domingo, 9 de setembro de 2018

"Resposta de ódio" a quem "prega o ódio"

Do jornal Brasil de Fato:

"Um cara que prega o ódio recebeu uma resposta de ódio", lamentou, ao Brasil de Fato, a psicanalista Maria Rita Kehl em referência ao ataque a faca contra o candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira (6) em Juiz de Fora (MG), durante um ato de campanha em um centro comercial da cidade. Enquanto era carregado nos ombros por um de seus seguranças, Bolsonaro foi perfurado por uma faca na região do abdômen e foi levado à Santa Casa, onde passou por uma cirurgia para reparar perfurações nos intestinos grosso e delgado, segundo informações repassadas pelo hospital à imprensa.

A mídia e a contaminação do Judiciário

Por Glauco Faria, na Rede Brasil Atual:

O instituto da delação ou colaboração premiada, celebrizado na Operação Lava Jato, já havia sido adotado como uma estratégia no caso Banestado. Seu ressurgimento, com o mesmo juiz, Sergio Moro, no âmbito da Operação Lava Jato, resultou, no entanto, em um número muito maior de sentenças condenatórias. Seu uso também foi mais difundido e, em parte, isso se deve a um fator fundamental: a cobertura midiática.

PT processa Janaína Paschoal e Magno Malta

Do blog Viomundo:

Na madrugada deste domingo, 9/9, o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) entrou com ação penal contra Janaína Conceição Paschoal e o senador Magno Malta pelos crimes de calúnia e difamação.

A primeira, no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. A segunda, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ambos disseminaram mentiras em relação à facada sofrida por Jair Bolsonaro, candidato do PSL à presidência da República, em juiz de Fora (MG), na última quinta-feira, 06/9.

Valentes com Haddad; mansos com o general

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Ontem falou-se aqui do grau de rebaixamento do jornalismo brasileiro com o Tribunal da Inquisição montado pela Globonews para queimar vivo Fernando Haddad.

Enganou-se quem achou que era o mais baixo degrau a que poderiam descer.

A entrevista do General Hamilton Mourão, ontem, foi ainda pior.

Tibieza, covardia, palavras mansas, tons suaves, mesmo quando os assuntos eram os mais brutais.

'Novo' nome para a velha direita neoliberal

Arte: Bancários Rio
Por Marina Lacerda, no blog Socialista Morena:

É comum apresentar as propostas relacionadas ao extremo liberalismo econômico como algo “moderno”, no sentido atualizado, fresco, recém-fundado, inexperimentado. É isso que faz o Partido “Novo”. Suas “novidades” são Estado Mínimo, “menos intervencionista, com menos impostos e menos burocracia”; livre mercado; empreendedorismo; privatizações…

Tudo, na verdade, muito velho.

Juiz de Fora não mudou a eleição

Editorial do site Vermelho:

Depois do episódio de Juiz de Fora, a chamada grande mídia vem pontificando que a campanha presidencial passou a ser categoricamente uma outra. Dia e noite, noite e dia, tenta beatificar Jair Bolsonaro.

É obvio que a campanha foi impactada, fortemente, pelo que ocorreu na cidade mineira. Daí dizer que há uma metamorfose, mudança de qualidade entre as candidaturas em disputa, daí quase colocar a faixa presidencial no candidato agredido, são coisas bem diferentes.

Das Diretas-Já ao boneco de Bolsonaro

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Quis o destino, sempre ele, que a chamada da minha matéria “Das Diretas-Já a Tancredo Neves, a longa transição para a democracia”, na capa da Folha deste sábado, saísse junto com a foto de um boneco de Jair Bolsonaro.

Entre estes dois episódios emblemáticos da nossa história, passaram-se apenas 34 anos - da grande festa cívica da redemocratização, que varreu de esperança as ruas do país em 1984, à tragédia que vivemos hoje, na antevéspera de mais uma eleição direta para presidente da República.

