terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Militar ultraneoliberal e a jabuticaba

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Poucos dias de governo Bolsonaro já são suficientes para conhecermos parte significativa de suas entranhas, do jogo do poder que se dá a partir dos núcleos que o compõem, do papel de cada um desses grupos, das divergências reais e potenciais entre eles.

Na visão do arguto e sempre lúcido analista Luis Nassif, corroborada por outros respeitáveis comentaristas, o governo que resultou da ação política de militares e juízes, para cuja conquista Bolsonaro foi usado como cavalo de Tróia, se divide da seguinte forma:

Bolsonaro quer exilar Paulo Freire de novo

Por Maria Izabel Noronha, na Rede Brasil Atual:

O jornal Folha de S.Paulo deste domingo (6) publicou matéria sobre a nefasta intenção do governo de Jair Bolsonaro de "expurgar" a obra de Paulo Freire do sistema educacional brasileiro, por atribuir-lhe a causa de todas as deficiências da nossa educação.

Como professora, sinto-me no dever de começar com uma constatação: nem Bolsonaro, nem seus filhos e nem seu ministro da Educação leram a obra de Paulo Freire.

Criticar algo sem sequer conhecer: isso sim é ideologia! E Bolsonaro tenta enganar a sociedade, afirmando querer "um país livre das amarras ideológicas".

O financismo e os bancos públicos

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

O primeiro dia da segunda semana do governo do capitão e de seus generais representou uma declaração de guerra do povo do financismo contra o nosso sistema dos bancos públicos federais. Ao contrário de todo o tipo de bateção de cabeça que se verificou nas definições das demais áreas da equipe de Bolsonaro, aqui nesse campo parece que o jogo é mais profissional e coordenado.

No decorrer da segunda-feira, 7 de janeiro de 2019, o que se viu foi um longo desfilar de cerimônias simbólicas e declarações de autoridades recém empossadas em seus cargos estratégicos na área econômica da administração pública federal. Em todos os momentos, o discurso uníssono gravitava em torno do espancamento do Estado, algo semelhante às cenas de malhação de Judas no sábado de Aleluia, durante o período pascal.

Lula reage às acusações de Moro

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Aproxima-se o julgamento do processo de Lula sobre reformas em um sítio que ele usou algumas vezes e que teriam sido pagas pela Odebrecht. A única prova que poderia haver, via delação premiada, deixou de existir com a afirmação do dono da Odebrecht de que Lula nada sabia e nada deu em troca da reforma no sítio. Com isso, o caso desMOROnou.

A promoção do filho do general Mourão

Do jornal Brasil de Fato:

O bancário Antonio Hamilton Rossell Mourão, filho do recém-empossado vice-presidente da República, Hamilton Mourão, foi promovido a assessor especial de Rubem Novaes, também recém-nomeado presidente do Banco do Brasil, e terá o salário praticamente triplicado. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, o salto na carreira do bancário foi visto com "estranheza" por funcionários do banco.

Bolsonaro e a Guantánamo do Sul

Por Marcelo Zero

Os EUA têm cerca de 800 instalações militares espalhadas pelo mundo, desde grandes bases que são verdadeiras cidades até postos de radar e de telecomunicações. Gastam ao redor de US$ 100 bilhões por ano para mantê-las.

Os EUA são, de longe, o país que têm mais bases espalhadas pelo mundo.

Só para se ter uma ideia, França, Grã-Bretanha e Rússia têm, combinadas, apenas 30 bases.

Apenas na Alemanha, os EUA têm 34 bases, instaladas na época da Guerra Fria. Na América Latina, os EUA possuem 76 instalações, a maioria concentrada na América Central e no Caribe.

Para esconder erros, Bolsonaro ataca Haddad

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

A tática é manjada, mas assim é a “nova política” do bolsonarismo para engabelar sua galera de fanáticos

No dia seguinte à monumental confusão que provocou no meio político, ao trombar com sua equipe econômica, em vez de se explicar e pedir desculpas, capitão Bolsonaro voltou ao ataque.

Acompanhado dos filhos, foi ao Twitter e disparou uma mensagem atrás da outra sobre assuntos os mais diversos, sem tocar no principal: as mudanças nos impostos que anunciou, ao assinar decretos sem ler direito.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Bolsonaro vai vetar acordo Boeing-Embraer?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Entre pessoas familiarizadas com as negociações para a fusão da Embraer com a Boeing, cresce a visão de que a ressalva de Jair Bolsonaro ao acordo entre as duas empresas constitui mais do que uma simples opinião pessoal - e expressa uma visão partilhada por outros setores do governo.

