segunda-feira, 13 de março de 2017

A revolução francesa no Brasil

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Limada pelo bisturi conservador, a espantosa violência econômica imposta à população brasileira nesse momento é confinada no calendário dos eventos pré-golpe.

Algo que ‘passou’, martelam autoridades e seus autofalantes de aluguel e fé.

‘Culpa da Dilma’, sintetiza o decano da indignação seletiva da Folha, cuja argúcia econômica foi apurada em Davos.

É assim que o colunismo isento esclarece uma nação afogada em desemprego recorde, cuja indústria retrocedeu ao tamanho de 2009, o investimento foi empurrado ao nível mais baixo em vinte e dois anos e a renda per capital diminuiu 9% em relação a 2014, amarrotando o consumo no patamar de 2011.

Padilha será um bode no palácio de Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O apego ao poder costuma turvar os sentidos. Se estivesse compreendendo bem a gravidade de sua situação política, e quisesse poupar seu chefe Michel Temer, Eliseu Padilha não reassumiria, nesta segunda-feira, 13, o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, como anunciado pelo próprio Temer. Padilha volta no olho do furacão, depois que o ex-executivo da Odebrecht, José de Carvalho Filho, revelou ao TSE, na sexta-feira, que Padilha acertou pessoalmente com Claudio Mello Filho, ex-vice presidente de relações institucionais da empreiteira, a entrega de parte dos R$ 10 milhões solicitados no jantar do Jaburu, com a participação de Temer. Que teriam combinado inclusive as senhas que deveriam ser usadas por entregador e receptor: foguete, angorá, árvore, morango e pinguim. Voltando agora, Padilha pode criar para seu chefe um constrangimento semelhante ao gerado por Geddel Vieira Lima quando se agarrou ao cargo, obrigando Temer a defenestrá-lo.

Neoliberalismo corrompe de vez a política

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

A política nunca foi um território infenso ao poder do dinheiro. Não por acaso os Congressos sempre foram conservadores. No Brasil, um partido sem mensagem, sem ideologia, que se soma a quem é mais forte, sem lideranças nacionais, tornou-se o partido mais forte, o que tem as maiores bancadas, juntando lobbies de todo tipo e até gente progressista.

Os presidentes tinham de contar com um grande apoio dos partidos tradicionais, da mídia, do grande empresariado, para poderem fazer grandes campanhas e se elegerem. O caso do Fernando Collor, no início dos anos 1990, foi típico. Um político desconhecido, que vinha da ditadura, conseguiu, contando com tudo isso e, também pelo dinheiro, com um bom marketing, projetar a imagem de salvador do país.

Karnal mostra o tamanho da rejeição a Moro

Meme que viralizou nas redes
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O caso Karnal comprovou uma coisa que muita gente contesta: o tamanho da rejeição de Sérgio Moro.

Se alguém ainda tinha dúvida, ficou claro que Moro está longe de ser uma unanimidade.

Karnal foi simplesmente massacrado nas redes sociais por aparecer ao lado de Moro. A reação do público atingiu tal proporção que Karnal retirou do Facebook a foto infame.

Eduardo Cunha é o Marcola do Temer

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Jeferson Miola

Renan confirma que Eduardo Cunha é o Marcola do Temer; ele é o líder que comanda da cadeia a quadrilha que tomou o poder de assalto com o golpe de Estado. Para Renan, Cunha “exerce sim influência diretamente de sua cela, em Curitiba”.

Camacho Marcola, para recordar, é o líder maior da organização criminosa PCC [Primeiro Comando da Capital], que ostenta seu poder comandando as operações da quadrilha mesmo de dentro da penitenciária de máxima segurança, onde cumpre longa pena de prisão.

Renan Calheiros é um político arguto, que conhece com intimidade as vísceras do poder em Brasília. Renan tem denunciado a grande influência que este presidiário exerce sobre o governo Michel Temer, assim como a expansão do domínio do “caranguejo” [codinome do Cunha nas planilhas de propinas da Odebrecht] no PMDB.

