terça-feira, 12 de setembro de 2017

Censura do Santander e o silêncio dos artistas

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Alguma coisa está fora da ordem.

Os artistas brasileiros que fizeram atos barulhentos em favor do juiz Marcelo Bretas, o “Moro do Rio”, e gravaram vídeos canastrões em defesa da Amazônia estão em silêncio sobre o aberrante encerramento da exposição Queermuseu no Santander Cultural de Porto Alegre.

Nem uma linha nas redes sociais de Paula Lavigne, ativa empresária de Caetano Veloso que organiza jantares em seu apartamento no Leblon com políticos e idealizou “movimentos” como o 342 Agora.

As "senhoras de Santana" do MBL

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Censuraram uma exposição de arte queer em Porto Alegre neste final de semana. Um grupo, liderado pelo Movimento Brasil “Livre” e pela apresentadora de TV e defensora dos animais Luísa Mell, fez um escarcéu nas redes sociais contra algumas das 270 obras da mostra Queermuseu: Cartografias da diferença na arte brasileira, que trazia nomes consagrados como Lygia Clark, Candido Portinari, Flávio de Carvalho e Leonílson. Para espanto dos reais apreciadores da arte, o banco Santander cedeu às pressões dos fanáticos e cancelou a exposição, prevista para acabar em outubro.

Golpe promove reconcentração brutal de renda

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A nossa tese se confirmou.

O modesto crescimento do consumo das famílias, detectado pelo IBGE e festejado pelo governo federal como grande vitória, porque evitou maiores queda no PIB, foi na verdade o resultado de um processo abrupto e brutal de reconcentração de renda.

A renda das famílias mais ricas, que ganham mais de 17 mil reais ao mês, cresceu 10% enquanto a das classes D e E caiu 3%.


segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Mídia: monopólio e manipulação política

Uma eleição sem Lula é útil?

Foto: Ricardo Stuckert
Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

A caravana de Lula pelo Nordeste percorria o interior de Sergipe quando uma pessoa, na beira da estrada, chamou a atenção de todos. Levantava uma folha de cartolina escrita à mão, com uma mensagem simples: “Faltam 14 meses”.

Quanto terá de esperar para votar em Lula. Ainda que tenhamos de manter cautela contra avaliações precipitadas (pois, em política, a prudência é sempre recomendável), há uma coisa certa em relação à eleição de 2018. Outra parece tão provável que é razoável tomá-la como estabelecida. E há uma incógnita.

Até os privatistas criticam "saldão do Temer"

Por Helena Borges, no site The Intercept-Brasil:

O patrão ficou louco! São mais de 50 ofertas até o estoque acabar ou até as eleições. Parece anúncio de loja de eletrodomésticos, mas estamos falando da venda de empresas e projetos estatais.

A liquidação do Estado promovida por Michel Temer e pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está sendo vista com reticências até mesmo por quem acredita que privatizações são positivas. O tamanho do pacote e a corrida de Temer para vendê-lo na China dividiram os analistas de mercado. Metade pensa que a pressa em realizar os leilões antes das eleições pode fazer o retorno das vendas ser menor do que poderia. Outra metade apenas considera tudo uma espécie de propaganda enganosa que não se concretizará, feita para parecer que o governo está vivo e ativo.

Joesley é o fio desencapado da Lava-Jato

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A prisão de Joesley Batista e seu operador Ricardo Saud, neste fim de semana, merece mais do que um minuto de reflexão.

Em palavras que seriam confirmadas pelos fatos, numa conversa gravada, há quatro meses, Joesley disse ao fiel assessor Ricardo Saud: "Não vamos ser presos," anunciou e repetiu, sugerindo que tudo estava acertado para um acordo que só seria anunciado dois meses depois.

Na ocasião, Joesley mostrava-se tão convencido do que dizia que instruiu deu Saud comunicar a novidade numa reunião interna a se realizar em breve. A ideia, como se deduz pela gravação, era tranquilizar os presentes e tratar com desprezo qualquer sugestão de perigo próximo. Fazendo um certo mistério sobre o que se passava nos bastidores, Joesley pronunciou palavras de confiança ao interlocutor, inclusive no plano pessoal ("não estou sofrendo"). Ele também disse que era "professor" na escola onde o PGR era "aluno".

A matéria fake da Folha sobre terceirização

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O pior dos mundos para um país é quando a sua imprensa trata de embromar o povo para favorecer as classes mais abastadas. Trocando em miúdos a coluna da ombudsman da Folha de São Paulo deste domingo, foi isso que o jornal fez ao divulgar, no domingo anterior, manchete principal de primeira página que estarreceu as pessoas sérias e informadas.