As facadas atingiram Alckmin e Marina

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Não faltou quem dissesse que o ataque que quase matou o extremista de direita Jair Bolsonaro “mudará a eleição”. Essa premissa sobre “mudar” a eleição pode ter mil e um significados, mas o pretendido pelos seus propagadores é o de que Bolsonaro sairia (eleitoralmente) mais forte desse ataque.

A análise não procede cem por cento, mas não dá para acreditar que nada aconteça nas intenções de voto após um episódio como esse. Alguma coisa Bolsonaro irá lucrar.

sábado, 8 de setembro de 2018

Apologia da verdade como forma de censura

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Desde a eleição de Donald Trump, uma nova “ameaça global” tem espalhado insegurança pelo mundo: a disseminação de notícias falsas, mais conhecidas internacionalmente como fake news. Rapidamente, elas foram classificadas como as novas pragas da era digital e têm inspirado governos e empresas (principalmente grandes conglomerados de mídia) a adotarem medidas para combater a sua distribuição, utilizando o que for necessário para exterminar as “mentiras” que circulam pela internet. Mas todo esse debate está perigosamente contaminado por interesses políticos e econômicos que precisam ficar mais explícitos para que a sociedade não seja manipulada e a liberdade de expressão atacada em nome de uma verdade que sequer seja possível determinar.

A última cartada da Globo com Bolsonaro

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Cena 1 – o retrato atual das eleições

Há um desenho nítido, com o esperado crescimento de Fernando Haddad e a consolidação da candidatura de Jair Bolsonaro. Desenha-se um segundo turno entre ambos. Haverá um confronto entre o anti-petismo e o anti-bolsonarismo, com boa possibilidade de o fator Bolsonaro garantir a vitória de Fernando Haddad.

Até agora, os personagens-chave do jogo se posicionam assim:

Sobre o medo e o ódio

Por Luiz Carlos Bresser-Pereira

O dólar continua a subir, hoje bateu R$4,12. Todos estão de acordo, é o dólar da crise política brasileira, da insegurança em relação às eleições presidenciais que estão próximas. Mas para quanto irá o dólar?

Qual a profundidade dessa crise? Pode ser comparada com a crise de 2002, quando o medo da eleição de Lula levou o dólar, a preços de hoje, a R$7,00? Há muita gente pensando assim, mas estão enganados.

Nem à bala, nem à faca

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

A espiral de ódio e intolerância que vem se adensando desde 2013 tinha que dar nisso.

O atentado contra o candidato do PSL, Jair Bolsonaro - afora o repúdio geral que mereceu, inclusive dos concorrentes - cobra resposta rápida, convincente e clara das autoridades.

Não pode ficar inesclarecido como aquele que foi perpetrado a tiros, em março, contra a caravana do ex-presidente Lula. Atentados desta natureza, não importa a cor ideológica da vítima, atingem o processo eleitoral e a própria democracia. Eleitoralmente, é cedo para prever seu efeito.

Ministério Público está em guerra por grana

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

O Ministério Público (MP) brasileiro é o mais caro do mundo. As repartições federais e estaduais custam por ano aos cofres públicos 0,3% do PIB, graças ao alto salário de procuradores, promotores e seus ajudantes. Na Itália, o gasto é de 0,09%. Em Portugal, de 0,06%. Na Alemanha, de 0,02%.

Apesar da fartura, às vezes o MP tem briga por grana. Neste momento, há uma batalha com Raquel Dodge, procuradora-geral da República, na berlinda e alegados riscos à defesa de trabalhadores Brasil afora e ao combate à criminalidade em uma das regiões mais violentas do País.

A mansão de R$ 5,8 mi dos juízes Bretas

Por Paulo Bianchi e Elisângela Mendonça, no site The Intercept-Brasil:

Cinco suítes, lareira, três banheiras de hidromassagem, escadaria em mármore, espaço gourmet, churrasqueira, pomar, jardim, garagem para quatro carros, sauna, um campo de futebol próprio e até uma piscina aquecida que avança pela sala. Por R$ 5,8 milhões é possível comprar a humilde casa de campo em que os juízes federais Marcelo e Simone Bretas fogem do atarefado dia a dia que envolve, entre outras coisas, os julgamentos dos casos da Lava Jato no Rio de Janeiro.

