sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

O avanço da direita nas Américas em 2017

Da Rede Brasil Atual:

Como no mundo todo, o continente americano também foi marcado pelo avanço da direita neoliberal em 2017. A eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, deu novo ânimo a projetos neoliberais pelo continente, naquilo que o cientista político e sociólogo Emir Sader classifica como "restauração conservadora".

Após mais de uma década de governos progressistas em quase todo o continente, as forças políticas de direita se consolidam na Argentina do presidente Maurício Macri e, mais recentemente, com a volta ao poder do também empresário milionário Sebastián Piñera, no Chile.

Cúpula militar descarta Bolsonaro

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Antonio Lassance, no site Carta Maior:

Uma reportagem do Congresso em Foco aferiu opiniões de militares influentes na cúpula das forças armadas, na ativa e da reserva.

Para eles, Bolsonaro é "imprevisível" e "incapaz de dialogar". As alfinetadas no subalterno não param por aí:

"Peca por excesso de vaidade e de pretensão. Acha que sabe tudo e dessa forma fica difícil conversar”.

O mais importante, porém, não está nas linhas, mas nas entrelinhas da matéria.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

O Caixa-3 de Rodrigo Maia, o “Botafogo”

Por Altamiro Borges

Reportagem publicada na Folha nesta terça-feira (26) informa que a Polícia Federal encontrou indícios de que Rodrigo Maia, o capacho dos patrões que preside a Câmara Federal, recebeu grana indireta da Odebrecht, o chamado “caixa três”, para as suas campanhas eleitorais. A denúncia é grave, mas como o demo tem sido impecável na defesa dos interesses da cloaca empresarial logo deverá desaparecer do noticiário. “Em relatório de um dos inquéritos que investigam o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a PF apontou indícios de que suas campanhas receberam dinheiro de empresas a mando da Odebrecht, prática chamada pelos investigadores de ‘caixa três’”, descreve o jornalista Reynaldo Turollo Jr.

Waack demitido e a Globo em ‘pé de guerra’

Por Altamiro Borges

Na sexta-feira (22), a Rede Globo anunciou a demissão do outrora todo-poderoso William Waack. A rescisão do milionário contrato foi divulgada em nota assinada pelo diretor de jornalismo, Ali Kamel. Após elogiar a sua “excelência profissional”, ela afirma que o defenestrado e a empresa “decidiram que o melhor caminho a seguir é o encerramento consensual do contrato de prestação de serviços que mantinham”. Ela também tenta livrar a cara do ex-âncora do Jornal da Globo e do programa Painel, da GloboNews, que “reitera que nem ali nem em nenhum outro momento de sua vida teve o objetivo de protagonizar ofensas raciais”. Apesar das aparências de civilidade, há boatos de que a demissão foi traumática e de que o clima no império global não é dos melhores.

Aos golpistas só falta rezar

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

Até outro dia, nas conversas a respeito da próxima eleição presidencial, a moda era falar na “terceira via”. Prossegue, mas agora com um componente novo: passou a ser de bom-tom descartar os resultados das atuais pesquisas de intenção de voto. Até alguns pesquisadores aderiram à novidade.

Embora nunca explícito, o raciocínio subjacente parece ser de que “estamos longe demais da eleição” e que somente “quando ela começar de fato” é que poderemos saber o que os eleitores farão em outubro. Por enquanto, as pesquisas pouco (ou nada) diriam.

Direita esperneia e exige privataria

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Confesso que meu lado obscuro se compraz com o esperneio derivado da pesquisa Datafolha que tomou de estupefação e inconformismo essa direitalha asquerosa que infecta o país.

Andei buscando as reações dessa escória e recolhi algumas pérolas.

Primeiro, as folclóricas.

Porta-voz de João Doria, Bolsonaro e Michel Temer, Joice Hasselmann desbundou e saiu logo xingando de burra a maioria esmagadora dos brasileiros que, por acaso, discorda dela. O problema é fazer isso em uma concessão pública de rádio. Mas, no Brasil, dono de meio de comunicação grande pode fazer o que quiser. Até sonegar impostos…

Os 12 meses que abalaram o Brasil

Por Pedro Rafael Vilela, no jornal Brasil de Fato:

Como numa volta ao seu pior passado, o Brasil termina 2017 com a sensação de ter perdido décadas em um ano. O governo golpista de Michel Temer (MDB), que ostenta uma reprovação de 77% da população, segundo dados do Ibope, vem patrocinando medidas para aprofundar ainda mais as desigualdades sociais e enfraquecer o Brasil no cenário internacional.