E acordou um monte de coxinhas que leem o jornal…



A "Justiça" usa óculos escuros

Por Fernando Rosa, em seu blog:

A foto de Rodrigo Janot de óculos escuros, num canto de um bar em Brasília, em meio a engradados de cerveja, em íntimo convescote com o advogado de Joesley Batista é a imagem da falência da Procuradoria Geral da República. A decisão do ministro Edson Fachin de mandar prender apenas os empresários da JBS e deixar livre o procurador Marcelo Miller completa o cenário da absoluta decadência do judiciário brasileiro. O Supremo Tribunal Federal (STF), desde sua anuência ao golpe de Estado, tornou-se um jazigo habitado por togados insepultos, enquanto a Procuradoria Geral da República (PGR) virou um balcão de traição aos interesses nacionais e, suspeita-se, de negócios milionários.

A arte de manipular multidões

Por Álex Grijelmo, no site Vermelho:

A era da pós-verdade é na realidade a era do engano e da mentira, mas a novidade associada a esse neologismo consiste na popularização das crenças falsas e na facilidade para fazer com que os boatos prosperem.

A mentira dever ter uma alta porcentagem de verdade para ser mais crível. E terá ainda maior eficácia a mentira composta totalmente por uma verdade. Parece uma contradição, mas não é. Na sequência analisaremos como isso pode acontecer.


Janot virou o Órfão-Geral da República

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O “ex-perança” do Brasil, Rodrigo Janot, a uma semana de deixar o cargo desfila, em todos os jornais, o descrédito onde se lançou.

À esquerda, Janio de Freitas, na Folha, ao melhor estilo do “a sua ausência preenche uma lacuna” diz que a “a saída de Janot não é inoportuna”: “A imunidade plena concedida a Joesley Batista, por exemplo, virou-se contra Janot, e o pasmo generalizado parece tê-lo desestabilizado. Seu tão repetido argumento mais lembrou uma capitulação à exigência do possível delator, descabida mas capaz de saciar a ânsia de procuradores e do próprio Janot por mais processáveis”

Mercado tenta nos jogar areia nos olhos

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A Bolsa sobe e o dólar cai, na crença de que a prisão de Joesley Batista vai dar fôlego a Temer e favorecer a aprovação da reforma previdenciária. Os economistas do mercado tentam turbinar as expectativas positivas, melhorando as estimativas do PIB para este ano e o próximo. Dois enganos. Primeiro, porque a segunda denúncia de Rodrigo Janot, a ser apresentada esta semana, terá mais lastro na delação de Lúcio Funaro que na da JBS, e a delação de Funaro é demolidora, especialmente quanto a obstrução da justiça. Temer só sai ganhando se o plenário do STF decidir que Janot não pode oferecer nova denúncia enquanto não houver decisão sobre a validade da delação da JBS, e isso também não for decidido esta semana.

A desigualdade do capital

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Para um país situado entre os mais desiguais do mundo, a proliferação de informações e análises a respeito da péssima distribuição da renda, ao invés de contribuir para o seu enfrentamento termina, muitas vezes, favorecendo o contrário. Exemplo disso ocorreu na década de 1970, quando o IBGE divulgou pela primeira vez o segundo censo demográfico contendo informações sobre rendimentos dos brasileiros, o que permitiu comprovar o aumento da concentração de renda. Os 5% mais ricos da população aumentaram de 27,3% para 36,2% a participação no total da renda nacional, enquanto os 40% mais pobres reduziram de 11,2% para 9,1% entre 1960 e 1970.

Palocci e o Brasil da traição

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

O que espanta no depoimento de Antônio Palocci ao juiz Moro não foi a traição que ele perpetrou contra Lula, mas o despudorado cinismo da traição - a total desfaçatez com que foi feita. O depoimento foi, praticamente, uma delação. Nestes termos, seguiu o padrão de outras delações. Todas revelam o apodrecimento do caráter moral da política brasileira e de boa parte dos políticos e de empresários que se relacionam com o mundo político e com o Estado.

domingo, 10 de setembro de 2017

Fascistas do MBL abortam exposição de arte

Por Altamiro Borges

Os fedelhos do Movimento Brasil Livre (MBL) dizem que não são fascistas, mas apenas defensores do receituário ultraliberal de desmonte do Estado, da nação e do trabalho. Mas, na verdade, eles são fascistas da pior espécie, como demonstraram nas marchas golpistas pelo impeachment de Dilma Rousseff, aliando-se a torturadores e saudosos da ditadura, ou nas várias provocações realizadas nas escolas ocupadas por secundaristas. Nos últimos dias, estes fascistas mirins deram mais uma prova da sua intolerância e agressividade. Eles promoveram uma campanha de ataques a uma exposição de arte que estava em cartaz desde meados de agosto no Santander Cultural, em Porto Alegre.

