quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Militares ocupam quase todo Planalto

Por Vilma Bokany, no site da Fundação Perseu Abramo:

O porta-voz da presidência de Jair Bolsonaro, general Otávio Rêgo Barros, anunciou no início da noite desta segunda-feira, 18, a demissão do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, alegando razões de “foro íntimo” de Bolsonaro para a saída do ministro.

Em menos de 50 dias, o governo tem a primeira baixa no primeiro escalão. Bebianno é acusado de repasses do PSL a candidatura laranjas em Pernambuco durante a campanha eleitoral de 2018, quando era presidente do partido.

A rendição de Bolsonaro

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Para quem tinha dúvidas sobre o tempo cultural que o país se encontra a partir da posse de Jair Bolsonaro no Planalto, a queda de Gustavo Bebianno da Secretaria Geral da Presidência não poderia ser mais instrutiva. Esqueça mudanças nas questões de gênero, reforma da Previdência, liberdades civis. O país acaba de ser atingido naquele ponto fundamental que permite distinguir a civilização humana do mundo dos animais - a linguagem.

Bolsonaro: como se tornar um inútil perigoso

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Jair Bolsonaro, na ilusão de autosuficiência própria dos simplórios, percebe mal a situação em que está envolvido e ainda confia que vai “resolver a parada” com a força carismática do “Mito”.

De um lado, um parlamento cheio de medíocres e vazio de caráteres se move para enquadrá-lo às regras do jogo. A “oferta”, muy amiga, do DEM, registrada pela Folha, para assumir a coordenação política do Governo, com Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre sendo os canais oficiais de encaminhamento das reivindicações (leia-se verbas e cargos) dos parlamentares é cicuta edulcorada.

O homem de Bolsonaro para a reforma agrária

Por Leonardo Fuhrmann, no site The Intercept-Brasil:

Em julho de 2003, um grupo de fazendeiros do Pontal do Paranapanema, no oeste paulista, resolveu posar para o Jornal Nacional com armas em punho. Eles anunciavam a formação de um ‘centro de treinamentos’ onde se preparavam para resistir às ações do MST. Lula havia chegado ao poder – e, com ele, crescia o temor de uma reforma agrária. O objetivo era apresentar poderio paramilitar para intimidar os camponeses, com armas proibidas no Brasil ou de uso restrito às Forças Armadas.

Segundo investigações da polícia e da CPI da Terra, de 2005, os milicianos rurais eram ligados a Luiz Antônio Nabhan Garcia, fazendeiro da região e presidente da UDR, a União Democrática Ruralista. Hoje, ele é secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura – em outras palavras, o responsável demarcações de terras e a reforma agrária.


Ford fecha fábrica. Cadê a mídia otimista?

Por Altamiro Borges

A multinacional estadunidense Ford anunciou nesta terça-feira (19) que fechará a sua fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A abrupta decisão faz parte do projeto da empresa de encerrar a produção de caminhões nas unidades instaladas na América do Sul. A previsão é de que até o final do ano a "reestruturação" resultará na demissão de 2,7 mil metalúrgicos  além do corte nos empregos indiretos das firmas que fornecem peças e prestam serviços. Com certeza, a mídia burguesa  nutrida com milhões em publicidade  tentará abrandar o impacto do fechamento da fábrica. Até porque seus colunistas de aluguel vinham jurando que a economia, sob o comando do rentista Paulo Guedes com o seu plano ultraliberal e entreguista, já estava em plena retomada. Baita recuperação!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Estadão detona a "criançada" de Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Por seu ódio visceral a Lula e às forças de esquerda, o Estadão deu uma importante contribuição para a ascensão fascista no Brasil, que resultou na eleição de Jair Bolsonaro em outubro passado. Sem se preocupar com o futuro do país, o jornal da falida e endividada famiglia Mesquita ligou o "foda-se" e apostou em algo que sabia que tinha tudo para dar errado. Em 1964, o diário oligárquico também deu apoio a um golpe militar e pouco depois foi censurado e perseguido pela ditadura. Agora, com apenas 50 dias da tragédia, o Estadão parece que já não nutre qualquer expectativa no êxito do presidente-capetão. O editorial publicado nesta terça-feira (19) evidencia um rápido desencanto que pode atingir outros setores da cloaca empresarial brasileira. Vale conferir o petardo e aguardar os próximos lances:

O incêndio do Reichstag à brasileira

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – Bebianno e os militares

Desde os primeiros movimentos do governo de transição, um dos grupos que se posicionou foi dos financiadores de campanha, Gustavo Bebianno, Paulo Marinho e Luciano Bivar. Tentaram emplacar nomes em áreas de grandes contratos, como o Ministério de Minas e Energia, da Infraestrutura. Foram impedidos pelo grupo militar.