Temer e os figurões da lista de Janot

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Vai começar, amanhã, a semana infernal da política brasileira, a não ser que o procurador Rodrigo Janot decida, o que é improvável, optar por por uma escandalosa seletividade no tratamento das delações da Odebrecht.

Vamos começar a sentir se os procuradores do “Fim do Mundo” querem ser apenas cúmplices de um projeto conservador ou se confirmam que têm, eles próprios, uma aspiração messiânico-autoritária.

O viés especificamente anti-Lula, golpista e anti-esquerda de tudo o que foi feito agora, claro, obriga a uma “distribuição” de suspeitas que vai atingir em cheio o Governo e o PSDB.

Golpe afetou duramente os camponeses

Foto: Paulo Pinto/Agência PT
Por Pedro Sibahi, no site do PT:

Para a liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, a questão da agricultura familiar e camponesa foi duramente afetada com o golpe à democracia.

Em debate realizado na noite de sexta-feira (10) no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, Stédile também fez uma avaliação da conjuntura política que levou ao golpe e afirmou que o governo do usurpador Michel Temer não deve se sustentar.

Segundo ele, os principais ataques aos camponeses vieram com o fechamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), transformado em uma secretaria da casa civil, e o esvaziamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), criados no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apesar de não terem sido oficialmente descontinuados, pararam de receber verbas federais.

A crise e a alegria doentia da mídia

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Na semana em que o IBGE divulga que o golpe resultou no maior fracasso econômico da história brasileira, a grande mídia, que foi uma das principais articuladoras desse mesmo golpe, faz uma cobertura “otimista” da economia nacional.

A capa da Época fala, por exemplo, por si mesma. A revista transforma, graficamente, a angústia e o desespero de milhões de brasileiros, numa festa visual, numa “oportunidade” de ampliar ainda mais o fosso social entre ricos e pobres.

domingo, 12 de março de 2017

Morte na Marginal Tietê. Cadê o Doria?

Por Altamiro Borges

O prefeito-marqueteiro João Doria adora os holofotes da mídia e até sonha em ser presidente do país. Ele já se fantasiou de gari, de pintor de muro e até de bombeiro para enganar os "midiotas" - os que seguem acriticamente o que a imprensa chapa-branca difunde em troca dos milhões em publicidade. Na sexta-feira (10), porém, ele não se travestiu de agente de necrotério para enterrar a vítima fatal de um acidente na Marginal do Tietê, uma das principais vias de São Paulo. Segundo o noticiário, um motociclista foi atingido por um caminhão na altura do Sambódromo do Anhembi e morreu no local. O assassino fugiu sem prestar socorro. Foi a primeira morte em acidente de trânsito depois que o João Doria impôs, em 25 de janeiro, os novos limites de velocidade nas marginais da capital paulista.

Alckmin e o suborno no Tribunal de Contas

Por Altamiro Borges

Há muito se comenta que São Paulo é o paraíso da impunidade porque os aparelhos de Estado - como o Ministério Público, a Justiça Estadual e o Tribunal de Contas - estão totalmente sob o controle do PSDB. Isto explicaria porque os dois únicos tucanos que se revezam no Palácio dos Bandeirantes - José Serra e Geraldo Alckmin - não são incomodados. As denúncias contra o "Careca" e o "Santo" - conforme os apelidos da lista de propina da Odebrecht - nunca são apuradas por estes aparatos do poder. Neste domingo (12), a Folha publicou uma reportagem sobre o suborno pago aos integrantes do Tribunal de Contas do Estado que ajuda a explicar porque a impunidade viceja em São Paulo.

Odebrecht amansará pitbull do Itamaraty?

