Por André Rosa, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
Na década de 60, quando ainda vivíamos sob o jugo de uma feroz ditadura, parte de nossa intelectualidade combatia o regime com as armas do humor e do deboche. O teatro, a música e o cinema floresciam como nunca. Nos palcos, peças como “Liberdade, liberdade” (Millôr Fernandes, dir. Flávio Rangel) e “O rei da vela” (Oswald Andrade, dir. José Celso Martinez Corrêa) tiravam o sono dos militares. No jornalismo, o semanário O Pasquim fez história. Matéria-prima não faltava. Os brucutus que apreendiam livros sobre “cubismo” (coisa de cubano) e que queriam enjaular o perigoso comunista Sófocles, autor da subversiva “Electra”, não davam descanso à pena de nossos jornalistas. Assim nasceu o Febeapá.