domingo, 22 de dezembro de 2019

'Fascismo não se debate. Fascismo se destrói'

Por Wander Wilson, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

O livro Antifa: o manual antifascista, de Mark Bray, publicado no Brasil pela editora Autonomia Literária se inicia com uma epígrafe do revolucionário anarquista espanhol Buena Ventura Durruti: “Fascismo não se debate, fascismo de destrói”. Mark Bray é historiador e investiga neste livro as práticas antifascistas do passado e do presente, assim como seus vínculos temporais como a reutilização de símbolos, técnicas, atualizações e dificuldades.

A popularidade em queda de Bolsonaro

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

A nova pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta sexta-feira, segundo a qual 56% dos brasileiros não confiam no presidente Jair Bolsonaro, parece mostrar não só que a maior parte da população está desconfiada do chefe de governo, mas também que ele hoje tem o apoio apenas daquele um terço do eleitorado brasileiro chamado de “eleitor de raiz”, mais próximo do ideário de Bolsonaro, que analistas apontam como sendo em torno de 30% , na opinião da cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos. Segundo a pesquisa, 29% dos brasileiros consideram o governo ótimo ou bom.

O nazismo miliciano e a covardia da guerra

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Luiz Sérgio Metz (o “Jacaré”) – morto há quase 25 anos – escreveu um dos contos mais importantes da literatura gaúcha de todos os tempos. Às vezes ele repetia, nos universos alcoólicos de julho nas madrugadas frias do pampa, que o “nazismo era a elegância no poder”. O conto a que me refiro “O primeiro e o segundo homem” relata um duelo à faca, assistido pela infância no precário esconderijo das guanxumas. Neste duelo dois gaúchos travam uma luta justa, certeira, combinada, escondida do mundo estrelado das madrugadas, pelo qual se medem como indivíduos, para os quais só interessa suas próprias virtudes isoladas do mundo real. Uma escolha entre alternativas de sobrevivência ou morte.

O Natal dos Herodes de hoje

Por Leonardo Boff, em seu blog:

O Natal sempre possui o seu idílio. Não pode haver tristeza quando nasce a vida, especialmente quando vem ao mundo o puer aeternus, o Divino Infante, Jesus. Há anjos que cantam, a estrela de Belém que brilha, os pastores que velam à noite o seu rebanho. Mas lá estão principalmente Maria, o bom José e o Menino deitado numa manjedoura, “porque não havia lugar para eles na hospedaria”. E eis que apareceram também vindo do Oriente, uns sábios, chamados magos, que abriram seus cofres e ofereceram ouro, incenso e mirra, símbolos misteriosos.

O gigantesco triunfo dos ricos

Por Greg Sargent, no site Carta Maior:

O triunfo dos ricos, uma das questões que definem nosso tempo, é geralmente descrito como sendo o reflexo de dois fatores. O primeiro, é claro, é a explosão da renda daqueles que ganham mais, em que uma minúscula minoria sugou uma parte crescente dos ganhos das últimas décadas de crescimento econômico.

O segundo fator – que será central para a corrida presidencial de 2020 – foi o declínio oculto da progressividade do código tributário para o topo da pirâmide, garantindo que os mais ricos tivessem, nestas mesmas décadas, seus impostos continuamente reduzidos.

Some esses dois fatores e está explicada a crescente desigualdade nos EUA que, de certa forma, é ainda mais dramática do que cada um por si.

As duas faces do processo contra Trump

Por Paul Street, no site Outras Palavras:

O processo de impeachment contra Donald J. Trump está aberto. O que fazer dele? É difícil não gostar de ver o Perverso contorcer-se e atacar como uma fera ferida. Não há humilhação pública suficiente para essa caricatura patética de ser humano, esse ser racista, sexista, ecocida e fascista que coloca o mundo em risco com sua presença no cargo mais poderoso. O regime racista, sexista, xenófobo e plutocrático de Trump causou grandes danos às regras básicas democráticas e humanas, à decência civilizacional, à justiça social e perspectivas de um futuro decente. Tudo isso torna impossível a qualquer pessoa de esquerda ou progressista que se preze não querer vê-lo cair em desgraça e ser removido do poder. O regime Trump-Pence deve ser forçado a deixar o cargo o mais rápido possível.

sábado, 21 de dezembro de 2019

A ofensiva de Moro contra a OAB

O inferno astral do clã Bolsonaro

A influência de Bolívar na América Latina

O Estado Policial no Brasil

A tarifa zero no transporte público

Queiroz é o... Papai Noel!

