quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Trajano: “O macartismo está no ar”

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O jornalista José Trajano foi demitido da ESPN depois de 21 anos de casa na semana passada.

Um dos comentaristas esportivos mais conhecidos do país, âncora do “Linha de Passe”, ele tem como marca registrada adjacente a militância política.

Brizolista, Trajano se manifestou em diversas ocasiões contra a escalada da direita, especialmente depois do golpe.

Gravou vídeos chamando para manifestações, falando o que precisava ser dito, e chegou a discursar num caminhão no Largo da Batata, em São Paulo.

Doria: Um filantropo nos Panamá Papers

Por Darío Pignotti, no site Carta Maior:

Filantropo em benefício de si mesmo. O recém eleito prefeito de São Paulo, João Doria, repetiu ontem sua promessa de campanha de “doar os seus salários durante os quatro anos de mandato. Serão 48 salários. Cada um entregue a uma entidade de beneficente distinta”.

Doria é um “não político” que desde o dia 1º de janeiro de ano que vem administrará uma megalópole de 12,5 milhões de habitantes, cujo Produto Interno Bruto é superior ao da maioria dos estados brasileiros.

O chocolate estragado de João Doria

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao dizer a jornalista Monica Bergamo que pretende levar chocolates para Lula na prisão da Lava Jato, o novo prefeito de São Paulo, João Doria, produziu um desastre político.

Exibiu um exibicionismo que repete o comportamento absurdo do Ministro da Justiça, Alexandre Moraes, que antecipou a prisão de Antonio Palocci.

Também apresentou um traço atrasado de sua formação política, reproduzindo, com três séculos de atraso, o barbarismo da população que no século XVIII comparecia a cenas de execução e tortura de prisioneiros, em praça pública, para pedir mais sangue ao carrasco.

Arrocho na saúde e educação vai a votação

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Passada a eleição na maioria dos municípios, o plano do governo Temer de congelar investimentos em saúde e educação por vinte anos, a PEC 241, avança no Congresso. Um primeiro relatório sobre a proposta, favorável à aprovação, foi apresentado na Câmara nesta terça-feira 4, enquanto o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcava a votação inicial em plenário para a segunda-feira 10.

Por ser uma ideia impopular, o relator, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), combinou com o governo uma mudança no projeto, com o objetivo de tentar diminuir resistências parlamentares à aprovação.

Ibope confirma a desgraça de Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:


Cinco meses de governo, quase, e a pesquisa CNI/Ibope mostra Temer no mesmo lugar: 14% apenas o consideram ótimo ou bom, uma variação pífia dos 13% de junho.

O ruim e péssimo fica igual.

O resto, só piora.

A aprovação à maneira de Temer governar cai de 31% para 28% e a desaprovação passa de 53% para 55%. A confiança baixa de 27% para 26% e a desconfiança sobe de 66% para 68%.

Vereador do MBL já é alvo de inquérito

Da revista Fórum:

Fernando Holiday acaba de entrar, teoricamente, na política.

Foi eleito vereador pelo DEM, um dos partidos mais envolvidos em esquemas de corrupção pelo país.

Integrante e membro da coordenação nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), agora Holiday se junta ao mesmo grupo de políticos para o qual tanto discursou contra: aqueles envolvidos em escândalos.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Temer corta verba para reforma agrária

Por Altamiro Borges

Passadas as eleições municipais, que deram ampla vitória às forças conservadoras que promoveram o “golpe dos corruptos”, o Judas Michel Temer deve anunciar em breve novas maldades contra os trabalhadores. Além das reformas previdenciária e trabalhista, que já estão no forno, o governo ilegítimo estuda outros ataques. No sábado passado (1), a Folha noticiou que o Orçamento da União prevê um brutal corte dos recursos públicos destinados à reforma agrária. A desculpa é o déficit fiscal, mas sobra dinheiro para pagar os juros aos rentistas – e até grana para ampliar a publicidade da mídia chapa-branca.

O factoide da aposentadoria de Dilma

Por Cíntia Alves, no Jornal GGN:

Mesmo tendo sido arrancada a fórceps da Presidência por meio de um processo de impeachment cheio de controvérsias, Dilma Rousseff segue como um dos alvos preferenciais da velha mídia, como demonstrou a última edição de Época. A revista editada pela Globo - que viu sua receita publicitária saltar 25% desde que Michel Temer assumiu o poder - lançou mão de mais um vazamento - dessa vez, não foi a Lava Jato! - para cravar que Dilma furou a fila do INSS para se aposentar um dia após ter sido derrotada no Senado.

