volta às aulas?

A indústria da morte e o neocolonialismo

A guerra Globo X Record vai esquentar

Presidente da Embratur é o bobo da corte

Preço da comida sobe e auxílio de R$ 600 cai

Pantanal em chamas e Guedes chamuscado

Pandemia, medo e pressão psicológica

Brasil ajoelhado aos pés dos EUA

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A subserviência e o capachismo do governo Bolsonaro e do comando das Forças Armadas do Brasil aos EUA não têm limites.

Engana-se quem imagina que gestos vergonhosos, como a reverência do Bolsonaro à bandeira estadunidense e celebração do 4 de julho na Embaixada dos EUA, a isenção de tarifa de etanol dos EUA, a entrega da base de Alcântara e o financiamento, com orçamento nacional, de oficiais das Forças Armadas para servirem ao Comando Sul dos EUA, poderiam significar o fundo do poço que o Brasil seria capaz de alcançar em termos de ultraje e humilhação.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Losurdo e a luta pela teoria revolucionária

Por Jones Manoel, na revista Princípios:

A distinção entre “negro da casa” e “negro do campo” ficou famosa com Malcolm X. O primeiro se identificava com o senhor de escravos — e colocava-se contra a luta antiescravagista — dadas as suas condições de vida e trabalho um pouco menos brutais na casa grande do que a situação em que viviam os escravizados nas plantations. Malcolm X falava da cooptação e da servidão ao poder instituído numa sociedade escravagista pouco complexa. A ordem burguesa criou várias possibilidades de cooptação e servidão ao poder impossíveis de se imaginar no escravagismo. Se no exemplo de Malcolm eram transparentes as posições políticas e compromissos de cada sujeito, o capitalismo torna a questão bem mais intrincada.

Horizonte pesado na economia

Por Fernando Brito, em seu blog:

Embora você ainda vá ver muitos ensaios de comemoração da “retomada da economia” pós-Covid (e lembremo-nos de que este “pós” é uma armadilha pronta, porque a pandemia está longe, muito longe, de passar), repare que elas não serão esfuziantes como aqueles “agora a coisa vai” que nos acostumamos desde que nos prometeram o céu depois da derrubada do governo legítimo, em 2016.

E porque isso acontece?

Uma diplomacia fake e terraplanista

Charge: Marcelo Fiedler/Jacobin Brasil
Por Alexandre Padilha, no site Carta Maior:
 

Um dos principais expoentes do olavismo terraplanista neste governo é o Ministério das Relações Exteriores. O Brasil que sempre teve um papel de liderança regional e força global no que diz respeito a sua capacidade de articulação com o mundo, hoje se reduz a um país secundário e que tem a sua política externa organizada em duas vertentes: a subserviência ao Trump e a fake terraplanista.

Nesta semana acionei o Tribunal de Contas da União para investigar a divulgação de notícias falsas por parte da Fundação Alexandre Gusmão, órgão ligado ao Ministério de Relações Exteriores, que divulgou vídeo que dizia que máscaras são “inócuas” no combate à pandemia do novo coronavírus e “nocivas” à saúde. Esta mesma Fundação, em julho deste ano, tentou fazer uma ampla divulgação de palestras de bolsonaristas e olavistas investigados pelo inquérito das fake news.