Flávio Bolsonaro: reputação rachadinha...

2019, o ano da expansão das trevas

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Estado de exceção na Bolívia e no Brasil

Editorial do site Vermelho:

Fatos como a ordem de prisão imediata contra o ex-presidente da Bolívia Evo Morales e a denúncia de um procurador do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília contra o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, por suposta calúnia ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, são episódios que atestam a gravidade da ofensiva da extrema direita na região. São subprodutos da cadeia de golpes que engolfou o Brasil e levou à fraude do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff em 2016.

Marielle, sempre Marielle

Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:

Apurar os vínculos entre os operadores do gabinete do então deputado Flavio Bolsonaro e os mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes devem ocupar a prioridade absoluta nas investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro.

É aqui que se encontra o passo decisivo para vencer uma situação inaceitável de incerteza política, que envergonha o país e ameaça o futuro de 210 milhões de brasileiros e brasileiras.

Desvios de dinheiro, "rachadinhas", investimentos-fantasma e cobrança de propina constituem práticas que acompanham os esquemas de poder de muitas décadas, em toda parte, ou quase.

Devem ser apurados, investigados e punidos porque constituem uma força corrosiva que sabota a democracia e corrompe os valores da cidadania.

A noite das facas falsas

Por Lincoln Secco, no site A terra é redonda:

“Não há outro meio de acabar com o comunismo senão acabando de vez com a democracia liberal, terreno propício ao desenvolvimento de todos os micróbios virulentos” (Miguel Reale, agosto de 1935) [1].

Entre 11 e 12 de outubro de 2019 a cidade de São Paulo sediou a Conferência da Ação Política Conservadora [2]. Tenho ao meu lado o jornal Folha de São Paulo impresso. A data é 14 de outubro de 2019. Numa das fotografias da matéria está o deputado federal Eduardo Bolsonaro abraçado a um mastro com uma bandeira do Brasil. Ele sorri, meio curvado, aparentemente simulando uma pole dance.

A paranoia de Bolsonaro na revista 'Veja'

Por Fernando Brito, em seu blog:

Na entrevista que deu à Veja, Jair Bolsonaro não disse o nome, mas deixou claro, para bom entendedor, que a acusação era contra seu ex-ministro Gustavo Bebianno de ter um plano para assassiná-lo:

Bolsonaro acredita que, além do ex-garçom Adélio Bispo dos Santos de Oliveira, autor da facada, uma figura do seu staff de campanha estaria envolvida de alguma forma no plano para matá-lo. O presidente não revela a quem se refere, mas, ao longo da entrevista, vai fornecendo detalhes que apontam para um ex-ministro.

Como se monta o desmonte

Por Roberto Amaral, em seu blog:

“Apesar de você / Amanhã há de ser / Outro dia” (“Apesar de você”, Chico Buarque)

Está em fase de conclusão a montagem da Secretaria Especial da Cultura que, no governo do capitão, passou a ser um apêndice do Ministério da Cidadania. É o que restou do Ministério da Cultura, que em anos passados já teve como titulares Celso Furtado e Antônio Houaiss.

Um anônimo, identificado pela imprensa como “maestro”, foi nomeado presidente da Funarte, aquele órgão do governo federal cuja missão “é promover e incentivar a produção, a prática, o desenvolvimento e a difusão das artes no país”. Para o novo burocrata, “O rock ativa as drogas, que ativam o sexo livre, que ativa a indústria do aborto, que ativa o satanismo”.

Dieese: 64 anos ajudando o sindicalismo

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:

A história fazemos todos, juntos ou não, por meio do complexo processo de construção social tecido por incontáveis mãos, a maioria, de gente anônima, e costurada, em grande parte, por fios invisíveis. Há “interruptores” históricos que, acionados, podem liberar ou travar o fluxo de processos sociais.

No ano de 1955, houve uma onda de frio muito severa. Entretanto, na política, o clima era quente, com muitas mudanças desde o suicídio de Vargas, ocorrido no ano anterior. Café Filho assumira a presidência e o país enfrentava problemas com a inflação e o déficit na balança comercial. Juscelino Kubitschek (JK) lançara-se candidato à presidência pelo PSD. A UDN e os militares articulavam chapa com Juarez Távora, ex-tenentista. O PTB, partido de Getúlio, constrói naquele ano uma aliança com o PSD e lança a chapa JK/Jango para concorrer às eleições presidenciais. Com apoio do eleitorado paulista, Ademar de Barros corre por fora.