segunda-feira, 27 de junho de 2016

O drama de Temer com a Lava-Jato

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Talvez agora muitos estejam se dando conta da razão de Michel Temer ter, antes de tudo, escolhido alguns ministros-chave.

O dos negócios, Moreira Franco; o das barganhas, Eliseu Padilha, e o da Polícia Federal, Alexandre de Moraes.

Não é preciso falar dos dois primeiros, um que anda como disse hoje o Nassif, andando a mil por hora na venda do patrimônio público e o segundo, que anda pesquisando filhos e netos de senadores para nomear e garantir o resultado do impeachment.

domingo, 26 de junho de 2016

As crueldades de Temer, o antipovo!

Por Altamiro Borges

Como vice-presidente "decorativo", Michel Temer conspirou nos bastidores contra a democracia. Já como presidente golpista, o Judas conspira contra os tímidos avanços sociais dos últimos anos. Ele é um típico Robin Hood às avessas: tira dos pobres para dar aos ricos. Em pouco tempo no Palácio do Planalto, o usurpador suspendeu o reajuste do "Bolsa Família", cortou o subsídio às camadas de baixa renda no "Minha Casa Minha Vida" e aprovou um plano de ajuste que corta drasticamente os recursos para a educação. Ele também aguarda o melhor momento, possivelmente depois da votação definitiva do impeachment de Dilma, para anunciar as suas reformas trabalhista e previdenciária, que retirarão direitos histórico dos trabalhadores e penalizarão ainda mais os aposentados e pensionistas.


Desmoralizar a política contra a democracia

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

Temer como presidente do Brasil é para acabar de desmoralizar a política. Um político corrupto, golpista, traidor, medíocre, sem nenhuma ideia na cabeça para dirigir o pais é o objetivo maior dos que querem acabar com o que há de democracia no Brasil e entregar de vez o poder nas mãos dos mercados e das corporações midiáticas.

Do que se trata é de desmoralizar definitivamente a política. O Brasil pode ser governado pelo Lula ou pelo Temer. Igualar tudo por baixo. Se trata de tentar envolver o maior líder político que o Brasil já teve na mesma lista de suspeitos de corrupção. Não importa que não exista prova alguma contra o Lula. Não importa que os outros sejam acusados de corrupção direta de milhões, enquanto Lula é acusado de ter um sítio e um apartamento que não são seus. O que interessa é jogar todos na mesma fogueira. Ou para buscar um salvador da pátria de fora da política, na mídia, ou de ter sempre governos fracos, que tenham que se render aos mercados e às campanhas da mídia.

Fantasmas de Temer e as eleições indiretas

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Definição 1 – os novos inquilinos do poder

Há dois grupos nítidos dentre os novos inquilinos do poder.

Um, o PMDB de Michel Temer, Eliseu Padilha, Moreira Franco, Geddel Vieira de Lima e Romero Jucá, grupo notório. O outro, um agrupamento em que se somam grupos de mídia, Judiciário, Ministério Público Federal e mercadistas do PSDB. Vamos chama-los de PSDB cover, pois inclui as alas paulistas e os mercadistas cariocas do PSDB. A banda de Aécio Neves é carta fora do baralho.

O fim da Lava-Jato e do seu emprego

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Que o governo interino de Michel Temer defenda publicamente que a Lava Jato precisa ter um ponto final, isso é compreensível. Afinal de contas, se a operação continuar, o fisiológico PMDB faz pufff! e desintegra no ar. Em outras palavras, é questão de sobrevivência.

O mais divertido tem sido observar que setores do empresariado nacional trocaram o usual filtro solar fator 60 (para peles brancas e sensíveis, claro) por óleo de peroba a fim de fazer coro com o governo interino. Dizem que se faz necessário informar qual a data limite da operação para que a economia volte a crescer.

Para onde vamos? Impasses da atual crise

Por Leonardo Boff, em seu blog:

A atual crise brasileira, talvez a mais profunda de nossa história, está pondo em xeque o sentido de nosso futuro e o tipo de Brasil queremos construir.

Celso Furtado com frequência afirmava que nunca conseguimos realizar nossa auto-construção, porque forças poderosas internas e externas ou articuladas entre si sempre o tinham e têm impedido.

