Charge: Zepa |
Às vésperas de um pleito que é, sem dúvida, o mais importante de quantos tivemos desde o fim da ditadura instaurada em 1º de abril de 1964 (regime de terror que nos atanazaria por 21 longos e doloridos anos), o país volta a ser inquietado pelo temor de um golpe de Estado. Essa ameaça, aliás, não é nova, pois é a marca do atual governo, desde seus primeiros dias perseguindo a construção de um regime autoritário. Por mais de uma vez, como no 7 de setembro do ano passado, o capitão esteve próximo de romper com a ordem institucional. Sempre com apoio de seus seguidores, permanentemente mobilizados, como nos regimes fascistas nos quais busca inspiração. No quadro presente, frustradas as maquinações anteriores, o ponto nevrálgico é o processo eleitoral. A extrema-direita teme perder as eleições para Luiz Inácio Lula da Silva, que, líder nas pesquisas de intenção de voto em 2018, foi impedido de participar do processo eleitoral pela aliança do judiciário e do oligopólio da comunicação com o bolsonarismo emergente. Desta feita, candidato e eventualmente eleito, o “peixe barbudo”, na linguagem de Leonel Brizola, pode ter sua posse contestada mediante o questionamento da lisura das eleições.