Por Vanessa Martina Silva, no site Opera Mundi:
Após a vitória do “não” no plebiscito que consultou a população para a ratificação do acordo de paz assinado entre o governo colombiano e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), neste domingo (02/10), a Marcha Patriótica, principal movimento social e político da Colômbia, ressaltou a importância de seguir no caminho da paz.
Em seu Twitter, a organização afirmou que “hoje não perdemos nem um ápice da convicção na paz. Cada dia somos mais, impulsionados por profundos sentimentos de amor”.
"Seguiremos trabalhando pela paz e pela vida porque nossa consígna seguirá sendo 'o diálogo é o camino", diz a Marcha:
A fala do grupo contrasta com a análise de alguns especialistas que criticam a campanha de ódio realizada pelos partidários do “não”.
A Marcha ressalta que “hoje ninguém ganhou na Colômbia porque a continuação da guerra, da dor e da desinformação não é vitória. Viva a Paz” e destaca a confiança no “diálogo e abertura democrática” para a saída do conflito.
Outra observação é que “regiões açoitadas pela violência disseram “sim” à paz, isso quer dizer que continuamos na luta por um país mais justo”.
O deputado Iván Cepeda do partido Polo Democrático Alternativo, em entrevista à emissora multiestatal TeleSUR, afirmou que o acordo está pactuado entre as FARC e o governo e que a partir de agora é preciso “tecer um cenário que permita avançar no caminho da paz”.
“Não se pode pensar que 62 mil votos podem acabar com o processo, que todo o acordo será renegociado e que voltaremos ao cenário de guerra”.
Questionado sobre o que poderia ter levado a esse resultado, Cepeda mencionou a passagem do Furacão Matthew na costa do país, que fez com que muitos eleitores – onde as pesquisas indicavam vitória do “sim” - e também a campanha do “não”, que “semeou toda classe de mentiras”.
Por sua vez, o ex-prefeito de Bogotá Gustavo Petro ressaltaou que o caminho é a realização de uma Assembleia Constituinte. Em sua rede social, escreveu que “fazer a paz não é equivocado para a Colômbia. O engano sempre será transitório. O caminho é a Constituinte”.
Também em declarações à Telesur, Jorge Rojas apresentado como integrante de movimentos sociais no país, fez um apelo para que o governo e a guerrilha mantenham o cessar-fogo bilateral e “em nome da sociedade civil urbana que votou ´não´ frente à sociedade rural, quero pedir perdão às vítimas. Esse país não entende o que é a guerra na Colômbia profunda”.
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