Efetivamente, aqui se formou um bloco coeso, fortemente solidificado, constituído por um capitalismo que nunca foi civilizado (manteve a sua voracidade manchesteriana das origens), financeiro e rentista, associado ao empresariado conservador e anti-social e ao latifúndio voraz que não teme avançar sobre as terras do donos originários de nosso país, os indígenas e de acréscimo as dos quilombolas. Estes sempre frustraram qualquer reforma política e agrária, de sorte que hoje 83% da população vive nas cidades (bem dizendo, nas periferias miseráveis), pois esta sentia-se deslocada e expulsa do campo. Estas elites altamente endinheiradas se associaram a poucas famílias que controlam os meios de comunicação ou são donos delas.

A questão social enfraquece Europa

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Para entender o que ocorreu na Inglaterra, que decidiu sair da União Europeia por 51,9% dos votos, é bom lembrar que em julho de 2015 assistimos a um evento semelhante - e até mais enfático.

Por 61% dos votos, a população da Grécia disse com toda clareza que rejeitava o plano de austeridade que a União Europeia pretendia impor ao país. A cédula não perguntava, diretamente, se o eleitor queria ou não permanecer na UE. A pergunta era econômica. Mas, por essa via, a resposta teve um sentido obviamente semelhante. Pela segunda vez em menos de um ano, a população de um país europeu disse não.

Ainda só preto, pobre, prostituta e petista

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Se você colocar a frase “Preto, pobre, prostituta e petista” entre aspas e a jogar no Google, este link será o primeiro resultado. É de matéria publicada nesta página em 2013, por ocasião da prisão do ex-deputado pelo PT de SP José Genoino.

O petista em questão fora condenado “por corrupção”. Diante disso, naquela matéria reproduzi uma foto da mansão que ele auferiu com seus “atos corruptos” e que, graciosamente, reproduzi de novo no alto desta página.

O saco de maldades está ativo

Por Elaine Tavares, no blog Palavras insurgentes:

A abertura do processo de impedimento da presidenta Dilma Rousseff colocou o Brasil numa espiral de movimentação. Há manifestações contra o PT, mas há, em muito maior número, manifestações pelo Fora Temer, que junta tanto petistas quanto pessoas que não querem ver a normalidade constitucional rompida.

Todo esse emaranhado de atos, manifestações, passeatas e escrachos forma um caldo importante de gente em movimento que precisa ser alertada para outras maldades que seguem em andamento no Congresso Nacional. O governo interino tem editado muitas MPs, mas, além disso existem dezenas de outros projetos de lei em andamento.

O corte de R$ 1 trilhão da educação e saúde

Por Francisco Luís, no blog Viomundo:

Em 15 de junho, Michel Temer (PMDB-SP) enviou à Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/2016. Ela estabelece o teto da despesa pública federal por 20 anos. E, pelo acordo com os governadores, a proposta deve valer para Estados e provavelmente para Municípios.

Resultado: em 10 anos da PEC do governo usurpador cortará da Educação e Saúde de R$ 463 bilhões (se for apenas para o plano federal) a R$ 1 trilhão (caso a proposta se estenda a Estados e Municípios).

O divórcio entre Congresso e povo

Por Roberto Amaral, no site Carta Maior:

A crise, a palavra da moda, na boca dos políticos e dos eleitores descontentes, na boca de empresários e trabalhadores (com significados diversos), tonitruada pelos meios de comunicação de massa, essa crise brasileira de nossos dias, é, fundamentalmente, política, e é ao mesmo tempo uma crise de representatividade e de legitimidade que ataca de morte os Poderes da República.

É preciso conjurá-la, antes que ponha por terra o projeto de democracia representativa, antes que ameace a integridade institucional de que sempre se aproveitam as forças conservadoras para impor o retrocesso político e o retrocesso social.

Carta aberta ao senador Romário

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Esta é mais uma carta de uma série que poderá ser transformada em livro sob o título de “Cartas aos Golpistas”.

Caro Romário:

Gosto muito de uma frase: “Só não me decepcionei com você porque nunca esperei nada de você.”

Acho que é uma frase minha mesma. Às vezes a uso brincando, outra a sério.

No seu caso, é a sério.

Golpistas desmontam o Estado brasileiro

Por Marcos Verlaine, no site Vermelho:

Dizer que a Operação Lava Jato está paralisando os poderes Executivo e Legislativo constitui-se num tremendo equívoco. Pelo contrário! Está em curso, com força e desfaçatez, uma agenda conservadora e regressiva. É preciso denunciá-la, debatê-la e combatê-la, sob pena de retrocessos incomensuráveis.

Enquanto alguns setores políticos e sociais protestam e combatem o "golpe" que afastou a presidente reeleita em 2014, o governo do presidente interino Michel Temer (PMDB) e sua base parlamentar desmontam o Estado brasileiro. O quadro atual se configura em relevante contradição, pois as propostas, de autoria do governo anterior, colidem com o programa aprovado nas urnas em 2014.

