segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Relincha Brasil, a república dos burros

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Merece atenção uma mensagem publicada pelo juiz Rubens Casara em seu twitter: “O empobrecimento subjetivo, que também leva à regressão do Eu, faz com que o brasileiro busque identificação com políticos, artistas, pastores, padres, comediantes e outras figuras públicas a partir daquilo que os une: a ignorância. Perdeu-se a vergonha de ser ignorante ou burro.”

Casara acertou na mosca: a onda obscurantista que varre o país pode ser comparada a uma espécie de epidemia galopante de burrice. Até há pouco tempo, era comum numa roda de amigos ouvir expressões do tipo “sou apolítico” ou “nada entendo de política, por isso não vou opinar” ou ainda a frase-síntese da alienação: “política, religião e futebol não se discutem.”

Oposição a Bolsonaro e frente pela democracia

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

A oposição ao governo de extrema-direita e a constituição de uma ampla frente pela democracia são as ações indispensáveis e inadiáveis para todos os que têm compromisso com os destinos da nação. Mas os primeiros sinais do momento pós-eleitoral parecem indicar que o caminho a percorrer será sinuoso. A instauração do governo Bolsonaro deveria ser entendida como uma convocação aos democratas para resistir e lutar com frontalidade e convergência de posições contra a ameaça fascista e neocolonialista.

Guedes, do pinochetismo ao bolsonarismo

Por Jeferson Miola, em seu blog:               

“A ditadura de Augusto Pinochet estava a todo vapor, e a universidade vivia sob intervenção militar. Economistas de Chicago haviam sido convidados pelo regime a implementar uma política econômica liberal, baseada nos fundamentos da economia de mercado defendidos por Milton Friedman. Chamados de ‘Chicago boys’, eles se instalaram na universidade e se revezaram em cargos no governo. O convite a Guedes partiu de um deles, Jorge Selume, então diretor da Faculdade de Economia e Negócios e diretor de Orçamento de Pinochet”.

Essa passagem da vida do Paulo Guedes é retratada na reportagem da repórter Malu Gaspar na edição 144 da Revista Piauí.

O "projeto de poder" da bancada evangélica

Por Lu Sudré, no jornal Brasil de Fato:

Antes mesmo de Jair Bolsonaro (PSL) ser eleito presidente nas eleições de outubro, a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional lançou o chamado “Manifesto à Nação: O Brasil para os brasileiros”. Com 180 signatários, o documento propõe uma agenda de governo dividida em 4 eixos principais: Modernização do Estado, Segurança Jurídica, Segurança Fiscal e “Revolução na educação”.

Em declarações recentes, o militar reformado e sua equipe têm seguido as diretrizes principais do proposto pela bancada evangélica. A redução ministerial, por exemplo, já foi anunciada. As 29 pastas atuais se tornarão 15 a partir do ano que vem. Outros pontos programáticos do manifesto como a abertura comercial e a não priorização do Mercado Comum do Sul (Mercosul), alvo de críticas do setor industrial, são frequentemente defendidas pelo futuro "superministro" da Economia, Paulo Guedes.

Bolsonaro e as questões óbvias sobre os EUA

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Em tempos de governantes de “ peruca solta” parece necessário tratar de reforçar algumas obviedades, antes que elas também sejam alvo dessa máquina de destruição de sentidos que tanto estrago causou no recente processo eleitoral.

No campo da economia, é preciso dizer em voz alta que não somos e nunca seremos os Estados Unidos. Não apenas porque temos outra história e outra dimensão econômica, mas, principalmente, porque eles são os emissores da moeda internacional, o dólar. E isso faz que a gramática da economia de lá funcione muito diferente da que utilizamos por aqui. Vejamos porque:

domingo, 11 de novembro de 2018

O cheque em branco nas eleições

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

A equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro está fazendo agora o que não foi feito na campanha: um plano de governo, com ações setoriais mais definidas, ainda que não possam ser muito detalhadas agora.

Em outras eleições, o que se faz na transição é o ajuste entre a agenda aprovada pelas urnas e a realidade apresentada pelo governo que está de saída.

O cheque em branco agora está sendo preenchido, com medidas que os eleitores de Bolsonaro, ainda contentes, só sentirão no ano que vem. Já apoiadores que representam o poder econômico estão chiando baixinho.