Quais são os anseios da juventude?

Derrota é continuidade de roteiro golpista

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

“A realidade mostra que ou a esquerda brasileira faz uma política de frente ou ela se suicidará.” A opinião é do cientista político Roberto Amaral, ex-presidente histórico do PSB, diante da clara percepção de que a derrota da esquerda nas eleições municipais foi considerável. O resultado de São Paulo, onde João Doria (PSDB) venceu sem precisar de segundo turno, é emblemático.

“A esquerda precisa se sentar e fazer uma avaliação desse pleito. Por exemplo, o papel de Luciana Genro (Psol) em Porto Alegre. Não se elegeu, não foi ao segundo turno, não fez grande campanha, mas (com seus votos) tirou Raul Pont (PT) do segundo turno”, avalia. Essa avaliação não se aplica a São Paulo, onde alguns setores progressistas defenderam uma aliança entre o prefeito Fernando Haddad (PT) e Luiza Erundina (Psol) ainda no primeiro turno.

Vitória tucana terá custos para Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A Lava Jato, a criminalização da política e a demonização do PT surtiram os efeitos esperados: abstenção e voto nulo batendo candidatos que vão ao segundo turno, derrota aplasmante do PT, avanço das forças conservadoras e uma vitória inegável do PSDB. O PMDB ficou praticamente onde sempre esteve: com muitas prefeituras no interior e presença tênue nos grandes centros urbanos.

Segundo as leis da política, a vitória tucana afetará a relação com os peemedebistas e com o governo Temer. Nas vésperas do pleito foram nítidos os movimentos no sentido de que, liquidada a força político-eleitoral do PT, a Lava Jato vai centrar fogo no PMDB como sócio do petrolão. E com isso, podem ser abertas as portas para o descarte de um governo que, cinco meses após a posse, não estabilizou a política nem aprumou a economia. As mesmas justificativas usadas para derrubar Dilma podem ser reembaladas numa operação contra Temer.

O voto da periferia: Por que João Doria?

Por Danilo Sartorello Spinola, no site Brasil Debate:

Há uma tendência na tradição política brasileira que vem do nosso senso comum em acreditar que o projeto político da esquerda esteja associado aos interesses da grande massa populacional e da classe trabalhadora. Por outro lado, associa-se à elite o projeto político de direita.

Pois, nos meses que antecederam as eleições municipais, em um dos raros momentos da política brasileira, tivemos um candidato que abertamente defende um projeto liberal, privatista e que se põe como o representante da classe empresarial capitalista. O resultado, para muitos inesperado, foi a vitória de tal candidato no primeiro turno nas eleições municipais da maior cidade do país.

Esquerda aposta na paz na Colômbia

Por Vanessa Martina Silva, no site Opera Mundi:

Após a vitória do “não” no plebiscito que consultou a população para a ratificação do acordo de paz assinado entre o governo colombiano e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), neste domingo (02/10), a Marcha Patriótica, principal movimento social e político da Colômbia, ressaltou a importância de seguir no caminho da paz.

Em seu Twitter, a organização afirmou que “hoje não perdemos nem um ápice da convicção na paz. Cada dia somos mais, impulsionados por profundos sentimentos de amor”.

A periferia abandona o PT

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, perdeu em todos os distritos eleitorais da capital, inclusive nos redutos tradicionais do seu partido, o PT. Haddad perdeu em Parelheiros e Grajaú (zona Sul) para Marta, perdeu no Itaim Paulista (zona Leste) para Celso Russomanno e perdeu para o eleito João Doria Jr. em Guaianases, Cidade Tiradentes e Capão Redondo (zona Sul). O prefeito teve seu melhor desempenho em Pinheiros, bairro de classe média alta da zona Oeste.

Eleições: um desastre e seus significados

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

As forças políticas que deram um golpe de Estado e empossaram um governo ilegítimo, há poucos meses, tiveram ontem uma vitória eleitoral expressiva, em todo o país. Ela pode ser vista por diversos ângulos.