As provas da propina para Aécio Neves

Por Renato Rovai, em seu blog:

O senador Aécio Neves, PSDB, foi citado mais uma vez em delações de ter sido beneficiado com propinas por Leo Pinheiro, ex-sócio da OAS, uma das empresas que construiu a Cidade Administrativa de Minas Gerais.

Essa obra além de ser a mais cara do período Aécio no governo do Estado foi também a mais contestada. Entre outros motivos, o lugar centralizou todas as secretarias do estado e fica num lugar distante do centro de Belo Horizonte, o que faz com que 20 mil funcionários tenham de se deslocar todos os dias para lá. Depois, a obra que tinha sido estimada para custar 500 milhões, acabou ficando em 1,26 bilhão. Ou seja, quase três vezes o seu valor original.

sábado, 25 de junho de 2016

A luta contra o desmonte da Petrobras

Por Altamiro Borges

Nesta sexta-feira (24), centenas de manifestantes ocuparam o prédio central da Petrobras na Avenida Paulista, no centro de São Paulo. O protesto, organizado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pela Frente Brasil Popular, teve como objetivo alertar a sociedade para os riscos do desmonte da maior estatal brasileira. Desde a concretização do “golpe dos corruptos”, o Judas Michel Temer tem sinalizado que pretende esvaziar o papel estratégico da empresa e acelerar a abertura da exploração do pré-sal - bem ao gosto das multinacionais do petróleo e da cobiça do império ianque.

Recessão trouxe o desemprego para ficar

Por Clemente Ganz Lúcio, na revista Teoria e Debate:

O desenvolvimento econômico visa gerar bem-estar e qualidade de vida. A política econômica precisa buscar, entre outros objetivos, gerar empregos e aumento real da renda do trabalho. A economia política do desenvolvimento deve se orientar pela centralidade do trabalho como produtor e organizador da vida social.

As crises econômicas, recorrentes no capitalismo, travam o sistema produtivo, destroem os empregos, arrocham a renda do trabalho e desorganizam a vida em sociedade, gerando insegurança, precarização, pobreza e bloqueando a construção do futuro.

Direita usa o PT para esmagar a esquerda

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Ora, ora, ora. E não é que a proverbial ruindade da Justiça brasileira subitamente acabou? Mas apenas quando se trata do PT, claro. Para os demais brasileiros, a Justiça continua morosa, falha e injusta (sobretudo para os mais pobres) ou inexistente (para os ricos). Subvertendo o mito grego, a “Justiça” brasileira não é cega, é caolha: só enxerga petistas.

Com a invasão da sede do PT pela Polícia Federal dentro da Operação Custo Brasil, a “luta contra a corrupção”, eufemismo para a perseguição pura e simples a membros do Partido dos Trabalhadores, atinge um novo estágio, aterradoramente similar ao que vivemos durante a ditadura militar: a sede de um partido político foi devassada por policiais, não por coincidência vestidos com uniformes camuflados, como se fossem do Exército. Para completar o clima de revival, só faltaram os tanques.

Temer: fragmentos do discurso autoritário

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Em duas recentes entrevistas, o presidente interino Michel Temer soltou fragmentos de discurso reveladores da personalidade política que dele emergiu após assumir o governo. O conciliador de antes deu lugar a uma figura autoritária e soberba. Um semiólogo faria uma decupagem notável. Eu pinço apenas três pontos carregados de significados.

União Europeia ameaça ruir. E agora?

Ilustração: Alexander Dubovsky/http://www.cartoonmovement.com/
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

“É a segunda vez que minha geração tem a sensação de ´fim-do-mundo-tal-como-o-conhecemos”.

A frase acima é de Antonio Luiz M. C. Costa, e foi retirada do twitter do jornalista – que escreve sobre temas internacionais na revista CartaCapital. Antônio se refere, é claro, à decisão dos eleitores do Reino Unido, de sair da União Européia.

A primeira vez que nossa geração (dele e minha) teve essa sensação foi quando a União Soviética ruiu, há 25 anos. Agora é a arquitetura política do mundo capitalista que também ameaça desabar.

O Reino Unido dá um salto no escuro

Ilustração: Alex Falcó/http://www.cartoonmovement.com/
Por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista CartaCapital:

O resultado do referendo britânico sobre a permanência (Brestay) ou saída (Brexit) do Reino Unido da União Europeia provocou choque no mundo com a vitória da campanha pela saída, que amealhou 52% dos votos (17,4 milhões contra 16,1 milhões).

