Por Tereza Cruvinel, em seu blog:
A Operação Lava Jato, que vinha mantendo seu foco no envolvimento de políticos do PMDB com o esquema de corrupção na Petrobrás, e causou a queda de três ministros de Temer, voltou a mirar o PT nesta quinta-feira, dois dias depois da visita do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ao comando da Operação em Curitiba.
A coincidência está sendo registrada por petistas e por movimentos sociais que também foram alvo da Operação Custo Brasil de hoje, que prendeu o ex-ministro Paulo Bernardo e o secretário municipal de Gestão de São Paulo, Valter Correia, invadiu a sede do PT em Brasília e São Paulo e fez busca e apreensão na casa do ex-ministro Carlos Gabas. O MST também foi alvo da operação em Goiás. A mudança de foco, do PMDB para o PT, favorece o governo na fase final do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Em sua visita a Curitiba na terça-feira, a pretexto de apoiar a Lava Jato, o ministro da Justiça reuniu-se com o juiz Sergio Moro, com procuradores e mais longamente com a equipe da Polícia Federal. Deste último encontro participaram o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, o superintendente regional no Paraná, Rosalvo Ferreira Franco, e o chefe da PF na Lava Jato, em Curitiba, Igor Romário de Paula. Fez declarações enfáticas de apoio à Operação.
A visita de “cortesia” do ministro foi vista como um gesto para neutralizar as suspeitas de que, sob Temer, a Lava Jato seria enfraquecida, tal como projetado nas conversas que Sergio Machado gravou com Romero Jucá e outros peemedebistas, tramando o impeachment como meio de deter a “sangria” da classe política. Na semana passada o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, defendeu a fixação de prazo para o encerramento da Operação, o que também pegou mal em Curitiba.
Sobre a relação que vem sendo feita entre sua viagem a Curitiba e a operação desta quinta, Moraes comentou: "Não há nenhuma relação da minha visita institucional, de apoio à Lava Jato, provavelmente seja isso que tenha deixado desconfortável essas pessoas, é que o governo anterior jamais apoiou institucionalmente a Lava Jato, porque o governo anterior jamais apoiou o combate à corrupção", disse.
Depois da posse de Moraes, que foi advogado de Eduardo Cunha, o presidente da Associação Nacional dos Delegados Federais chegou a externar a “preocupação” da instituição com a nomeação de ministros investigados pela Lava Jato. O procurador Deltan Dallagnol também mencionou o temor de que “pessoas poderosas e influentes” tentassem barrar as investigações.
Com a operação de hoje, a Lava Jato prova que continua tendo bala na agulha, mas mudou a direção de seus tiros.
A Operação Lava Jato, que vinha mantendo seu foco no envolvimento de políticos do PMDB com o esquema de corrupção na Petrobrás, e causou a queda de três ministros de Temer, voltou a mirar o PT nesta quinta-feira, dois dias depois da visita do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ao comando da Operação em Curitiba.
A coincidência está sendo registrada por petistas e por movimentos sociais que também foram alvo da Operação Custo Brasil de hoje, que prendeu o ex-ministro Paulo Bernardo e o secretário municipal de Gestão de São Paulo, Valter Correia, invadiu a sede do PT em Brasília e São Paulo e fez busca e apreensão na casa do ex-ministro Carlos Gabas. O MST também foi alvo da operação em Goiás. A mudança de foco, do PMDB para o PT, favorece o governo na fase final do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Em sua visita a Curitiba na terça-feira, a pretexto de apoiar a Lava Jato, o ministro da Justiça reuniu-se com o juiz Sergio Moro, com procuradores e mais longamente com a equipe da Polícia Federal. Deste último encontro participaram o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, o superintendente regional no Paraná, Rosalvo Ferreira Franco, e o chefe da PF na Lava Jato, em Curitiba, Igor Romário de Paula. Fez declarações enfáticas de apoio à Operação.
A visita de “cortesia” do ministro foi vista como um gesto para neutralizar as suspeitas de que, sob Temer, a Lava Jato seria enfraquecida, tal como projetado nas conversas que Sergio Machado gravou com Romero Jucá e outros peemedebistas, tramando o impeachment como meio de deter a “sangria” da classe política. Na semana passada o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, defendeu a fixação de prazo para o encerramento da Operação, o que também pegou mal em Curitiba.
Sobre a relação que vem sendo feita entre sua viagem a Curitiba e a operação desta quinta, Moraes comentou: "Não há nenhuma relação da minha visita institucional, de apoio à Lava Jato, provavelmente seja isso que tenha deixado desconfortável essas pessoas, é que o governo anterior jamais apoiou institucionalmente a Lava Jato, porque o governo anterior jamais apoiou o combate à corrupção", disse.
Depois da posse de Moraes, que foi advogado de Eduardo Cunha, o presidente da Associação Nacional dos Delegados Federais chegou a externar a “preocupação” da instituição com a nomeação de ministros investigados pela Lava Jato. O procurador Deltan Dallagnol também mencionou o temor de que “pessoas poderosas e influentes” tentassem barrar as investigações.
Com a operação de hoje, a Lava Jato prova que continua tendo bala na agulha, mas mudou a direção de seus tiros.
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