Por Altamiro Borges

Nem bem tomou posse como ministro das Relações Exteriores do covil golpista, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) desembestou a rosnar contra importantes parceiros do Brasil. Em entrevistas à mídia colonizada, o pitbull do Itamaraty desqualificou o Mercosul. Na maior caradura, o tucano - que defendeu "sangrar" a presidenta Dilma e conspirou contra a democracia no país - também criticou "a escalada autoritária na Venezuela". Com estas e outras bravatas, o falastrão confirmou que será um desastre para diplomacia brasileira. Esta tragédia, porém, talvez seja contida com a recente delação de um ex-executivo da Odebrecht, que garantiu ter repassado R$ 500 mil ao truculento ministro. Diante da denúncia, o valentão tende novamente a se acovardar e a fugir dos holofotes.

Seminário sobre Previdência e comunicação

Do site da Agência Sindical:

Massificar as maldades da Reforma da Previdência de Temer é o caminho mais curto para derrotar a agressão neoliberal.

A mídia patronal - alinhada ao governo - não fará isso. O desafio dessa comunicação, portanto, fica para a imprensa sindical, a mídia alternativa, emissoras comunitárias e os blogs.

Com esse entendimento, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e a Agência Sindical promovem Seminário dia 24 de março (sexta-feira), em São Paulo.

MBL e Vem Pra Rua convocam mais uma farsa

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Depois de passarem meses hibernando durante o governo não-eleito de Michel Temer, os grupos que ajudaram a levá-lo ao poder anunciaram que voltarão às ruas. As manifestações em todo o Brasil estão marcadas para dia 26/03 com uma pauta difusa. O Vem Pra Rua, grupo liderado pelo empresário Rogério Chequer, diz que fará uma defesa da Lava Jato. Ele jura que o movimento é suprapartidário, mas já publicou vídeo ao lado de FHC pedindo voto para Aécio – um ultra delatado na operação.

O MBL também sairá em defesa da Lava Jato, mas também por outras bandeiras: fim do Estatuto do Desarmamento, fim do Foro Privilegiado, contra o fim da Polícia Militar, Reformas Trabalhista e Previdenciária e fim das mamatas dos políticos e do judiciário

Trump coloca a guerra nuclear na pauta

Por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista CartaCapital:

Depois de mais de um mês de medidas na maior parte midiáticas e pertinentes à guerra cultural – apesar de causarem transtornos reais, como no caso do banimento de imigrantes muçulmanos –, o governo Trump começa a mostrar seus planos para a guerra propriamente dita.

São de entusiasmar investidores de olho em ganhos imediatos e devem continuar a inflar a bolha especulativa do mercado acionário, mas representam um perigo para a paz mundial e para a maioria dos estadunidenses, se não todos.

Propõe um aumento no Orçamento do Pentágono de 525 bilhões de dólares em 2016 para 603 bilhões no ano fiscal de 2018 (iniciado em outubro de 2017), fora imprevistos. A diferença de 15% ou 78 bilhões é maior do que todo o Orçamento militar da Rússia (estimado em até 66 bilhões) ou de qualquer país do mundo, exceto a China (estimado em 215 bilhões). Em relação ao teto antes previsto para 2018, de 549 bilhões, o aumento será de 54 bilhões, equivalente a todo o Orçamento do Reino Unido, terceira potência nuclear.

Temer e o machismo institucional

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Temer, calado, é um poeta. Possivelmente mau poeta, já que não há silêncio capaz de domar sua indisfarçável opção pelo atraso e sua retórica parnasiana. Na figura do usurpador convive um ser falho de ideias e pobre em expressão. Não tem o que dizer e, quando acha que tem, demonstra sua inépcia de forma pedante e professoral. Em momentos em que se permite falar sem o filtro de assessores, quando se sente seguro para opinar acerca de questões mais amplas, esbanja um misto de presunção e ignorância que não seria tão grave caso não tivesse consequências para o país. Temer não surpreende ao confirmar seus preconceitos, mas renova a capacidade de indignação por suas formulações.

A humanidade ameaçada por guerras letais

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Nós no Brasil conhecemos grande violência social, com um número de assassinatos dos mais altos do mundo. Não gozamos de paz pois há muita raiva, ódio, discriminação e perversa desigualdade social.