Bolsonaro será o exterminador de direitos

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Caso se concretize a anunciada intenção, do futuro governo de Jair Bolsonaro, de extinguir o Ministério do Trabalho, o Brasil entrará em um período em que se podem prever graves prejuízos aos trabalhadores. “Além da relação trabalhista específica, da saúde e condições de trabalho, por exemplo, me preocupo muito com a questão dos dois grandes fundos coordenados pelo ministério. O FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e o Fundo de Garantia, fundos multimilionários, com fundamentação constitucional, que são patrimônio da classe trabalhadora”, diz Ricardo Berzoini, ex-ministro do Trabalho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Bolsonaro e o controle da verdade

Por Ricardo Alexandre, no site Outras Palavras:

“Jair Bolsonaro é evangélico”, afirmava um. “Não, ele é católico romano”, dizia o outro. “Não, eu vi o vídeo dele sendo batizado por um pastor da Assembléia”. “Mas eu vi uma entrevista na qual ele dizia que era católico”. “Mas quem fez o casamento dele foi o Malafaia”. “Mas ele continua sendo católico”.

Não eram minhas tias conversando no almoço de família. Era um comentarista político e um especialista em marketing político discutindo com o microfone ligado, sobre a religião do então candidato a presidente. Em um país em que 60% declara que “jamais” votariam em um ateu, a religião é fator fundamental também na identidade de um personagem público.

Em que mundo vive Paulo Guedes?

Por Pedro Paulo Zahluth Bastos, na revista CartaCapital:

Não acreditei, confesso, quando li a mensagem de WhatsApp: só pode ser fake news. Um técnico do IPEA informava que o futuro ministro da Economia do governo Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, tinha acabado de ter uma reunião com integrantes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Os técnicos discutiam a LOA e foram interrompidos pelo futuro ministro: o que mesmo é a LOA? Sério? Não pode ser. Como é possível que um economista experiente prestes a assumir o Ministério da Economia não saiba que a LOA é a Lei Orçamentária Anual? Só pode ser brincadeira de petista infiltrado.

O comandante do Exército e a prisão de Lula

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Bolsonaro é um mau militar” (general Ernesto Geisel, ex-presidente da República, ao comentar porque o presidente eleito foi reformado pelo Exército aos 33 anos, após atos de insubordinação e desordem).

*

Ficamos sabendo neste domingo, oficialmente, que os militares já tinham voltado ao poder antes da eleição do capitão Jair Bolsonaro. E foram determinantes na sua vitória.

Em entrevista à Folha, o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, revelou que agiu “no limite” ao declarar pelo Twitter “preocupação com a impunidade”, no dia 2 de abril, véspera do julgamento de um habeas corpus do ex-presidente Lula pelo Supremo Tribunal Federal.

Luis Fernando Verissimo: Desilusões!

Por Luis Fernando Verissimo, no site Carta Maior:

“Desilusão, desilusão...” O samba Dança da Solidão, do grande Paulinho da Viola, cantado pela grande Marisa Monte, seria um fundo musical perfeito para estes estranhos tempos. Poderíamos chamá-lo de “leitmotiv” da nossa desesperança, se quiséssemos ser bestas. A desilusão começou quando? Dá para escolher. No fim da ditadura que o Bolsonaro diz que nunca existiu, quando Tancredo ia tomar posse como o primeiro presidente civil em 20 anos, mas os germes hospitalares de Brasília tinham outros planos? Depois viria o entusiasmo seguido de grande frustração com Collor, o Breve, tão bonito, tão moderno, tão raso, a desilusão com o PT e a desilusão com os políticos em geral, agravada com as revelações de que até grão senhores da República levavam bola.

O “sem-noção” voltou

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Estava demorando.

Depois de uma semana desmentindo as bobagens de seus auxiliares – e a suas próprias -, o presidente eleito Jair Bolsonaro encarregou-se ontem de dar um piparote nos “reis do pensamento positivo” que já proclamavam que ele estava se adequando às regras do jogo político (e constitucional).

Numa única “live” de Facebook conseguiu produzir uma enxurrada de asneiras capaz de devolver a euforia à legião de selvagens que reuniu nas redes e fazer cair no ridículo todas aquelas juras de que seria “escravo” da Constituição.

O desastre da política externa de Bolsonaro

Por Alexandre Andrada, no site The Intercept-Brasil:

Em seu discurso da vitória, Jair Bolsonaro afirmou que iria libertar “o Brasil e o Itamaraty das relações internacionais com viés ideológico”.

Pois bem.

