segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Temer vai engavetar a Lava-Jato?

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Por Altamiro Borges

No áudio de uma conversa entre mafiosos, Romero Jucá já havia confessado que o principal objetivo do impeachment de Dilma era "estancar a sangria" das investigações da Lava-Jato. O vazamento do diálogo causou a primeira queda no "ministério de notáveis", mas Romero Jucá se manteve como "o homem-forte" de Michel Temer e virou presidente do PMDB. Agora, a insuspeita revista "Veja", não se sabe ainda por quais motivos oportunistas, traz uma entrevista bombástica com o quarto ministro defenestrado do covil golpista. "O governo quer abafar a Lava Jato", garante Fábio Medina Osório, que foi exonerado do cargo de chefe da Advocacia-Geral da União (AGU) nesta sexta-feira (9).

Temer e Cunha irão ao palanque da Marta?

Por Altamiro Borges

A senadora Marta Suplicy, que militou no PT por 33 anos e teve o apoio da sigla para galgar vários cargos públicos, pretendia aproveitar o sentimento antipetista disseminado pela mídia para alavancar a sua campanha à prefeitura de São Paulo neste ano. Mas os crescentes protestos contra o "golpe dos corruptos" e pelo "Fora Temer", que agitam a capital paulista quase todos os dias, podem atrapalhar o seu plano eleitoreiro e oportunista. A nova correligionária de Michel Temer e Eduardo Cunha - dois ícones do falso moralismo - até tenta disfarçar o incômodo. Mas tudo indica que seus marqueteiros, com base em pesquisas qualitativas, já perceberam o peso das péssimas companhias.

Michel Temer e o golpe comunista em curso

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Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Em entrevista ao jornal O Globo, Michel Temer disse que, quando despacha em sua mesa e ela tem todos os assentos ocupados, sente-se como o imperador Carlos Magno.

''Eu me sinto aqui como Carlos Magno. Quando eu tinha 11 anos de idade, eu ganhei um livro chamado “Carlos Magno e os 12 cavaleiros da Távola Redonda” e eu li aquele livro e era assim: os 12 cavaleiros.”

Para um desavisado, Michel teria apenas misturado as histórias do imperador europeu, que viveu entre os anos 742 e 814, e a Távola Redonda – lendária mesa redonda em torno da qual sentaram-se valorosos cavaleiros da corte do não menos lendário (ou fictício) rei Artur.

Globo virou o Diário Oficial da União

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Como previsto, o Globo retomou rapidamente sua vocação de Diário Oficial da União.

Foi assim ao longo de toda a ditadura militar, e também nos governos civis que vieram depois. Isso só mudou na Era PT.

A lógica é: eu apoio incondicionalmente e você me enche de mamatas, a começar por bilionárias verbas publicitárias. E também não me incomoda com coisas como minhas sonegações.

Um punhado de otários consumistas

Por Ladislau Dowbor, na Rede Brasil Atual:

Eu costumava jogar futebol bem, e ia com meu pai ver o Corinthians jogar no estádio do Pacaembu, em São Paulo. Mas, principalmente, brincávamos entre nós, onde e quando podíamos, com bolas improvisadas ou reais. Isso não é nostalgia dos bons tempos, mas um sentimento confuso de que quando o esporte foi reduzido a ver grandes caras fazendo grandes coisas na TV, enquanto a gente mastiga alguma coisa e bebe uma cerveja, não é o esporte, mas a cultura no seu sentido mais amplo, que se transformou numa questão de produção e consumo. Não em alguma coisa que nós próprios criamos.

Tudo em Temer é hipocrisia

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A entrevista de Michel Temer a O Globo e a manchete do Estadão desenham o que é Michel Temer: um homem vazio de qualquer conteúdo, exceto o de sua natureza traiçoeira e ambiciosa.

Tudo ali é falso, inclusive a “modéstia” de dizer que não quer o retrato e a faixa presidenciais.

Considera-se legitimado porque “nós ganhamos a eleição por 3,2 milhões de votos”, referindo-se à vantagem de Dilma sobre Aécio Neves nas eleições de 2014, (nem aí é exato: foram 3.459.963 votos de diferença), o que lhe permite o paupérrimo argumento:


O que a esquerda tem diante de si?

Por Wladimir Pomar, no site Brasil Debate:

Em qualquer processo de longo prazo, muitas vezes até mesmo para garantir sua continuidade, faz-se necessário um parênteses de ajustamentos ou mudanças estratégicas e/ou táticas. A aprovação, pelo Senado brasileiro, do golpe de impeachment contra a presidente Dilma, alargou um desses parênteses que já vinham colocando em risco a ainda pouca democracia, assim como as limitadas conquistas, que haviam beneficiado as camadas trabalhadoras e populares brasileiras nos últimos anos.