No entanto, estamos à margem dos grandes conflitos bélicos que se travam em 40 lugares no mundo, alguns que podem degenerar numa guerra nuclear como na Ucrânia e na Síria ameaçanndo o futuro da espécie humana. Estamos em plena nova guerra fria entre os USA, China e Rússia. Reintroduziu-se uma retomada na corrida armamentística na Rússia sob Putin e nos USA sob Trump com a produção de armas nucleares ainda mais potentes como se as já existentes não pudessem destruir toda a vida do planeta.

Alexandre de Moraes, o censor do STF

Do site Jornalistas Livres:

O atual ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ex-ministro da Justiça, conseguiu na última quinta feira (09/03) liminar que determina a retirada de conteúdo publicado no site do PT Nacional. Trata-se de uma entrevista com Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça do governo legítimo da ex-Presidenta Dilma Rousseff, sobre o passado polêmico e as sinistras relações de Moraes.

A reportagem foi veiculada no dia 11 de janeiro deste ano, quando as rebeliões no sistema penitenciário se espalharam pelo país deixando centenas de mortos. Além de apontar a incompetência para contornar a crise, Aragão declarou que Moraes nunca teve condições de assumir o ministério Justiça e tampouco teve sucesso à frente da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo onde deixou um “histórico de arbitrariedades”.

Karnal reflete a miséria cultural

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Apenas num país onde a vida intelectual transformou-se num cotidiano miserável é possível imaginar que imagens sorridentes do jantar de Leandro Karnal e Sérgio Moro tenham se transformado num ato de surpresa e decepção política.

A miséria do pensamento é uma consequência inevitável do regime de pensamento único, ao qual a vida intelectual brasileira encontra-se submetido por razões que, acredito, nem é preciso explicar aqui.

A carreira meteórica de Karnal como novo intelectual midiático de plantão explica-se pelo contexto em que ele apareceu, foi lavrado e deu frutos.

Reforma trabalhista: O martelo e o capacete

Por Leomar Daroncho, na revista Caros Amigos:

Dos anos de vivência na construção civil, uma das experiências marcantes foi a queda de um martelo (uma pequena marreta) do oitavo andar de uma obra.

Em Brasília, a Câmara dos Deputados realizou, no último dia 16 de fevereiro, a primeira de uma série de audiências públicas com o fim de discutir a proposta de "reforma trabalhista" patrocinada pelo governo.

Usando argumentos afinados com o discurso do empresariado – em períodos de vacas magras ou gordas -, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) elogiou e defendeu a "reforma". Pinçando números da Justiça do Trabalho, sua exposição não referiu dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que apontam as verbas rescisórias como o principal tema das reclamações trabalhistas. A inadimplência de parcelas devidas ao fim do contrato de trabalho, segundo o CNJ, é o tema mais frequente em todas ações propostas no País, considerando Justiça Estadual, Justiça Federal, Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar.

Crédito ainda pode favorecer o crescimento?

Por Jorge Mattoso e Pedro Rossi, no site Brasil Debate:

O crédito é como um elástico, você estica e ele volta, mas se esticar demais ele pode arrebentar. No atual estágio da economia brasileira o crédito poderia ajudar na retomada ou há sinais de que essa ferramenta chegou ao seu limite? Para responder é preciso considerar a natureza do crédito na economia e seu papel no crescimento econômico. Também é preciso pensar na triste realidade que se coloca frente ao crédito e ao crescimento econômico na atualidade.

Até o início dos anos 2000, o acesso aos bancos e ao crédito esteve restrito a parcelas muito limitadas da população, sobretudo aquelas empregadas formalmente e de maiores rendas. A ampliação do acesso bancário às camadas menos favorecidas da população foi iniciado no primeiro governo Lula graças a uma política de “bancarização”, que, por um lado, visava a favorecer o acesso a contas bancárias e, para isso, a Caixa econômica Federal criou contas correntes limitadas, mas sem custo, chamadas inicialmente de Conta Caixa Aqui, depois de Caixa Fácil.