sábado, 8 de fevereiro de 2020

Ditadura boliviana e hipocrisia dos castelos

Por Breno Altman, no site Opera Mundi:

O governo de Jeanine Áñez, empossada por um golpe de militares e civis no dia 12 de novembro de 2019 na Bolívia, há quase três meses deixa um rastro de sangue e arbítrio. A usurpação do poder assenta-se sobre a violência repressiva e a cumplicidade internacional das forças conservadoras, protegendo o regime de exceção sob um manto de silêncio.

Pelo menos 36 pessoas foram mortas à bala por soldados, policiais e paramilitares desde a derrubada de Evo Morales. São cerca de mil os bolivianos feridos, mais de 1.500 os presos sem culpa formada. Dezenas se refugiaram, perseguidos à revelia de qualquer amparo jurídico, como o próprio ex-presidente. Rádios comunitárias foram fechadas, canais internacionais tiveram seus sinais interrompidos e jornalistas acabaram presos por subversão.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Petardos: Queda da indústria apavora a mídia

Por Altamiro Borges

Após criar uma falsa onda de otimismo econômico no final de 2019 – o que inclusive conteve a rejeição do "capetão" nas pesquisas –, a mídia rentista agora destaca os sinais negativos. O jornal Valor estampa no título: "Indústria confirma fraqueza e fecha 2019 com queda de 1,1%".

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Em outra matéria, o mesmo jornal – que é dedicado à cloaca burguesa – soa o alarme: "Investimento deve cair 2% no 4º tri, diz Itaú”. "Forte queda da produção de bens de capital em dezembro indica recuo da formação bruta de capital fixo nos três últimos meses de 2019", diz o Valor.

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Na Folha, Armando Castelar, coordenador de Economia Aplicada do Ibre/FGV, afirma que queda de 1,1% "foi ducha de água fria para quem espera para 2020 uma retomada mais forte da economia... A produção industrial ficou 15% abaixo do patamar de antes da recessão de 2014-16".

Bolsonaro entrega setor energético aos EUA

Por Jeferson Miola, em seu blog:                     

O 1º Fórum de Energia Brasil-Estados Unidos realizado no Rio de Janeiro em 3 de fevereiro sacramentou a rapina do setor energético brasileiro pelos EUA, abrangendo tanto aspectos estratégicos como componentes de segurança e soberania nacional.

Durante a visita aos EUA em maio de 2019, Bolsonaro recebeu de Trump a incumbência de realizar este evento para dar andamento às prioridades energéticas e geopolíticas do governo estadunidense no Brasil.

No Fórum deste dia 3, o Ministro de Minas e Energia do Brasil Bento Albuquerque assinou com o Secretário de Energia dos EUA [equivalente a Ministro], Dan Brouillette, o Plano de Ação entre os 2 países nas áreas de óleo e gás, energia nuclear e eficiência energética.

Rodrigo Maia propõe a frente de direita

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

Só faz bem ao ambiente político quando os agentes públicos que detêm posições de mando e ambições de mais poder atuam com transparência e dizem as coisas às claras. Isto cria condições favoráveis ao jogo político e permite às forças em disputa um posicionamento realista.

O método faz enorme bem, igualmente, à luta de ideias, pois afasta os delírios e de per si contribui para a autocrítica daqueles que se equivocam, malgrado as boas intenções.

É com este otimismo que encaro as declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e a sua proposta de frente das forças de direita.

Indústria brasileira em espiral de abismo

Por José Álvaro de Lima Cardoso, no site Outras Palavras:

A produção industrial no Brasil diminuiu 1,1% em 2019, em relação a 2018, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Das 24 atividades pesquisadas pelo IBGE, 16 apresentaram queda no ano. Nos últimos dois meses do ano passado a queda acumulada chegou a 2,4%, sendo que o resultado de dezembro (-0,7%) é pior no mês, desde 2015. Segundo os pesquisadores do IBGE, o patamar de produção de 2019 é semelhante ao de 2009; é como se o país tivesse regredido, em termos de produção industrial, em dez anos.