A objeção mencionada pelo presidente numa entrevista na sexta-feira, na Base Aérea de Brasília, envolve o capítulo final das tratativas conduzidas pela atual presidência da Embraer, estatal criada como parte dos projetos de industrialização do país que foi privatizada por moedas podres no governo Fernando Henrique Cardoso.

Não é populismo, é fascismo

Por Manuel Carvalho da Silva, no site Sul-21:

É surpreendente que sociedades carregadas de injustiças e desigualdades, polarizadas em guetos, se tornem perigosas? Sociedades onde uma ínfima minoria é muita rica e manipula todos os poderes, uma grande parte é extremamente pobre e não tem voz, e no meio fica um enorme massa de seres humanos a deslizar para o lado da privação e da desesperança são sociedades em perigo. Neste contexto, será surpresa surgirem messias providenciais que, prometendo autoridade e segurança, encontram um público disponível para os apoiar e até para lhes propiciar vitórias eleitorais? Não, não é. Está a acontecer hoje o que já aconteceu no passado.

'Marxismo cultural' e o neonazista da Noruega

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Há uma bandeira que une os mentores intelectuais (sic) do bolsonarismo: a luta contra o chamado “marxismo cultural”.

Essa batalha é travada com força e com vontade pelo chanceler Ernesto Araújo, seu colega ministro da Educação, o colombiano Ricardo Vélez Rodriguez, e demais olavistas do governo.

Num artigo lelé da cuca intitulado “Trump e o Ocidente”, publicado em seu blog, Araújo escreveu que o presidente dos EUA estava salvando a civilização do “marxismo cultural globalista” ao defender a “identidade nacional, os valores familiares e a fé cristã, enquanto a Europa não o faz”.

Um novo tempo. Mas… qual?

Por Reginaldo Moraes, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Durante o governo Temer, havia quem perguntasse por que não havia uma explosão das massas populares diante dos abusos e achincalhes que sofriam e os absurdos que se revelavam. O resultado das eleições de 2018 foi, quem sabe, uma dessas explosões – não do jeito como alguns esperavam ou desejavam. A seu modo, inesperado e estranho, foi, sim, uma explosão de rebeldia, um “basta!”. É preciso diagnosticar essa atitude, mais do que lamentá-la ou rejeitá-la. E, agora sabemos, ela está longe de “espontânea”. Tudo indica que ela é, em primeiro lugar, o resultado da lenta maturação de mudanças socioeconômicas e da lenta evolução de uma crise desagregadora. De outro lado, é também uma obra de arte do que se costuma chamar de mistificação de massas, com o uso de sofisticadas armas de indução de opinião e comportamento.

Apertem os cintos: 2019 deu a largada!

Por Rosane Borges, na revista CartaCapital:

A aurora de 2019 vem acompanhada de um novo (?) governo no Brasil que em sua tenra idade já exibe as rugas de um projeto arcaico que nos devolve para um passado que não passa. Carregando a faixa presidencial desde 28 de outubro, Jair Messias Bolsonaro sacramentou durante a posse o que vinha anunciando exaustivamente e cumprindo parcialmente.

A cerimônia deste 1º de janeiro não fugiu um milímetro do roteiro que embasou a campanha e, pelo que se viu, servirá de farol para o espetáculo de horrores que, a cada cena, antecipa os desdobramentos do próximo ato.

Cortina de fumaça e lacração

Por Renato Rovai, em seu blog:

Há uma nova polêmica em curso. Ela diz respeito a se todos os movimentos do governo Bolsonaro que não digam respeito à economia são ou não cortina de fumaça. Com todo o respeito, o debate vem se construindo de forma muito rasa.

O que está em jogo no Brasil são as suas riquezas, o patrimônio nacional, os direitos trabalhistas, mas também as terras indígenas, os direitos das mulheres e LGBTs e a formação escolar de milhões de jovens e adolescentes. Entre outras muitas coisas, como o que nos restou de democracia.

