Malta implora por uma boquinha ao “irmão” Bolsonaro |
Não que a concorrência não seja grande, mas Magno Malta é o emblema acabado do governo Bolsonaro.
Malta bajulou todos os presidentes, desde Lula. Essa é sua grande especialidade.
Quando não lhe interessa mais, solta o saco e embarca numa outra canoa.
A maneira como está implorando por um cargo a Jair Bolsonaro é de fazer corar qualquer cristão.
Constrangedora até para os padrões da turma.
Em suas redes, Malta vive dando recado ao amigo JB, cobrando-lhe sabe Deus o que lhe foi prometido e em que circunstâncias.
São imagens para dar sensação de intimidade e cumplicidade.
Postou uma foto dos dois tomando café com uma legenda sabuja. Vou reproduzir sem corrigir o português desgraçado do sujeito. Perdão.
Aí vai: “Ha 6 anos atras quando só existe nos 2 , o cafezinho feito por ele fazia parte desse sonho, o sonho chegou, e continua tudo igual ! Valeu meu presidente”.
Quando não o faz lui même, passa a tarefa de implorar pela boquinha à mulher Lauriete, cantora gospel.
“O Brasil é muito mais importante do que qualquer comentário maldoso ou bisbilhoteiro que postam por aí”, escreveu ela no Twitter, provavelmente com o marido olhando por cima de suas costas.
“Magno Malta deve sim ser ministro, não por suas convicções religiosas ou amizade com o Presidente, mas pela dedicação às suas bandeiras, às causas que defende com coragem”.
Em maio, Bolsonaro o chamou de “vice dos sonhos”. MM preferiu tentar a reeleição no Senado e quebrou a cara.
Gastou, oficialmente, 2,7 milhões de reais e obteve 17% dos votos, perdendo para Marcos do Val (PSS) e Fabiano Contarato (Rede).
A vitória de Contarato, homossexual assumido, sobre o moralista Malta contém uma justiça poética.
Malta supostamente ocuparia um tal “Ministério da Família”, fusão de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, ou a Secretaria-Geral da Presidência.
A conversação está parada.
Defende os valores do cidadão de bem temente a Deus etc etc, mas sua trajetória nesse campo é, para usar um eufemismo, controversa. O DCM já contou parte dela.
É capaz de vilezas absurdas. Em 2009, durante a CPI da Pedofilia, acusou um cobrador de ônibus de abusar sexualmente da filha, que à época tinha apenas 2 anos.
O homem ficou preso durante nove meses e foi inocentado das acusações. Hoje processa o senador.
No dia 7, criticou o aumento de salário do STF. “Vamos lutar forte e não permitir essa indignidade contra o pais”, escreveu.
Não apareceu no dia da votação. Sua assessoria alega que estava num check-up.
O general Mourão, que não tem superego, deu uma canelada no ex-cantor de pagode gospel e em suas súplicas.
Bolsonaro, segundo Mourão, “está com outros assuntos mais prementes, né. Isso aí [para onde Malta vai] é mais fácil de resolver, pode ver depois”, declarou ao Globo.
“O instinto punitivo de uma ala da transição tenta convencer o presidente eleito a deixar o senador fora da Esplanada pintando seu perfil de ‘adesista’”, diz a reportagem.
Em nome de Deus, Magno Malta não vai desistir.
O irmão Bolsonaro vai dar um jeito. Sem Magno Malta no governo, o desastre não fica completo.
A arte da bajulação, segundo Magno Malta |
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