Entre as vítimas iniciais do Brexit estão a libra esterlina, derrubada a seu valor mais baixo desde 1986, e o primeiro-ministro David Cameron, que anunciou sua renúncia após seis anos no poder.

A jogada não parecia tão arriscada em janeiro de 2013, quando Cameron, para contentar os eurocéticos no próprio partido, prometeu conquistar melhores condições para o país na organização e submeter a permanência a consulta até o fim de 2017, caso fosse reeleito em maio de 2015.

José Serra e a diplomacia da burrice

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Há um constrangimento quase geral no mundo com a saída do Reino Unido da União Europeia.

Até agora, na contramão deste sentimento só tínhamos as “mulas” da extrema-direita: Donald Trump, Marine Le Pen e congêneres.

Ganharam agora uma minúscula mas tropical companhia: José Serra.

Como as corporações cercam a democracia

Por Ladislau Dowbor, no site Outras Palavras:

“A política mudou de lugar: a globalização desafia radicalmente os quadros de referência da política, como prática e teoria”. Octávio Ianni [2]

“Capture is more subtle and no longer requires a transfer of funds, since the politician, academic or regulator has started to believe that the world works in the way that bankers say it does”. Joris Luyendijk [3]


Olhar o século 21 pelas lentes do século passado não ajuda. Quando pensamos o mundo da economia, pensamos ainda em interesses econômicos e mecanismos de mercado. A política, o poder formal, os impostos, o setor público em geral representariam outra dimensão. Não é nova a ruptura destas fronteiras, a penetração dos interesses de grupos econômicos privados na esfera pública. O que é novo, é a escala, a profundidade e o grau de organização do processo. O que já foram deformações fragmentadas, penetrações pontuais através de lobbies, de corrupção e de “portas-giratórias” entre o setor privado e o setor público se avolumaram, e por osmose estão se transformando em poder político articulado em que o interesse público é que aflora apenas por momentos e segundo esforços prodigiosos de manifestações populares, de frágeis artigos na mídia alternativa, de um ou outro político independente. O poder corporativo tornou-se sistêmico, capturando uma a uma as diversas dimensões de expressão e exercício de poder, e gerando uma nova dinâmica, ou uma nova arquitetura do poder realmente existente.

O golpismo contra-ataca

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Emir Sader, no site Sul-21:

Mesmo com as nuvens carregadas das acusações contra membros do governo e do próprio presidente interino, além da situação limite em que se encontra Eduardo Cunha, as forças golpistas retomaram iniciativa em todos os planos, contra atacam e buscam consolidar o projeto na votação de agosto no Senado.

Contam com a falta de iniciativa política unificada das forcas democráticas, de que a suspensão da segunda reunião, terça-feira passada, entre Dilma, Requião, movimentos sociais e parlamentares, foi um sintoma claro. Contam com uma certa baixa do ritmo de manifestações contra o golpe, compreensível, porque é impossível manter aquele ritmo por muito tempo, ainda mais sem uma perspectiva de solução política positiva no horizonte.

"Escola Sem Partido" e o Papai Noel

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

O bicho está pegando na educação. É tanto problema que você pode montar o seu combo: roubo de merenda, escolas ocupadas, universidades em greve (e quebradas), proposta de teto orçamentário ameaçando investimentos na área, Plano Nacional de Educação completando dois anos sem NENHUMA meta cumprida e por aí vai.

Mas a julgar pelo que se passa no Congresso Nacional e na mídia, o grande mal da educação brasileira tem outro nome: “Doutrinação Político-Partidária”.

Os números da economia em maio

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Contrariando as "previsões" da mídia e do "mercado", o Brasil registrou, no mês passado, superávit de 1.2 bilhões de dólares em transações correntes, devido, principalmente, a um superávit de mais de 6 bilhões de dólares no comércio com outros países, que chegou a quase 20 bilhões de dólares nos primeiros 5 meses do ano.

Em maio, o Investimento Estrangeiro Direto também foi de mais de 6 bilhões de dólares, completando, nos últimos 12 meses, cerca de 79 bilhões de dólares, uma gigantesca soma de mais de 260 bilhões de reais.

