Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Aproxima-se o julgamento do processo de Lula sobre reformas em um sítio que ele usou algumas vezes e que teriam sido pagas pela Odebrecht. A única prova que poderia haver, via delação premiada, deixou de existir com a afirmação do dono da Odebrecht de que Lula nada sabia e nada deu em troca da reforma no sítio. Com isso, o caso desMOROnou.
A defesa do ex-presidente entregou na noite de segunda-feira (7) as alegações finais na ação penal do sítio de Atibaia. Os advogados de Lula pedem sua absolvição e criticam Sergio Moro, a atual juíza responsável do caso, Gabriela Hardt, e Bolsonaro.
Lula, através dos seus advogados, denuncia a parcialidade de Moro, que após condená-lo, deixou a magistratura para ser ministro de Bolsonaro. O advogado Cristiano Zanin voltou a afirmar que o ex-presidente é vítima de “lawfare” - uso de instrumentos jurídicos para perseguição política.
A defesa do ex-presidente entregou na noite de segunda-feira (7) as alegações finais na ação penal do sítio de Atibaia. Os advogados de Lula pedem sua absolvição e criticam Sergio Moro, a atual juíza responsável do caso, Gabriela Hardt, e Bolsonaro.
Lula, através dos seus advogados, denuncia a parcialidade de Moro, que após condená-lo, deixou a magistratura para ser ministro de Bolsonaro. O advogado Cristiano Zanin voltou a afirmar que o ex-presidente é vítima de “lawfare” - uso de instrumentos jurídicos para perseguição política.
A defesa também lembra que o juiz anterior do caso, juntou-se a um político que declarou na campanha eleitoral que pretendia “fuzilar a petralhada”. Diz a peça da defesa:
“A pessoa que aceitou comandar o ‘Ministério da Justiça ampliado’ do presidente eleito - o mesmo que afirmou que o defendente [Lula] irá ‘apodrecer na cadeia’ e que seus aliados serão presos se não deixarem o país - é o juiz que tomou diversas medidas ilegais e arbitrárias contra o defendente com o objetivo de promover o desgaste da sua imagem”
Sobre a juíza Gabriela Hardt, que interrogou Lula no dia 14 de novembro em substituição a Moro, a defesa afirma que se trocaram “os personagens [Moro por Hardt], mas permanecem as práticas ilegais”.
As alegações finais de Lula dizem que a juíza foi autoritária e agressiva no depoimento e lembrou que uma frase dita por ela a ele, “Se começar nesse tom comigo, a gente vai ter problema”, acabou estampada em uma camiseta usada pela atual primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Mas o grande desMOROnamento do processo do sítio de Atibaia se deve ao ex-delator, Emílio Odebrecht, que desmontou todas as chances LEGAIS do processo contra o ex-presidente.Segundo Odebrecht, “A aprovação do pedido da então primeira dama, Marisa Letícia [de pequenas reformas no sítio para compensar o proprietário por ceder o imóvel a Lula], não teve (…) relação direta com qualquer contrato celebrado entre o Grupo Odebrecht e a administração pública, seja com a Petrobras ou com outra companhia”
Bingo. Odebrecht teria todo interesse em dizer que a administração pública foi lesada por conta da gentileza feita à mulher do ex-presidente – um tipo de gentileza que é mais do que comum no mundo político e do qual nenhum político escapa. Ao não acusar Lula, perde a chance de se livrar do processo contra si. Seguramente fala a verdade.
É previsível que a juíza-clone de Moro não vai dar bola às provas – ou à falta delas. Porém, nas instâncias superiores e, no limite, em instâncias internacionais, esse processo tende a desMOROnar igualzinho à imagem de Moro, de quem a máscara de juiz imparcial caiu estrondosamente.
Confira a matéria em vídeo [aqui].
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