sábado, 7 de julho de 2018

Síndrome de jabuticaba

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

Certa vez, ao conceder uma entrevista a uma emissora nacional, perguntou-me o âncora do programa jornalístico se não era uma “jabuticaba” a tese que eu defendera na tribuna do STF, na qualidade de representante do Movimento de Combate à Corrupção (MCCE). Referia-se ele ao julgamento da ADI 4650, ajuizada pela OAB para declarar a inconstitucionalidade dos dispositivos legais que autorizavam as contribuições de pessoas jurídicas às campanhas eleitorais. Antes de responder sobre a importância de se impedir o financiamento (investimento) privado das eleições, perguntei a ele a razão do preconceito contra a jabuticaba, uma das especiais frutas nativas da Mata Atlântica. Disse-lhe que eu adorava jabuticaba, mas se ele gostava de peras, morangos, maçãs, pêssegos e outras frutas estrangeiras eu respeitaria. Mas que não concordava com a premissa de que as coisas do Brasil não mereciam ser respeitadas.

O manifesto da frente ampla pelo Brasil

Editorial do site Vermelho:

Um passo importante para a formação da frente ampla democrática e progressista foi dado na terça-feira (3), em Brasília, com o lançamento do manifesto “Por uma frente para o Parlamento compromissada com a reconstrução e o desenvolvimento do Brasil”.

A iniciativa das fundações de estudos e pesquisas do PCdoB, PT, PDT, PSB e PSOL busca uma ampla união para a resistência contra o neoliberalismo e seu governo golpista. Voltado para as eleições de outubro, o manifesto orienta que o tom da campanha da esquerda e demais forças democráticas e progressistas deve ser de nítida e vigorosa oposição ao desastroso governo Temer e às candidaturas identificadas com a agenda ultraliberal.

Parte do 'mercado' se aproxima de Bolsonaro

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

O “mercado”, essa abstração formada por bancos, fundos, corretoras de valores e especuladores em geral, está tenso com o hoje imprevisível resultado da eleição. Seus presidenciáveis prediletos, Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles e companhia, fazem feio nas pesquisas.

A aflição tem se revelado na alta do dólar, firme rumo aos 4 reais, apesar de o Banco Central ultimamente atuar de forma pesada no câmbio. Sem opção, parte da banca inclina-se na direção do pré-candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, seduzida pelo economista que o deputado escolheu como guru, Paulo Guedes.

A inacreditável hipocrisia de Galvão Bueno

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Findo o jogo em que o Brasil foi eliminado pela Bélgica, Galvão Bueno pôs-se a deblaterar sobre a corrupção na CBF.

Ladeado por Casagrande e Ronaldo, lembrou que um presidente (José Maria Marin) “foi afastado”.

“É um momento de parar pra pensar”, lamentou, rouco e abatido, ligeiramente inchado, num discurso meia sola interminável.

O Fenômeno fez um aparte.

Vivemos “um momento difícil da política no Brasil e pior ainda no futebol”, lembrou o sujeito que fez campanha para Aécio Neves em 2014.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Gol contra: programa do golpe acelera

Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:

Enquanto acompanhamos os desdobramentos da Copa do Mundo debatendo quem é o jogador mais veloz de nossa seleção, as forças golpistas não perdem tempo para acelerar um programa de desmonte das bases da nação. Vejamos quais:

Base de Alcântara

Foram decisivos a realização do Plebiscito Popular e a vitória de Lula em 2002, para impedir a consumação de uma das ações mais entreguistas do governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC): o famigerado acordo para o uso do Centro de Lançamento de Alcântara com os Estados Unidos (EUA).

Facebook, Google e o combate as 'fake news'

Por Tatiana Dias, no site The Intercept-Brasil:

Nesta quinta-feira, um consórcio de 24 veículos de imprensa anunciou o projeto Comprova, uma ferramenta que fará a checagem de notícias apontadas como falsas de forma colaborativa. A ideia é que, juntando diferentes veículos de imprensa, a verificação seja mais confiável – pelo menos três membros do consórcio precisarão checar as informações para que ela seja publicada.

A iniciativa, anunciada no Congresso da Abraji e financiada pelo Google e pelo Facebook – assim como o próprio evento -, se juntou a outras, bancadas pelas mesmas empresas, para lutar contra aquilo que, de repente, se tornou o grande problema (e, em parte, uma grande solução em termos de financiamento) no panorama do acesso à informação. Todo mundo quer “combater” fake news, o grande mal contemporâneo.