Serra agride o Mercosul em favor do EUA

Por Helder Lima, na Rede Brasil Atual:

O ministro interino das Relações Exteriores, José Serra, ataca veladamente o Mercosul. Serra alega que o país deve poder celebrar acordos comerciais com os mais diferentes países. O que está em jogo é uma resolução do Mercosul, a Decisão 32, de 2000, que define que os acordos comerciais não podem ser feitos sem aprovação do bloco. Ontem (24) o próprio presidente interino Michel Temer saiu em defesa da ideia, em entrevista à rádio Estadão, pregando a necessidade de flexibilizar a decisão para que o país faça acordos tarifários livres com os parceiros que quiser.

Plano de Meirelles é ditadura econômica

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Depois de fracassar na montagem da fantasia de um governo envolvido num comportamento ético com alguma diferença notável em relação aos antecessores, o último conto da Carochinha que acompanhou a ascensão de Michel Temer ao Planalto reside na promessa de recuperação econômica.

Está difícil. Num país onde as instituições se embaralharam, a economia e a justiça só podem andar no mesmo compasso. É o que revela reportagem de Fernando Scheller e Monica Scaramuzzo, publicada pelo Estado de S. Paulo (19/6/2016), que aponta os números das 32 grandes empresas investigadas diretamente pela Lava Jato e pela Operação Zelotes e revela um estado de calamidade previsível mas ainda mais grave do que se poderia imaginar.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

A farsa da CPI da máfia da merenda em SP

Por Altamiro Borges

Os tucanos detestam CPIs – como confessou o falecido coronel Sérgio Guerra, ex-presidente nacional do PSDB, em um vídeo que a mídia amiga já tratou de arquivar. Eles só gostam de comissões parlamentares de inquérito para desgastar os adversários políticos e para achacar os supostos envolvidos em mutretas. Quando há risco de virarem alvos, eles fazem de tudo para sabotar as investigações. Prova disto ocorre – pela enésima vez – em São Paulo. Nesta quarta-feira (22), houve a primeira sessão da “CPI da Merenda” na Assembleia Legislativa do Estado. Há inúmeras provas de que tucanos de alta plumagem, a começar do presidente da Alesp, o moralista sem moral Fernando Capez, roubaram a comida das escolas. A sessão, porém, deixou evidente que a CPI será uma farsa.

A onda de ódio e preconceito em debate

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A onda de ódio e preconceito na sociedade será tema da 8ª edição do Ciclo de Debates Que Brasil é Este?, marcada para o dia 4 de julho, às 19 horas, na sede do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé (Rua Rego Freitas, 454, conjunto 83), em São Paulo. Estão confirmadas as presenças dos seguintes debatedores:

Bradesco, Safra e Gerdau sumiram da mídia

Por Altamiro Borges

É impressionante como a mídia privada - nos dois sentidos da palavra - protege os seus bilionários anunciantes privados. As corporações empresariais podem cometer os maiores crimes - sonegação fiscal, evasão de divisas ou desvio de recursos públicos -, mas logo são absolvidas pela imprensa venal. No final de maio, a Polícia Federal indiciou o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, suspeito por fraudes na Receita. Meses antes, dirigentes do banco Safra e da Gerdau também foram denunciados por crimes fiscais. Nos primeiros dias, os escândalos corporativos não tiveram como ser acobertados. Na sequência, porém, eles simplesmente sumiram do noticiário dos jornalões, revistonas e emissoras de rádio e televisão. A cumplicidade explícita lembra o pacto dos mafiosos!

Carta aberta a Sérgio Moro

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Caro Moro:

Me desculpe a franqueza, mas o senhor é uma desgraça nacional. Simboliza a justiça partidária que tanto mal faz ao país.

O senhor é um antiexemplo. No futuro, quando formos uma sociedade mais avançada, ficará a pergunta: como pudemos tolerar um juiz tão parcial?

Sequer as aparências o senhor respeitou. São abjetas as imagens em que o senhor aparece ao lado de barões da mídia como João Roberto Marinho e de políticos da direita como João Dória.

Golpe no Paraguai: 4 anos de devastação

Por Mariana Serafini, no site Vermelho:

Há exatos quatro anos o presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, assistia ao golpe de Estado contra si mesmo por uma televisão em seu gabinete no palácio de governo. Do lado de fora, atiradores de elite apontavam armas de fogo contra os manifestantes que lutavam pela democracia. A primeira ação dos golpistas foi atacar os movimentos sociais. Estava anunciado o tom do próximo governo.

O presidente Horacio Cartes foi eleito pouco mais de um ano depois do golpe. Com margem estreita frente aos golpistas do Partido Liberal Radical Autêntico, o Partido Colorado voltou ao poder, depois dos quatro anos de Lugo. Era o fim do curto ciclo progressista e uma volta triunfal do neoliberalismo, com toda a legitimidade que um Estado democrático garante.