Fofocas dominam as tardes da TV brasileira

Por Altamiro Borges

Com raríssimas exceções, a tevê brasileira está cada dia pior. Programas policialescos que estimulam o ódio e a violência, novelas que nutrem os piores instintos, arrendamento ilegal para seitas religiosas, jornalismo da pior qualidade – se é que dá para chamar de jornalismo os noticiários partidarizados e distorcidos. Nesta sexta-feira (8), mais um levantamento confirmou a deterioração da programação das emissoras. Segundo o site UOL, os programas de fofocas já dominam as tardes da televisão, contribuindo para idiotizar uma parcela da sociedade. Vale conferir a reportagem bajulatória:

Geddel, Loures e as malas dos sonegadores

Por Altamiro Borges

A quadrilha de Michel Temer será lembrada no futuro como a máfia da mala. O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB), homem de confiança do usurpador, foi flagrado em vídeo carregando uma mala com R$ 500 mil. Está livre e já desapareceu do noticiário da mídia chapa-branca, nutrida com milhões em publicidade oficial. Já o ex-ministro Geddel Vieira, do mesmo partido do Judas, teve seu “bunker” descoberto em Salvador com R$ 51 milhões em dinheiro vivo alojados em malas. Diante do flagrante, a seletiva Justiça não teve como soltá-lo novamente da cadeia e agora ele está no presídio de Papuda – talvez esperando um habeas-corpus de Gilmar Mendes, o líder dos golpistas no Supremo Tribunal Federal (STF).

Aliado de Alckmin detona Doria: “Traidor”

Por Altamiro Borges

O “picolé de chuchu” que governa São Paulo e o “prefake” da capital paulista até tentam disfarçar nos eventos oficiais. Mas as bicadas no ninho tucano são cada dia mais explícitas e sangrentas. Na semana passada, um dos principais aliados de Geraldo Alckmin, o deputado estadual Campos Machado disparou em plena tribuna da Assembleia Legislativa (Alesp): “O senhor é um traidor. Vou repetir: o senhor é um traidor. E não existe nada pior no mundo do que a traição. O senhor traiu o governador vergonhosamente", disse o exaltado parlamentar do PTB. Ele também denunciou as frequentes viagens do “prefake” turista:

Delações premiadas por quem e para que?

Por Robson Leite, no site Carta Maior:

É impressionante como a mídia e o judiciário ainda possuem um enorme poder de influência nas opiniões do nosso país. Chega ao ponto de confundir até aos militantes mais inseridos no dia-a-dia da política e da área de comunicação. A delação premiada do ex-Ministro Antônio Palocci é um excelente exemplo que ilustra bem essa minha afirmação.

O ex-ministro ficou preso quase dois anos. A sua condenação o deixaria pelo menos mais 20 na cadeia. Ele pediu vários habeas corpus nesse último período e todos foram negados. O Ministério Público afirmou que ele só seria solto e teria sua pena reduzida para menos de três anos em regime aberto (ou seja, só mais alguns meses e cumprida em casa) se fizesse uma delação "que colaborasse com o objetivo do trabalho do MP". Ele tentou vários acordos e nenhum foi aceito, pois não continha nada contra o Lula e o PT. Ele topou fazer a delação que atendesse a esse propósito, mas não teria como provar. O MP aceitou. Isso também aconteceu com o Delcídio que afirmou, inclusive, coisas piores sobre Lula e Dilma. Como não havia provas, o STF inocentou-os um ano e meio depois da delação - agora comprovadamente mentirosa - do ex-Senador Delcídio do Amaral. Porém, depois desse tempo todo, apesar da absolvição dos acusados, o estrago político já tinha sido feito, incluindo aí o impeachment, pois essa famosa delação foi antes da votação do dia 17 de abril de 2016.

De onde saiu a grana viva de Geddel?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

"Chega, ninguém aguenta mais tanto roubo. Isso já deixou de ser corrupção. É roubo, assalto aos cofres públicos para enriquecer os petistas" (Geddel Vieira Lima, em entrevista à TV, durante protesto contra a corrupção, no dia 16 de agosto de 2015, no Farol da Barra, em Salvador, Bahia).

Em meio à avalanche de absurdos dos auto-grampos da JBS, da nova denúncia da PGR de bilhões em propinas para o PT e das delações sem fim, ganhou destaque nesta terça-feira a imagem da montanha de dinheiro encontrada num apartamento em Salvador a um quilômetro de onde mora o suspeito de ser o dono do tesouro.