No conjunto dos municípios, PMDB (1028) e PSDB (793) – os dois partidos essenciais para o golpe – elegeram o maior número de prefeitos. Embora já fosse assim em 2012, a novidade mais expressiva é o encolhimento das prefeituras petistas: são agora apenas 256, menos da metade de há quatro anos.

Já nas capitais e municípios com mais de 200 mil eleitores – um universo de 93 cidades, onde concentram-se 40% dos eleitores – sobressai algo ainda mais grave: o predomínio do PSDB; além, novamente, do declínio do PT. Os tucanos, que tinham 18 prefeituras há quatro anos, elegeram 14 candidatos no primeiro turno e levaram 19 postulantes ao segundo. Os petistas, que tinham 14 em 2012 (e chegaram a eleger 25, em 2008), ficarão entre um (eleito no primeiro turno) e oito.

Oligarquias praticam o golpe da reconquista

Por Leonardo Boff, em seu blog:

O golpe de classe via parlamento é um processo que gerou uma cadeia de outros golpes com especial atropelo da ordem jurídica e constitucional. Os golpes são contra a diversidade social e de gênero, não mais representada no governo, golpe na cultura, golpe na saúde, golpe nos direitos sociais, golpe nas aposentadoria, golpe judicial e ultimamente golpe nas eleições. Estes golpes têm por detrás as oligarquias conservadoras que utilizaram uma sagaz estratégia de conquistar setores do judiciário, do ministério publico, da polícia federal e do corpo de procuradores para conseguir seus fins.

As eleições e o desencanto com a política

Por Rafael Tatemoto, no jornal Brasil de Fato:

O número de pessoas que não votaram em nenhum candidato – abstenções, brancos e nulos – superou a quantidade de votos do primeiro colocado nas eleições municipais em diversas cidades. Para movimentos populares brasileiros, esse fenômeno indica um repúdio de boa parte da população brasileira ao sistema político nacional.

Em Belo Horizonte, o número de eleitores que não escolheu qualquer candidato superou a soma dos dois primeiros colocados. João Leite (PSDB) obteve o voto de 395.952 eleitores e Alexandre Kalil (PHS) 314.845. Juntos, portanto, receberam 710.797. As abstenções (417.537) e os votos nulos (215.633) e brancos (108.745) totalizaram 741.915.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A vitória do banditismo nas eleições

Por Jeferson Miola

O resultado eleitoral representa o êxito praticamente absoluto da estratégia golpista. É sinal inequívoco da vitória do banditismo sobre a democracia. Mais que uma derrota do PT, foi uma vitória do banditismo político, jurídico e midiático.

Nas semanas que antecederam a eleição deste domingo, foi processado o mais impressionante bombardeio já sofrido por um partido político na história do Brasil.

O ataque aterrador de juízes [inclusive do STF], procuradores do MP e delegados da PF para alvejar lideranças e candidaturas do PT não encontra precedente histórico.

PT corre atrás das mudanças que despertou

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

Quando o PT foi formado, em 1980, o Brasil lutava contra a ditadura militar. O partido surgiu como frente de intelectuais, militantes das Comunidades Eclesiais de Base da igreja Católica e o operariado do ABC paulista, onde estava o mais moderno da indústria brasileira. Era o auge da presença da indústria no PIB, com cerca de 22%, um aumento vertiginoso em relação aos anos 50 (mais ou menos 10%).

A tarefa principal da ditadura tinha sido a de organizar a mão-de-obra brasileira dentro dos parâmetros necessários à expansão multinacional dos Estados Unidos: arrocho salarial, controle absoluto sobre a organização sindical, supressão contínua de direitos. A Globo, como hoje, fazia o roteiro do golpe: festejava periodicamente o Operário Padrão, que ganhava premio por bom comportamento e aparecia no Jornal Nacional como exemplo de ascensão social. Era a versão retrô da ‘meritocracia’, ascensão individual obtida pelo estudo e pelo trabalho, nunca pela organização coletiva ou - Deus que nos livre - pela reivindicação de direitos.

O trem da alegria da mídia golpista

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Realmente, o discurso de austeridade fiscal do governo vale apenas quando se trata de cortar investimentos em educação, saúde e aposentadoria do pobre; não para as mamatas da Globo, Folha, Estadão e Abril, os quatro cavaleiros do golpe.

O trem da alegria começou a rodar a todo vapor!

Os pixulecos federais para os apoiadores do golpe estão brotando como maná dos céus!