Temer: tirar dos pobres para salvar os ricos

Do site da UJS:

Se as intenções dos golpistas ainda não eram claras para toda a população na data do golpe, agora começa a ficar evidente para os trabalhadores e trabalhadoras que, certamente, de seu lado não está o governo ilegítimo.

Em entrevista concedida essa semana ao canal Globo News, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o economista parte para cima dos direitos dos trabalhadores “Ou alteramos a Constituição, como está sendo proposto, ou os gastos públicos no Brasil vão continuar a aumentar”.

A marcha do retrocesso neoliberal

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

Entre os dias 15 e 16 de junho, a Fundação Perseu Abramo (FPA) promoveu o seminário “O Brasil do Golpe: o Plano Temer sob análise”. Na pauta, o desmonte das políticas sociais, culturais e emancipatórias (leia mais aqui) e, evidentemente, o retrocesso neoliberal na economia.

A subordinação externa do país e a política econômica, imposta pelo governo golpista, foram debatidas por Arno Augustin (economista e ex-secretário do Tesouro Nacional), Gilmar Mauro (dirigente nacional do MST) e Giorgio Romano (Universidade Federal do ABC - UFABC).

A classe média quer chutar a escada

Por Camila Tribess, no site Brasil Debate:

O que reunia todas essas diferenças, para além da defesa da lei, da ordem e dos bons costumes? Tinham todos uma profunda aversão ao protagonismo crescente das classes trabalhadoras na história republicana brasileira depois de 1945. Não se tratava, muitas vezes, de algo racional. No mais das vezes, era uma reação instintiva, uma coisa epidérmica, uma náusea, um desgosto ver aquelas gentes simplórias, subalternas, ascender a posições de influência e mando. Vindas não se sabia de onde, como que emergindo dos bueiros, estavam agora nos palácios, nas solenidades. Pessoas bregas, cafonas, não se vestiam direito, nem sabiam falar, como poderiam ser autorizadas a fazer política e a frequentar os palácios? Era urgente fazê-las voltar ao lugar de onde nunca deveriam ter saído: o andar de baixo.

(Daniel Aragão Reis – O colapso do populismo: acerca de uma herança maldita. 2001)


Plano Temer destruirá a educação e a saúde

Por Vagner Freitas, no site da CUT:

Com o imponente nome de "Novo Regime Fiscal", o governo interino apresentou mais uma série de propostas que atacam, mais uma vez, os direitos da classe trabalhadora e de toda a sociedade.

O tal regime fiscal é, na verdade, um teto de gastos que vai reduzir drasticamente os investimentos em políticas públicas de Saúde e Educação fundamentais para a grande maioria dos brasileiros.

O interino Temer quer mudar as regras do jogo pelos próximos 20 anos. Se a proposta for aprovada, o crescimento dos gastos públicos terá como teto a variação do índice de inflação oficial, o IPCA-IBGE, até 2037.

Unidade da esquerda para derrotar o golpe

Por Adalberto Monteiro, no site da Fundação Maurício Grabois:

O objetivo prioritário do governo interino é condenar a presidenta Dilma Rousseff no julgamento do Senado Federal, e, assim, governar até 2018. É uma obviedade: os golpistas estão focados em consumar o golpe. E a resistência democrática e a esquerda, que é seu núcleo propulsor, evidentemente, se batem, para derrotar o golpe, mas, nesta hora crucial, marcam passo, uma vez que estão divididos quanto ao melhor caminho.

Embora avariado pela queda de três ministros alvejados pela Lava Jato, e impactado pela desgraça que traga Eduardo Cunha, seu irmão siamês, Michel Temer, usa e abusa do trono presidencial usurpado, para obter os 2/3 de votos necessários no Senado para se livrar da terrível dualidade de um só país e dois palácios; um presidente e uma presidenta a um só tempo. Ele, ilegítimo, ela detentora de um mandato sufragado por mais de 54 milhões de votos.

Lava-Jato e o xadrez do golpe aperfeiçoado

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Em uma das colunas passadas, descrevi a chamada subversão das palavras e dos conceitos. É quando o clima persecutório se infiltra por todos os poros do universo da informação, adultera fatos, conceitos e princípios e bate no coração do Judiciário. E aí se tem a subversão final, do magistrado que primeiro define o alvo para só depois ir atrás da justificativa.