Agronegócio trava guerra contra orgânicos

Por Alexandre Guerra, no site Brasil Debate:

Uma verdadeira batalha está sendo travada no Congresso Nacional em busca de privilegiar os grandes proprietários de terra e desestruturar a agricultura familiar e orgânica brasileira. Nesta batalha existem duas grandes vertentes relevantes na produção de alimentos no país.

A primeira vertente é marcada por grandes produtores que utilizam nos processos produtivos agrotóxicos sintéticos, fertilizantes químicos, irrigação intensiva e manejo inadequado do solo. Já a segunda vertente, formada majoritariamente por agricultores familiares e assentados da reforma agrária, utiliza em seu processo produtivo os princípios da agroecologia, ao produzir produtos orgânicos que convivem de forma sustentável com o meio ambiente, sem uso de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos.

O petróleo e a geopolítica do golpe

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

Os interesses geopolíticos em torno do pré-sal e o desmonte da política soberana da Petrobras foram analisados, por José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da estatal, durante o ciclo de debates “Humanidade ou Barbárie”, promovido pelo ex-ministro Carlos Gabas (Previdência Social) na última terça-feira (26 de junho) no Sindicato dos Bancários, em São Paulo.

Economista e professor aposentado da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Gabrielli esteve à frente da Petrobras entre 2005 e 2012, período em que a estatal teve um papel estratégico na política de desenvolvimento nacional dos governos petistas, sobretudo a partir de 2007, quando da descoberta do pré-sal.

O Brasil que virá com as eleições

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Na quase pausa para a Copa do Mundo, a pré-campanha presidencial esquenta hoje com a sabatina de seis presidenciáveis no Encontro Nacional da Indústria, megaevento empresarial organizado pela CNI.

Para os executivos presentes, tão importante quanto saber quem pode ganhar é antever o Brasil que será moldado pelas eleições.

Por isso foi grande o afluxo à palestra do diretor do Eurasia Group no Brasil, o cientista político Christopher Garman.

Seis meses de desemprego e desproteção

Por Orlando Silva

A reforma trabalhista completou 6 meses em maio. Os números do IBGE (PNAD-C) revelam um país com mais desemprego e mais informalidade. E ainda, os trabalhadores estão mais desprotegidos, perderam o acesso à justiça para reclamar os seus direitos e assistem ao desmonte das suas entidades sindicais.

O discurso para aprovação da reforma era diminuir os direitos do trabalhador para facilitar o emprego. O Congresso aprovou a reforma dos sonhos para a lucratividade das empresas. Para os trabalhadores, menos direitos; para as empresas o direito de sonegar à vontade os poucos direitos que restaram, seja pelas dificuldades criadas para o acesso à justiça seja pela desestruturação das entidades sindicais de representação dos trabalhadores.

'Globo se aliará a Bolsonaro se for preciso'

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

Crítico contumaz do sistema de comunicação no Brasil, em especial da principal emissora do país, um dos vários meios em que trabalhou, o jornalista Paulo Henrique Amorim diz que não fosse a TV Globo "o (Sérgio) Moro não existiria, não haveria golpe".

Em conversa promovida pelo ex-ministro Carlos Gabas, na noite de terça-feira (3), em Araçatuba (SP), ele afirma acreditar em união no campo progressista para derrotar os atuais detentores do poder. Mas identifica possibilidade de uma aliança no campo oposto, em torno do conservadorismo mais exacerbado.

Afilhado de Jefferson é afastado do covil

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O inferno astral de Michel Temer não tem fundo.

O afastamento, por ordem do STF, do ministro do Trabalho, Helton Yomura, afilhado político de Roberto Jefferson reacende a história que ficou evidente com a nomeação viúva Porcina da filha do tragicômico “dono” do PTB, Cristiane Brasil, a que foi sem nunca ter sido.

Castigo bem merecido para alguém que, semana passada, louvava no Twitter o ministro Edson Fachin, autor da ordem de afastamento de Yomura, como “uma muralha contra os petês“.

Ditadura da toga avança na América Latina

Foto: Ricardo Stuckert
Do blog Nocaute:

O Tribunal Nacional de Justiça do Equador aprovou nesta terça-feira (3) o pedido da Procuradoria Geral do país para ordenar a extradição e prisão preventiva do ex-presidente Rafael Correa.

