Embora você ainda vá ver muitos ensaios de comemoração da “retomada da economia” pós-Covid (e lembremo-nos de que este “pós” é uma armadilha pronta, porque a pandemia está longe, muito longe, de passar), repare que elas não serão esfuziantes como aqueles “agora a coisa vai” que nos acostumamos desde que nos prometeram o céu depois da derrubada do governo legítimo, em 2016.
E porque isso acontece?
Em primeiro lugar, voltar ao patamar pré-pandemia está distante no setor mais importante da economia, o de serviços. Nos demais, indústria e comércio têm como referência um mês de fevereiro que, fraco, nem mesmo conseguia reproduzir os níveis medíocres de 2019. A agricultura, à qual o perfil exportador faz repercutir pouco no mercado interno, salva-se pelo dólar alto e pelas compras chinesas, embora ambos tenham efeitos devastadores internamente.
Hoje, a Fundação Getúlio Vargas soltou mais um de sua série de índices de preços, a segunda prévia do Índice Geral de Preços -Mercado. E o registro da alta de preços – empurrados pelas matérias primas e sustentando a elevação da primeira prévia de setembro – é assombroso, dobrando em um mês, de 2,34% para 4,57% a taxa mensal. Isto mesmo, mensal!
As matérias primas de origem agrícola seguem puxando a fila, com elevação de 8,42%, ante 3,56% de variação mensal em agosto. No atacado, como um todo, a taxa subiu de 3,15% para 6,36% no mês.
Se, como é óbvio, a transferência destes custos não pode ocorrer para o produto final, bloqueado pela limitação do poder de compra e consumo, o resultado é o estreitamento ou mesmo a anulação da margem de lucro, o aperto nos custos de pessoal e, como já vem ocorrendo há tempos, o desmonte das estruturas produtivas nacionais.
Isso anula, sob o ponto de vista da produção, o impacto positivo dos juros baixos que, indica a decisão do Copom em mantê-los em 2% que terminou o processo de estímulo financeiro por esta via, porque com a inflação ao consumidor travada, não se quer ampliar produção que não se paga ou remunera mal.
Ocorre que tudo indica que, com o fim das injeções de dinheiro público na esfera do consumo, teremos uma nova queda no consumo, com a redução e, depois, o fim do auxílio emergencial e o esgotamento dos programas de manutenção do emprego do governo federal.
O dado da pesquisa que, na Folha, indicou que um quarto das empresas do setor de serviços pretende passar a demitir é o mais evidente sinal de que a crise, como a pandemia, está muito longe de acabar.
E porque isso acontece?
Em primeiro lugar, voltar ao patamar pré-pandemia está distante no setor mais importante da economia, o de serviços. Nos demais, indústria e comércio têm como referência um mês de fevereiro que, fraco, nem mesmo conseguia reproduzir os níveis medíocres de 2019. A agricultura, à qual o perfil exportador faz repercutir pouco no mercado interno, salva-se pelo dólar alto e pelas compras chinesas, embora ambos tenham efeitos devastadores internamente.
Hoje, a Fundação Getúlio Vargas soltou mais um de sua série de índices de preços, a segunda prévia do Índice Geral de Preços -Mercado. E o registro da alta de preços – empurrados pelas matérias primas e sustentando a elevação da primeira prévia de setembro – é assombroso, dobrando em um mês, de 2,34% para 4,57% a taxa mensal. Isto mesmo, mensal!
As matérias primas de origem agrícola seguem puxando a fila, com elevação de 8,42%, ante 3,56% de variação mensal em agosto. No atacado, como um todo, a taxa subiu de 3,15% para 6,36% no mês.
Se, como é óbvio, a transferência destes custos não pode ocorrer para o produto final, bloqueado pela limitação do poder de compra e consumo, o resultado é o estreitamento ou mesmo a anulação da margem de lucro, o aperto nos custos de pessoal e, como já vem ocorrendo há tempos, o desmonte das estruturas produtivas nacionais.
Isso anula, sob o ponto de vista da produção, o impacto positivo dos juros baixos que, indica a decisão do Copom em mantê-los em 2% que terminou o processo de estímulo financeiro por esta via, porque com a inflação ao consumidor travada, não se quer ampliar produção que não se paga ou remunera mal.
Ocorre que tudo indica que, com o fim das injeções de dinheiro público na esfera do consumo, teremos uma nova queda no consumo, com a redução e, depois, o fim do auxílio emergencial e o esgotamento dos programas de manutenção do emprego do governo federal.
O dado da pesquisa que, na Folha, indicou que um quarto das empresas do setor de serviços pretende passar a demitir é o mais evidente sinal de que a crise, como a pandemia, está muito longe de acabar.
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