Guedes diz que servidor público é 'parasita'

Da revista CartaCapital:

O ministro da Economia, Paulo Guedes, comparou funcionários públicos a “parasitas” ao discursar em um seminário sobre o pacto federativo, realizado pela Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, 7.

O chefe da área econômica defendia a reforma administrativa, que deve ser analisada no Congresso Nacional neste ano. Segundo ele, o governo está quebrado porque gasta 90% da sua receita com servidores do Estado.

“O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo. O hospedeiro está morrendo. O cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático. Não dá mais, a população não quer isso”, afirmou o ministro.

O encontro de Lula com o Papa Francisco

Petra Costa no Oscar e o fascismo no Brasil

A marcação de munições da PM e Exército

Ataque à cultura e o filme de Petra Costa

Capitalismo e direito à cidade

Datena pode ser o candidato de Bolsonaro

Congresso prepara golpe na Constituição

Guedes e a ditadura do capital financeiro

O poder político e as classes sociais

Por Tatiana Berringer, no site A terra é redonda:

No final de 2019, a editora Unicamp publicou uma nova tradução de Poder Político e classes sociais, na Coleção Marx 21. Após 51 anos da primeira edição do livro na França, esta obra ainda é considerada um dos principais tratados da ciência política marxista, o que demonstra que o objetivo do autor foi alcançado. A empreitada que Poulantzas se colocou foi a de escrever uma teoria regional do político no modo de produção capitalista. Ele sistematizou as principais contribuições de Marx e Engels, Lênin e Gramsci, especialmente as obras sobre a política.

Oposição define prioridades no Congresso

Por Bia Barbosa, no site Carta Maior:

O Legislativo voltou aos trabalhos essa semana em Brasília e, após o recebimento da Mensagem do Presidente ao Congresso, que traz as prioridades do Executivo no Parlamento, os partidos que integram a minoria da Câmara – PT, PSOL, PCdoB, PSB, PDT e Rede – já se reuniram para desenhar estratégias de resistência. A avaliação é a de que o governo conseguiu se organizar melhor no final de 2019 e que será fundamental uma atuação conjunta e ainda mais articulada para conter retrocessos neste ano de 2020.

Rodrigo Bocardi é acusado de racismo

Da Rede Brasil Atual:

O apresentador do Bom Dia São Paulo da Rede Globo, Rodrigo Bocardi, está sendo acusado de racismo nas redes sociais. Ao acompanhar entrevista ao vivo com um jovem negro em uma estação do metrô de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (7), pediu ao repórter Tiago Scheuer para perguntar se o jovem estava indo ao clube para “pegar bolinhas de tênis”. O rapaz, Leonel, usava uma camiseta do Esporte Clube Pinheiros, considerado da elite paulistana. Ele respondeu que era atleta e jogador de polo aquático do clube.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Cadê o otimismo da mídia com a economia?

Neoliberalismo e o fim da sociedade salarial

Por Marcio Pochmann, no site da Fundação Maurício Grabois:

Na geração líquida de 644 mil novos empregos assalariados formais em 2019 foi um alento frente ao mar do desemprego e subocupação que transborda no País desde 2015. Ao mesmo tempo, confirma o sentido geral pelo qual o mundo do trabalho encontra-se submetido pelo contexto mais geral imposto pela recessão econômica associada ao processo de desregulamentação das relações entre o capital e o trabalho.

O capitão do mato e os índios

Por Fernando Brito, em seu blog:

Estarrecedora a reportagem do Estadão sobre a proibição da Funai a que seus próprios funcionários visitem áreas indígenas ainda não demarcadas.

Pior ainda a justificativa de que métodos “marxistas” e “trotskistas” estariam sendo usados para a “retomada” de terras pelos índios.

Pior até do que fazia o ditador admirado por Bolsonaro, o General Emílio Médici, que, em 1973, sancionou lei dizendo que cabia à Funai assistir indígenas independente de que suas áreas de terra fossem homologadas ou não.

Lei, aliás, em pleno vigor.