Livro reúne testemunhos sobre Lula

Enviado por Camilo Vannuchi

"Não adianta tentar parar os meus sonhos. Porque, quando eu parar de sonhar, sonharei pelas cabeças de vocês" - Luiz Inácio Lula da Silva

Manuela d'Ávila, Celso Amorim, Márcia Tiburi, Gleisi Hoffmann, Gilberto Carvalho, Maria Rita Kehl, Rosane Borges, Juca Kfouri e Tata Amaral estão entre as autoras e os autores do livro Luiz Inácio LUTA da Silva: nós vimos uma prisão impossível (Ed. Contracorrente, 144 páginas, R$ 30).

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

O holocausto cobrado pelo neoliberalismo

Por Roberto Amaral, em seu blog:

A destruição do Museu Nacional não foi um acidente, mas um crime doloso: pensado, calculado, planejado, executado com precisão. É o holocausto cobrado pelo neoliberalismo.

Tragédia anunciada como outras que estão a caminho (e a próxima vítima pode ser o Arquivo Nacional), resultou, fundamentalmente, da política conservadora, regressiva, dita de austeridade, que, sem apoio na soberania popular, impôs ao País o corte dos gastos públicos, medida estúpida que impôs à Universidade brasileira, ao ensino e à pesquisa, à tecnologia e à inovação, à cultura e à educação de um modo geral, a mais cruel das dietas orçamentárias de que se tem notícia, determinando a suspensão de projetos de ensino e pesquisa, o cancelamento arbitrário de investimentos em instalações e equipamentos desprovidos de manutenção e condenados à obsolescência.

A normalização do golpe

Por Lincoln Secco, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Dois anos depois do golpe de 2016, já ficou evidente que o Partido Togado não possui nenhum projeto [1]. Alguns de seus membros não se importam com a demolição de parques industriais, o caos social ou a ascensão fascista. Acreditam ser um preço a pagar pela moralização do sistema político.

No entanto, desejam colher o fruto proibido sem serem expulsos do paraíso. Aguardam, depois do caos, a ordem. Sua pretensão conservadora de um organismo em que cada órgão desempenha uma função é tão contrastante com a realidade latino-americana que só podem reeditar as farsas do passado, uma vez mais como farsas.

A dolorosa consequência da facada

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Na última foto tirada na Santa Casa de Juiz de Fora, antes da transferência para o hospital Albert Einstein, em São Paulo, Jair Bolsonaro parece sorrir. Há um outro registro fotográfico em que ele aparece fazendo sinal de positivo.

Três horas depois de chegar ao hospital, o Twitter do candidato informou: “Estou bem e me recuperando!”

Quem não soubesse o que ocorreu - Bolsonaro foi esfaqueado e correu risco de morrer - poderia até imaginar que o candidato do PSL estivesse feliz.

Cultura, austericídio e o Estado mínimo

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A tragédia criminosa envolvendo o Museu Nacional no Rio de Janeiro nos entristece e nos revolta a todos. Muito já foi dito, ainda sob o impacto da emoção e da tristeza, a respeito da irresponsabilidade com que os dirigentes políticos trataram a questão ao longo dos últimos anos. No entanto, é necessário que se faça um balanço sério e rigoroso a respeito das condições que levaram a tal calamidade. Esse é o único caminho que pode evitar a repetição desse tipo de evento, ainda mais com as consequências terríveis para o futuro de nosso País.

Quem a facada atingiu?

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

As atitudes de quem deseja reumanizar e reencantar o mundo não podem ser simétricas às dos que agem em favor da barbárie. Jair Bolsonaro defendeu a tortura e o estupro, mas é exatamente por nos opormos à brutalidade que repudiamos o atentado a ele. Felizmente, tudo indica que o ex-capitão, afastado do Exército por planejar atentados terroristas, sobreviverá ao atentado. Mas as eleições já não serão as mesmas. Três novas tendências e questões emergirão.