Peça 1 – o novo normal entre os juízes de 1a instância
Em novembro do ano passado, o jovem juiz Paulo Bueno de Azevedo, da 6a Vara Criminal Federal de São Paulo, afirmava ser partidário da discrição. A 6a Vara abrigou as operações Satiagraha e Castelo de Areia.

Mudança de foco da Lava-Jato favorece Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A Operação Lava Jato, que vinha mantendo seu foco no envolvimento de políticos do PMDB com o esquema de corrupção na Petrobrás, e causou a queda de três ministros de Temer, voltou a mirar o PT nesta quinta-feira, dois dias depois da visita do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ao comando da Operação em Curitiba.

A coincidência está sendo registrada por petistas e por movimentos sociais que também foram alvo da Operação Custo Brasil de hoje, que prendeu o ex-ministro Paulo Bernardo e o secretário municipal de Gestão de São Paulo, Valter Correia, invadiu a sede do PT em Brasília e São Paulo e fez busca e apreensão na casa do ex-ministro Carlos Gabas. O MST também foi alvo da operação em Goiás. A mudança de foco, do PMDB para o PT, favorece o governo na fase final do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Temer nomeia “jovem” que agrediu mulheres

Por Altamiro Borges

Tão paparicado pela mídia golpista, o “ministério de notáveis” de Michel Temer é um espanto. Só reúne trastes. É um verdadeiro soco na cara até dos “midiotas” que saíram às ruas para exigir o “Fora Dilma”. Em pouco mais de um mês do governo interino, três ministros já foram defecados após denúncias de corrupção. Outros 12 têm seus nomes citados em vários processos judiciais – quatro deles na midiática Operação Lava-Jato. E quando o time já parecia da pior escória, o Judas ainda nomeia para um cargo no Ministério dos Esportes o dono do “helicoca” – o helicóptero apreendido com quase meia tonelada de pasta de cocaína – e um “jovem” agressor de mulheres para a Secretaria Nacional de Juventude.

A Fiesp e a política externa de Serra

Por Tatiana Berringer, na revista CartaCapital:

A política externa foi um instrumento importante dos programas de governo do PSDB e do PT. Em conjunto com as demais políticas (econômica e social) a atuação internacional do Estado brasileiro foi determinada pelos interesses das frações de classe hegemônicas no bloco no poder que dirigiram duas frentes políticas distintas: a neoliberal e a neodesenvolvimentista.

A primeira é dirigida pela burguesia compradora, fração de classe subordinada ao capital externo, que reproduz de maneira passiva os interesses imperialistas no interior da formação social brasileira.

A segunda frente é dirigida pela grande burguesia interna brasileira, fração dependente do capital externo, mas que, ao mesmo tempo, concorre com ele e, por isso, necessita da intervenção estatal para garantir a sua sobrevivência.

Paulo Bernardo e a prisão-espetáculo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Se o senhor Paulo Bernardo praticou, de fato, as falcatruas de que o acusam, pague por elas.

No mundo civilizado é – ou deveria ser – assim: acusação, defesa, julgamento e pena (ou absolvição).

Prisão se justifica quando há algum elemento de surpresa na ação, que permite coleta de provas que, de outro modo, seriam destruídas.

Como, por exemplo, aconteceu em Pernambuco, onde o “bote” sobre vários empresários – alguns laranja – era necessário à apreensão de documentos. Ainda assim, com erro de planejamento, porque acabou permitindo que um deles, não localizado, tenha aparecido morto em circunstâncias ainda não esclarecidas.

A audiência e a relevância da TV Brasil

Por Elizângela Araújo, no site do FNDC:

Ao participar da audiência pública em defesa da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na Câmara dos Deputados, nesta terça (21/6), o presidente da empresa, Ricardo Melo, rebateu o argumento de que a TV Brasil teria uma audiência inexpressiva e custaria caro para o Estado. Para o jornalista, o debate sobre a EBC a partir da medição da audiência por critérios estritamente comerciais é "o mais rasteiro possível". O jornalista também atacou a ausência de discussão sobre o bloqueio judicial dos recursos gerados pela Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública, que segundo ele já somam quase dois bilhões de reais; e sobre os contingenciamentos por parte do governo.