Alexandre Garcia, velho assessor da ditadura

Por Urariano Mota, no site Vermelho:

Entre as notícias leves da semana, esteve a de Alexandre Garcia, ou Alexandre Eggers Garcia, virar porta-voz de Bolsonaro. Depois, Garcia procurou esclarecer a informação, com a eterna modéstia que não lhe falta.

Alexandre, o grande jornalista, preferia continuar o seu trabalho para 15 jornais e 280 emissoras de rádio. Apenas. Melhor que Hércules, parecia, por executar mais de doze trabalhos. Mas para quem não sabe, ele escondeu o óbvio, porque é um mestre em omitir. A sua fala, falha ou coluna apenas era, é reproduzida em rede.

Rancor de gênero e raça seguirá a florescer

Por Benjamin H. Bradlow, no blog Socialista Morena:

O novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que tomou posse em 1º de janeiro, é com frequência chamado de o “Trump dos Trópicos” pela retórica de lei e ordem, comentários racistas e sexistas, postura a favor dos negócios e as promessas de costume feitas por quem está de fora de endireitar a política.

O Secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, estava entre os líderes mundiais de direita que estiveram em sua posse em Brasília, ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban.

"Arquivo X" dos delírios fundamentalistas

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Vinícius Torres Freire, na Folha de hoje, escreve um ótimo texto, com informações objetivas - e sem citações em grego ou tupi-guarani -, sobre os efeitos potenciais do surto “olavista” da chefia de nossa diplomacia, onde arranja um nome sensacional para a turma que vê nas relações internacionais um “plano globalista” semelhante à crença em discos voadores: o pessoal do “Arquivo X”.

Evangélicos e seu “caso de amor” com Israel

Por José Barbosa Junior, no site Jornalistas Livres:

Tornou-se comum, no atual cenário político nacional, ao ver-se uma manifestação da bancada evangélica ou de seus representantes, ter alguém ao lado com a bandeira de Israel. Fato que tem chamado a atenção de muita gente, afinal, em última instância o cristianismo seria a negação do judaísmo (ou seu fim = finalidade) para aqueles que se dizem seguidores do Rabi de Nazaré, Jesus, o Cristo.

Mas nem toda equação é tão lógica quanto parece ser…

domingo, 6 de janeiro de 2019

Augusto Nardes e as pedaladas da RBS/Globo

Por Altamiro Borges

A coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo deste domingo (6) informa que a delação de Orlando Diniz, ex-presidente da Federação do Comércio do Rio Janeiro, já está no Supremo Tribunal Federal (STF) e deve trazer detalhes sobre as “propinas e agrados” para Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Este falso moralista ficou famoso ao inventar as chamadas “pedaladas fiscais” da presidenta Dilma Rousseff, que serviram de base para o golpe do impeachment que levou ao poder a quadrilha de Michel Temer e criou o clima para a ascensão do fascismo e para a eleição de Jair Bolsonaro.

Base militar dos EUA: servilismo ou bravata?

Por Altamiro Borges

Em entrevista ao SBT (Sistema Bolsonazista de Televisão) na quinta-feira, o capitão-presidente – que bate continência para a bandeira dos EUA – sinalizou que seu governo aceita discutir a instalação de uma base militar ianque em território nacional. O vassalo repetiu que a aproximação com os EUA é uma questão estratégica, que não é “apenas econômica, mas pode ser bélica também”, e insinuou que a base militar seria “até simbólica” desta dependência. O servilismo foi tanto que muita gente achou que seria mais um factoide do bravateiro que adora espalhar fake news para desviar a atenção sobre os temas mais delicados. Neste domingo (6), porém, em entrevista à insuspeita Eliane Cantanhêde, no Estadão, a oferta vexaminosa foi confirmada.

Por que não se deve acreditar em Bolsonaro

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Uma das primeiras lições, nessa estreia inicial do novo governo, é que a palavra de Jair Bolsonaro não deve ser levada a sério.

Bolsonaro não tem noção sobre tema algum, a não ser sobre o exercício do preconceito. Quando dispara declarações sobre cada tema, as bolsas ainda reagem, como reagiriam às declarações de qualquer presidente normal, de um governo normal.

Em breve irão aprender que nem como insider (dono de informações privilegiadas) Bolsonaro serve. Se, algum dia, alguma declaração sua bater com as decisões que estão sendo tomadas por seu governo, será por absoluta coincidência.