Esta é a razão para não ter havido esforço para segurar a sua demissão, apesar dos métodos atabalhoados de Jair Bolsonaro e filhos.

Bernie Sanders enfrenta fascismo bolsonárico

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Tocqueville no seu “Democracia na América” (II p..813), considerando que a democracia – por carregar o gérmen de um novo despotismo – transformar-se-ia no “seu contrário”, escreveu que “nossos contemporâneos imaginam um poder único, tutelar, onipotente, mas eleito pelos cidadãos (e) consolam-se pelo fato de serem tutelados, pensando que eles mesmos selecionaram seus tutores(…). Num sistema deste gênero os cidadãos saem, por um momento da dependência, para designar o seu amo e logo voltam a entrar nela”. Vem do Século 19 uma lúcida lição sobre a questão democrática na pós-modernidade da pós-verdade, que nos faz pensar no Brasil destes nossos dias de crueldade, miséria moral e autoritarismo que combina o ultraliberalismo com os espasmos fascistas que nos trouxeram até a tragédia.

A maldade da "reforma" da Previdência


Editorial do site Vermelho:

A luta desesperada da direita pela “reforma” da Previdência Social diz muita coisa. Uma delas, talvez a principal, é que há uma conta a ser paga, inflada pelos efeitos da crise global que estourou em 2007-2008. O chamado “déficit fiscal”, que na visão dos neoliberais deve ser sanado com recursos provenientes dos direitos dos trabalhadores e do patrimônio público — as privatizações —, é o coração do problema. Ao desvendá-lo, aparece a essência da crise e se compreende o desespero da direita pela “reforma” da Previdência Social.

Quem é Juan Guaidó, o golpista venezuelano?

Do site Carta Maior:

Estamos há um mês nos fazendo essa pergunta: quem é Juan Guaidó? Quem é esse fenômeno que apareceu com tanta força na política internacional, reconhecido por vários governos como presidente (!!!) da Venezuela, mesmo sem ser eleito, e que rapidamente também foi aceito pelos representantes da direita uruguaia. Guaidó se dá ao luxo inclusive de criticar o nosso presidente Tabaré Vázquez simplesmente porque o nosso país, junto com o México, avançou pelo único caminho possível para nós que amamos a democracia, a liberdade, a paz e especialmente o diálogo. E claro, Guaidó não está de acordo com essas posturas.

Desafios do governo para golpear a Previdência

Por Cristiane Sampaio, no jornal Brasil de Fato:

A tradicional rejeição popular em relação a pautas de retirada de direitos faz com que o governo Bolsonaro pise num terreno movediço quando o assunto é a reforma da Previdência, apesar de ter maioria no Congresso Nacional. As denúncias de corrupção envolvendo o PSL, seu partido, aumentam ainda mais os desafios do ex-capitão e de seu ministro Paulo Guedes.

O governo tem esbarrado em dificuldades de articulação política com partidos mais conservadores. Na semana passada, líderes de legendas como o PP, por exemplo, queixaram-se do problema da corrupção, que se delineia em meio à primeira crise da gestão, hoje alfinetada por escândalos envolvendo supostos laranjas.

Bolsonaro trai os produtores de leite

Do blog Viomundo:

De nada adiantou a forte reação dos produtores nacionais de leite diante da decisão da área econômica do governo Bolsonaro de não renovar a aplicação de tarifas antidumping para importação de leite em pó da União Europeia e da Nova Zelândia.

Após a decisão, alertado para o fato de que esses países têm grandes estoques do produto, o que poderia gerar uma enxurrada de leite estrangeiro no Brasil, o presidente foi às redes sociais para garantir ao setor que iria “manter o nível de competitividade”.

Mas Bolsonaro não cumpriu a promessa.

Crise econômica em governo de 'curto prazo'

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Apresentada por porta-vozes do rentismo e propagandistas neoliberais como administrações incompetentes e esbanjadoras de recursos da população, os governos estaduais e municipais estão sendo empurrados para a liquidação dos sistemas públicos de aposentadoria e pensão. Dessa forma esperam aliviar a asfixia fiscal a qual estão submetidos pelos cinco últimos anos de economia paralisada.