As máscaras dos golpistas caíram

Por Antônio Escosteguy Castro, no site Sul-21:

Recentemente de passagem por Porto Alegre, quando veio para a abertura de um congresso de advogados trabalhistas, o ex-presidente da OAB Nacional, Cesar Brito, em entrevista ao Sul21 caracterizou estes tempos que vivemos como o tempo das “máscaras caídas”. “As pessoas têm se revelado exatamente como elas são, sem retoques. Você externa o que pensa, quem é homofóbico externa sua face homofóbica, quem tem seu ódio racial, externa seu ódio racial, e quem tem a coragem de resistir também externa sua forma de resistir”, disse ele. É uma imagem precisa dos tempos atuais. As pessoas, na profunda luta política e ideológica que se seguiu à reeleição de Dilma, desnudaram-se completamente. Agora sabemos quem é quem.

Bolsonaro e o pânico nas redes sociais

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Muita gente não se deu conta do impacto da decisão do Supremo Tribunal Federal que aceitou, nesta terça (21), denúncia de incitação ao crime de estupro e transformou o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em réu em uma ação penal. Bolsonaro havia declarado, no Congresso Nacional, que não estupraria a deputada Maria do Rosário porque ela “não merece'', repetindo o conteúdo em uma entrevista.

Segundo os ministros que avaliaram a denúncia, apresentada pela Procuradoria Geral da República, Bolsonaro não estava respaldado por imunidade parlamentar porque o ocorrido não teve relação com o exercício de seu mandato. Segundo o relator Luiz Fux, a mensagem que ele proferiu significa que há mulheres em posição de merecimento de estupro. “A violência sexual é um processo consciente de intimidação pelo qual as mulheres são mantidas em estado de medo.''

Cunha vira réu por contas secretas na Suíça

Da Rede Brasil Atual:

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (22), por unanimidade, com os votos dos 11 ministros da Corte, abrir ação penal contra o contra o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desta vez pelo recebimento de R$ 5 milhões de propina em contas não declaradas na Suíça.

Cunha vai responder por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas e passará à condição de réu pela segunda vez no STF. Os ministros acompanharam voto do relator, Teori Zavascki. Segundo o ministro, Cunha é beneficiário e o verdadeiro controlador das contas na Suíça, de acordo com as provas apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O presidente afastado da Câmara, responsável pela abertura do processo de impeachment de Dilma Roussef no Congresso, recebeu R$ 5 milhões de propina nas contas de seu truste, com o objetivo de ocultar a origem dos valores.

O pacote real de maldades de Temer

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Se tivesse que escolher um único adjetivo para o comportamento que o presidente de facto, Michel Temer, adotou em recente entrevista ao jornalista Roberto D’Ávila em uma tevê a cabo (Globo News) – revelando, assim, desinteresse pela opinião pública, já que ele não pode ter medo de panelaço pois os paneleiros são seus comparsas –, esse adjetivo seria “dissimulado”.

Temer revelou a característica de todos os políticos malandros que todos sabem que são ladrões, mas que não se indignam com acusações e críticas pesadas de entrevistadores porque sabem que são todas verdadeiras.

O que vai acontecer na eleição de 2016?

Por Renato Rovai, em seu blog:

Uma regra que costuma ser tratada como praticamente absoluta por políticos e analistas da área é a de que nas eleições municipais o cenário nacional conta pouco.

Faz algum sentido, mas nem tanto.

Seria mais razoável dizer que quando a situação econômica nacional é confortável, todos ganham. E quando é ruim, quase todos perdem.

Isso acontece porque eleitores costumam avaliar governos de maneira generalizada.

Briga de aeroporto e a temperatura política

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O conflito entre o senador José Aníbal (PSDB-SP) e o advogado Bruno Rodrigues de Lima, que o chamou de "golpista" e "traidor do Brasil" na manhã de ontem, na área próxima do desembarque de passageiros do Aeroporto JK, em Brasília, é um retrato atualizado do momento político brasileiro.

Para quem se habituou, desde o julgamento da AP 470, também conhecida como Mensalão, a assistir ao linchamento moral de personalidades ligadas ao governo Lula e ao Partido dos Trabalhadores, a cena mostra uma situação oposta. José Aníbal foi o quarto caso de político ligado ao presidente interino Michel Temer que foi hostilizado publicamente.

Como Temer traiu a si próprio

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Comparei outro dia Michel Temer ao Rubião de Machado - o legítimo, o de Quincas Borba, não o delator. Rubião via as pessoas na rua e, na sua sandice delirante, imaginava que fossem populares saudando-o. Achava que era Napoleão III.

Na entrevista que deu a Roberto Dávila na GloboNews, Temer reafirmou seu caráter de Rubião. Conseguiu dizer, por exemplo, que carregou muitos votos para Dilma nas eleições presidenciais.

Ora, ora, ora.