O horizonte se fecha para Eduardo Cunha

Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

Por dez votos a um, o Supremo Tribunal Federal rejeitou, nesta quinta-feira, 8, um recurso do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB), para suspender o processo de cassação aberto contra ele na Câmara. A votação definitiva no plenário da Casa está prevista para segunda-feira 12.

O parlamentar recorreu à Corte sob a argumentação de que houve irregularidades na tramitação do caso na Comissão de Constituição e Justiça e no Conselho de Ética da Câmara. Alegou, ainda, que o processo de cassação não poderia continuar enquanto ele estiver afastado de seu mandato, pois isso cercearia seu direito de defesa.

Tragédia coreana antecipa Previdência

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Quem procura uma informação de qualidade sobre os efeitos da Reforma da Previdência a longo prazo poderia perder cinco minutos de reflexão examinando uma tragédia ocorrida na Coréia do Sul em tempos recentes.

País com grau de desenvolvimento médio, embora mais avançado do que o Brasil em vários aspectos, na década de 1990 o sistema de aposentadorias que a sociedade coreana construiu ao longo de séculos veio abaixo a partir de uma das reformas estruturais que faziam a glória do chamado Consenso de Washington naquele período.

Não havia e nunca houve, na Coreia do Sul, uma Previdência como aquela que conhecemos.

Aquarius, a resistência censurada

Por Jeferson Miola

Aquarius é exuberante em significados. É impossível não ser tocado pela mensagem transmitida com sensibilidade e inteligência pelo diretor Kleber Mendonça Filho.

É uma obra que será eternizada, ainda que pareça datada neste momento medonho e triste da política brasileira. O substrato principal da história é a resistência de Clara, a personagem interpretada magnificamente por Sonia Braga.

domingo, 11 de setembro de 2016

“Fora Temer” assusta Fátima Bernardes

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Por Altamiro Borges

Na quinta-feira passada (8), a apresentadora Fátima Bernardes foi surpreendida com um protesto político em seu programa ao vivo na TV Globo. Dois integrantes da banda do músico Johnny Hooker, o tecladista e o baterista, exibiram as suas camisetas: “Fora Temer” e “Quem não tem voto caça com golpe”. A iniciativa teve imediata repercussão nas redes sociais. Os fãs do cantor – que gravou uma das músicas da trilha sonora da nova série da emissora, “Justiça” – elogiaram a ousadia. Já a famiglia Marinho, que apoiou o “golpe dos corruptos” e tenta embelezar a imagem do usurpador, ficou bem incomodada com o protesto em seu próprio estúdio, conforme revela o blogueiro Mauricio Stycer, do UOL:

11 de setembro e o papel nefasto da mídia

Por Altamiro Borges

Os bárbaros atentados de 11 de setembro de 2001 continuam gerando intensas polêmicas. Há divergências sobre as suas causas e sobre a resposta dos EUA. Há suspeitas, até, sobre a postura de George W. Bush. Infelizmente, porém, pouco se fala sobre o papel que a mídia desempenhou neste episódio que abalou o mundo. Na verdade, a mídia prefere evitar este tema tão constrangedor.

Os atentados confirmaram a tese de que os impérios midiáticos servem aos interesses políticos e econômicos da classe dominante. Como já ensinou o marxista Antonio Gramsci, nos momentos de crise e tensão, a imprensa desempenha o papel de partido do capital. Ou, segundo a máxima do senador ianque Hiram Johnson, “a primeira vítima, quando começa a guerra, é a verdade”.


O Congresso e a Justiça têm lado

Por por Silvio Caccia Bava, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Todos já sabem, dentro e fora do Brasil, que o impeachment é uma farsa para tirar do poder a presidenta eleita e o PT. Não há crime para condenar Dilma. Se a justificativa for ainda o combate à corrupção, os mentores do golpe deveriam também ser acusados pela Lava Jato. Evidências não faltam, aliás, são abundantes e existem há muito tempo. Basta lembrar o excelente trabalho do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que apresentou farta documentação das contas de tucanos em paraísos fiscais em seu livro Privataria tucana.