A volta da miséria e do desemprego em níveis alarmantes, além da retirada de direitos trabalhistas e, mais recentemente, a tentativa de restringir até a aposentadoria dos mais pobres formam a face mais perversa de um governo que só chegou ao poder depois de um golpe parlamentar que afastou uma presidenta eleita pelo voto direto.

Cantanhêde, Waack e os piores da mídia no ano

Por Pedro Zambarda de Araujo, no blog Diário do Centro do Mundo:

Num universo pleno de nulidades, eis os jornalistas que, em 2017, prestaram um serviço inestimável para desmoralizar sua própria profissão e uma imprensa já com a credibilidade no lixo.

1. Eliane Cantanhêde

A colunista que mais bajulou Temer (o que foi aquele Roda Viva, pelo amor de Deus?) atravessou 2017 com uma série de lambidelas constrangedoras em possíveis candidatos a destruir Lula.

Em 5 de fevereiro, ela fez uma previsão de Mãe Dinah sobre Temer que tinha o título apropriado de “Agora Vai”. Acabou fondo.


Carlos Marun é um Cunha explícito

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Carlos Marun, ontem, mostrou que veio para ser o Cunha explícito de Michel Temer, declarando, sem nenhum pudor, que o governo está trocando,financiamentos em bancos públicos por votos na reforma da Previdência.

“Veja bem, é uma ação de governo, sendo uma ação de governo, obviamente o nível de apoio que governador puder prestar a favor da reforma vai ser considerado nesta questão”, declarou.

As 10 piores maldades do governo golpista

Por Katia Guimarães, no blog Socialista Morena:

Tudo de ruim que aconteceu no Brasil em 2016 foi superado em 2017, e vem mais por aí. No país de Michel Temer, Aécio Neves e Romero Jucá, o golpe não tem fim. Mas se para uma coisa este ano serviu foi para deixar claro que o golpe não foi contra o PT e a presidenta eleita Dilma Rousseff, mas contra o cidadão brasileiro. Até mesmo parte dos coxinhas já reconheceu isso.

Recentemente, Temer justificou suas maldades: “Usei a minha impopularidade para fazer as reformas necessárias”, que “ninguém tinha coragem de fazer”. Sem dar a mínima para sua falta de legitimidade, o presidente postiço já planeja mais perversidades para 2018, como a “reforma” da previdência que fará o brasileiro trabalhar até morrer. Com seu fiel escudeiro e ministro do STF, Gilmar Mendes, Michel planeja ainda a aprovação de um semipresidencialismo no país. Sem qualquer consulta popular, como é do feitio de golpistas, uma pré-proposta já foi enviada ao Senado por Mendes para se transformar em emenda constitucional.

O ministro do PTB e a volta da escravidão

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

A trajetória do PTB (para quem não lembra, a sigla quer dizer Partido Trabalhista Brasileiro), de Getúlio Vargas, seu fundador, a Roberto Jefferson, atual dono da legenda, é emblemática da degradação do sistema político-partidário no país.

Getúlio criou a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) na década de 40 do século passado, que acaba de ser desmontada em poucos meses pelo governo Michel Temer, ao implantar na íntegra o projeto de reforma apresentado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), sob a alegre batuta do agora ex-ministro Roberto Nogueira, do PTB gaúcho (gaúcho como Vargas!), indicado por Jefferson, que atendeu a todas as antigas reivindicações do patronato para acabar com os sindicatos, a Justiça Trabalhista e os direitos dos assalariados.

Depois de Temer, um Brasil em ruínas

Agenda da direita prevê um golpe por dia

Por Antônio Barbosa Filho, em seu blog:

Tentem isolar as várias medidas já adotadas ou em fase de aprovação forçada pelo Congresso, desde a posse do grupo de corruptos que tomou o poder federal em 2016. Verifica-se que várias delas constituem isoladamente um golpe que jamais teria sido admitido num quadro de normalidade democrática. Imaginem se Dilma Rousseff congelasse os gastos em saúde e educação por vinte anos! Só isso a derrubaria do governo, por incompetência, insensibilidade social, crime orçamentário e todo tipo de acusações que se pudessem formular.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

2017 expôs o telhado de vidro dos golpistas

Por George Marques, no site The Intercept-Brasil:

“Todos que fizeram o impeachment estão envolvidos em corrupção”. A frase, com tons premonitórios, foi dita pela ex-presidente Dilma Rousseff à rede de TV americana CNN, em 27 de abril de 2016, exatos dez dias após a Câmara dos Deputados autorizar a instauração de seu processo de afastamento. Em 2017, alguns daqueles personagens tiveram suas incoerências políticas evidenciadas e se viram envolvidos em escândalos. The Intercept Brasil fez uma lista de cinco casos emblemáticos, relembrando o que eles disseram contra Dilma e como viram seus telhados de vidros ruírem no ano que se encerra.