Acontece que a solução prometida a governadores e prefeitos dificilmente virá da realização de reformas previdenciária e privatizante na administração pública. Infelizmente não se trata apenas de equívoco atinente à visão prisioneira do "curtoprazismo", mas à superficialidade neoliberal ao difundir saídas simples para questões complexas, como na crença de centralizar no Estado as razões dos males do país.

Bolsonaro e a ausência de honra entre ladrões

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O PSL, partido de Bolsonaro, apodreceu rapidamente. As candidaturas de laranjas serviram para enriquecer um partido recém-nascido e nascido grande graças à onda de loucura que se apoderou do país. Porém, o “mito” de pés de barro não hesitou em entregar as cabeças dos comparsas ao menor sinal de perigo. Essa é uma lição para quem quiser se aliar ao clã fascista.

O Congresso que tomou posse dia 1º reúne o menor número de parlamentares declaradamente governistas dos últimos 24 anos. Na Câmara, a base oficial de Jair Bolsonaro representa 22% das cadeiras, enquanto que, no Senado, não passa de 8%.


A gente vai continuar indo ao Extra…

Por Renato Rovai, em seu blog:

O Brasil se tornou um país impressionantemente ruim. Um boçal aplica um mata-leão até matar um menino de 19 anos num dos bairros mais abastados do Rio de Janeiro. Sufoca-o indefeso até que faleça.

A cena inunda a internet. Faz 24 horas que a vi. São quase meia-noite de sexta e ela invade minha timeline de novo.

Não choro. Não chorei ontem. Mas sinto um desespero silencioso, porque a vida daquele guri não parece valer nada.

Governo Bolsonaro: ópera-bufa em sete atos

Por Thais Reis Oliveira, na revista CartaCapital:

O governo de Jair Bolsonaro completa 50 dias nesta segunda-feira, 18. Mas é tanto recuo, tanto bate-cabeça, tanta intriga e tanta crise que o tempo parece outro: uns cinco anos, alguém diria. Destaque para a degola de um de seus homens fortes, o aprofundamento do caso Queiroz e a revelação de um esquema de candidaturas laranja no PSL.

Chamuscado por um início cheio de tropeços e o estouro precoce de crises públicas e privadas, o presidente chega fragilizado à disputa com o Congresso – embora beneficiado pelo acordo com Rodrigo Maia e pela vitória contra Renan Calheiros.

Auditores fiscais na luta pela democracia

Enviado por Charles Alcantara

Manifesto declaratório 

Ao tempo em que assistimos à intensificação dos ataques à frágil democracia brasileira e ao inconcluso Estado Social declarado na Constituição de 1988, lançamos o coletivo Auditores Fiscais pela Democracia (AFpD), formado por servidores públicos das administrações tributárias, aduaneira e da inspeção do trabalho que compartilham do propósito comum de construir uma sociedade pautada na democracia plena, na justiça social e na solidariedade. 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Intelectuais de internet chegam ao poder

Por Tatiana Roque, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Dizendo proteger a democracia ao suprimir o comunismo da sociedade, formam-se cruzadas que, ironicamente, suprimem a democracia – ao tolher o dissenso e a liberdade de expressão. Grupos organizados atuam em universidades e escolas para vigiar e denunciar supostos comunistas, sem provas, listando nominalmente professores e acusando-os de doutrinar e seduzir estudantes. Comitês governamentais são instalados para limpar a máquina estatal de funcionários ideologicamente suspeitos.

O luto parece não ter fim

Por Leonardo Boff, em seu blog:

O Brasil parece tomado por um luto que nunca termina. As pessoas andam acabrunhadas por causa do desemprego e pelas reformas conservadoras que o novo governo pretende introduzir, tirando direitos dos trabalhadores e atacando diretamente várias políticas sociais que beneficiavam os mais destituídos. Estudantes universitários que viviam com bolsas do governo tiveram que interromper seus estudos. Reformas na educação nos remetem à fase anterior ao Iluminismo, em alguns pontos, à Idade Média. Uma sombra escura pesa sobre o rosto de milhões de compatriotas.

Bebianno descobriu o óbvio tarde demais

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Gustavo Bebianno falou o óbvio ululante quando apontou o dedo para o pai na crise que culminou em sua exoneração.

“O problema não é o pimpolho. O Jair é o problema. Ele usa o Carlos como instrumento. É assustador”, disse, segundo Lauro Jardim no Globo.

“Perdi a confiança no Jair. Tenho vergonha de ter acreditado nele. É uma pessoa louca, um perigo para o Brasil.”

Carlos é produto de Jair, com quem tem uma relação obsessiva. O rosto do genitor está tatuado em seu braço direito.