domingo, 11 de dezembro de 2016

Presente de Natal: a renúncia de Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O fim do governo Temer foi anunciado ontem pelo vazamento da delação do lobista da Odebrecht Claudio Melo Filho. Ao invés de esperar por um descarte humilhante, seja por que via for, Temer prestaria um grande serviço ao Brasil renunciando ainda este ano, evitando mais um desastre político, a eleição indireta de um presidente pelo atual Congresso. Sua renúncia seria um presente de Natal para o Brasil, garantindo a convocação de eleições diretas sem a necessidade de um remendo constitucional em 2017. Na terça-feira os movimentos sociais farão atos em todo o país pedindo seu impeachment e diretas-já. Objetivamente, deviam pedir renúncia-já.

Odebrecht e a jurisprudência da destruição

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Responsável por ao menos dois dos programas estratégicos mais importantes do país, o da construção do submarino nuclear Álvaro Alberto, da Marinha e o do míssil ar-ar A-Darter, da Força Aérea, destinado a equipar os futuros caças Gripen NG-BR que estão sendo construídos com a Suécia, a Odebrecht está pagando caro por sua "proximidade" com os governos Lula e Dilma.

Embora seja uma das mais importantes construtoras estrangeiras a operar em Miami, o bastião do anticomunismo “morocho-cubano” norte-americano, onde construiu o metrô suspenso, o maior estádio da cidade e fez reformas no porto e a ampliação do aeroporto, e mesmo com o seu principal executivo, Marcelo Odebrecht, preso há quase dois anos, a justiça acaba de condenar também o patriarca da organização, o engenheiro Emilio Odebrecht, a quatro anos.

O assassinato político e o papel do MPF

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – as peças iniciais do jogo

É curioso a rapidez do tempo histórico nesses tempos de Internet e redes sociais. Há o lado da desestruturação das informações, pela quantidade e rapidez com que se sucedem os eventos. Mas há o lado da enorme rapidez dos diagnósticos em cima de eventos históricos ainda em andamento.

É o caso da nova estratégia da geopolítica norte-americana, montada a partir do advento da Internet e das redes sociais.

Ao longo dos últimos anos, foi possível acompanhar passo a passo esse jogo. No início, dada a aparente volatilidade dos fatos, íamos registrando o passo-a-passo, mas ainda mantendo dúvidas sobre as formas de organização: havia uma lógica, algum conhecimento sistematizado, ou apenas um ou dois eventos planejados e o resto se sucedendo de forma aleatória?

Bolsonaro e a banalização da mentira

Por Jean Wyllys, na revista CartaCapital:

Eu poderia falar, como a Universidade de Oxford o fez, em "pós-verdade", conceito interessante quando se trata de política nas redes sociais. Contudo, para ser direto, prefiro falar de mentira.

Porque disso se trata. A família Bolsonaro usou, outra vez mais, uma mentira para me difamar; e seus aliados – o deputado Alberto Fraga e o ex-corregedor da Câmara, Carlos Manato, também aliados do agora preso Eduardo Cunha – a apresentaram como "prova" para representar contra mim no Conselho de Ética, pedindo a cassação ou suspensão do meu mandato.

Porém, dessa vez, a Polícia Civil desmascarou, por meio de perícia incontestável, a mentira.

Capa da Veja faz o milagre de esconder Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Eu tiro o chapéu para os editores da Veja.

Compreendem perfeitamente que a revista que editam é apenas um panfleto, um cartazete a ficar exibido por uma semana nas bancas de jornal.

Tanto é assim que, com o escândalo do dinheiro pedido por Michel Temer e entregue a seu “psicoterapeuta político” José Yunes (e daí ser parcialmente repassado a Eduardo Cunha), denunciado por um ex-dirigente da Odebrecht e ao qual ela mesma diz ter tido integral acesso sua capa não contém nem a imagem nem o nome do indigitado “pedidor de dinheiro” palaciano.

Quem é contra eleição é trouxa ou canalha

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O derretimento de Michel Temer em praça pública, em função das delações da Odebrecht, tem dois efeitos cruciais para a conjuntura política e o futuro dos brasileiros.

O primeiro é acelerar de forma dramática o debate sobre a substituição de Temer. O segundo é atualizar o debate sobre a realização de eleições diretas para presidente. Com o governo Temer cada vez mais perto do fim, tudo fica claro. Quem ainda é contra diretas é trouxa ou é canalha.

Os grandes fatos do momento devem ser lidos, explicados e reinterpretados a partir do desmoronamento de Temer. Falando claramente: o funeral de Temer obriga a debater as condições para a realização de novas eleições ou apoiar um golpe dentro do golpe.

A nova delação contra Temer e a Lava-Jato

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A notícia é do Buzzfeed (!) e foi em seguida confirmada pela Globo, de onde tirei o texto abaixo.

Diretor da Odebrecht delata entrega de dinheiro vivo em escritório de amigo de Temer

Presidente teria negociado repasse de R$ 10 milhões com Marcelo Odebrecht no Jaburu

BRASÍLIA - O ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho denunciou a entrega de dinheiro em espécie no escritório do advogado José Yunes, um dos conselheiros mais próximos do presidente Michel Temer, durante a campanha eleitoral de 2014. As cifras fariam parte de um repasse de R$ 10 milhões que Temer teria negociado com ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, numa reunião no Palácio do Jaburu, em maio de 2014, dois meses depois depois do início da Operação Lava-Jato.


sábado, 10 de dezembro de 2016

Moro bem que tentou livrar Temer

Por Renato Rovai, em seu blog:

O juiz Sérgio Moro, aquele da foto, segundo ele, infeliz com Aécio Neves, deu uma livrada fenomenal em Michel Temer há alguns dias, como se poderá ver a seguir.

Essas três perguntas foram feitas por Cunha para que Temer respondesse como sua testemunha. Mas Moro, as censurou.

A propina de Skaf e os patos da Fiesp

Do blog Viomundo:

A empreiteira Odebrecht fazia muitos negócios nos e com os governos e os parlamentares.

Na versão apresentada pelo operador do propinoduto da empresa à Lava Jato, era uma troca explícita entre dinheiro e legislação.

Um dos “negócios”, segundo Claudio Melo, envolveu uma doação de R$ 10 milhões dividida assim: R$ 6 milhões para Paulo Skaf, o presidente da Fiesp, associação empresarial que teve papel decisivo no impeachment de Dilma Rousseff.