“Ideologia” é dessas categorias difíceis de definir. De modo simplificado, podemos dizer que uma ideologia é uma espécie de lente através da qual o indivíduo enxerga e explica o funcionamento e as transformações do mundo social, político e econômico.

O contrário de “ideologia”, portanto, deveria ser o “pragmatismo”, ou seja, uma ausência de compromisso com quaisquer crenças ancestrais ou simpatias políticas.

Em defesa da comunicação pública e da EBC

Por Gésio Passos, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Após 30 anos de promulgação da Constituição, o capítulo dedicado à comunicação social continua longe de uma efetivação que reflita a batalha do campo progressista durante a Constituinte.

Importante recordar que o capítulo da Comunicação Social foi o único que não conseguiu ser colocado para votação nas subcomissões temáticas da Constituinte, sendo seu texto possível após um acordo na Comissão de Sistematização da Constituição que, mesmo favorável à bancada radiodifusora, trouxe importantes fundamentos para uma comunicação democrática.

As súplicas de Magno Malta por um ministério

Malta implora por uma boquinha ao “irmão” Bolsonaro
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Não que a concorrência não seja grande, mas Magno Malta é o emblema acabado do governo Bolsonaro.

Malta bajulou todos os presidentes, desde Lula. Essa é sua grande especialidade.

Quando não lhe interessa mais, solta o saco e embarca numa outra canoa.

A maneira como está implorando por um cargo a Jair Bolsonaro é de fazer corar qualquer cristão.

A filosofia de Fausto e a 'burocracia do PT'

Por Valter Pomar, em seu blog:

A Carta Capital publicou, no dia 7 de novembro de 2018, uma entrevista com Ruy Fasto.

A entrevista foi feita por Marina Gama Cubas e intitula-se “Burocracia do PT vive do mito Lula. Se houver sucessor, ela morre”.

Carta Capital informa que esta entrevista faz parte de uma série, publicada entre os dias 30 de outubro e 7 de novembro, para refletir sobre “a esquerda atual e suas perspectivas para o futuro”.

Fausto considera que a vitória de Jair Bolsonaro é “um verdadeiro desastre nacional”; “uma extrema-direita muito radical e extremamente perigosa chegou ao poder no Brasil”; “57 milhões e meio de brasileiros votaram num candidato que elogia não só a ditadura militar, mas a ala extremista dessa ditadura, aquela que se opunha a qualquer abertura mais o resto: racismo, homofobia etc”.

A reforma previdenciária de Paulo Guedes

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há dois modelos de previdência pública:

- Repartição simples: aquele em que as contribuições dos empregados da ativa bancam a aposentadoria dos aposentados.

- Capitalização: no qual cada trabalhador tem uma conta individual, capitalizada para garantir a aposentadoria futura.

Mas não apenas isso. No caso da capitalização, há dois modelões de previdência:

Brasil de Bolsonaro: A casa caiu!

Por Hildegard Angel, no site Jornalistas Livres:

A Caixa Econômica já avisou que não assina mais nenhum contrato do programa Minha Casa Minha Vida este ano. É o Brasil Novo sem dó nem piedade.

A mídia corporativa faz cara de paisagem, como se não tivesse nada a ver com esse quadro de pré barbárie que estamos vivendo, de obscurantismo e patrulhamento ideológico e moral. Mas ela foi, e é, a principal responsável. Até porque foi ela que liderou, desde o início, essa campanha de ódio, que se disseminou como bactéria, causando um quadro de septicemia generalizada em nosso povo, dificultando e distorcendo sua percepção da realidade.

A legitimação do fascismo no Brasil

Por Lejeune Mirhan, no site da Fundação Maurício Grabois:

Dizer que esperávamos a vitória do fascismo nas eleições seria um erro. Muito ao contrário. Estávamos confiantes na virada, como apontavam todos os institutos de pesquisa, com a queda de Bolsonaro e a subida de Fernando Haddad. No entanto, a legitimação do fascista veio pelas urnas. Neste primeiro artigo sobre eleições, pretendo apenas apresentar dados numéricos sobre o resultado em si nas eleições presidenciais. Comentar sobre um tema que tenho introduzido na Sociologia que é a relação com a representatividade do eleito/a no conjunto dos eleitores inscritos. Ao final, algumas breves conclusões, tecendo comentários específicos sobre as formas de como um fascista ascende ao poder.


Bolsonaro vira piada na TV da Holanda