Meirelles conduz os Estados ao matadouro

Por J. Carlos de Assis, no Jornal GGN:

Rio Grande do Norte saiu da fase da crise para entrar no caos. Outros Estados se seguirão. Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, entre os grandes, estão na mesma trilha de total desmantelamento de suas funções de governo. Mesmo São Paulo, o mais rico de todos, está cancelando ou adiando pagamentos de professores universitários por falta de orçamento. Breve toda a República sucumbirá, se ainda já não sucumbiu, à destruição de seus sistemas de saúde, de educação e de segurança pública, entre outros.

São muitos os culpados por essa situação, inclusive a depressão econômica.

2017: arrependimento. 2018: volta a Lula

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Num certo futuro, 2017 será também lembrado, relativamente ao Brasil, por um paradoxo: quase 100% dos brasileiros passaram o ano rejeitando o presidente ilegítimo, reprovando seu governo e suas iniciativas, mas só manifestaram este sentimento na solidão da entrevista reservada com o pesquisador dos institutos, presencialmente ou por telefone. Não foram às ruas, não protestaram, não bateram panelas. Mas foram também as pesquisas que captaram a reação silenciosa, o crescimento constante do apoio à candidatura do ex-presidente Lula em todas as camadas sociais, agora inclusive nas camadas AB, segundo o instituto Ipsos.

Os desafios da renovação do Congresso

Por Antônio Augusto de Queiroz, no site Vermelho:

Pelo senso comum se imagina que a desqualificação da política e o desgaste dos congressistas – que votaram matérias impopulares e salvaram o presidente da República de duas denúncias de corrupção – levará necessariamente à uma grande renovação do Congresso em 2018. Mas, se não houver uma reação articulada na sociedade, isto pode não se confirmar, por uma série de motivos.

Moro, Globo e o Mal que bate a nossa porta

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Enquanto em todo mundo cristão se fazem homenagens ao nascimento de Jesus, o primeiro profeta de Israel que não apelava ao punitivismo, que orientava seus seguidores a lutarem exclusivamente com as armas do bom senso e da persuasão. Que pregava o amor ao próximo, mesmo que este fosse um “inimigo” ou um “criminoso”. Que não ousava ferir sequer os animais e, com isso, pôs fim aos sacrifícios que haviam marcado a religião antiga por milhares de anos. Que andava ao lado de ladrões e prostitutas, tratando-os como seus irmãos e irmãs. Que era um profeta diferente de todos os que o antecederam, porque não insultava, não agredia, não desejava o mal a nenhum povo e a ninguém. Que era, em suma, um profeta do perdão, não do castigo.

A mitomania fiscal do ministro Meirelles

Por Marcelo P.F. Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Na ânsia de reunir argumentos para aprovar a reforma da Previdência e serenar os humores das agências internacionais de risco, o Ministério da Fazenda divulgou recentemente estudo que trata de avaliar o efeito redistributivo da política fiscal no Brasil. Usando os dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD) de 2015 e um sofisticado modelo de microssimulação de tributos e benefícios (chamado BRAHMS), os técnicos do ministério tentam demonstrar que os gastos sociais brasileiros – principalmente por conta da Previdência Social – não seriam capazes de reduzir de forma efetiva a nossa péssima distribuição de renda.

Rejeição de 70% às privatizações é um alento

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A revelação de que sete em cada dez eleitores condenam as privatizações é um dado essencial da conjuntura política. Mostra que o povo está muito mais atento aos assuntos políticos do que é costume reconhecer.

Um placar de 70% representa um apoio indiscutível a ideia de um plebiscito revogatório para mandar para o lixo as medidas anti-nação e anti-povo do governo Temer-Meirelles.

Apesar do pensamento único da grande mídia a favor das privatizações, que teve seu marco inicial num manifesto dos maiores empresários do país reunidos pelo jornal Gazeta Mercantil em 1978 - há 40 anos, portanto - a ideia não conseguiu convencer a maioria da população. A experiência prática também não.