quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A cerveja e a democracia

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Nunca um país dependeu tanto de um produto como o Brasil dependerá, neste duro ano de 2015, da cerveja.

Calor insuportável, falta d’água, aumento de impostos e juros, mídia mais histérica que nunca, obras de infra-estrutura perdendo ritmo, Petrobrás sob fortíssimo ataque especulativo, governo calado, presidenta calada, comunicação pública desastrosa.

Terrorismo político, econômico, midiático e governamental, 24 horas por dia!

Falta energia e falta de vergonha

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

É inacreditável. Os cortes de energia ocorridos nos últimos dias têm sido usados por economistas e observadores ligados a oposição para sua revanche diante dos benefícios obtidos pela população mais pobre nos últimos anos e para tentar desgastar o governo.

O argumento é sentimental: dizer que ocorreu uma grande ampliação do consumo, em particular de eletro-domésticos, mas lamentar em tom lacrimoso que não houve um aumento correspondente na oferta de energia.

Cunha e a marcha da insensatez da mídia

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O ano não promete ser fácil.

Na política econômica, o pacote de maldades do Ministro da Fazenda Joaquim Levy impactará a atividade econômica e o emprego. O realinhamento de tarifas afetará os preços. Quando vier para valer, a falta de água em São Paulo, criará um clima insuportável. A Lava Jato manterá elevada a temperatura política e afetará a produção industrial e as obras de infraestrutura.

Golpes de Estado de ontem e de hoje

Por Kjeld Jakobsen, na revista Teoria e Debate:

Em um momento crítico da Guerra Fria entre as décadas de 1950 e 1970, quando muitos países do Terceiro Mundo lutavam por sua independência política e outros que já a possuíam buscavam um novo modelo de desenvolvimento econômico e social, as grandes potências defendiam seus interesses imperialistas e colonialistas por meio da promoção de golpes militares para derrocar governantes progressistas ou de esquerda. Esses interesses eram principalmente a preservação do seu espaço geopolítico diante da expansão das experiências socialistas no período pós-Segunda Guerra e a manutenção de suas empresas multinacionais.

Regulação da mídia: batalha do passado?

Por Valter Pomar, em seu blog:

Hélio Schwartsman, colunista da Folha de S.Paulo, acha (ver texto dele ao final) que o Partido dos Trabalhadores tem uma semelhança com o velho Estado-Maior francês.

A imagem é divertida, mas inaplicável para o caso.

No que toca a comunicação, o PT não deve ser acusado de estar "uma guerra atrasado".

A acusação realmente cabível seria outra: estar "atrasado para uma guerra".

Youssef e as propinas nos trens de SP

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

A força-tarefa que investiga a Operação Lava Jato encontrou movimentações financeiras em nome da multinacional canadense Bombardier nas contas usadas pelo doleiro Alberto Youssef na Suíça. É mais uma peça no quebra-cabeças de indícios e provas que o Ministério Público paulista tem de montar sobre o esquema de corrupção no Metrô, chamado pomposamente de cartel pela imprensa tucana, onde empresas combinavam preços nas licitações e pagavam propinas a autoridades do governo tucano de São Paulo nas gestões de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.

A ilusão da diversidade em Hollywood

Por Dandara Lima, no site da UJS:

A 87ª cerimônia do Oscar, que acontece no dia 22 de fevereiro, celebrará os verdadeiros donos da indústria do entretenimento estadunidense: o homem branco.

Apesar dos tímidos avanços da última edição e da escolha de Cheryl Boone Isaacs como primeira mulher negra a presidir a organização, o Oscar ainda não está disposto a contestar a hegemonia branca masculina.

Mídia e a liberdade de expressão

Por Roberto Amaral, na revista CartaCapital:

Em conversa com jornalistas durante o voo entre o Siri Lanka e as Filipinas, em seu recente périplo pelo Oriente Médio, o Papa Francisco defendeu a existência de limites à liberdade de expressão: "Quanto à liberdade de expressão, todos têm direito de se pronunciar, mas sem ofender. Há um limite, toda religião tem sua dignidade e não pode ser entregue à chacota". O Papa referia-se às sátiras do Charlie Hebdo, mas é evidente que defendia uma tese: todos - religiões e cidadãos - têm direito a que sua dignidade não seja maculada. Esta é, aliás, também, a voz do Estado de direito democrático.

A recessão vai 'curar' o Brasil?

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

O segundo governo Dilma começou há 21 dias.

Há vinte, ele se dedica integralmente ao propósito de convencer os mercados (financeiros) e o setor produtivo de que o Brasil tem futuro.

Dito assim parece trivial.

Porque Dilma preferiu a Bolívia a Davos

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Uma das tolices que estão sendo propagadas pelos suspeitos de sempre é que Dilma cometeu um desatino ao optar por ir à posse de Evo na Bolívia e não a mais uma edição do Fórum Econômico Mundial, em Davos.

As críticas derivam de duas coisas. Uma é o preconceito em relação à Bolívia e Evo. Não há nada que se possa fazer a respeito. Augusto Nunes, o Brad Pitt de Taquaritinga, chama Evo de “Llama de Franja”, e presume que está sendo espirituoso.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Dilma e a concentração de renda

Editorial do site Vermelho:

Uma organização insuspeita de qualquer simpatia com a causa dos trabalhadores, a ONG Oxfam, cuja diretora-executiva, Winnie Byanyima, é copresidente do encontro de Davos, divulgou dados revelando que a concentração de renda está tão acelerada que em 2016 o patrimônio do 1% mais rico do mundo superará o dos 99% restantes.

