Ilustração de Cláudio Aleixo |
Os dez anexos da delação de Lúcio Bolonha Funaro só não convencem quem não quer ser convencido - como o relator na CCJ da Câmara, Bonifácio Andrada - de que Michel Temer e seus comparsas do PMDB e alhures formaram uma organização criminosa para “arrumar dinheiro”, e de que nela o ocupante do Planalto tinha um papel preponderante. A Orcrim, sua estrutura, seus integrantes e seus crimes são descritos com uma exuberância que produz gastrite no final da leitura.
Eles só pensavam naquilo. Relativamente ao crime de organização criminosa, é na delação de Funaro, e não nas gravações de Joesley Batista, que se baseia fundamentalmente a acusação contida na segunda denúncia de Rodrigo Janot. Por ser tão clara a demonstração da acusação, os deputados que votarem contra a denúncia, ajudando Temer a escapar, não escaparão do castigo dos eleitores e muito menos do julgamento da História. Terão votado sabendo exatamente o que faziam.