A 'sociedade civil gelatinosa' do golpismo

Por Francisco Fonseca, no site Carta Maior:

O golpe parlamentar efetivado em 31 de agosto foi o resultado de diversos fatores conjugados voltados à desestabilização política, institucional, social, informativa, ideológica e moral do Governo Dilma. Abaixo alguns dos principais personagens, fatores e fenômenos desse longo processo de golpeamento da democracia e de incriminação fascista de um governo e de um partido político. A forma abaixo apresentada não é necessariamente hierárquica ou cronológica, uma vez que vários dos processos elencados ocorreram de forma simultânea:

O agente que colocou a foto no Tinder

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Nos tempos em que Salazar governava Portugal, e os portugueses se faziam merecedores de piadas, a mais frequente era a do secreta português que usava distintivo orgulhosamente na lapela.

Nos últimos anos, a piada é o Brasil. E já temos nosso secreta: o ardiloso capitão do Exército Wilson Pina Botelho, codinome Balta.

O anonimato é o instrumento de trabalho do secreta. O capitão colocou sua foto no Tinder, viveu gloriosamente o papel de esquerdista padrão, passando pelo crivo técnico de adolescentes namoradeiras. Como um James Bond dos trópicos, usou o charme para seduzir uma jovem sonhadora e inserir-se em perigosa organização terrorista.

Aumento de jornada agrava o desemprego

Por Adilson Araújo, no site da CTB:

Em pleno século 21, que acumula notáveis avanços das novas tecnologias e da produtividade do trabalho humano, é no mínimo lastimável que esteja sendo colocado na agenda governamental o aumento da jornada de trabalho para 12 horas diárias e a flexibilização dos contratos com o primado do negociado sobre o legislado ou do mercado sobre a Lei.

A ascensão de Temer ao governo, na carona de um impeachment sem crime de responsabilidade, assanhou o patronato. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, chegou ao ponto de defender uma jornada de 80 horas semanais sob o argumento de que serão necessárias “mudanças duras” na legislação trabalhista e na Previdência para sair da crise.

Cassação de Cunha trará o imponderável

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

“Se não houver compromisso com o combate à corrupção, este governo vai derreter”, disse Fabio Osório antes de ser demitido da AGU porque contrariou os esforços para abafar a Lava Jato. Sua demissão foi uma evidência dessa falta de compromisso. Outra, bem eloquente, está na passividade do governo diante da votação de segunda-feira para cassar o mandato de Eduardo Cunha. A cassação assombra, mas a salvação também será péssima para o governo, fortalecendo a ideia de que colabora com a grande pizza que vem sendo amassada no pós-golpe.

Quem derrubou Dilma pode descartar Temer

Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:

O impeachment da presidenta Dilma Rousseff não foi o desfecho do golpe e muitas surpresas negativas ainda podem vir por aí. A avaliação é da historiadora e doutora em ciências políticas Isabel Lustosa. Para ela, contudo, a reação que surge nas ruas à destruição de conquistas que vêm desde a Constituição de 1988 pode complicar os planos das forças que tomaram o poder.

“A segunda etapa do golpe é a eliminação do Lula como ator político”, afirma Isabel, em entrevista ao Portal Vermelho, concedida nesta quinta (8). Ela prevê ainda que, sem popularidade e citado em delações da Lava Jato, o presidente Michel Temer pode ser descartado por seus aliados, após a virada do ano. Desta forma, uma eleição indireta poderia levar ao poder alguém que dê ao governo do golpe certa imagem de moralidade e eficiência, com o objetivo de levar adiante o programa de desmonte do Estado brasileiro.

A jornada de trabalho e os escravocratas

José Luiz Del Roio
Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                          

É precisa a definição do militante de esquerda José Luiz Del Roio, ex-senador italiano, para as propostas do governo golpista de Temer: "Elas são anti-históricas, embutem violência social e vão unificar a luta das centrais sindicais contra essa ofensiva de um patronato escravocrata."

O governo ilegítimo insiste em "cutucar onça com vara curta". Menospreza e reprime os protestos, mas eles crescem de forma impressionante e se disseminam pelo país, chegando às cidades do interior. Esperneia quando é chamado de golpista, mas essa narrativa emplacou queiram os usurpadores ou não.

PEC-241 e a resistência ao desmonte

Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:

Em meio à confusão política pouco se falou da gravidade da Proposta de Emenda à Constituição nº 241/2016, encaminhada ao Congresso, ainda durante a interinidade do governo Michel Temer, com o objetivo de congelar, em termos reais, o gasto público pelo período de vinte anos.

Denunciar as consequências catastróficas dessa iniciativa para o futuro do país e para o povo brasileiro é tarefa dos partidos de oposição e dos movimentos sociais. Sua eventual aprovação, além dos malefícios decorrentes da redução do orçamento público, obrigará a realização de outras reformas com redução de direitos, com destaque para a seguridade social (previdência, saúde e assistência social).