Correa, que vive na Bélgica, é acusado de ser o mentor do sequestro do ex-deputado Fernando Balda em 2012, na Colômbia.

O processo contra o ex-presidente do Equador é mais um controverso episódio do Judiciário contra figuras de esquerda da América Latina nos últimos 10 anos. Além da prisão do ex-presidente Lula em abril deste ano, golpes foram articulados para destituir os ex-presidentes de Honduras, Manuel Zelaya, em 2009, Fernando Lugo, do Paraguai, em 2012, e Dilma Rousseff, no Brasil, em 2016.

Audálio Dantas será tema de livro

Por Antonio Barbosa Filho

Nem superamos ainda o luto pessoal que sentimos pelo falecimento de Audálio Dantas, e já temos que nos voltar a preservação de sua memória, a difusão do seu exemplo, a didática do que pode ser um jornalista ético mesmo em tempos difíceis. Nisso não podemos nos omitir: lembrar os ícones de nossa profissão, de Barbosa Lima Sobrinho, a Alberto Dines, de Vladimir Herzog a Tim Lopes, entre tantos.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

AI-5 da Globo impõe censura aos jornalistas

Por Altamiro Borges

Os jornalistas amestrados do Grupo Globo – um monopólio midiático que reúne TVs aberta e por assinatura, rádios, jornais, revistas e internet – sempre expressaram suas opiniões mais reacionárias, elitistas e golpistas pelas redes sociais. Nunca foram incomodados pela famiglia Marinho. Pelo contrário. Os serviçais, que chamam patrão de companheiro e são mais realistas do que o rei, eram incentivados e bajulados. Bastou, porém, o vazamento de uma conversa pelo WhatsApp de um jornalista mais crítico e independente para o império global baixar um comunicado censurando seus profissionais de forma draconiana, que relembra o período mais sombrio da ditadura militar, o do Ato Institucional número 5. Tanto que a norma está sendo chamada de “Lei Chico Pinheiro”.

Abril está falida. A Veja vai acabar?

Por Altamiro Borges

No meio jornalístico já é tida como certa uma nova onda de demissões – o famoso “passaralho” – na Editora Abril, que publica inúmeras revistas, entre elas a asquerosa Veja. O site Poder360, que tem sólidos vínculos com os barões da mídia, inclusive já postou que várias publicações serão extintas e que cerca de 300 funcionários serão defenestrados. A famiglia Civita, dona do império falido, ainda não confirmou os “rumores”, mas o clima já é de velório nas redações. O facão seria consequência da grave crise que afeta a editora. Somente no ano passado, ela teve prejuízo de R$ 331,6 milhões, uma queda de mais de 140% em comparação aos números negativos de 2016.

Ruralistas enfiam veneno na sua comida

Os verdadeiros banqueiros de Bolsonaro

Poder 360 e a 'fake news' de uma pesquisa

Por Renato Rovai, em seu blog:

Hoje, quarta-feira (4), o Poder 360 lança mais uma pesquisa pra fazer sua campanha de site que cobre política e vender um discurso à praça.

Antes de mais nada, permitam-me apresentar o Poder 360. É um veículo que não tem publicidade, mas que realiza encontros de representantes da Shell com a presidenta da STF, Carmem Lúcia. No encontro, a convidada garantiu que Lula não seria candidato.

A pesquisa de hoje, de ontem e de amanhã do Poder 360 não tem valor de face, como se diz no popular. Este blogueiro já disse isso no primeiro levantamento que veio a público.

Crise fiscal, desoneração e sonegação

Por Paulo Kliass, no site Vermelho:

A sensação de que estamos face a uma verdadeira ausência de governo tem aumentado ao longo dos últimos meses. Até mesmo as forças políticas que conspiraram abertamente pelo golpeachment reconhecem que o núcleo duro da equipe de Michel Temer não comanda mais nada. Aproximamo-nos a cada dia que passa de um perigoso vale-tudo e a senha preferida dos antigos aliados agora vai na base do cada um por si, salve-se quem puder. Aliás, foi exatamente esse o mote adotado pelo fisiologismo golpista, quando rasgaram a Constituição e jogaram no lixo o respeito aos padrões mínimos da ordem jurídica e democrática. Primeiro a gente tira a Dilma e depois...