Audiência da TV Globo derrete no verão

http://pigimprensagolpista.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Através de expedientes duvidosos – que incluem suspeitas de sonegação de imposto e de desvios de grana para o exterior – os filhos de Roberto Marinho seguem na lista dos mais ricos do planeta, segundo o ranking da revista Forbes. Já a situação do império global, porém, não parece tão tranquila. Segundo matéria de Vitor Moreno, na Folha desta quarta-feira (21), a audiência da TV Globo deverá ser a pior da história da emissora neste janeiro escaldante. “Não é só quem não tem ar-condicionado que está sofrendo com as altas temperaturas do verão brasileiro”, ironiza.

Dilma e a correção do imposto de renda

Por Altamiro Borges

A presidenta Dilma Rousseff decidiu vetar o reajuste de 6,5% na tabela do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) aprovado pelo Congresso Nacional – inclusive com os votos dos deputados do PT. O anúncio foi feito nesta terça-feira (20) pelo ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, que informou que o governo editará nos próximos dias uma Medida Provisória corrigindo a tabela em 4,5%. “O espaço fiscal que temos é este”, explicou o ministro, reforçando o discurso da austeridade da nova equipe econômica. A decisão prejudica os trabalhadores e as camadas médias da sociedade e visa manter o chamado superávit primário – a reserva de caixa para pagar os banqueiros.

O "apaguinho" e a falta de água em SP

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

É mais que imbecil, é primariamente idiota o enfoque dado por parte da mídia ao “apaguinho” sentido ontem em diversas regiões do país.

Operador mandou cortar luz em regiões do país; motivo foi maior consumo“, publica o UOL.

Qualquer um que estivesse no Rio ou em São Paulo é capaz de imaginar o aumento de consumo.

O Brasil caminha para uma recessão?

Do blog de Zé Dirceu:

Que segunda-feira! Calor, aumento de impostos num pacotaço anunciado pelo ministro da Fazenda, de juros e queda de energia em importantes cidades do país causada pela onda de calor inédita no pais…Ontem nem parecia uma segunda-feira, estava mais para uma sexta-feira 13. Só noticias ruins.

O aumento de impostos e dos juros são apenas consequências, desdobramentos da busca de um superavit de 1,2% do PIB este ano. A elevação dos juros visa derrubar a demanda e vem casada com o aumento do IOF – Imposto sobre Operações Financeiras para os empréstimos às pessoas físicas. Aí, também refreando o consumo.

Racismo a gente vê na Globo

Por Jarid Arraes, na revista Fórum:

No Brasil, impera a ilusão de uma convivência racial harmoniosa, segundo a qual pessoas de diferentes cores e miscigenações conviveriam na mais perfeita paz, sem que suas características físicas jamais se tornassem alvo de discriminação. No entanto, esse discurso cai por terra facilmente: o racismo brasileiro está vivo e, de fato, é tão bem aceito na sociedade que questioná-lo soa como um ultraje. Um exemplo dessa realidade é a existência do Globeleza, quadro da Rede Globo que exibe mulheres negras – chamadas por eles de “mulatas” – no período do carnaval.

A empulhação dos colunistas econômicos

Por Marco Piva

Grande parte dos colunistas de economia da imprensa comercial brasileira, autodenominada “grande imprensa”, comete uma fraude contra os cidadãos que acompanham as notícias no dia a dia. Eles têm uma verdadeira obsessão quando tratam de assuntos da sua área: a obsessão de acreditar que falam ou escrevem sem ideologia nenhuma, que seus comentários são isentos, práticos e objetivos, e que só mesmo a cegueira política não é capaz de enxergá-los como grandes pensadores críticos do país. Ora, ter uma visão ideológica e não assumi-la é a pior forma de cinismo e de empulhação.

Cai a confiança na imprensa

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:

Uma reportagem no Estado de S. Paulo comenta resultado de um estudo global sobre o nível de confiança das sociedades nacionais em governos, empresas, ONGs e mídia. O Edelman Trust Barometer, em sua 14ª edição, faz um levantamento em 27 países, por meio de 33 mil entrevistas, sendo 27 mil do público em geral e 6 mil no grupo composto por uma seleção de pessoas com educação superior, hábito de consumir notícias diversas vezes por semana e que acompanham temas sociais e políticos. Portanto, pode-se dizer que esse estrato específico de 6 mil entrevistados representa o cliente típico da imprensa.

Como o Netflix vai matar a Globo

Por Luiz Carlos Azenha, de Nova York, no blog Viomundo:

Antes desta minha mais recente viagem encontrei Thiago, que estava animado com sua nova conquista: uma TV que conecta na internet. Ele comprou o aparelho no Black Friday, por menos de mil reais.

Considerando que Thiago e a esposa ascenderam durante os governos Lula e Dilma mas economicamente ainda se encaixam na classe “C”, fiquei surpreso. Por que abandonar as novelas da Globo, das quais o casal, no passado, foi fiel consumidor?

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Alta dos juros e suicídio político

Por Altamiro Borges

O “deus-mercado” já dá como certa uma nova alta da taxa de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, nesta quarta-feira (21). Nos jornais e nas emissoras de tevê e rádio, os analistas econômicos – nome fictício dos porta-vozes dos rentistas – garantem que o aumento será de 0,5 na Selic – pulando dos atuais 11,75% para 12,25% ao ano. Folha e Estadão, dois jornais ligados aos banqueiros, deram a mesma notícia: “Economistas das instituições financeiras cravaram as apostas de que o ritmo de aperto monetário será mantido neste ano”.